quinta-feira, março 08, 2007

A Infalibilidade Papal



Rodrigo Constantino

“Tolerância é a conseqüência necessária da percepção de que somos pessoas falíveis: errar é humano, e estamos o tempo todo cometendo erros.” (Voltaire)

O filósofo Karl Popper considerava que encobrir erros é o maior pecado intelectual. Somos humanos e, portanto, falíveis. O poeta Xenófanes, que escreveu cerca de 500 anos antes de Cristo, já havia capturado esta idéia quando disse: “Verdade segura jamais homem algum conheceu ou conhecerá sobre os deuses e todas as coisas de que falo”. Porém, isso não significa relativismo total, pois podemos obter conhecimento objetivo, como o poeta mesmo deixa claro depois: “Os deuses não revelaram tudo aos mortais desde o início; mas no decorrer do tempo encontramos, procurando, o melhor”. Mas é a possibilidade de estarmos errados que nos faz mais tolerantes com os outros e que nos coloca sempre na busca por mais conhecimento, já que podemos defender algo que se prova errado amanhã. Tal postura é oposta àquela que Epíteto condena quando diz: “É impossível para um homem aprender aquilo que ele acha que já sabe”.

Com isso em mente, a crença na infalibilidade do Papa é algo extremamente perigoso. O Papa não deixa de ser um homem como outro qualquer, e crer que tudo sobre os dogmas religiosos que este homem falível diz é a mais pura e irrefutável – além de inquestionável – verdade, é a postura de quem quer ser doutrinado em vez de pensar por conta própria. Quem aceita sem questionamento o que vem de alguma autoridade qualquer já abdicou da ferramenta epistemológica mais importante que dispomos: a razão. Acredito que um pouco de história sobre esta suposta infalibilidade papal é então de extrema importância. Afinal, até mesmo ferrovias já foram proibidas por um Papa, Gregório XVI, porque este acreditava que elas podiam fazer mal à religião.

Os relatos a seguir foram extraídos do livro A Inquisição, de Michael Baigent e Richard Leigh, que por sua vez utilizaram como principal fonte o livro How the Pope Became Infallible, de August Hasler. Os autores mostram como a Igreja Católica vinha perdendo força no decorrer do século XIX, tentando reagir de diferentes maneiras. Em 1864, a “Suma de Erros” foi publicada. Era um catálogo de todas as atitudes e crenças que o Papa julgava perigosas, erradas ou heréticas. Era um erro, por exemplo, acreditar que todo indivíduo é livre para abraçar e professar aquela religião que considere verdadeira. Outro erro era a crença de que não é mais aconselhável que a religião católica seja tida como a única religião de estado, com exclusão de todas as outras formas de culto. As mudanças da Igreja vieram mesmo com o Primeiro Concílio Vaticano, reunido pelo Papa Pio IX em 1869. A atmosfera era, segundo os autores, de intimidação e ameaça, sendo que muitos eclesiásticos deixaram o Concílio antes que acabasse.

Como dizem os autores, “logo ficou claro que o objetivo, o propósito dominante último do Primeiro Vaticano, era promulgar a doutrina da infalibilidade papal”. No todo, 1.084 bispos eram elegíveis para assistir e votar no Concílio. Após a pressão dos defensores do Papa, a primeira votação, em 13 de julho de 1870, contou com 451 votos a favor e 88 contra a infalibilidade. Em mais alguns dias, o número dos que apoiavam a posição do Papa aumentou para 535. Em resumo, uma “maioria” de apenas 49% dos que podiam votar endossava a questão da infalibilidade em 18 de julho de 1870. Até então, os Papas eram falíveis. Deste dia em diante, seria heresia negar sua infalibilidade. Os livros e artigos que contestavam o dogma da infalibilidade papal foram automaticamente postos no Index da Inquisição, ficando proibidos aos católicos.

Cerca de um ano depois, em julho de 1871, Roma tornou-se capital do recém-unificado Reino da Itália, e a Cidade do Vaticano foi declarada principado independente, não parte do solo italiano. Nos 58 anos seguintes, o Papado recusou-se a reconhecer o estado italiano, e durante todo esse tempo, nenhum Papa visitou Roma. Finalmente, em 1929, concluiu-se o Tratado de Latrão, e a Cidade do Vaticano foi oficialmente reconhecida e ratificada como estado soberano sob a lei internacional, e o catolicismo proclamado religião de estado do povo italiano. Em troca, o Papado, agora já infalível, reconhecia formalmente o governo italiano – o governo de Benito Mussolini.

No mundo secular, a Igreja achava-se vulnerável, e os avanços da ciência assustavam. A infalibilidade servia para excluir todo argumento. O Papa se arrogava isento da possibilidade de erro, e isso servia para consolar os crentes mais devotos com as crescentes dúvidas que os avanços científicos lançavam sobre o Cristianismo. Como os autores lembram, “o meticuloso escrutínio da Bíblia revelou uma pletora de discrepâncias, inconsistências e repercussões alarmantemente inimigas do dogma oficial”.

Com isso tudo em mente, não deixa de ser impressionante ainda existirem pessoas – e muitas – que acreditam na infalibilidade papal. Um homem vai dormir como qualquer outro homem, e após o pronunciamento das palavras Habemus Papam, ele acorda um ser infalível. Foi assim que Joseph Ratzinger virou infalível como Bento XVI, da noite para o dia, pela votação de humanos. Aliás, o próprio Ratzinger, enquanto ainda não era Papa, havia afirmado que a “revelação” tinha acabado com Jesus Cristo, e que apenas a interpretação é que ainda existia. Mas esta é prerrogativa exclusiva da Igreja. Não se pode tentar interpretar por si mesmo. O mesmo Ratzinger foi quem se queixou certa vez de alguns teólogos que afirmavam que a Igreja parece ser uma construção humana. Ora, como ignorar que ela é de fato isso? Não podemos esquecer, por exemplo, que o Concílio de Nicéia votou que Jesus era divino, assim como a própria infalibilidade papal foi votada apenas em 1870. O mesmo Ratzinger teria dito que a “verdade não pode ser criada por votações”. Seria cômico, não fosse tão preocupante.

Em resumo, nenhum ser humano é infalível, e é o reconhecimento deste fato que nos permite maior tolerância e eterna busca pelo aprendizado. Os homens possuem a faculdade do raciocínio e devem questionar qualquer crença, buscando evidências que sustentem sua veracidade. O apelo à autoridade, ainda que de um Papa, não é um bom argumento, tampouco diz algo sobre o embasamento do que está sendo afirmado. Um argumento sólido deve se sustentar pela sua própria solidez, independente de quem o profere. Acredito que o mundo tem muito a melhorar se todos entenderem que somos todos falíveis. Errar é humano, e somos todos humanos – até mesmo o Papa.

39 comentários:

Anônimo disse...

Constantino,

Ratzinger era (não sei se continua sendo) membro da Prelazia, a linha mais radical da igreja católica apostólica romana. Entretanto, como Papa, tem-se mostrado tolerante e aberto. Ou ele mudou, ou, no mais alto cargo, está ciente de que não pode ser mesmo. Qualquer que seja o caso, por bom senso, podemos crer que é uma evolução.

Não só no caso como em qualquer outra pessoa, seria isensato pensar que é a mesma de dias atrás, ou mesmo, de anos.

Outro ponto: você volta a falar no Index. Não vejo tanta importância nesta lista já que, de qualquer forma, tem-se acesso aos livros. O mais importante são os trocentos documentos escondidos a 7 milhões de chaves nos porões do Vaticano.

Anônimo disse...

Que prelazia será essa? Prelazia de Cristalândia? Prelazia de Lábrea? Prelazia de São Félix do Araguaia?

Parece que o rapaz anda lendo muito Dan Brown e achando que a Prelazia do Opus Dei é a única que existe, podendo, portanto, ser tratada assim com tanta intimidade.

Anônimo disse...

Pelo amor de Deus, quanta má-fé!
Quanto ódio à Igreja!

Anônimo disse...

Que diferença há entre liberais, como Constantino, e comunistas?

Rodrigo Constantino disse...

Tarrasch, vou fingir que nem vi essa pergunta estúpida. Basta ler meus outros artigos do Blog e vc verá. Na verdade, há pouca diferença entra a ICAR e os comunistas: ambos querem mais e mais poder e vendem consolo e caridade. Eu defendo a liberdade individual, coisa que conservadores religiosos não valorizam muito.

No mais, seria interessante se vc mostrasse com ARGUMENTOS os erros do artigo. Caso contrário, fica claro apenas sua reação passional, sem a devida reflexão necessária para uma análise honesta.

Rodrigo

José Antonio disse...

"Tal postura é oposta àquela que Epíteto condena quando diz: “É impossível para um homem aprender aquilo que ele acha que já sabe.”

Constantino, a um quê de razão em se dizer que o primeiro passo na busca do conhecimento, é reconhecermos a nossa ignorância acerca do que pretendemos aprender. Era exatamente isso que Sócrates quis dizer com sua célebre frase: "só sei que nada sei". Esta forma de pensar também está presente no método que seria posteriormente aplicado por Descartes.

Como vemos na "Apologia de Sócrates", de Platão, quando o oráculo apontou Sócrates como o homem mais sábio de todos (a revelação divina que você condena), a reação deste último foi exatamente a de desacreditar da revelação, considerando-a absurda. É por isso que Sócrates dedicou um bocado de seu tempo investigando o pensamento daqueles que para ele, e para muitas outras pessoas de seu tempo, eram de fato os mais sábios. Consultou desde políticos e religiosos proeminentes, até artesãos e pessoas mais pobres. Os frutos de suas descobertas até condizem com o que você, Constantino, mostrou no artigo: muitos eram aqueles que se julgavam detentores da verdade presente por trás dos mais variadas setores da dúvida humana. Até os escritores mostraram essa deficiência. Os artesãos, pareceram ser grandes sabedores de seus ofícios, mas também se julgavam sapientíssimos em outras áreas.

É assim que se modela a sabedoria de Sócrates, decididamente um racionalista que via a razão como maior alicerce humano na busca do conhecimento, e que, a pesar de duvidar constantemente, acreditava que era possível alcançarmos verdades absolutas acerca do universo. As palavras de René Descartes, novamente solicitado, vêm bem a calhar aqui:

"A dúvida permite extrair um núcleo de certeza, que cresce à medida que ela se radicaliza: é indubitável que, se duvido, penso."

Cordialmente,
José Antonio

Anônimo disse...

"Com isso tudo em mente, não deixa de ser impressionante ainda existirem pessoas – e muitas – que acreditam na infalibilidade papal."

Como índios, essas pessoas vivem num mundo distante da realidade. Não consigo acreditar que alguem acredita nisso, assim como nao consigo acreditar que um adulto acredite em Coelhinho da Pascoa.

É muita ignorancia, falta de disernimento, aliado a uma fé cega, que atrofia o cérebro.

Ricardo disse...

Uma observação: a questão da infalibilidade papal é tão polêmica para nós, que não professamos a religião, quanto para os próprios religiosos, teólogos e estudiosos do tema. João Paulo II em sua encíclica, Fides et Ratio, não avoca o dogma da infalibilidade papal, reconhecendo-se homem como é, e roga aos cientistas e filósofos que ajudem a humanidade a responder questões fundamentais da vida humana. A bem da verdade, alguns outros papas como Inocêncio III, Clemente IV, Gregório XI, Adriano VI e Paulo IV, também rejeitaram a doutrina da infalibilidade papal.

Outra coisa: o Papa só é infalível quando se pronuncia "ex-cathedra", usando os poderes da cadeira de Pedro como Pastor e doutor da igreja, isto define o cargo de ação do dogma, e o objeto desta infalibilidade está restrito tão somente a temas concernente à fé e moral.

Toda seita precisa de um líder e todo líder de seita precisa ser quase perfeito (perfeito só deus, como dizem por aí). Imaginem se um Papa sai por aí pedindo ajuda a cientistas e filósofos a torto e a direito? João Paulo II deu um passo monumental no sentido da razão ao, pelo menos, reconhecer que a fé tem limites. Acontece que "ex-cathedra" ou não, ninguém quer dar parte de fraco nessa história e a reação no Vaticano à essa encíclica foi a pior possível. Imaginem (de novo) um Papa dando parte de fraco, dizendo que a fé cega é faca amolada... Sorte que as encíclicas papais são, quase sempre de difícil compreensão até mesmo para os religiosos porque, de outra maneira, lá se debandariam milhões de fiéis da igreja católica a procurar suas próprias verdades.

Baixando o nível drasticamente, o bispo Macedo não está aí, firme e forte, apesar de todas as acusações de trambicagem, vídeos com ele ensinando seu séquito a roubar e tudo o mais? Ele é o líder, infalível e quase perfeito, de que precisam seus seguidores, cegos pela fé muito bem administrada pelas promessas que nunca serão cumpridas.

Enquanto a ditadura do coletivismo for imposta como uma panacéia para a humanidade - ou seja, o meio mais fácil de tirar dinheiro e adquirir poder dos otários - não vai haver João Paulo que dê jeito.

Anônimo disse...

Rodrigo,gosto dos seus artigos,já li todos deste Blog,leio seus textos há muito tempo.

Você não acha que está na hora de mudar de assunto????Pelo menos pra mim essa história de Igreja X Razão já deu,ficou enjoativo

Ricardo disse...

Toma engov...

Anônimo disse...

"bispo Macedo não está aí, firme e forte, apesar de todas as acusações de trambicagem, vídeos com ele ensinando seu séquito a roubar e tudo o mais?"

É díficil... A pessoa vê, mas faz que não vê e segue em frente. Não ter as estruturas abaladas é sempre melhor. Imagina ter de se refazer e sem alguém para ditar o rumo?

Não é pra qualquer um. Mas cá estamos nós! E amém! (ai, este viés religioso me pegou! rsrsrs)

Um abraço, Ricardo,
Helena.

Catellius disse...

Caro Rodrigo,

Apesar de eu achar a Infalibilidade Papal uma grande bobagem, empurrada goela abaixo por um Pio IX que rugia para não perder poder temporal e que quase causou novo cisma na cristandade por causa disso, tenho que reconhecer que as seguintes linhas de seu post não fazem sentido:

"O Papa não deixa de ser um homem como outro qualquer, e crer que tudo sobre religião que este homem falível diz é a mais pura e irrefutável – além de inquestionável – verdade, é a postura de quem quer ser doutrinado em vez de pensar por conta própria."

O Papa só é infalível quando fala ex cathedra (da cadeira). Até hoje usou a idiota prerrogativa para dizer que Maria ascendeu aos céus e que nasceu sem pecado original (imaculada conceição) - duas coisas impossíveis de serem comprovadas ou refutadas. É como eu usar minha infalibilidade para dizer que um duende invisível passeou no dia 03 de março de 1950 no lado escuro da Lua. Quando reforça uma crença tradicional da igreja considera-se que está falando ex cathedra também. Por exemplo, se disser que o pãozinho ázimo sem data de validade que se distribui na igreja é o corpo de Cristo, estará reforçando afirmações de concílios anteriores. Nesta hora ele também estaria se pronunciando ex cathedra . Então se o Papa fala sobre o islamismo ele não está sendo infalível (você escreveu "tudo sobre religião que este homem diz"), ou sobre camisinha ou sobre inúmeros outros assuntos. O próprio Concílio do Vaticano II foi pastoral, uma mera orientação, e portanto não obrigado ser seguido.

Para você, diretamente de Pio IX:
- Encíclica Quanta Cura
- Apêndice Sílabo que abarca os principais erros do nosso tempo

Os textos são hilariantes.
Para você, caro Rodrigo, recomendo mais pesquisa, para não "pegar mal" para o resto dos ateus...
Um abraço

Catellius disse...

errata:
ao invés de "e portanto não obrigado ser seguido" entenda-se "e portanto não obrigatório"

Anônimo disse...

"Algunos hombres se niegan a reconecer la profundidad de algo porque exigem de lo profundo que se manifieste igual que lo superficial.No aceptando que haya varias especies de claridad se atienen exclusivamente a la peculiar claridad de las superficies"-"Meditaciones del Quijote"-Jose Ortega y Gasset
Como sempre,você fica na superfície
e no visível,confunde a religiosidade humana,algo inato à nossa psicologia,com uma visível INSTITUIÇÃO COLETIVA que se apropria do sagrado.Você só enxerga
dinheiro,egoísmo,poder,ignorância,
e meia dúzia de valôres ou conceitos em todos os atos humanos,
mas seu objetivo de fundo-se consciente ou não pouco importa-é destruir as bases de nossa Civilização,como se ela tivesse começado no seu querido "Século da Luzes",e do Terror jacobino.Você faz "tabula rasa" de tudo que vem antes ou que não está de acordo com o seu credo.
Agora começo a perceber porque o liberalismo racionalista extremado,
como o seu,só vige numa casta de intelectuais arrogantes,que despreza os seres humanos reais.
Você não é extremista?Bem,vejamos a sua pérola escrita para o
"Instituto LiberaL":
"Crenças morais que dizem respeito
apenas à conduta individual que não interfere diretamente na esfera
protegida das outras pessoas não justificam coerção.Pode-se pensar em alguns exemplos como a prostituição entre adultos responsáveis(!) ou mesmo algo mais extremo,como a VENDA DE UM RIM,que podem ser atitudes moralmente condenáveis para muitos,mas que impactam apenas as vidas dos envolvidos"
Bem,então vamos inaugurar uma
"Bolsa de Órgãos Humanos",sob o comando dos "Chicago's boys" de Milton Friedman.Legalizar a auto-mutilação demonstra desapreço pela vida humana(os efeitos podem ser nefastos para o "vendedor"),não impedirá o surgimento de um "mercado negro de órgãos",e daí nem sei mais o que pode vir.Você fala sem parar do indivíduo,mas isto parece-me uma abstração,não são seres humanos reais,não sinto qualquer compaixão de sua parte pelos não iluminados como Sua Excelência.

Catellius disse...

Recomendo que salve o link do Catecismo da Igreja Católica, para futuras pesquisas:

Sobre Infalibilidade Papal lemos por lá:

I.30.4 Infalibilidade do Sumo Pontífice

§891 "Goza desta infalibilidade o Pontífice Romano, chefe do colégio dos Bispos, por força de seu cargo quando, na qualidade de pastor e doutor supremo de todos os fiéis e encarregado de confirmar seus irmãos na fé, proclama, por um ato definitivo, um ponto de doutrina que concerne à fé ou aos costumes... A infalibilidade prometida à Igreja reside também no corpo episcopal quando este exerce seu magistério supremo em união com o sucessor de Pedro", sobretudo em um Concílio Ecumênico. Quando, por seu Magistério supremo, a Igreja propõe alguma coisa "a crer como sendo revelada por Deus" como ensinamento de Cristo, "é preciso aderir na obediência da fé a tais definições. Esta infalibilidade tem a mesma extensão que o próprio depósito da Revelação divina.


Repetindo, o Concílio do Vaticano II não foi infalível mas pastoral. Para mim infalível ou não, tudo não passa de bobagem. E acho que a maioria dos católicos nunca parou para pensar no tamanho da bobagem que é Maria ter ascendido aos céus em corpo e alma (considerando que alma existe...).

Thiago Rachid disse...

Essa foto deu um tom de deboche ao artigo. Sugiro mudá-la. Me senti sinceramente ofendido.

Anônimo disse...

"Com isso em mente, a crença na infalibilidade do Papa é algo extremamente perigoso." Para quem? Para você? Para quem não é da Igreja e nem é católico? E, ainda que fosse, alguém é obrigado a permanecer católico? Faça-me o favor.

"No mundo secular, a Igreja achava-se vulnerável, e os avanços da ciência assustavam. A infalibilidade servia para excluir todo argumento." Ah é? Tão vulnerável e tão assustada que, em 140 anos deste dogma, a prerrogativa foi usada em uma única e somente oportunidade, e em matéria que não tem nada de secular.

Francamente.

Jeová disse...

Thiago, eu pensei a mesma coisa que vc, mas, na hora de digitar, me toquei do sentido da foto:

Se Mr. Bean virasse o papa, ele seria infalível ?

Acho que ela não deu um tom de deboche, mas, por ela poder ser mal interpretada, é melhor o Rodrigo mudá-la, sob pena de Olavo de Carvalho - filósofo de muita "crasse" - mandá-lo tomar no cu.

Rodrigo Constantino disse...

Thiago, já usei aqui no blog aquela charge de Maomé com uma bomba da cabeça, motivo daquele problema todo com a Dinamarca. Defendia a liberdade de expressão. Não vi um único conservador cristão, até então meus admiradores, reclamando. O alvo era o Islã.

Aliás, não deixa de ser curioso ver gente hoje pedindo para eu voltar a falar apenas de economia. Jamais fiz isso! Defendo o Liberalismo, algo muito mais amplo de economia. Só que antes o alvo não era a ICAR, então os católicos não se importavam. Agora ficam chateados, mas eu sou o mesmo, e trato o tema com a mesma objetividade de sempre, que usei nos demais assuntos.

O Jeová pegou bem o espírito da coisa. O Papa é como qualquer outro homem, não é infalível. O Mr. Bean dá essa idéia, além de ser uma foto bem engraçada, e a primeira que aparece quando digitamos habemus papam em imagens do Google.

Rodrigo

Rodrigo Constantino disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

"Como índios, essas pessoas vivem num mundo distante da realidade."

"santa ignorância"
Ei cara, explica isso direito por favor. Quer dizer que os índios vivem numa ilusão virtual gerada por computadores? Numa matrix? (hahaha!)
É claro que dá para prever mais ou menos o que você pretendeu dizer, contudo, organize direito suas palavras, amigo, para que elas não dêem margens a ambigüidades ok!?

José Antonio

Thiago Rachid disse...

Eu não sou muçulmano, portanto, não tinha como me sentir ofendido com a charge de Maomé. Não me manifestei pq aquilo era indiferente pra mim. Se algum muçulmano se ofendeu, que reclamasse.

A Infalibilidade Papal não significa o que vc tratou no seu artigo. Ele é equivocado. A Infalibilidade Papal se restringe à matéria dogmática, à doutrina Cristã; não há que se falar em papa infalível. João Paulo II fez "mea culpa" por erros de outros sucessores de Pedro. Não ter ai sentido essa "mea culpa" se eles fossem infalíveis como vc acha que eles se julgam.

Leia sobre a Infalibilidade Papal e verá que a "mea culpa" desta vez terá que ser sua.

Um abraço.

Ricardo disse...

Quanta falta de humor! Quanta falsa indignação! Quer dizer que uma inocente charge do papa ofende os papa-hóstias? A coisa fica ainda mais hipócrita quando dizem que pouco se lhe dão quando os islâmicos são satirizados. Quer dizer que pau de Chico não dá em Francisco?

Isso sim, é uma piada, e de extremo mau-gosto.

Ricardo disse...

Rodrigo, você tirou a charge do papa?

Anônimo disse...

Gays fizeram uma peça em que mostravam Jesus como um bicha.

Não aconteceu nada.

Uma charge de maomé causou uma caos na Dinamarca.


Realmente a igreja católico e os católicos arrombam com o mundo não é verdade Rodrigo

Ricardo disse...

Thiago, com tanta indignação, quer causar "uma caos" aqui também.

O que será que se passa na cabeça de Thiago? Será que minha foto também provoca tanta indignação? Ela não é montagem, é apenas JPII fazendo gracinhas para os fotógrafos, tal como um homem normal que ele sempre foi e que nunca se aborreceu ao ser caricaturado, muito pelo contrário, ele morria de rir. (antes que me detonem por essa afirmação, isso consta na biografia dele, um tijolo de 900 páginas).

Anônimo disse...

Acho que ao invés de emitir comentários superficiais sobre religião você poderia nos dar o privilégio de publicar um texto comentando o filme-documentário "The Corporation" - http://www.thecorporation.com/index.cfm?page_id=2 . Que tal?

um abraço,

Há nas locadoras, mas também no google video:
http://video.google.com/videoplay?docid=-3969792790081230711

Daniel

Da C.I.A. disse...

Rodrigo,

Reconheço em você a ânsia e luta pelo conhecimento. Nisto eu lhe dou os parabéns, quiçá todos fossem como você.
Porém, devo alertá-lo: Se toda vez que você se encantar com um livro ou autor recém-absorvido vier a escrever sobre, correrá sempre o risco de ser massacrado por pessoas mais experientes no assunto.
Foi assim quando você se envolveu no debate com Olavo de Carvalho: Quantas eram suas fontes para argumentar contra ele? 3 ou 4? Muito pouco, muito pouco.
E agora você vem falar de infalibilidade papal... Ora bolas, este é um assunto que não está "em pauta" em lugar nenhum. Por que então trazê-lo a debate e justamente para criticá-lo? Pior ainda, tomando por base "UM" livro.

Quero deixar bem claro que não sou cristão. Porém, coisa que não faço é me meter em assuntos deles. Primeiro por covardia e segundo por ignorância! Por fim, por um pouquinho de prudência. Sinceramente, quando vejo os seus ataques a dogmas católicos sempre me pego a pensar que a você definitivamente não sofre do meu mal de covardia. Porém, compensa exacerbando os outros dois males. Tente corrigir-se!

Anônimo disse...

Ricardo

Não entendi foi pra mim ou pro outro Thiago.

Se foi pra mim nao quero causar nenhum caos não. Apenas que a igreja católica e cristãos são avacalhados mundo afora e pouco acontece ou reações violentas não ocorrem ao contrário do islamismo.

Se é a decadência católica ou tolerância católica á críticas, cabe discussão.

Anônimo disse...

Rodrigo, me desculpe a intromissão, mas é que eu sou chato mesmo.

Eu gostaria de perguntar ao Angelo qual é o problema em ser "massacrado" por pessoas mais experientes? Se o sujeito tem um blog, ele escreve o que bem entender, independente da aceitação ou não de quem quer que seja. Se você vem aqui é porque quer, nada lhe obriga, se você não quer discussão, não venha mais. Não há nada que obrigue a ninguém a ser o dono da verdade e nem o Rodrigo se arvora disso. Se ele se "arrisca" a dar suas opiniões, é problema dele, ciente que é das argumentações contrárias que possam vir.

Eu mesmo sou um borra-botas que sempre ouso mais do que permite meu conhecimento, mas sempre na ânsia de buscar nas respostas às minhas escrevinhações, mais alguma coisa que eu possa aproveitar. Não há demérito nenhum em se perder uma discussão.

Além de tudo, não há "assunto em pauta" da moda. Todos os assuntos vêm do Rodrigo e cabe aos comentaristas esticá-los ou não. Não cabe a mais ninguém interferir na escolha do dono de um blog.

Certamente sua covardia confessa é a resposta às suas sugestões.

Da C.I.A. disse...

Ricardo,

Você bem leu meu comentário. Pois então, vou dizer de uma outra forma: Eu não entro em debate para perder! Eu não defino uma opinião e depois saio a correr pelas justificativas. Dou exemplo disto sobre um debate em que me envolvi a respeito de pedagogia. Eu era um leigo no assunto e volta e meia era provocado por duas pedagogas petistas. PEsquisei, especialmente as "bíblias" delas para estar pronto e constatei o que deveria estar na minha cara: Eles só macaqueavam opiniões de terceiros. Isto mesmo, nem sequer os livros fundamentais das idéias que defendiam elas tinham lido.

Volto ao caso do Rodrigo. O que ele conhece da história católica? Para ficar no básico, ele já leu Santo Agostinho, Padre Vieira ou São Tomaz de Aquino? Então como é que vai se meter a criticar dogmas do cristianismo e em especial do catolicismo? Leviandade, para ficar no mínimo.
Eu não me meto a discutir teorias físicas com minha esposa: Não tenho conhecimento no assunto. Sou sim um covarde, mas sou também prudente. E tento não ser arrogante.
O Rodrigo tem todo o direito de escrever sobre o que quiser. Eu mesmo tenho um blogue e escrevo livremente, sou como ele. O que eu não faço é invadir terrenos que não conheço. Por exemplo, não lancei nenhum comentário sobre o acidente do Legacy. Isto é bem básico mas admitir a ignorância em determinados assuntos é o ponto inicial para ir atrás e aprender. Será que Rodrigo admite a própria ignorância em assuntos católicos? Será que ele admite que "perdeu" na discussão com Olavo?

Que ele não tenha a presunção de conhecimento, só isto que recomendo. E a ele, mais uma coisa:
Meus parabéns. Seus fãs são fiéis mesmo. Comportam-se até como cheerleaders!

Anônimo disse...

Não seja óbvio! É claro que ninguém entra em debate para perder.

Acontece que isso aqui não é nenhuma academia de ciências econômicas, de teologia ou de qualquer outra coisa. Ninguém é obrigado a ter profundos conhecimentos de coisa nenhuma para dar sua opinião. Falando especificamente sobre dogmas, sejam eles do catolicismo, do marxismo ou do liberalismo, é permitido dizer que todos são grandes besteiras sim, mesmo que não se tenha o conhecimento profundo do tema, até porque, se quem os criou não soube explicar, por que haveríamos de acreditar?

Você comete o erro de achar que cultura demais dá autoridade a alguém. De que adiantaria eu ficar aqui por horas dissertando sobre a filosofia barata de Thomaz de Aquino se ele mesmo, o pinçador, não conseguiu explicar nada sobre dogmas, que são o xis da questão? Eu como ex-usuário do catolicismo e mesmo sem ser estudioso no assunto, tenho todo o direito de emitir uma opinião correta, criticando as sandices cometidas em seu nome, mesmo sem ter conhecimento de uma palavra sequer dos "sábios" sugeridos por você.

Quanto a ser cheerleader do Rodrigo, pouco me importa. Eu fiz exatamente a mesma observação em um site petista, em que eu era persona non grata, quando alguém como você pediu a um dos articulistas que não falasse sobre um determinado tema sem conhecimento. Gozado que tive o mesmo tipo de resposta, sendo acusado de puxa-saquismo desvairado.

O que eu defendo é o direito de se falar o que bem entender, modus in rebus, e de se arriscar a sair perdendo. Como esse não é o seu caso, tenho a impressão que você vai acabar falando sozinho.

Anônimo disse...

Rodrigo Constantino,

Falar mal é algo tão comum que qualquer um o faz. Pensei que tal vício não virasse um artigo seu, "para que outros se dispusessem a analisá-lo". Afinal, o quê há para refletir diante de tudo o que escreveu? Só de olhar para a foto caricaturada que v. pôs, imaginamos o que lhe move: inveja, ódio, birra, ou tudo isso misturado?

Admita: qualquer professor comunista que se move por ódio à Santa Igreja, falaria mal "tão pior" quanto você.

Admita: sua semelhança com um professor de quinta categoria comunista é muito grande: você luta pela "liberdade" de falar m., ele também.

Admita: seu artigo está um lixo. Fale mal, mas por favor, fale mal "menos pior". Vamos, eu creio que você ainda consegue superar sua auto-estupidez. Você pode falar "mais mal" do que isso, depois, peça à mais fofoqueira do seu ambiente de trabalho para indicar se o índice de vulgaridade está razoável. Você tem potencial, consegue ser pior do que isso, claro que consegue!

Rodrigo Constantino disse...

Emanuelle, se vc for a da Rede Liberal, conheço seu fanatismo de longa data.

Não tenho ódio, apenas amo demais a liberdade, e condeno tudo que se coloca contra ela.

Vc não rebateu ponto específico algum do artigo. Preferiu apenas xingar. Entendo. Os crentes costumam reagir assim. A razão não mais lhes serve quando o tema é religião.

Sobre a foto, é apenas uma brincadeira que serve para mostrar que o Papa é um homem como outro qualquer. Já usei aquela de Maomé com uma bomba no turbante, quando ataquei os fanáticos por conta das charges do jornal dinamarquês. Liberdade de expressão! Não preciso tratar como sagrado algo que não é sagrado para mim.

Rodrigo

Anônimo disse...

Emanuele era aquela que dizia que católicos são superiores aos protestantes e que estes são superiores aos ateus.

Também foi aquela que disse que só se pode negar algo se esse algo for verdadeiro ...hohoho! ...isso entre muitas idiotices mais e desonestidades e simulações, que foram expostas cruamente.

Ah! também descobriu numa leitura que pagar pelas indulgência era perfeitamente moral ...hehehe!

e o milagre da transubstanciação? ....hehehe! foi um bom debate.

É uma representante padrão do tipo ideológico.

Abs
C. Mouro

Anônimo disse...

Quanta besteira.
Pense mais e escreva menos

Anônimo disse...

sr. Constantino, vergonha dos ateus.

Por essa eu não esperava! Foi tão profundo que até um ateu teve de lhe fazer uma "pequena" correção, pra evitar que continue a envergonhar os membros da tua crença.

Porquê o sr. n tenta dar uma olhada rápida na Constituição Dogmática Pastor Aeternus, do Vaticano I? Pra sua surpresa, é simplesmente o primeiro texto que o deveria ter lido antes de escrever sobre a infalibilidade papal (supondo que o sr. fosse um estudante sério, claro).

Anônimo disse...

"continue a envergonhar os membros da tua crença"

que crença? hehehehehehe

Anônimo disse...

parabens sua incompetencia é algo muito engraçado de ser ver.
Incrivel como se forma burros no mundo.