Idéias de um livre pensador sem medo da polêmica ou da patrulha dos "politicamente corretos".
quarta-feira, março 31, 2010
O Despertar dos Vigilantes
Rodrigo Constantino
Durante décadas, os investidores dos bonds americanos foram conhecidos como "vigilantes". Sempre alertas aos excessos na gastança governamental, esses investidores costumavam ser os primeiros a "acusar o golpe" quando um governo se empolgava demais na irresponsabilidade fiscal. Nos últimos anos, entretanto, alguns chegaram a questionar se os "vigilantes" estavam dormindo, hibernando após um longo período de elevado crescimento econômico com baixa inflação.
Vários fatores estruturais e conjunturais podem explicar, em parte, este "conundrum", como chamou Greenspan. A entrada de bilhões de trabalhadores indianos e chineses no mercado, aceitando baixos salários, pressionou os preços finais para baixo. A revolução tecnológica gerou enormes ganhos de produtividade, permitindo elevado crescimento sem aumento dos preços finais. O "savings glut", segundo Bernanke, ajudou a manter a taxa de juros reduzida nos Estados Unidos, pois haveria um "excesso de poupança" nos países emergentes, sem a devida segurança para aplicarem nos títulos de seus próprios governos. O "flight to quality" (ou "flight to liquidity") durante a crise mundial fez com que os títulos do governo americano fossem o refúgio natural para todos os investidores assustados. O receio de que o "credit crunch" poderia gerar um longo período de deflação, como ocorreu no Japão, também é uma possível explicação.
Cada um apresentou a sua explicação para o fenômeno aparentemente estranho. O fato é que as taxas longas de juros dos títulos do governo americano não mostravam preocupação com o risco de inflação, mesmo com um governo cada vez mais irresponsável nos gastos, e um banco central (Fed) emitindo moeda e crédito de forma alucinada. Será que esta fase chegou finalmente ao fim? Será que a aversão ao risco está aumentando agora? Será que os "vigilantes" acordaram e começaram a exigir maiores retornos de um devedor cada vez mais cigarra e menos formiga? A taxa de juros de 10 anos, por exemplo, já se aproxima de 4% ao ano.
Se for este o caso, a conta vai ficar cada vez mais salgada para os pagadores de impostos americanos. A dívida do governo cresceu de forma assustadora, o déficit fiscal explodiu, e a perspectiva futura não é muito animadora. Enquanto isso, Obama “brinca” de fazer caridade com o chapéu alheio, impondo planos de saúde para todos e jogando o custo nas empresas. Os Estados Unidos estão cada vez mais parecidos com um típico país europeu, adepto do welfare state coletivista. Essa trajetória não costuma acabar nada bem. Investidores não ficam confortáveis – com razão – ao emprestar suas poupanças para governos que colocam o “social” acima de tudo, ignorando as calculadoras.
O avanço do governo americano sobre a economia vai criar um peso sob a iniciativa privada que poderá limitar o crescimento futuro. A emissão de mais dívida do governo poderá causar o conhecido “crowding out”, ou seja, quando o governo espanta investimentos privados por absorver o capital escasso com seus “investimentos”, inevitavelmente piores, pois realizados com critérios políticos. Em suma, os Estados Unidos, mais e mais parecidos com a França, poderão ser forçados a pagar juros maiores à frente. O mercado, por meio dos “vigilantes” dos bonds, pode ter finalmente acusado o golpe. Melhor o governo prevenir agora, encolhendo de tamanho e reduzindo suas ambições “socialistas”, do que remediar depois, como a Grécia está sendo obrigada a fazer. There is no free lunch!
terça-feira, março 30, 2010
Google x China
Rodrigo Constantino, O GLOBO
Aqueles que abandonariam a liberdade essencial para comprar um pouco de segurança temporária não merecem nem liberdade, nem segurança.
Benjamin Franklin
-
Governo algum gosta da liberdade de imprensa. As críticas, a exposição de fatos incômodos, a investigação, a disseminação de mais informação, tudo isso representa uma ameaça aos governantes. A internet é uma poderosa arma em prol da liberdade de expressão e, por isso, governantes do mundo todo pensam numa forma de controlá-la. Claro que esta tarefa fica bem mais fácil sob uma ditadura.
Em Cuba, a internet é item de luxo para poucos, e corajosos blogueiros se arriscam clandestinamente para mostrar a lamentável realidade da ilha-presídio. Na Venezuela, o caudilho Hugo Chávez já declarou que pretende controlar a internet, após ter calado os jornais, rádios e televisões com o uso da máquina opressora do Estado. Na China não seria diferente, e o Partido Comunista Chinês vem tentando controlar a internet a cada dia. Mas a ditadura finalmente encontrou um obstáculo: a ética do maior site de busca do mundo.
O debate sobre o que fazer em relação à presença na China tem dominado a agenda dos principais executivos do Google, desde que o governo intensificou a censura na internet. Sergey Brin, o jovem bilionário fundador da empresa, resolveu comprar uma briga com o regime. Seus pais tiveram que fugir com ele da União Soviética, justamente por não suportarem mais viver sob uma ditadura comunista. Brin aprendeu com seu pai a valorizar a liberdade de buscar seus “próprios sonhos de empreendimento”. O Google representa uma fantástica ferramenta no auxílio de milhões de pessoas buscando justamente isso. É uma estupenda conquista do empreendedorismo no livre mercado.
Para todos aqueles que insistem em repetir o credo marxista de que o poder está todo no capital, o caso da guerra entre Google e governo chinês é sintomático. O Google é uma empresa com cerca de US$ 180 bilhões de valor de mercado. Entretanto, parece impotente diante do poder do governo chinês. É a luta entre Davi e Golias. Na Rússia, o mais rico dos oligarcas foi esmagado em poucas semanas pelo Kremlin de Putin, quando se mostrou interessado pelo destino da política no país. Quando o governo concentra tanto poder assim, qualquer empresário é um simples refém seu. O alerta deveria ser levado a sério por aqueles que acreditam que podem alimentar o monstro estatal na esperança de controlá-lo depois: acabam sempre devorados pela criatura.
Sergey Brin disse que espera a liberalização da internet na China como solução de longo prazo para o impasse. Todos aqueles que valorizam a liberdade torcem pelo mesmo resultado. Mas a luta será árdua, desigual, e o governo chinês conta com ampla vantagem no momento. Preservar a liberdade é uma tarefa hercúlea neste mundo repleto de autoritarismo. Mas é uma luta que vale a pena. Não desejamos mártires que sacrifiquem tudo por este ideal. Entretanto, não deixa de ser estimulante ver uma empresa deste porte disposta a sacrificar uma fortuna em faturamento, por compreender que ultrapassaram seu “limite de conforto”. Na batalha entre Google e governo chinês, entre capitalismo e socialismo, entre empreendedor e parasita, entre liberdade e tirania, não resta dúvida de qual partido tomar.
Em tempo: o Brasil ainda não está sob uma ditadura, mas o caso serve como alerta, principalmente quando o governo tenta impor nova censura à imprensa, sob o eufemismo de “controle social”. Algumas pessoas sonham até hoje com o modelo cubano.
Aqueles que abandonariam a liberdade essencial para comprar um pouco de segurança temporária não merecem nem liberdade, nem segurança.
Benjamin Franklin
-
Governo algum gosta da liberdade de imprensa. As críticas, a exposição de fatos incômodos, a investigação, a disseminação de mais informação, tudo isso representa uma ameaça aos governantes. A internet é uma poderosa arma em prol da liberdade de expressão e, por isso, governantes do mundo todo pensam numa forma de controlá-la. Claro que esta tarefa fica bem mais fácil sob uma ditadura.
Em Cuba, a internet é item de luxo para poucos, e corajosos blogueiros se arriscam clandestinamente para mostrar a lamentável realidade da ilha-presídio. Na Venezuela, o caudilho Hugo Chávez já declarou que pretende controlar a internet, após ter calado os jornais, rádios e televisões com o uso da máquina opressora do Estado. Na China não seria diferente, e o Partido Comunista Chinês vem tentando controlar a internet a cada dia. Mas a ditadura finalmente encontrou um obstáculo: a ética do maior site de busca do mundo.
O debate sobre o que fazer em relação à presença na China tem dominado a agenda dos principais executivos do Google, desde que o governo intensificou a censura na internet. Sergey Brin, o jovem bilionário fundador da empresa, resolveu comprar uma briga com o regime. Seus pais tiveram que fugir com ele da União Soviética, justamente por não suportarem mais viver sob uma ditadura comunista. Brin aprendeu com seu pai a valorizar a liberdade de buscar seus “próprios sonhos de empreendimento”. O Google representa uma fantástica ferramenta no auxílio de milhões de pessoas buscando justamente isso. É uma estupenda conquista do empreendedorismo no livre mercado.
Para todos aqueles que insistem em repetir o credo marxista de que o poder está todo no capital, o caso da guerra entre Google e governo chinês é sintomático. O Google é uma empresa com cerca de US$ 180 bilhões de valor de mercado. Entretanto, parece impotente diante do poder do governo chinês. É a luta entre Davi e Golias. Na Rússia, o mais rico dos oligarcas foi esmagado em poucas semanas pelo Kremlin de Putin, quando se mostrou interessado pelo destino da política no país. Quando o governo concentra tanto poder assim, qualquer empresário é um simples refém seu. O alerta deveria ser levado a sério por aqueles que acreditam que podem alimentar o monstro estatal na esperança de controlá-lo depois: acabam sempre devorados pela criatura.
Sergey Brin disse que espera a liberalização da internet na China como solução de longo prazo para o impasse. Todos aqueles que valorizam a liberdade torcem pelo mesmo resultado. Mas a luta será árdua, desigual, e o governo chinês conta com ampla vantagem no momento. Preservar a liberdade é uma tarefa hercúlea neste mundo repleto de autoritarismo. Mas é uma luta que vale a pena. Não desejamos mártires que sacrifiquem tudo por este ideal. Entretanto, não deixa de ser estimulante ver uma empresa deste porte disposta a sacrificar uma fortuna em faturamento, por compreender que ultrapassaram seu “limite de conforto”. Na batalha entre Google e governo chinês, entre capitalismo e socialismo, entre empreendedor e parasita, entre liberdade e tirania, não resta dúvida de qual partido tomar.
Em tempo: o Brasil ainda não está sob uma ditadura, mas o caso serve como alerta, principalmente quando o governo tenta impor nova censura à imprensa, sob o eufemismo de “controle social”. Algumas pessoas sonham até hoje com o modelo cubano.
Riscos e gargalos condenam país a voo de galinha
Palavra do gestor, Valor Econômico
Rodrigo Constantino
30/03/2010
A economia brasileira recuou 0,2% em 2009, o pior resultado desde 1992. O investimento caiu quase 10% no ano, enquanto o consumo - tanto das famílias como do governo - puxou o resultado para cima, com aumento de aproximadamente 4%.
A transferência de recursos do governo e o crédito público fizeram com que a queda na atividade econômica não fosse um tsunami. Em termos relativos ao resto do mundo, até que o Brasil não ficou mal na foto, e o índice de ações da Bovespa mostra que os investidores voltaram a apostar no crescimento do país.
O problema é que tais estímulos artificiais não são sustentáveis; a inflação já começa a incomodar, com o mercado esperando mais de 5% no ano, o que gera a necessidade de aumento dos juros. Além disso, os gargalos de sempre permanecem, fazendo com que nossa economia experimente apenas voos de galinha.
Alguns dados produzem extremo desconforto nos investidores de longo prazo. A dívida pública já chega a R$ 1,5 trilhão, e o endividamento bruto cresce em ritmo acelerado. O governo apresenta déficit nominal crescente, parte explicada pelas medidas durante a crise.
O crédito público já representa quase a metade do total de financiamento no país: ele saiu de 12% do Produto Interno Bruto (PIB) em meados de 2008 para quase 20% no final de 2009. O grau de alavancagem dos bancos estatais experimentou um crescimento assustador, ainda mais se comparado ao ocorrido nos bancos privados, que reduziram seu risco.
O crédito imobiliário foi o que mais cresceu, com aumento de 40% em 2009. A base ainda é pequena, mas o crescimento na margem, principalmente por meio do programa "Minha Casa, Minha Vida", eleva o risco do sistema de crédito como um todo.
O prazo médio do empréstimo para pessoa física cresce sem parar, tendo saído de pouco mais de 300 dias corridos no começo de 2006 para mais de 500 dias corridos atualmente. Os desembolsos do BNDES dispararam, saltando de cerca de R$ 50 bilhões em 2006 para quase R$ 140 bilhões ano passado. Algo como 85% desses desembolsos vão para grandes empresas.
A despesa com pessoal da União subiu R$ 25 bilhões em apenas dois anos. As transferências por meio do programa Bolsa Família aumentam a cada ano. Tais medidas não são anticíclicas como alega o governo, pois não serão desfeitas com a recuperação já em curso da economia.
Elas estimulam o crescimento no curto prazo, mas sob pilares de areia, uma vez que a poupança e os investimentos em capital produtivo não crescem praticamente nada. Com uma poupança de pouco mais que 15% do PIB, o país não consegue plantar as sementes de um crescimento mais sustentável.
Para agravar as perspectivas de longo prazo, o rombo previdenciário superior a R$ 40 bilhões por ano parece uma bomba-relógio, apesar da demografia favorável no país. A carga tributária já está em patamares escandinavos, apesar dos serviços "africanos".
A concentração da arrecadação tributária em Brasília aumenta a cada ano, matando na prática o federalismo. Isso serve para reduzir a eficiência na alocação dos recursos escassos, uma vez que as decisões acabam sendo políticas, e a corrupção drena boa parte das verbas. Os investimentos necessários não são realizados, e os gargalos, como infraestrutura, energia e qualificação da mão de obra, impedem um voo de águia em nossa economia.
Uma sociedade de cigarras, sem tantas formigas, acaba sempre se dando mal quando a conta chega. A Grécia pode atestar isso de forma lamentável. A realidade não pode ser ignorada por muito tempo.
Crescer só com base no crédito estatal e no consumo, sem a contrapartida de mais poupança e investimento, não é um modelo de desenvolvimento sustentável. Sem reformas estruturais, e sem uma drástica redução do governo na economia, o país estará sempre vulnerável aos choques externos e aos limites internos. Não podemos nos deixar enganar pela aparente tranquilidade, achando que a "marolinha" passou. O crescimento atual conta com muitos fatores artificiais e cíclicos, ou seja, insustentáveis. Precisamos de mais formigas e menos cigarras.
O Ibovespa surfa a boa onda do momento brasileiro, principalmente diante de um mundo em frangalhos. Mas até quando este cenário pode durar ninguém sabe. O risco de um superaquecimento chinês ainda existe, assim como a delicada questão europeia. Nos Estados Unidos, tudo indica que a recuperação econômica será bastante lenta, justificando a manutenção da taxa de juros em quase zero. Mas no dia em que esta moleza acabar, seria crucial que o Brasil estivesse preparado para crescer sem depender dos estímulos artificiais do governo.
Rodrigo Constantino
30/03/2010
A economia brasileira recuou 0,2% em 2009, o pior resultado desde 1992. O investimento caiu quase 10% no ano, enquanto o consumo - tanto das famílias como do governo - puxou o resultado para cima, com aumento de aproximadamente 4%.
A transferência de recursos do governo e o crédito público fizeram com que a queda na atividade econômica não fosse um tsunami. Em termos relativos ao resto do mundo, até que o Brasil não ficou mal na foto, e o índice de ações da Bovespa mostra que os investidores voltaram a apostar no crescimento do país.
O problema é que tais estímulos artificiais não são sustentáveis; a inflação já começa a incomodar, com o mercado esperando mais de 5% no ano, o que gera a necessidade de aumento dos juros. Além disso, os gargalos de sempre permanecem, fazendo com que nossa economia experimente apenas voos de galinha.
Alguns dados produzem extremo desconforto nos investidores de longo prazo. A dívida pública já chega a R$ 1,5 trilhão, e o endividamento bruto cresce em ritmo acelerado. O governo apresenta déficit nominal crescente, parte explicada pelas medidas durante a crise.
O crédito público já representa quase a metade do total de financiamento no país: ele saiu de 12% do Produto Interno Bruto (PIB) em meados de 2008 para quase 20% no final de 2009. O grau de alavancagem dos bancos estatais experimentou um crescimento assustador, ainda mais se comparado ao ocorrido nos bancos privados, que reduziram seu risco.
O crédito imobiliário foi o que mais cresceu, com aumento de 40% em 2009. A base ainda é pequena, mas o crescimento na margem, principalmente por meio do programa "Minha Casa, Minha Vida", eleva o risco do sistema de crédito como um todo.
O prazo médio do empréstimo para pessoa física cresce sem parar, tendo saído de pouco mais de 300 dias corridos no começo de 2006 para mais de 500 dias corridos atualmente. Os desembolsos do BNDES dispararam, saltando de cerca de R$ 50 bilhões em 2006 para quase R$ 140 bilhões ano passado. Algo como 85% desses desembolsos vão para grandes empresas.
A despesa com pessoal da União subiu R$ 25 bilhões em apenas dois anos. As transferências por meio do programa Bolsa Família aumentam a cada ano. Tais medidas não são anticíclicas como alega o governo, pois não serão desfeitas com a recuperação já em curso da economia.
Elas estimulam o crescimento no curto prazo, mas sob pilares de areia, uma vez que a poupança e os investimentos em capital produtivo não crescem praticamente nada. Com uma poupança de pouco mais que 15% do PIB, o país não consegue plantar as sementes de um crescimento mais sustentável.
Para agravar as perspectivas de longo prazo, o rombo previdenciário superior a R$ 40 bilhões por ano parece uma bomba-relógio, apesar da demografia favorável no país. A carga tributária já está em patamares escandinavos, apesar dos serviços "africanos".
A concentração da arrecadação tributária em Brasília aumenta a cada ano, matando na prática o federalismo. Isso serve para reduzir a eficiência na alocação dos recursos escassos, uma vez que as decisões acabam sendo políticas, e a corrupção drena boa parte das verbas. Os investimentos necessários não são realizados, e os gargalos, como infraestrutura, energia e qualificação da mão de obra, impedem um voo de águia em nossa economia.
Uma sociedade de cigarras, sem tantas formigas, acaba sempre se dando mal quando a conta chega. A Grécia pode atestar isso de forma lamentável. A realidade não pode ser ignorada por muito tempo.
Crescer só com base no crédito estatal e no consumo, sem a contrapartida de mais poupança e investimento, não é um modelo de desenvolvimento sustentável. Sem reformas estruturais, e sem uma drástica redução do governo na economia, o país estará sempre vulnerável aos choques externos e aos limites internos. Não podemos nos deixar enganar pela aparente tranquilidade, achando que a "marolinha" passou. O crescimento atual conta com muitos fatores artificiais e cíclicos, ou seja, insustentáveis. Precisamos de mais formigas e menos cigarras.
O Ibovespa surfa a boa onda do momento brasileiro, principalmente diante de um mundo em frangalhos. Mas até quando este cenário pode durar ninguém sabe. O risco de um superaquecimento chinês ainda existe, assim como a delicada questão europeia. Nos Estados Unidos, tudo indica que a recuperação econômica será bastante lenta, justificando a manutenção da taxa de juros em quase zero. Mas no dia em que esta moleza acabar, seria crucial que o Brasil estivesse preparado para crescer sem depender dos estímulos artificiais do governo.
segunda-feira, março 29, 2010
A matéria do WSJ
Rodrigo Costantino
Em matéria sobre o Brasil, o renomado The Wall Street Journal conclui, de forma bastante otimista, que o amanhã chegou para o "país do futuro". Naturalmente, alguns esquerdistas já correram para soltar fogos de artifício: viva Lula! Seria bom mais cautela para esta turma, que já se queimou com a comemoração precipitada da matéria da The Economist com o Cristo Redentor na capa. Fica parecendo que essa gente nem sequer lê as matérias, e que o complexo de vira-lata é tão forte que eles vibram de emoção sempre que algum ícone do capitalismo faz elogios ao país. Se ao menos lessem a reportagem, evitariam tanto constrangimento. Tentarei facilitar a tarefa deles, colocando alguns trechos da matéria (em itálico), comentados em seguida por mim (em negrito).
"But the country has enormous challenges it must overcome before it can fully live up to its potential. Its public sector is bloated and riddled with corruption. Crime is rampant. Its infrastructure is badly in need of repair and expansion. The business environment is restrictive, with a labor code ripped from the pages of Benito Mussolini's economic playbook. Brazil also risks patting itself on the back so much that it fails to see the colossal work that remains to be done."
Logo no começo, o WSJ faz um caveat: os desafios que o país ainda enfrenta são enormes! E quais seriam esses desafios? Ora, justamente aquilo que a esquerda defendeu a vida inteira! O que ainda temos de ruim, de empecilhos ao progresso, é exatamente aquilo que figuras como Lula e Dilma sempre defenderam. Abaixo, maiores detalhes desses pontos.
"Things started changing in the 1990s. The government adopted strict monetary policies and a laser-like focus on balancing the books. That fiscal prudence has given the country remarkable cash reserves—and breathing room during crises."
O que aconteceu com a "herança maldita"? O WSJ parece pensar diferente do PT: o que veio ANTES é o que foi responsável pelas mudanças mais estruturais, e justamente aquilo que o PT lutou para impedir: estabilidade da moeda, responsabilidade fiscal, abertura comercial etc.
"Even a pledge for a bigger state role in the economy by Dilma Rousseff, Mr. da Silva's outgoing chief of staff and his hand-chosen successor as the party's candidate, isn't scaring off the business community. "It's refreshing to have an election and see there's no fuss about either outcome," says Andrew Béla Jánszky, a Brazilian investment lawyer in the São Paulo office of Shearman & Sterling LLP. "For once, stability is almost a given.""
Ou seja, ATÉ MESMO uma Dilma da vida não assusta tanto, porque eles acreditam que ela não vai fazer... o que sempre defendeu na vida! Aqui está o maior ponto de discordância entre mim e o WSJ: considero a visão deles bastante ingênua. A Dilma não é "mais do mesmo"; ela é uma ameaça enorme de retrocesso, de mais autoritarismo ainda, de passos largos rumo ao modelo venezuelano. Souberam iludir o jornalista do WSJ direitinho com a retórica deles. Para cada público, um discurso diferente. Acorda, minha gente!
"For one thing, even after sweeping reforms, the government's role in the economy remains relatively big. Government spending totals more than 20% of the country's gross domestic product, compared with about 15% in the U.S., 13% in China and 7% in Indonesia, another fast-growing emerging market, according to data compiled by Mosaico Economia Política, a Brazilian consultancy."
Ops! Um dos maiores problemas do país: o tamanho excessivo do governo! E o que Dilma defende? Justamente mais governo ainda, um Estado "forte", ou seja, um monstrengo inchado que se mete em tudo na economia e nas nossas vidas. O que o país tem de pior é aquilo que Dilma mais gosta!
"Another problem is the restrictive business environment, especially strict labor laws that date back to the 1940s and were originally modeled on the statist policies of Mussolini."
Pois é... um dos piores pontos para o Brasil é a nossa lei fascista trabalhista, aquela que garante infindáveis privilégios aos sindicatos, aquela que dificulta a vida dos empresários, que gera desemprego e informalidade, e sim, que a esquerda adora e não aceita mudar! O país precisa de reformas liberais trabalhistas. A esquerda defende isso?
"Yet another obstacle to growth is a lack of infrastructure—from roads, railways and bridges to docks, airports and pipelines."
E o PAC?! Ah sim, Lula já vai lançar o segundo PAC, e o primeiro mal começou! Os setores que ficam sob a responsabilidade do governo são os mais caóticos? Não acredito!
"Crime is still a big problem in most cities and in lawless rural areas where ruthless prospectors, loggers and landowners at times ride roughshod over their neighbors."
Acho que o WSJ não defenderia muito o "movimento social" chamado MST, tão próximo do PT.
Em resumo, a matéria do WSJ se mostra bem otimista com o Brasil, é verdade. Mas aponta os pricipais obstáculos, todos eles bandeiras que os esquerdistas defenderam a vida toda. Para superá-los, o país necessita de muitas REFORMAS LIBERAIS. Mas não há partido que defenda tais reformas, muito menos o PT. Ao contrário: Dilma representa um retrocesso em relação a todas essas mudanças necessárias. E eis o maior erro do WSJ, em minha opinião: ignorar este risco, aceitar a premissa de que Dilma é apenas "mais do mesmo". Não é! Dilma é a candidata de Chávez. Ela representa, mais ainda que Lula, uma guinada rumo ao modelo autoritário venezuelano.
O segundo erro do jornal é pegar a foto relativamente favorável da economia brasileira, e ignorar seus pilares de areia. Aumento de transferências do governo para os mais pobres, crédito público explodindo, aumento de gastos públicos, nada disso representa um modelo de crescimento sustentável. Sem as reformas estruturais, o país terá apenas vôos de galinha, e continuará sim sendo o eterno "país do futuro". O WSJ tem a obrigação de saber bem disso. Afinal, ao lado do Heritage Foundation ele publica o Índice de Liberdade Econômica todo ano, que coloca o Brasil entre os menos livres do mundo. Sem liberdade econômica, não há progresso de longo prazo. O governo Lula e sua candidata Dilma, por acaso, defendem mais liberdade econômica ou mais Estado gerindo a economia? Pois é...
Em matéria sobre o Brasil, o renomado The Wall Street Journal conclui, de forma bastante otimista, que o amanhã chegou para o "país do futuro". Naturalmente, alguns esquerdistas já correram para soltar fogos de artifício: viva Lula! Seria bom mais cautela para esta turma, que já se queimou com a comemoração precipitada da matéria da The Economist com o Cristo Redentor na capa. Fica parecendo que essa gente nem sequer lê as matérias, e que o complexo de vira-lata é tão forte que eles vibram de emoção sempre que algum ícone do capitalismo faz elogios ao país. Se ao menos lessem a reportagem, evitariam tanto constrangimento. Tentarei facilitar a tarefa deles, colocando alguns trechos da matéria (em itálico), comentados em seguida por mim (em negrito).
"But the country has enormous challenges it must overcome before it can fully live up to its potential. Its public sector is bloated and riddled with corruption. Crime is rampant. Its infrastructure is badly in need of repair and expansion. The business environment is restrictive, with a labor code ripped from the pages of Benito Mussolini's economic playbook. Brazil also risks patting itself on the back so much that it fails to see the colossal work that remains to be done."
Logo no começo, o WSJ faz um caveat: os desafios que o país ainda enfrenta são enormes! E quais seriam esses desafios? Ora, justamente aquilo que a esquerda defendeu a vida inteira! O que ainda temos de ruim, de empecilhos ao progresso, é exatamente aquilo que figuras como Lula e Dilma sempre defenderam. Abaixo, maiores detalhes desses pontos.
"Things started changing in the 1990s. The government adopted strict monetary policies and a laser-like focus on balancing the books. That fiscal prudence has given the country remarkable cash reserves—and breathing room during crises."
O que aconteceu com a "herança maldita"? O WSJ parece pensar diferente do PT: o que veio ANTES é o que foi responsável pelas mudanças mais estruturais, e justamente aquilo que o PT lutou para impedir: estabilidade da moeda, responsabilidade fiscal, abertura comercial etc.
"Even a pledge for a bigger state role in the economy by Dilma Rousseff, Mr. da Silva's outgoing chief of staff and his hand-chosen successor as the party's candidate, isn't scaring off the business community. "It's refreshing to have an election and see there's no fuss about either outcome," says Andrew Béla Jánszky, a Brazilian investment lawyer in the São Paulo office of Shearman & Sterling LLP. "For once, stability is almost a given.""
Ou seja, ATÉ MESMO uma Dilma da vida não assusta tanto, porque eles acreditam que ela não vai fazer... o que sempre defendeu na vida! Aqui está o maior ponto de discordância entre mim e o WSJ: considero a visão deles bastante ingênua. A Dilma não é "mais do mesmo"; ela é uma ameaça enorme de retrocesso, de mais autoritarismo ainda, de passos largos rumo ao modelo venezuelano. Souberam iludir o jornalista do WSJ direitinho com a retórica deles. Para cada público, um discurso diferente. Acorda, minha gente!
"For one thing, even after sweeping reforms, the government's role in the economy remains relatively big. Government spending totals more than 20% of the country's gross domestic product, compared with about 15% in the U.S., 13% in China and 7% in Indonesia, another fast-growing emerging market, according to data compiled by Mosaico Economia Política, a Brazilian consultancy."
Ops! Um dos maiores problemas do país: o tamanho excessivo do governo! E o que Dilma defende? Justamente mais governo ainda, um Estado "forte", ou seja, um monstrengo inchado que se mete em tudo na economia e nas nossas vidas. O que o país tem de pior é aquilo que Dilma mais gosta!
"Another problem is the restrictive business environment, especially strict labor laws that date back to the 1940s and were originally modeled on the statist policies of Mussolini."
Pois é... um dos piores pontos para o Brasil é a nossa lei fascista trabalhista, aquela que garante infindáveis privilégios aos sindicatos, aquela que dificulta a vida dos empresários, que gera desemprego e informalidade, e sim, que a esquerda adora e não aceita mudar! O país precisa de reformas liberais trabalhistas. A esquerda defende isso?
"Yet another obstacle to growth is a lack of infrastructure—from roads, railways and bridges to docks, airports and pipelines."
E o PAC?! Ah sim, Lula já vai lançar o segundo PAC, e o primeiro mal começou! Os setores que ficam sob a responsabilidade do governo são os mais caóticos? Não acredito!
"Crime is still a big problem in most cities and in lawless rural areas where ruthless prospectors, loggers and landowners at times ride roughshod over their neighbors."
Acho que o WSJ não defenderia muito o "movimento social" chamado MST, tão próximo do PT.
Em resumo, a matéria do WSJ se mostra bem otimista com o Brasil, é verdade. Mas aponta os pricipais obstáculos, todos eles bandeiras que os esquerdistas defenderam a vida toda. Para superá-los, o país necessita de muitas REFORMAS LIBERAIS. Mas não há partido que defenda tais reformas, muito menos o PT. Ao contrário: Dilma representa um retrocesso em relação a todas essas mudanças necessárias. E eis o maior erro do WSJ, em minha opinião: ignorar este risco, aceitar a premissa de que Dilma é apenas "mais do mesmo". Não é! Dilma é a candidata de Chávez. Ela representa, mais ainda que Lula, uma guinada rumo ao modelo autoritário venezuelano.
O segundo erro do jornal é pegar a foto relativamente favorável da economia brasileira, e ignorar seus pilares de areia. Aumento de transferências do governo para os mais pobres, crédito público explodindo, aumento de gastos públicos, nada disso representa um modelo de crescimento sustentável. Sem as reformas estruturais, o país terá apenas vôos de galinha, e continuará sim sendo o eterno "país do futuro". O WSJ tem a obrigação de saber bem disso. Afinal, ao lado do Heritage Foundation ele publica o Índice de Liberdade Econômica todo ano, que coloca o Brasil entre os menos livres do mundo. Sem liberdade econômica, não há progresso de longo prazo. O governo Lula e sua candidata Dilma, por acaso, defendem mais liberdade econômica ou mais Estado gerindo a economia? Pois é...
sexta-feira, março 26, 2010
O Socialismo na Saúde
Rodrigo Constantino, para o Instituto Liberal
O governo Obama finalmente conseguiu aprovar sua reforma na saúde americana. Em poucas palavras, trata-se da socialização do setor, com aumento da intervenção estatal obrigando todos a comprar um plano de saúde, e oferecendo subsídios em troca. Muitos tentam monopolizar a virtude neste debate, alegando que somente o meio estatal pode garantir o acesso dos mais pobres aos tratamentos medicinais. Mas a realidade é diferente: a pesada mão estatal costuma prejudicar a qualidade e o acesso de todos aos tratamentos disponíveis.
Como dinheiro verdadeiro não nasce em árvore, apesar de o Fed acreditar que sim, alguém terá que pagar por estes novos benefícios. Além disso, os incentivos nunca são adequados quando o governo está metido no meio. O resultado será o aumento dos custos da saúde nos Estados Unidos, e a piora de sua qualidade. No Canadá, a socialização da medicina criou inúmeros problemas, como o aumento da fila e do tempo de espera para atendimentos, escassez de pessoal qualificado, burocracia galopante e a fuga de canadenses que atravessavam a fronteira para buscar tratamento nos Estados Unidos. No filme “Invasões Bárbaras” dá para ter uma idéia do que aconteceu na saúde canadense.
No Brasil, a socialização da saúde foi realizada em 1988, com a “constituição besteirol”. O Sistema Único de Saúde, o SUS, “garantia” acesso universalizado à saúde no país. Claro que basta fazer uma visita a qualquer hospital público para ver, na prática, este atendimento público de saúde. O governo costuma ter o contrário do toque de Midas: tudo que ele mete a mão apodrece, em vez de virar ouro. Os setores com maior controle estatal são justamente os mais ineficientes. As estradas são cheias de buracos, a segurança é precária, a educação é péssima e a saúde é terrível. Governo e eficiência com custo baixo não se misturam, como água e óleo.
Como comemorar então a criação do SUS americano? Será que os americanos realmente vão se beneficiar desta reforma? Para resumir a questão, o alerta de um liberal americano: “Se você acha que a saúde é cara agora, espere até ela ficar grátis!”
quinta-feira, março 25, 2010
Google versus China
Rodrigo Constantino
“Aqueles que abandonariam a liberdade essencial para comprar um pouco de segurança temporária não merecem nem liberdade nem segurança.” (Benjamin Franklin)
Nas últimas décadas, centenas de milhões de chineses saíram da miséria. O crescimento econômico tem sido espetacular. Muitas pessoas ficaram encantadas com o “modelo chinês”. Faz-se necessário, portanto, elucidar alguns pontos importantes, separar o joio do trigo quando se trata de China. Há muito joio ainda no meio dos trigos e, para piorar, algumas pessoas creditam justamente o que há de podre pelo “sucesso” chinês.
De forma bastante reduzida, a China entrou numa era de mais prosperidade (ou menos miséria) quando Deng Xiaoping abandonou parte das receitas socialistas de antes, alegando que o importante não era a cor do gato, mas sim que ele pegasse o rato. Este pragmatismo fez com que o poder central fosse relativamente reduzido em prol de mais liberdade econômica, ainda que muito pouca no geral. Mas bastou esta mudança para colocar em ritmo acelerado a máquina de exportações chinesa, calcada na mão-de-obra barata. A China entrou para a OMC em 2001, e aproveitou a onda da globalização como poucos. A parcela das exportações no PIB chinês quase dobrou em poucos anos, saindo de 20% em 2001 para 36% em 2007.
Dito de outra forma, a China vem experimentando a sua tardia “revolução industrial”, com forte foco mercantilista. Seu objetivo tem sido “conquistar” o mundo por meio das exportações baratas, graças ao gigantesco contingente de trabalhadores. Algo como 750 milhões de chineses ainda vivem nas pobres zonas rurais, em condições precárias. Os ganhos de produtividade com a migração desses trabalhadores para a indústria permitem a manutenção da competitividade chinesa mundo afora, especialmente em produtos intensivos em mão-de-obra. A simbiose tem sido interessante para todos, já que os produtos baratos chineses seguram os índices de preços finais aos consumidores nos países desenvolvidos.
Mas este modelo apresenta inúmeras falhas, que podem expor seus pilares insustentáveis com o tempo. O câmbio não é livre na China, sendo artificialmente controlado pelo governo para permanecer desvalorizado. O crescimento da base monetária tem criado pressões inflacionárias cada vez maiores. O crédito é controlado basicamente por quatro bancos estatais, com critérios políticos em seus empréstimos. O foco excessivo no crescimento do PIB tem feito com que governantes locais estimulem investimentos claramente ruins, apenas para apresentar bons números agregados. Até algumas cidades “fantasmas” já existem na China, com novas casas construídas, mas nenhum morador. O meio-ambiente acaba totalmente ignorado, e as cidades mais poluídas do mundo se encontram na China. A dependência dos consumidores de países mais ricos coloca a China numa situação frágil caso não haja crescimento mundial nos próximos anos. O risco protecionista é uma espada de Dâmocles para o mercantilismo chinês.
Esses são apenas alguns problemas e riscos para a China na próxima década. Há outro ponto que jamais deveria ser ignorado por todos aqueles que valorizam a liberdade: a China ainda vive sob uma ditadura. É verdade que o crescimento exponencial da classe média coloca pressão por mais liberdade civil no país, mas a reação do governo é igualmente forte. O PCC não pretende largar o osso facilmente. O massacre na Praça da Paz Celestial, em 1989, ainda arde na memória de muitos. Ninguém sabe até onde o governo estaria disposto a ir atualmente para preservar seu poder, mas o medo continua dominando muitas pessoas. E é nesse contexto que a “anárquica” internet precisa ser controlada.
Governo algum gosta da ampla liberdade de expressão e imprensa. As críticas, a exposição de fatos incômodos, a disseminação de mais conhecimento e informação, tudo isso representa uma ameaça aos governantes. A internet é a mais nova e potente arma em prol da liberdade e, por isso, governantes do mundo todo pensam numa forma de controlá-la. Claro que esta tarefa fica muito mais fácil sob uma ditadura. Em Cuba, a internet é item de luxo para poucos, além de corajosos clandestinos que se arriscam para mostrar a realidade da ilha presídio. Na Venezuela, o caudilho Hugo Chávez já declarou que pretende controlar a internet. Na China não seria diferente. Acontece que a tirania chinesa encontrou um obstáculo: a ética do maior site de pesquisas do mundo.
O debate sobre o que fazer em relação à presença na China tem dominado a agenda dos principais executivos da Google, desde que o governo intensificou a censura na internet. Sergey Brin, o bilionário fundador da empresa, com apenas 36 anos, resolveu comprar uma briga com o regime autoritário chinês. Seus pais tiveram que fugir com ele da União Soviética, justamente por não suportarem mais viver sob uma ditadura comunista. Seu pai valoriza a liberdade de buscar seus “próprios sonhos de empreendimento”, segundo Brin. O Google representa uma fantástica ferramenta no auxílio de milhões de pessoas buscando justamente isso. É uma estupenda conquista do empreendedorismo, do livre mercado.
Para todos aqueles que insistem em repetir o mantra marxista de que o poder está no capital, o caso da guerra entre Google e governo chinês é sintomático. O Google é uma empresa com cerca de US$ 180 bilhões de valor de mercado. Entretanto, parece impotente diante do poder do governo chinês. É a luta entre Davi e Golias. Na Rússia, o mais rico dos oligarcas foi esmagado em poucas semanas pelo Kremlin de Putin, quando se mostrou interessado pela política do país. Quando o governo concentra tanto poder assim, qualquer empresário é um simples refém seu.
Sergey Brin disse que espera a liberalização da internet na China como solução de longo prazo para o impasse. Todos aqueles que valorizam a liberdade torcem pelo mesmo resultado. Mas o realismo nos faz crer que a luta será árdua, desigual, e que o governo chinês conta com ampla vantagem no momento. Preservar a liberdade é uma tarefa hercúlea neste mundo repleto de autoritarismo. Mas é uma luta que compensa. Não desejamos mártires que sacrifiquem tudo por este ideal. Só que não deixa de ser estimulante ver uma empresa deste porte disposta a sacrificar uma fortuna em receitas, por compreender que ultrapassaram seu “limite de conforto”. Na batalha entre Google e governo chinês, entre capital e governo, entre empreendedor e parasita, entre liberdade e tirania, não resta a menor sombra de dúvida de qual partido tomar.
quarta-feira, março 24, 2010
PT monta campanha milionária para Dilma
O Globo - 24/03/2010
O PT montou estrutura milionária para a pré-campanha de Dilma. Assim que deixar o Ministério, ela receberá salário de R$ 17.800. O partido está fechando contrato com uma empresa para que Dilma tenha jatinhos à disposição.
Apesar de ter dívida de R$ 35 milhões, PT monta pré-campanha milionária para Dilma
A uma semana de deixar o palanque oficial do governo, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, fechou ontem à noite, com o comando do PT, detalhes da megaestrutura que está sendo montada pelo partido para os três primeiros meses da pré-campanha à Presidência.
Nessa primeira fase, antes do início da campanha oficial em julho, Dilma terá todas as despesas custeadas pelo PT, que ainda paga por mês cerca de R$ 700 mil da dívida de R$ 35 milhões, remanescente da campanha de 2006, renegociada recentemente. A receita do PT é formada por recursos do Fundo Partidário e pagamento da contribuição de filiados, além de doações para campanhas eleitorais.
As despesas com a pré-campanha incluem o aluguel de uma casa no Lago Sul, bairro nobre de Brasília, por R$ 12 mil mensais, contrato com empresa de jatos executivos para deslocamento por todo o país, aluguel de carros e pagamento de seguranças, além de salários para a candidata e pelo menos mais cinco assessores que ela levará da Casa Civil para a campanha. Só com esses salários e o aluguel da casa, as despesas chegarão a mais de R$ 250 mil entre abril e final de junho.
O salário da pré-candidata ultrapassará os pagos aos dirigentes petistas, porque, além dos R$ 12.500 que ela recebe como ministra, o partido deverá incorporar mais R$ 5.300 que Dilma recebia como integrante do Conselho de Administração da Petrobras.
[...]
Comentário: para o "partido dos trabalhadores", capital é o que não falta!
Prisão política na terra de Chávez
Ex-governador e candidato presidencial é preso na Venezuela acusado de 'conspiração' contra Chávez
Publicada em 23/03/2010 às 11h39m
Reuters
CARACAS - O ex-governador e candidato presidencial Oswaldo Álvarez Paz foi preso na Venezuela depois de ter acusado o presidente Hugo Chávez de ter ligações com grupos subversivos na América Latina, afirmaram nesta terça-feira autoridades judiciais.
Álvarez Paz foi acusado de conspiração, divulgação de informação falsa e incitação ao ódio. O opositor direitista, detido em sua própria casa na noite de segunda-feira, foi governador de Zulia, importante polo de extração de petróleo, nos anos 90. Em 1993, ele concorreu à Presidência pelo partido da oposição COPEI.
Uma investigação federal foi lançada no início deste mês depois que Álvarez Paz acusou, em entrevista ao canal pró-oposição Globovision, Chávez se estar envolvido com organizações ilegais.
"O regime venezuelano tem relações com estruturas que servem ao narcotráfico, como as Farc (grupo rebelde colombiano) e outros que existem no continente e no mundo", afirmou à época.
As acusações podem levar o político a cumprir pena de dois a 16 anos de prisão. Omar Estancio, advogado de Álvarez Paz, declarou que a detenção do ex-governador é "desproporcional e politizada".
A prisão de Álvarez Paz dará mais combustível à oposição, que acusa Chávez de conduzir a Venezuela de modo ditatorial. Vários oponentes do presidente estão presos, vivendo no exílio ou enfrentando processos. Chávez afirma que os seus opositores estão ferindo as leis na tentativa de tirá-lo do poder.
Comentário: Como acontece em todo regime autoritário, calar os opositores é uma prioridade no governo Chávez. Existem vários métodos disponíveis para isso, e Chávez usa e abusa de todos eles. No Brasil, o PT demonstra carregar este DNA autoritário, típico de todo partido socialista. O presidente Lula quis expulsar um jornalista estrangeiro apenas porque esse constatou um fato: a queda do presidente pela cachaça. Essa gente é assim mesmo: odeia crítica, e pretende calar o mensageiro que traz a notícia ruim, que mostra os fatos incômodos. A imprensa deve ser censurada, submetida ao "controle social", para que esses ditadores em potencial possam reinar absolutos. Chávez já tem uma escolha nas eleições brasileiras deste ano: Dilma, o "poste" do presidente Lula. Os semelhantes regozijam-se entre si. O PT representa o projeto "bolivariano" no Brasil. A todos aqueles que prezam a liberdade, cabe barrar esta corja nas urnas!
terça-feira, março 23, 2010
Frase do dia
If you think health care is expensive now, wait until you see what it costs when it's free."(P.J. O´Rourke)
sábado, março 20, 2010
Voto nulo, ou política do avestruz
Vídeo onde critico a postura de "avestruz" de quem escolhe anular o voto, ignorando que o momento histórico pede uma ação contra a continuidade do projeto bolivariano dos petistas.
sexta-feira, março 19, 2010
Chega de exploração!
Rodrigo Constantino, para o Instituto Liberal
O governador Sérgio Cabral é todo chamego com o presidente Lula e seu “poste”, a candidata Dilma. Deu no que deu: traição à vista. O presidente já tira seu corpo fora, alegando que a bola está com o Congresso, e não confirma a promessa de vetar a emenda Ibsen, que prejudica muito o estado do Rio. Alguém ainda consegue acreditar na palavra do presidente Lula? Alguém ainda acredita em duendes?
O discurso de que ele, Lula, não entende a pressa sobre o assunto dos royalties, se mostra totalmente mascarado, como lembra Miriam Leitão em sua coluna hoje. Foi o próprio governo Lula que pediu urgência e apresentou proposta para mexer no modelo de royalties em pleno ano eleitoral. O presidente estimulou a criação deste grande balcão de tetas. Agora ele se faz de bobo e diz que todos tentam fazer “gracinhas” em ano de eleição. De fato, lembrando apenas quem é o maior palhaço de todos.
O olho grande dos parasitas está colocando em risco o modelo federalista, que já vinha sendo destruído no país faz tempo, com a concentração cada vez maior de poder e recursos em Brasília. O princípio de subsidiariedade diz que o poder deve ser descentralizado e ficar o mais perto possível do indivíduo. Isso é o oposto do modelo nacional, que apenas trocou Portugal por Brasília, mas manteve o povo como súdito do governo central.
Tiradentes se rebelou contra esta exploração da Coroa. Até quando os cariocas aceitarão a exploração de Brasília? Com esta postura, que prega a escancarada pilhagem dos recursos do estado, até mesmo a secessão não fica parecendo uma idéia absurda...
PS: Meus amigos liberais gaúchos que me perdoem, mas quando o Rio Grande do Sul vai parar de ferrar o Rio? Depois de Brizola, eu pensei que nada pior fosse possível.
quinta-feira, março 18, 2010
Filhos do Estado
Rodrigo Constantino
O coletivismo reinante no país tem feito com que até os filhos sejam cada vez mais “propriedade” do Estado. Os “engenheiros sociais” se arrogam a sabedoria de qual a forma “correta” para educar os filhos, e tentam impor isto por meio do governo. São filhotes de Rousseau, que “ensinou” ao mundo como as crianças deveriam ser cuidadas pelo Estado, após ter abandonado todos os seus filhos. Algumas pessoas parecem projetar no Estado o pai “perfeito” que não tiveram, pois não existe. O Estado é o deus laico da modernidade.
Dois casos recentes despertam preocupação quanto aos rumos deste coletivismo autoritário. No primeiro deles, A Justiça de Timóteo, em Minas Gerais, condenou em primeira instância o casal Cleber e Bernadeth Nunes por “abandono intelectual” dos dois filhos. O terrível “crime” do casal foi ter educado seus filhos em casa, após terem retirado os adolescentes da escola. O “homeschooling”, ou ensino domiciliar, conta com mais de um milhão de adeptos nos Estados Unidos. Não é para menos: a péssima qualidade das escolas, principalmente as públicas, assusta qualquer um mesmo. Entre a doutrinação ideológica das escolas públicas, e o ensino caseiro, a escolha da segunda alternativa tende a aumentar a cada ano.
No segundo caso, um juiz de Jundiaí, após receber uma denúncia, simplesmente ordenou que uma criança de um ano fosse retirada de sua mãe à força, pois ela estaria usando a filha para pedir esmolas. A mãe, uma cigana, alega que ganha a vida “lendo mãos”. Não vem ao caso julgar aqui o estilo de vida dos ciganos. Cada um com suas crenças. Mas quem deu o direito de o governo, sem mais nem menos, tomar um filho de uma mãe desta forma? As imagens são chocantes, por sua truculência e pelo desespero de mãe e filha.
A guarda que arrancou a criança, uma avó de três netos, afirmou que estava apenas cumprindo uma ordem judicial. De fato. Mas eis talvez o que Hannah Arendt quisesse dizer com o termo “banalidade do mal”, ao constatar que um burocrata nazista pensava estar somente cumprindo ordens. Será que perdemos a capacidade de questionar as ordens e as leis? Será que somos seres autômatos, fugindo da responsabilidade de julgamento pessoal?
Thomas Jefferson disse que, quando uma lei é injusta, temos o dever de descumpri-la. Sem dúvida isso abre uma complexa questão: como saber? Se cada um começar a julgar por conta própria qualquer lei, o Estado de Direito, fundamental para se preservar a liberdade, estará condenado. Mas o alerta é válido para mostrar o outro lado: seguir cegamente qualquer ordem apenas porque veio de um juiz pode ser a cumplicidade, ainda que por passividade, num ato cruel. E onde fica a consciência da pessoa que retira na marra um filho de sua mãe, porque estava “apenas seguindo ordens”?
Por fim, outra coisa que choca nisso tudo é a hipocrisia dos “filhotes de Rousseau”. Ora, se há somente uma forma “correta” de educar os filhos, e nós estamos sujeitos ao critério estipulado pelo governo, por que isso não é válido para todos? Afinal, os índios são ainda brasileiros, até onde sei. Mas em algumas comunidades indígenas, até mesmo a nefasta prática de infanticídio – isto sim, um crime perverso – ainda ocorre. Só que os “bons selvagens” são inimputáveis segundo os herdeiros de Rousseau. Pega mal para a turma que acredita na bondade natural corrompida pela sociedade (capitalista?), enfrentar a realidade indígena como ela é. Por isso os mitos precisam sobreviver aos fatos! E assim o Estado, que vai cuidar dos nossos filhos, não se mete com os filhos dos índios – nem mesmo para impedir o assassinato!
Esparta era uma sociedade coletivista também, militarizada, que tratava as crianças como propriedade do Estado. Mais recentemente, a China de Mao Tse Tung fez experimentos coletivistas com as crianças, seguindo as lições de Skinner sobre como educar as crianças, sem os “vícios” familiares. Nem preciso dizer quais foram os resultados destas experiências. Com todos os seus defeitos, e sendo obrigado a tolerar métodos altamente questionáveis, ainda penso que cada família deve ter o máximo de liberdade possível para educar seus filhos. Os verdadeiros excessos, como a violência, ou o total descaso, podem ser combatidos pela sociedade. Mas há um grande abismo entre isso e a crença de que cada etapa da educação dos filhos deve ser monitorada e controlada pelo governo. Afinal de contas, os filhos são de quem: dos seus pais ou do Estado?
O coletivismo reinante no país tem feito com que até os filhos sejam cada vez mais “propriedade” do Estado. Os “engenheiros sociais” se arrogam a sabedoria de qual a forma “correta” para educar os filhos, e tentam impor isto por meio do governo. São filhotes de Rousseau, que “ensinou” ao mundo como as crianças deveriam ser cuidadas pelo Estado, após ter abandonado todos os seus filhos. Algumas pessoas parecem projetar no Estado o pai “perfeito” que não tiveram, pois não existe. O Estado é o deus laico da modernidade.
Dois casos recentes despertam preocupação quanto aos rumos deste coletivismo autoritário. No primeiro deles, A Justiça de Timóteo, em Minas Gerais, condenou em primeira instância o casal Cleber e Bernadeth Nunes por “abandono intelectual” dos dois filhos. O terrível “crime” do casal foi ter educado seus filhos em casa, após terem retirado os adolescentes da escola. O “homeschooling”, ou ensino domiciliar, conta com mais de um milhão de adeptos nos Estados Unidos. Não é para menos: a péssima qualidade das escolas, principalmente as públicas, assusta qualquer um mesmo. Entre a doutrinação ideológica das escolas públicas, e o ensino caseiro, a escolha da segunda alternativa tende a aumentar a cada ano.
No segundo caso, um juiz de Jundiaí, após receber uma denúncia, simplesmente ordenou que uma criança de um ano fosse retirada de sua mãe à força, pois ela estaria usando a filha para pedir esmolas. A mãe, uma cigana, alega que ganha a vida “lendo mãos”. Não vem ao caso julgar aqui o estilo de vida dos ciganos. Cada um com suas crenças. Mas quem deu o direito de o governo, sem mais nem menos, tomar um filho de uma mãe desta forma? As imagens são chocantes, por sua truculência e pelo desespero de mãe e filha.
A guarda que arrancou a criança, uma avó de três netos, afirmou que estava apenas cumprindo uma ordem judicial. De fato. Mas eis talvez o que Hannah Arendt quisesse dizer com o termo “banalidade do mal”, ao constatar que um burocrata nazista pensava estar somente cumprindo ordens. Será que perdemos a capacidade de questionar as ordens e as leis? Será que somos seres autômatos, fugindo da responsabilidade de julgamento pessoal?
Thomas Jefferson disse que, quando uma lei é injusta, temos o dever de descumpri-la. Sem dúvida isso abre uma complexa questão: como saber? Se cada um começar a julgar por conta própria qualquer lei, o Estado de Direito, fundamental para se preservar a liberdade, estará condenado. Mas o alerta é válido para mostrar o outro lado: seguir cegamente qualquer ordem apenas porque veio de um juiz pode ser a cumplicidade, ainda que por passividade, num ato cruel. E onde fica a consciência da pessoa que retira na marra um filho de sua mãe, porque estava “apenas seguindo ordens”?
Por fim, outra coisa que choca nisso tudo é a hipocrisia dos “filhotes de Rousseau”. Ora, se há somente uma forma “correta” de educar os filhos, e nós estamos sujeitos ao critério estipulado pelo governo, por que isso não é válido para todos? Afinal, os índios são ainda brasileiros, até onde sei. Mas em algumas comunidades indígenas, até mesmo a nefasta prática de infanticídio – isto sim, um crime perverso – ainda ocorre. Só que os “bons selvagens” são inimputáveis segundo os herdeiros de Rousseau. Pega mal para a turma que acredita na bondade natural corrompida pela sociedade (capitalista?), enfrentar a realidade indígena como ela é. Por isso os mitos precisam sobreviver aos fatos! E assim o Estado, que vai cuidar dos nossos filhos, não se mete com os filhos dos índios – nem mesmo para impedir o assassinato!
Esparta era uma sociedade coletivista também, militarizada, que tratava as crianças como propriedade do Estado. Mais recentemente, a China de Mao Tse Tung fez experimentos coletivistas com as crianças, seguindo as lições de Skinner sobre como educar as crianças, sem os “vícios” familiares. Nem preciso dizer quais foram os resultados destas experiências. Com todos os seus defeitos, e sendo obrigado a tolerar métodos altamente questionáveis, ainda penso que cada família deve ter o máximo de liberdade possível para educar seus filhos. Os verdadeiros excessos, como a violência, ou o total descaso, podem ser combatidos pela sociedade. Mas há um grande abismo entre isso e a crença de que cada etapa da educação dos filhos deve ser monitorada e controlada pelo governo. Afinal de contas, os filhos são de quem: dos seus pais ou do Estado?
O relógio de Chávez
Deu no Valor Econômico, em matéria sobre relógios suíços:
"A estratégia do preço em baixa parece dominar todos os produtores suíços. Relógio na faixa de US$ 300 mil, como o Celsius, precisa realmente ter movimento mecânico extraordinário e um design bem apurado. Em todo caso, há clientes para relógios caros.
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, usa um relógio da marca Franck Muller, de Genebra, que custa US$ 165 mil, segundo um jornal de Zurique. Bem barato, comparado a outro modelo da mesma marca, que custa US$ 2,7 milhões."
Pois é, minha gente! Não é para quem quer, mas sim para quem pode! O socialista Chávez, com todo aquele discurso "igualitário", de "justiça social", contra os ricos, carrega um apartamento no pulso, enquanto o povo morre de fome! Eu, que abomino o socialismo, a "idealização da inveja", acho que qualquer um tem direito de comprar o relógio que desejar, pelo preço que for, SE seu dinheiro tem origem legítima, ou seja, na iniciativa privada, atendendo a demanda dos consumidores no livre mercado. Agora, um militar, que virou político, que deu um golpe, que assumiu o poder, e que discursa em prol do socialismo, usando um relógio de quase R$ 300 mil, isso é mesmo muita hipocrisia! Mas qual a surpresa? Os socialistas estão divididos entre os idiotas úteis e os safados oportunistas. Tem gente que ainda leva a sério o discurso desses socialistas. Isso sim, é um verdadeiro espanto!
quarta-feira, março 17, 2010
Manifesto pela libertação dos presos políticos em Cuba
Pela libertação imediata e sem condições de todos os presos políticos das prisões cubanas; pelo respeito ao exercício, promoção e defesa dos direitos humanos em qualquer parte do mundo; pelo decoro e o valor de Orlando Zapata Tamayo, injustamente preso e brutalmente torturado nas prisões cubanas, morto após greve de fome por denunciar estes crimes e a falta de liberdade e democracia no seu país; pelo respeito à vida dos que correm o risco de morrer como ele para impedir que o governo de Fidel e Raul Castro continue eliminando fisicamente aos seus opositores pacíficos, levando-os a cumprir condenações injustas de até 28 anos por "delitos" de opinião; pelo respeito à integridade física e moral de cada pessoa, assinamos esta carta, e encorajamos a assiná-la também, a todos os que elegeram defender a sua liberdade e a liberdade dos outros.
Assine o manifesto aqui.
Assine o manifesto aqui.
terça-feira, março 16, 2010
O Partido do Diabo
Filho de Reinhold Stephanes chama Dirceu de "bandido" e diz que PT é "coisa do diabo"
da Folha Online
Em discurso na Assembleia Legislativa do Paraná, no último dia 1º, o deputado Reinhold Stephanes Júnior (PMDB-PR), filho do ministro Reinhold Stephanes (Agricultura), afirmou que o PT é "coisa do diabo" e chamou o ex-ministro José Dirceu de "bandido".
Ao comentar as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva condenando o uso da greve de fome por dissidentes do governo de Cuba, Stephanes Júnior disse que o partido é "coisa do diabo e não serve para nada".
Ele também falou sobre os gastos do PT com o congresso do partido. "O PT fez uma festa, um congresso, e gastou R$ 6,5 milhões. Espero que esse dinheiro não tenha vindo do mensalão e de caixa dois, nem dos fornecedores do governo."
O deputado ainda lamentou o fato de Dirceu ter sido escolhido pelo PT para ajudar na campanha da ministra Dilma Rousseff (casa Civil) à Presidência.
"O ex-ministro coordenou um dos maiores esquemas de corrupção no Brasil. É uma vergonha o PT dar espaço para ele. Eles tão loucos para reabilitar o Dirceu, que é um bandido, que faz mal para o país."
Stephanes Júnior ainda questionou a escolha de Dilma como candidata do PT ao Planalto. "Como pode indicar uma pessoa que assaltava bancos, que sequestrava pequeno empresário para pedir resgate para dar dinheiro a guerrilheiro. É isso que ela fazia, a Dilma Rousseff e seu grupo."
A reportagem entrou em contato com o PT para comentar as declarações do deputado e aguarda um retorno.
da Folha Online
Em discurso na Assembleia Legislativa do Paraná, no último dia 1º, o deputado Reinhold Stephanes Júnior (PMDB-PR), filho do ministro Reinhold Stephanes (Agricultura), afirmou que o PT é "coisa do diabo" e chamou o ex-ministro José Dirceu de "bandido".
Ao comentar as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva condenando o uso da greve de fome por dissidentes do governo de Cuba, Stephanes Júnior disse que o partido é "coisa do diabo e não serve para nada".
Ele também falou sobre os gastos do PT com o congresso do partido. "O PT fez uma festa, um congresso, e gastou R$ 6,5 milhões. Espero que esse dinheiro não tenha vindo do mensalão e de caixa dois, nem dos fornecedores do governo."
O deputado ainda lamentou o fato de Dirceu ter sido escolhido pelo PT para ajudar na campanha da ministra Dilma Rousseff (casa Civil) à Presidência.
"O ex-ministro coordenou um dos maiores esquemas de corrupção no Brasil. É uma vergonha o PT dar espaço para ele. Eles tão loucos para reabilitar o Dirceu, que é um bandido, que faz mal para o país."
Stephanes Júnior ainda questionou a escolha de Dilma como candidata do PT ao Planalto. "Como pode indicar uma pessoa que assaltava bancos, que sequestrava pequeno empresário para pedir resgate para dar dinheiro a guerrilheiro. É isso que ela fazia, a Dilma Rousseff e seu grupo."
A reportagem entrou em contato com o PT para comentar as declarações do deputado e aguarda um retorno.
O Monopólio da Virtude
Rodrigo Constantino, O Globo
(16/03/2010)
Característica bastante comum nos debates, muitos são aqueles que tentam monopolizar a virtude. Trata-se daquilo que Thomas Sowell chamou de “tirania da visão”. A pessoa, imbuída das melhores intenções, acaba rejeitando uma reflexão honesta e imparcial quanto aos melhores meios disponíveis para os fins desejados. Tudo que importa são as finalidades nobres, e qualquer caminho alternativo será tratado com profundo desdém, como se o próprio objetivo do outro fosse pérfido.
O movimento “pacifista” ilustra bem isto. As pessoas que automaticamente confiscam para si o monopólio da luta pela paz, como se o restante fosse adepto da violência, não pretendem nunca debater a fundo os resultados concretos de seus métodos. A estratégia é desqualificar a intenção dos oponentes: são lacaios da indústria bélica ou sedentos por sangue. Não importa mostrar que certos inimigos precisam ser combatidos com firmeza, ou que algumas lutas são necessárias para a própria manutenção da paz. Tampouco adianta mostrar inúmeros casos em que a complacência com o inimigo foi paga com o sangue dos inocentes. Os “pacifistas” já encerraram a questão antes mesmo do debate começar: somente eles querem de verdade a paz.
A questão das cotas raciais desperta o mesmo tipo de cruzada moral. Seus defensores se colocam num patamar mais elevado, como se apenas eles estivessem realmente do lado dos negros. Qualquer um que ouse questionar os efeitos desta medida será acusado de insensível perante o sofrimento das minorias. Não importa tentar argumentar que a segregação de indivíduos com base no critério racial acaba fomentando o racismo que pretende atacar. Tampouco adianta mostrar que velhas injustiças não devem ser combatidas com novas, e que as cotas acabam prejudicando inúmeros inocentes de baixa renda, somente por conta de sua cor de pele mais clara. Argumentar que a população brasileira é formada por mestiços também é inócuo. A própria intenção dos que condenam as cotas é atacada, como se apenas seus defensores estivessem em busca de justiça.
Em economia, há uma clara tendência ao monopólio da virtude também. Os defensores dos pobres são aqueles que defendem o uso do aparato estatal no combate à miséria, sem, entretanto, aprofundar o debate a respeito do melhor método para reduzir a pobreza de fato. Se alguém mostrar que a miséria foi combatida com mais eficácia onde o governo praticou menos intervenção econômica, ele será ignorado na melhor das hipóteses, ou poderá ter suas intenções questionadas: está apenas defendendo seus interesses de “classe”. A repetição de rótulos que objetivam desqualificar a pessoa é indiretamente proporcional à capacidade de argumentação.
Desta forma, o monopólio da “justiça social” acaba com aqueles que defendem, como meio, maior concentração de poder no governo, mesmo que tal caminho leve ao resultado oposto daquele originalmente intencionado. Brasília possui a maior renda per capita do país, e os principais itens produzidos lá são leis esdrúxulas e muita corrupção. Mas se alguém defende mais liberdade econômica, acaba logo rotulado de “darwinista social”, como se fosse um inimigo dos pobres.
Em todos esses casos, o padrão se repete: seres humanos de carne e osso acabam sacrificados no altar da ideologia. O esforço destas pessoas está direcionado à propaganda ideológica, e todos que defendem pontos de vista alternativos acabam demonizados. Quem sai perdendo com tal postura somos todos nós. Afinal, as estradas para o inferno costumam ser pavimentadas com ótimas intenções.
(16/03/2010)
Característica bastante comum nos debates, muitos são aqueles que tentam monopolizar a virtude. Trata-se daquilo que Thomas Sowell chamou de “tirania da visão”. A pessoa, imbuída das melhores intenções, acaba rejeitando uma reflexão honesta e imparcial quanto aos melhores meios disponíveis para os fins desejados. Tudo que importa são as finalidades nobres, e qualquer caminho alternativo será tratado com profundo desdém, como se o próprio objetivo do outro fosse pérfido.
O movimento “pacifista” ilustra bem isto. As pessoas que automaticamente confiscam para si o monopólio da luta pela paz, como se o restante fosse adepto da violência, não pretendem nunca debater a fundo os resultados concretos de seus métodos. A estratégia é desqualificar a intenção dos oponentes: são lacaios da indústria bélica ou sedentos por sangue. Não importa mostrar que certos inimigos precisam ser combatidos com firmeza, ou que algumas lutas são necessárias para a própria manutenção da paz. Tampouco adianta mostrar inúmeros casos em que a complacência com o inimigo foi paga com o sangue dos inocentes. Os “pacifistas” já encerraram a questão antes mesmo do debate começar: somente eles querem de verdade a paz.
A questão das cotas raciais desperta o mesmo tipo de cruzada moral. Seus defensores se colocam num patamar mais elevado, como se apenas eles estivessem realmente do lado dos negros. Qualquer um que ouse questionar os efeitos desta medida será acusado de insensível perante o sofrimento das minorias. Não importa tentar argumentar que a segregação de indivíduos com base no critério racial acaba fomentando o racismo que pretende atacar. Tampouco adianta mostrar que velhas injustiças não devem ser combatidas com novas, e que as cotas acabam prejudicando inúmeros inocentes de baixa renda, somente por conta de sua cor de pele mais clara. Argumentar que a população brasileira é formada por mestiços também é inócuo. A própria intenção dos que condenam as cotas é atacada, como se apenas seus defensores estivessem em busca de justiça.
Em economia, há uma clara tendência ao monopólio da virtude também. Os defensores dos pobres são aqueles que defendem o uso do aparato estatal no combate à miséria, sem, entretanto, aprofundar o debate a respeito do melhor método para reduzir a pobreza de fato. Se alguém mostrar que a miséria foi combatida com mais eficácia onde o governo praticou menos intervenção econômica, ele será ignorado na melhor das hipóteses, ou poderá ter suas intenções questionadas: está apenas defendendo seus interesses de “classe”. A repetição de rótulos que objetivam desqualificar a pessoa é indiretamente proporcional à capacidade de argumentação.
Desta forma, o monopólio da “justiça social” acaba com aqueles que defendem, como meio, maior concentração de poder no governo, mesmo que tal caminho leve ao resultado oposto daquele originalmente intencionado. Brasília possui a maior renda per capita do país, e os principais itens produzidos lá são leis esdrúxulas e muita corrupção. Mas se alguém defende mais liberdade econômica, acaba logo rotulado de “darwinista social”, como se fosse um inimigo dos pobres.
Em todos esses casos, o padrão se repete: seres humanos de carne e osso acabam sacrificados no altar da ideologia. O esforço destas pessoas está direcionado à propaganda ideológica, e todos que defendem pontos de vista alternativos acabam demonizados. Quem sai perdendo com tal postura somos todos nós. Afinal, as estradas para o inferno costumam ser pavimentadas com ótimas intenções.
sexta-feira, março 12, 2010
Formigas e Cigarras
Rodrigo Constantino, para o Instituto Liberal
O PIB brasileiro recuou 0,2% em 2009, o pior resultado desde 1992. O investimento caiu quase 10% no ano, enquanto o consumo, tanto das famílias como do governo, puxou o resultado para cima, com aumento de quase 4%. A transferência de recursos do governo e o crédito público fizeram com que a queda na atividade econômica não fosse um tsunami. O problema é que tais estímulos artificiais não são sustentáveis, e a inflação já começa a incomodar, impondo a necessidade de aumento dos juros. Além disso, os gargalos de sempre permanecem, fazendo com que nossa economia experimente apenas vôos de galinha.
Alguns dados assustam: a dívida pública já chega a R$ 1,5 trilhão; o governo apresenta déficit nominal crescente; o crédito público já representa quase a metade do total de crédito no país; o prazo médio do empréstimo para pessoa física cresce sem parar; a alavancagem dos bancos estatais está em patamares preocupantes; os desembolsos do BNDES dispararam, sendo 85% para grandes empresas; a despesa com pessoal da União subiu R$ 25 bilhões em apenas dois anos; o rombo previdenciário parece uma bomba-relógio, apesar de demografia favorável no país; a carga tributária já está em patamares escandinavos, apesar dos serviços “africanos”; a concentração da arrecadação tributária em Brasília aumenta a cada ano, matando o federalismo; e as esmolas estatais crescem a cada ano, sem uma porta de saída visível.
Uma sociedade de cigarras, sem tantas formigas para pagar a conta, acaba sempre se dando mal quando a conta chega. A realidade não pode ser ignorada por muito tempo. Crescer somente com base no crédito estatal e no consumo, sem a contrapartida de mais poupança e investimento, não é um modelo de desenvolvimento sustentável. Sem reformas estruturais, e sem uma drástica redução do governo na economia, o país estará sempre vulnerável aos choques externos. Não podemos nos deixar enganar pela aparente tranqüilidade, achando que a “marolinha” passou. O crescimento atual conta com muitos fatores artificiais e cíclicos, i.e., insustentáveis. Precisamos de mais formigas e menos cigarras.
PS: O presidente Lula, sem uma justificativa razoável, se ausentou na cerimônia em que o novo presidente do Chile assumiu o poder, enviando em seu lugar Marco Aurélio Garcia, aquele que adora o regime cubano. Resta saber se foi medo de terremoto, ou aversão à democracia estável chilena...
quarta-feira, março 10, 2010
Frases do dia
Se Lula se diz um democrata, não pode aceitar a ditadura cubana. Se aceita, não é democrata." (Merval Pereira, O Globo)
Silenciar diante da entrevista de Lula é ser conivente com os fanáticos homicidas do regime cubano e com a violência como princípio aceitável da política." (Reinaldo Azevedo)
terça-feira, março 09, 2010
Retaliando o Inimigo
Rodrigo Constantino
O governo brasileiro divulgou uma lista com mais de cem produtos importados dos Estados Unidos cujas tarifas de importação poderão subir até 100%, como retaliação aos subsídios americanos ao algodão. A lógica da reciprocidade funciona assim: se o governo de lá prejudica o próprio povo, então nosso governo deve prejudicar o povo brasileiro também, como resposta ao abuso americano. Na guerra entre governos e lobistas de cada país, sob um modelo mercantilista, quem sai perdendo são os consumidores em ambos os países.
Muitos alegam que o livre comércio tem que ser recíproco para ser benéfico. Bastiat afirma que pessoas com tal mentalidade são protecionistas em princípio, mesmo que não reconheçam, e são apenas mais inconsistentes que os protecionistas puros, que são por sua vez mais inconsistentes que os defensores da abolição completa de produtos estrangeiros. Para provar seu argumento, ele utiliza uma fábula de duas cidades, Stulta e Puera, que construíram uma grande estrada as conectando. Após o término da construção, Stulta teria reclamado que os produtos de Puera estavam inundando o seu mercado, e criou o cargo assalariado de encarregados pela obstrução do tráfego dos importados. Logo em seguida, Puera fez o mesmo, e o resultado era mutuamente perverso.
Até que um homem velho de Puera, suspeito até de receber pagamento secreto de Stulta, disse que os obstáculos criados por Stulta eram maléficos a Puera, o que era uma pena. E que os obstáculos criados pela própria Puera também eram maléficos, novamente uma pena. Completou que não havia nada que pudessem fazer quanto ao primeiro problema, mas que poderiam solucionar a outra parte, criada por eles mesmos. Houve forte reação, e o acusaram de sonhador, utópico e até “entreguista”. Alegaram que seria mais difícil ir que vir pela estrada, ou seja, exportar que importar. Isso colocaria Puera em desvantagem em relação à Stulta, como as cidades na beira dos rios estão em desvantagem frente às montanhosas, já que é mais complicado subir que descer.
Só que uma voz disse que as cidades na beira dos rios prosperaram mais que as montanhosas, causando alvoroço. No entanto, era um fato histórico! Infelizmente, para o povo de Puera, decidiram que tais cidades tinham prosperado contra as regras, e optaram pela manutenção dos obstáculos, em nome da “independência nacional” e da proteção da indústria doméstica contra a competição “selvagem”. E os consumidores continuaram sendo sacrificados para o benefício de alguns produtores privilegiados, como sempre ocorre nas medidas protecionistas.
Eis a lógica da batalha comercial entre governo americano e governo brasileiro. O governo americano oferece subsídios ao algodão, prejudicando seus próprios consumidores e os produtores brasileiros. Como resposta, o governo brasileiro resolve tornar inúmeros produtos americanos mais caros aos consumidores brasileiros. Agora temos produtores de algodão e consumidores de diversos produtos importados, ambos perdendo. Na guerra comercial, quem sai perdendo são sempre os consumidores. Afinal, a melhor garantia para estes será sempre o livre comércio, sem as barreiras artificiais criadas pelos governos, de lá e de cá. O governo brasileiro, vítima de ranço mercantilista, pode achar que está retaliando o “inimigo” numa batalha comercial. Mas, na prática, está apenas dando um tiro no pé dos próprios brasileiros.
sexta-feira, março 05, 2010
Moderação nos comentários
Prezados leitores do blog, o petralha venceu a batalha (mas não a guerra). Um tal de Everardo, que ou tem claros problemas mentais, ou recebe mesada do PT para poluir meu blog e prejudicar nossos debates, conseguiu o que queria: vou ter que colocar moderação nos comentários, como faz Reinaldo Azevedo (provavelmente pelo mesmo motivo). O caso é sintomático sobre a falta de educação e respeito de alguns esquerdistas. Essa gente nem sequer consegue compreender que blog é uma propriedade privada, ou seja, segue as regras do seu dono! Eles confundem autoritarismo com direito de propriedade, e acham que têm o direito de usar o seu veículo para espalhar ideologias autoritárias e repetir chavões idiotas.
Vamos ter que dar uma aula prática a eles, ainda que isso possa prejudicar o dinamismo dos nossos debates. A partir de hoje, volto a adotar o filtro nos comentários. O pobre coitado do Everardo conseguiu seu momento de "glória": um tópico inteiro em sua homenagem, ainda que para mostrar como o cara é chato e sem um pingo de educação e respeito (um típico petralha).
Prometo tentar aprovar os comentários o mais rápido possível. O critério será sempre o mesmo: foco nos argumentos. Alguns critérios subjetivos serão usados, naturalmente. Não quero que meu blog vire espaço para debater coisas tão estúpidas quando o comunismo. Nazistas e comunistas não são bem-vindos! Acho que perder tempo com essa gente apenas desvaloriza o bom debate.
Obrigado a todos.
Rodrigo Constantino
Vamos ter que dar uma aula prática a eles, ainda que isso possa prejudicar o dinamismo dos nossos debates. A partir de hoje, volto a adotar o filtro nos comentários. O pobre coitado do Everardo conseguiu seu momento de "glória": um tópico inteiro em sua homenagem, ainda que para mostrar como o cara é chato e sem um pingo de educação e respeito (um típico petralha).
Prometo tentar aprovar os comentários o mais rápido possível. O critério será sempre o mesmo: foco nos argumentos. Alguns critérios subjetivos serão usados, naturalmente. Não quero que meu blog vire espaço para debater coisas tão estúpidas quando o comunismo. Nazistas e comunistas não são bem-vindos! Acho que perder tempo com essa gente apenas desvaloriza o bom debate.
Obrigado a todos.
Rodrigo Constantino
Amigos do Rei
Rodrigo Constantino, para o Instituto Liberal
O empresário Abílio Diniz, do Grupo Pão de Açúcar, a maior rede varejista do país, defendeu com fervor a candidata petista Dilma, além de se declarar um profundo admirador do presidente Lula. Para Diniz, Dilma tem todas as condições de levar adiante o “legado” de Lula, que seria o legado do crescimento, da geração de emprego e da distribuição de renda (para seus aliados?).
Abílio deveria saber melhor. Ele foi vítima de um seqüestro em 1989, orquestrado por membros da esquerda latino-americana. A polícia encontrou nomes de petistas em agendas dos criminosos. Desde 1990, o PT é parceiro destes grupos de esquerda no Foro de São Paulo, que julgam que seus fins justificam quaisquer meios. Será que Abílio sofreu a Síndrome de Estocolmo? Será que ele agora admira profundamente os aliados destes terroristas ideológicos?
Há outra opção: Abílio, como um grande empresário, gosta da idéia de manter estreita amizade com o “rei”, já que este concentra poder demais no Brasil. Em uma canetada, o governo brasileiro pode decidir o futuro de todo um setor. Ter bom relacionamento com governantes num país assim pode valer muito mais do que ser competitivo ao atender as demandas dos consumidores. O fascismo leva ao mesmo resultado: uma grande simbiose entre grandes empresários e políticos poderosos. Quem foi que disse que grandes empresários são liberais? Ao contrário, isso costuma ser mais raro do que convite para enterro de anão.
Mesmo com esta explicação mais lógica, a declaração de Abílio é lamentável. Para todos aqueles que julgam que o legado de Lula foi o aumento da corrupção, a expansão do aparelhamento estatal por sindicalistas, o avanço da ideologia retrógrada na política externa e um ranço autoritário assustador, resta apenas uma reação: boicote. Não sei quanto ao prezado leitor, mas a partir de hoje só compro na Wal-Mart...
quinta-feira, março 04, 2010
A Praga dos Cupins
Os cupins são uma praga e podem fazer estragos dentro de casa. Estes bichinhos infestam casinhas de madeira do Paraná e até as árvores das ruas. Um especialista alerta: soluções caseiras não adiantam.
Esta praga está tomando conta do país! Cupins são insetos gregários, que vivem numa colônia coletivista, tal como abelhas, formigas e comunistas. Há sempre um líder que domina as massas. Suas maiores vítimas são sempre os mais pobres! A solução: eliminar a rainha. A oportunidade está logo ali, nas eleições que se aproximam...
Veja o vídeo do Bom Dia Brasil!
quarta-feira, março 03, 2010
Mitomania Compulsiva
Depois que o ditador cubano disse que nunca houve tortura ou assassinato político em Cuba, tampouco mentiras criadas para enganar o povo, foi a vez de Zé Dirceu explicar que ganhou R$ 20 mil mensais, durante 31 meses, pelo seu trabalho de consultoria, não por abrir as portas do governo para seu cliente. Daniel, digo, Dirceu afirmou: "Não sou lobista, nunca fiz lobby". Deve ter tido aulas de honestidade enquanto viveu em Cuba, sendo treinado pela ditadura comunista. Agora, só resta mesmo o presidente Lula vir a público afirmar que jamais gostou de beber!
terça-feira, março 02, 2010
A "cara"
Frase do dia
O Caminho da Servidão
Rodrigo Constantino, O Globo
“Raramente se perde qualquer tipo de liberdade de uma só vez.” (David Hume)
Com o avanço do governo Obama sobre as liberdades dos americanos, a venda do livro “O caminho da servidão”, de Hayek, disparou nos Estados Unidos. Os americanos entendem que a perda da liberdade costuma ser gradual: a água vai esquentando e o sapo acaba escaldado sem notar. É justamente disto que Hayek fala no livro. Nós, brasileiros, temos muito a lucrar com este alerta. Principalmente agora, que a candidata do governo tem defendido abertamente um Estado mais interventor ainda.
Para Hayek, não é possível existir liberdade pessoal e política quando a liberdade econômica é progressivamente abandonada. A transição do feudalismo, com sua rígida hierarquia, para o modelo com mais liberdade individual do Ocidente está bastante associada ao crescimento do livre mercado. Os trabalhadores dos países capitalistas passaram a desfrutar de uma liberdade de escolha que poucos séculos antes seria impensável, mesmo para nobres.
Sem a liberdade econômica, as demais liberdades também acabam. Quanto mais o governo planeja a economia, menos liberdade sobra para os planos dos indivíduos. Os defensores do planejamento central demandam o controle de toda a atividade econômica de acordo com um único plano, considerando que os recursos da sociedade devem ser direcionados para o serviço de determinados fins, por eles traçados. Isto vai contra o argumento liberal em favor do melhor uso possível das forças de competição como meio de coordenação dos esforços humanos.
O único meio possível para praticar este planejamento central é através de um governo autoritário. A vontade arbitrária dos governantes não irá respeitar as diferentes preferências individuais. As minorias dissidentes serão forçadas a seguir o ideal coletivista. Acaba-se sob uma tirania da “maioria” que, na prática, representa a ditadura dos governantes que falam em nome do povo, mas agem para seus próprios benefícios. Um “socialismo democrático” não passa de uma ilusão. A Venezuela é mais um triste exemplo disto.
Quando o governo tem poder para decidir sobre tudo na economia, o império da lei é substituído pelo poder discricionário do governante. Todos acabam reféns do governo. Controlando o crédito, por exemplo, o governo controla indiretamente as empresas. Não foi por acaso que Marx colocou entre as metas do seu “Manifesto Comunista” a “centralização do crédito nas mãos do Estado”. Vale lembrar que sob o governo Lula, o crédito público aumentou assustadoramente, por meio dos bancos estatais. O governo brasileiro já controla quase a metade de todo o crédito no país.
Mas o PT acha pouco. Em seu programa de governo para os próximos anos, o partido defende o fortalecimento do Estado, que no Brasil já é um monstrengo obeso e ineficiente. Quase a metade de tudo que é produzido pela iniciativa privada vai parar nos cofres públicos como impostos. Em troca, o povo recebe estradas assassinas, hospitais decadentes, ensino de péssima qualidade, elevada criminalidade, além de muita tutela e um espetáculo de corrupção. Será que a solução é aumentar ainda mais o papel do governo? Qual o limite? Venezuela? Cuba?
A “Alcatraz” caribenha, aliás, ilustra o ponto de chegada deste caminho da servidão. Um povo miserável, mantido prisioneiro no próprio país, enquanto o ditador e seus aliados podem usufruir das benesses capitalistas, como carros alemães e uniformes da Nike, ícone do “imperialismo ianque”. É este o modelo que o povo brasileiro deseja?
“Raramente se perde qualquer tipo de liberdade de uma só vez.” (David Hume)
Com o avanço do governo Obama sobre as liberdades dos americanos, a venda do livro “O caminho da servidão”, de Hayek, disparou nos Estados Unidos. Os americanos entendem que a perda da liberdade costuma ser gradual: a água vai esquentando e o sapo acaba escaldado sem notar. É justamente disto que Hayek fala no livro. Nós, brasileiros, temos muito a lucrar com este alerta. Principalmente agora, que a candidata do governo tem defendido abertamente um Estado mais interventor ainda.
Para Hayek, não é possível existir liberdade pessoal e política quando a liberdade econômica é progressivamente abandonada. A transição do feudalismo, com sua rígida hierarquia, para o modelo com mais liberdade individual do Ocidente está bastante associada ao crescimento do livre mercado. Os trabalhadores dos países capitalistas passaram a desfrutar de uma liberdade de escolha que poucos séculos antes seria impensável, mesmo para nobres.
Sem a liberdade econômica, as demais liberdades também acabam. Quanto mais o governo planeja a economia, menos liberdade sobra para os planos dos indivíduos. Os defensores do planejamento central demandam o controle de toda a atividade econômica de acordo com um único plano, considerando que os recursos da sociedade devem ser direcionados para o serviço de determinados fins, por eles traçados. Isto vai contra o argumento liberal em favor do melhor uso possível das forças de competição como meio de coordenação dos esforços humanos.
O único meio possível para praticar este planejamento central é através de um governo autoritário. A vontade arbitrária dos governantes não irá respeitar as diferentes preferências individuais. As minorias dissidentes serão forçadas a seguir o ideal coletivista. Acaba-se sob uma tirania da “maioria” que, na prática, representa a ditadura dos governantes que falam em nome do povo, mas agem para seus próprios benefícios. Um “socialismo democrático” não passa de uma ilusão. A Venezuela é mais um triste exemplo disto.
Quando o governo tem poder para decidir sobre tudo na economia, o império da lei é substituído pelo poder discricionário do governante. Todos acabam reféns do governo. Controlando o crédito, por exemplo, o governo controla indiretamente as empresas. Não foi por acaso que Marx colocou entre as metas do seu “Manifesto Comunista” a “centralização do crédito nas mãos do Estado”. Vale lembrar que sob o governo Lula, o crédito público aumentou assustadoramente, por meio dos bancos estatais. O governo brasileiro já controla quase a metade de todo o crédito no país.
Mas o PT acha pouco. Em seu programa de governo para os próximos anos, o partido defende o fortalecimento do Estado, que no Brasil já é um monstrengo obeso e ineficiente. Quase a metade de tudo que é produzido pela iniciativa privada vai parar nos cofres públicos como impostos. Em troca, o povo recebe estradas assassinas, hospitais decadentes, ensino de péssima qualidade, elevada criminalidade, além de muita tutela e um espetáculo de corrupção. Será que a solução é aumentar ainda mais o papel do governo? Qual o limite? Venezuela? Cuba?
A “Alcatraz” caribenha, aliás, ilustra o ponto de chegada deste caminho da servidão. Um povo miserável, mantido prisioneiro no próprio país, enquanto o ditador e seus aliados podem usufruir das benesses capitalistas, como carros alemães e uniformes da Nike, ícone do “imperialismo ianque”. É este o modelo que o povo brasileiro deseja?
segunda-feira, março 01, 2010
Passeata contra PNDH-3 na Rede Globo
Manifestantes protestam contra programa de direitos humanos
Um grupo de manifestantes fez um protesto, na orla, neste domingo (28), contra o Programa de Direitos Humanos do governo federal. No mês passado, Lula prometeu fazer alterações no projeto.
Dezenas de pessoas saíram em passeata pela praia do Leblon. O grupo é contra o Plano Nacional de Direitos Humanos que prevê, entre vários temas, a revisão da Lei de Anistia, o avanço da reforma agrária e um acompanhamento governamental da linha editorial dos órgãos de imprensa.
No mês passado, o presidente Lula prometeu fazer algumas mudanças no decreto para contornar a polêmica sobre o programa.
O Palácio do Planalto informou que não vai se manifestar sobre a passeata.
Um grupo de manifestantes fez um protesto, na orla, neste domingo (28), contra o Programa de Direitos Humanos do governo federal. No mês passado, Lula prometeu fazer alterações no projeto.
Dezenas de pessoas saíram em passeata pela praia do Leblon. O grupo é contra o Plano Nacional de Direitos Humanos que prevê, entre vários temas, a revisão da Lei de Anistia, o avanço da reforma agrária e um acompanhamento governamental da linha editorial dos órgãos de imprensa.
No mês passado, o presidente Lula prometeu fazer algumas mudanças no decreto para contornar a polêmica sobre o programa.
O Palácio do Planalto informou que não vai se manifestar sobre a passeata.
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