Rodrigo Constantino
"We hold these truths to be self-evident, that all men are created equal, that they are endowed by their Creator with certain unalienable Rights, that among these are Life, Liberty and the pursuit of Happiness." (Declaração da Independência Americana, 4 de Julho de 1776)
Dizem que errar é humano, mas insistir no erro é burrice. O que falar então de uma insistência ininterrupta, ano após ano, por mais de dois séculos? Hoje é o aniversário daquilo que foi um dos marcos mais importantes do mundo, a Declaração da Independência Americana. Ali estaria selada, em poucas palavras, a função básica do governo, afirmando categoricamente a soberania do povo sobre o Estado. Cada indivíduo seria livre na busca pela sua própria felicidade. As regras seriam iguais, não os resultados.
Infelizmente, o homem tem memória curta, e esquece-se das aulas básicas de seus grandes pensadores. A visão de curto prazo, aliada à mentalidade de se dar bem explorando os outros, faz com que uma multidão troque a liberdade por algum favor do governo. A ignorância, somada ao desejo de ganho fácil, faz com que a massa deposite sua esperança num messias salvador, delegando função paternalista ao Estado. A perfídia, com pitadas de romantismo utópico, faz com que uma elite formadora de opinião condene a meritocracia e pregue soluções coletivistas para os problemas do mundo, levando ao socialismo ineficiente e injusto.
O governo não está acima do povo, mas sim depende de seu consentimento para ser validado. E isso não quer dizer, de forma alguma, que uma maioria está livre para fazer o que bem entender. A democracia não deve levar a uma simples ditadura da maioria. Os direitos individuais deverão ser sempre respeitados, e era esse o foco da Declaração que fundou a República americana. Cada indivíduo deve ser livre para perseguir sua felicidade, sem invadir a liberdade do outro. Reparem que não há como um governo garantir a felicidade, mas apenas o direito de cada um buscar a sua, livre da coerção alheia. E notem também que nesse percurso, o direito de um não pode destruir o direito do outro. Essa valiosa lição é hoje amplamente ignorada, com governos prometendo cada vez mais, sem se importar que para dar algo a alguém, precisa antes tirar de outro.
Na sabedoria de homens como Benjamin Franklin e Thomas Jefferson, construíram-se os pilares que criariam a nação mais próspera do mundo. Não há superioridade racial, não há fatores genéticos, não há maiores recursos naturais, não há sorte. Foram os princípios adotados por estes homens que possibilitaram um meio amigável ao progresso humano. Foi a liberdade individual que estimulou o empreendedorismo e a inovação. Foi o conceito de troca voluntária, básico do capitalismo, que permitiu tamanho avanço. Os Estados Unidos são o que são hoje por mérito de um modelo eficiente, justo e adequado à natureza humana. Infelizmente, até os americanos vêm se afastando do conceito original que tanto os distanciaram do resto do mundo. O Leviatã estatal tem crescido por lá, alimentando-se das liberdades individuais tão valiosas.
O pequeno texto da Declaração de Independência deveria ser relido com maior freqüência, pois seus ensinamentos são constantemente esquecidos num mundo onde idéias coletivistas entram cada vez mais em moda. Trocam o objetivo conceito de justiça pelo abstrato termo "justiça social", como se coubesse aos burocratas do governo decidir como configurar a sociedade, escravizando seu povo para isso. Ofuscam a liberdade individual em nome da visão coletivista, como se existisse um "interesse nacional" ou "bem público" que justificasse o sacrifício dos indivíduos.
A esperança é a última que morre. Mesmo que distante do ideal de liberdade individual e de isonomia de tratamento, vários países adotaram a democracia ou ampliaram as liberdades individuais nas últimas décadas. Vamos continuar sonhando – e lutando – para que aquelas sábias palavras proferidas há mais de dois séculos tenham profundo impacto nos indivíduos. Hoje, dia 4 de Julho, o mundo todo deveria comemorar. Afinal, não se trata somente do aniversário de uma nação livre, mas sim da própria liberdade. Antes dos Estados Unidos, os países eram calcados em tradições coletivistas, sem este foco na liberdade individual. Como defensor da liberdade, fico muito feliz de ter nascido em 4 de Julho. Viva a liberdade!
"We hold these truths to be self-evident, that all men are created equal, that they are endowed by their Creator with certain unalienable Rights, that among these are Life, Liberty and the pursuit of Happiness." (Declaração da Independência Americana, 4 de Julho de 1776)
Dizem que errar é humano, mas insistir no erro é burrice. O que falar então de uma insistência ininterrupta, ano após ano, por mais de dois séculos? Hoje é o aniversário daquilo que foi um dos marcos mais importantes do mundo, a Declaração da Independência Americana. Ali estaria selada, em poucas palavras, a função básica do governo, afirmando categoricamente a soberania do povo sobre o Estado. Cada indivíduo seria livre na busca pela sua própria felicidade. As regras seriam iguais, não os resultados.
Infelizmente, o homem tem memória curta, e esquece-se das aulas básicas de seus grandes pensadores. A visão de curto prazo, aliada à mentalidade de se dar bem explorando os outros, faz com que uma multidão troque a liberdade por algum favor do governo. A ignorância, somada ao desejo de ganho fácil, faz com que a massa deposite sua esperança num messias salvador, delegando função paternalista ao Estado. A perfídia, com pitadas de romantismo utópico, faz com que uma elite formadora de opinião condene a meritocracia e pregue soluções coletivistas para os problemas do mundo, levando ao socialismo ineficiente e injusto.
O governo não está acima do povo, mas sim depende de seu consentimento para ser validado. E isso não quer dizer, de forma alguma, que uma maioria está livre para fazer o que bem entender. A democracia não deve levar a uma simples ditadura da maioria. Os direitos individuais deverão ser sempre respeitados, e era esse o foco da Declaração que fundou a República americana. Cada indivíduo deve ser livre para perseguir sua felicidade, sem invadir a liberdade do outro. Reparem que não há como um governo garantir a felicidade, mas apenas o direito de cada um buscar a sua, livre da coerção alheia. E notem também que nesse percurso, o direito de um não pode destruir o direito do outro. Essa valiosa lição é hoje amplamente ignorada, com governos prometendo cada vez mais, sem se importar que para dar algo a alguém, precisa antes tirar de outro.
Na sabedoria de homens como Benjamin Franklin e Thomas Jefferson, construíram-se os pilares que criariam a nação mais próspera do mundo. Não há superioridade racial, não há fatores genéticos, não há maiores recursos naturais, não há sorte. Foram os princípios adotados por estes homens que possibilitaram um meio amigável ao progresso humano. Foi a liberdade individual que estimulou o empreendedorismo e a inovação. Foi o conceito de troca voluntária, básico do capitalismo, que permitiu tamanho avanço. Os Estados Unidos são o que são hoje por mérito de um modelo eficiente, justo e adequado à natureza humana. Infelizmente, até os americanos vêm se afastando do conceito original que tanto os distanciaram do resto do mundo. O Leviatã estatal tem crescido por lá, alimentando-se das liberdades individuais tão valiosas.
O pequeno texto da Declaração de Independência deveria ser relido com maior freqüência, pois seus ensinamentos são constantemente esquecidos num mundo onde idéias coletivistas entram cada vez mais em moda. Trocam o objetivo conceito de justiça pelo abstrato termo "justiça social", como se coubesse aos burocratas do governo decidir como configurar a sociedade, escravizando seu povo para isso. Ofuscam a liberdade individual em nome da visão coletivista, como se existisse um "interesse nacional" ou "bem público" que justificasse o sacrifício dos indivíduos.
A esperança é a última que morre. Mesmo que distante do ideal de liberdade individual e de isonomia de tratamento, vários países adotaram a democracia ou ampliaram as liberdades individuais nas últimas décadas. Vamos continuar sonhando – e lutando – para que aquelas sábias palavras proferidas há mais de dois séculos tenham profundo impacto nos indivíduos. Hoje, dia 4 de Julho, o mundo todo deveria comemorar. Afinal, não se trata somente do aniversário de uma nação livre, mas sim da própria liberdade. Antes dos Estados Unidos, os países eram calcados em tradições coletivistas, sem este foco na liberdade individual. Como defensor da liberdade, fico muito feliz de ter nascido em 4 de Julho. Viva a liberdade!
11 comentários:
Enquanto isso, aqui tentamos imitar os sintomas da riqueza (saúde, educação, limpeza urbana...) sem abraçar as causas da riqueza: liberdade e responsabilidade individual.
O mais triste é que os próprios Estados Unidos estão caindo na mesma armadilha da qual nós nunca saímos.
Rodrigo,
Meus parabéns pelo seu aniversário. É realmente um privilégio nascer em 4 de julho.
É incrível que esta receita de sucesso descrita por você não só não tenha sido seguida pela maioria dos outros povos, sobretudo no "Novo Mundo", como vá sendo, aos poucos, esquecida e substituida por coletivismos vários, inclusive lá.
Você usou o termo "perfídia", mas eu continuo achando que o sentimento por trás dessa elite que insiste nas "soluções coletivistas" é mesmo a inveja. É gente que não se conforma com o sucesso alheio e, por isso, prega a igualdade, mas uma igualdade gerida por eles, que fique claro.
Um abraço
João Luiz
Nascido em 4/07! Não é a toa que você é um dos mais contundentes defensores da liberdade. Temos nossas divergências conceituais, naturalmente. Mas o que importa é que prezamos a liberdade e o direito do indivíduo. A data é deveras significativa.
Mas se o país da liberdade está cedendo espaço a ponto de estar cada vez mais próximo de uma social-democracia, isso é mal sinal para todos os que prezam a liberdade.
Obrigado, Mauad e Blogildo.
Podemos discordar em alguns pontos, mas concordamos no essencial: a defesa da liberdade individual. E cá para nós: um mundo de unanimidade é não apenas impossível, como indesejável.
Abraços e novamente obrigado.
Rodrigo
Caro Rodrigo,
Feliz aniversário!
Infelizmente, não tenho muita esperança em ver nosso país adotar as práticas individualistas, de liberdade civil e de liberdade de mercado que deram certo nos EUA. Nossa tradição, baseada no cartorialismo e no patrimonialismo, é muito diferente da deles. Enquanto eles estavam celebrando o thanksgiving, nós ainda estávamos insistindo nas capitanias hereditárias...
Mas já ficarei feliz se o Governo deixar de incomodar tanto, se diminuir a carga tributária e se deixar de querer regulamentar tudo o que encontra pela frente. Quem sabe um dia!
[ ]s
Alvaro Augusto
http://alvaroaugusto.blogspot.com
Dô 10 centavos neste blog!
Feliz aniversário, Rodrigo. E Parabéns pelo blog também.
Feliz aniversário atrasado, he he.
É claro que os ideais americanos seriam impossíveis sem ter havido, principalmente em solo europeu, o exercício da filosofia e o questionamento do sistema vigente onde os nobres eram abençoados pelos clérigos, que legitimavam os mais torpes líderes junto ao deus que diziam representar, desde que tivessem resguardados seus privilégios, entre os quais a não submissão à lei dos homens e o gozo da impunidade.
Ainda que haja o “One nation under God", muitos americanos libertaram-se dos ardis dos manipuladores "homens de deus" e deixaram sua nação um pouco mais próxima do "...with liberty and justice for all".
Gostei do que você escreveu, $:
"...aqui tentamos imitar os sintomas da riqueza (...) sem abraçar as causas da riqueza: liberdade e responsabilidade individual."
É isso aí!
Abraços
Rodrigo, em primeiro lugar, meus parabéns atrasado pra vc!
Vc disse no começo que "... errar é humano, mas insistir no erro é burrice". Eu costumo dizer que "Errar é humano, insistir no erro é latino-americano". O que infelizmente, é a pura verdade :(
Parabéns Rodrigo, e viva a América
Parabéns ae!!
Se eu pudesse, te dava uma passagem de ida pro inferno......ops, EUA!
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