Rodrigo Constantino
Eu tenho dito e repito: quem tem Fiesp não precisa de USP! A cada artigo novo de Benjamin Steibruch, fica mais evidente que tanto faz se é ele, Delfim Netto, Beluzzo ou até o Mantega escrevendo: a mensagem é basicamente a mesma. O governo deve estimular a economia com mais gastos e redução dos juros. A receita "desenvolvimentista" dessa turma é a responsável pelos problemas atuais que estamos vivendo, mas eles fingem que nem é com eles...
Steinbruch reforça seu pedido por mais gasto na última coluna da Folha:
Não é necessariamente ruim essa demanda, ainda que ela se choque frontalmente com a austeridade fiscal cobrada hoje do governo. O gasto público, corretamente direcionado para investimentos e para áreas sociais constitui um propulsor da economia.
É verdade que, em meio à cacofonia das ruas, havia demandas esquerdistas por mais gasto público sim. Mas essa não é a principal bandeira das manifestações, que incluem ataques contra a corrupção e outros slogans de cunho moral. O que o povo pede são melhores gastos públicos, ou seja, um senso de prioridade diferente por parte do governo. Em vez de arenas bilionárias, mais metrô, por exemplo. Em vez de trem-bala, hospitais decentes.
Isso nada tem a ver com a bandeira keynesiana abraçada por esses economistas e empresários que celebram mais gastos públicos, pois isso estimularia a demanda agregada que, por sua vez, incrementaria a produção nacional e geraria mais emprego e renda. A crença nessa ilusão é justamente o que nos trouxe aqui, com contas públicas deterioradas e uma lamentável situação de estagflação: baixo crescimento e elevada inflação.
O empresário ainda tenta, imitando o próprio Lula, dar um jeito de concluir que essas manifestações todas são resultado do sucesso dos últimos anos. Ele diz:
Patriotismo despertado pelo sucesso da economia, eis o resumo que faz Steinbruch do quadro atual. Eu discordo totalmente, claro. Aquele crescimento era artificial, insustentável, e a conta está chegando. Junte-se a isso a questão da corrupção escancarada e da impunidade, e temos um barril de pólvora. O PT plantou essas sementes podres, e agora está colhendo seus frutos.
Benjamin Steinbruch aplaudia a gestão antes, gostava do veneno que produziu os males, e agora se faz de desentendido, e demanda mais veneno ainda. Eu tenho dito e repito: quem tem Fiesp não precisa de USP. A Fiesp é vermelha.
Como esse acontecimentos me lembra o livro a Revolta de Atlas. Parece que Ayn Rand visitou o Brasil de alguma forma e retornou para sua época e escreveu o Livro.
ResponderExcluirSó falta encontrar John Galt.
Rodrigo,
ResponderExcluiracredito que a crise de representatividade passa não só pelos partidos políticos, como por entidades de classe ou sindicatos, como a Fiesp.
Para quem é empresário em SP, a Fiesp não representa absolutamente nada além de um prédio bonito na avenida paulista, o pagamento de contribuição patrimonial e o SESI/SENAI. Sem contar o uso desta classe pelo sr. Skaf, eterno candidato.
Do mesmo modo, os sindicatos não representam mais os trabalhadores destas indústrias (salvo casos isolados).
É hora de reflexões
Ah, não foi ele. Foi o Roger Agnelli.
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