Rodrigo Constantino
Economista, escritor e membro do Instituto Millenium
Rio - A crise financeira americana segue fazendo vítimas. Já foram contaminadas as gigantes Fannie Mae e Freddie Mac, assim como dois dos maiores bancos de investimentos, Lehman Brothers e Bear Stearns. Agora foi a vez da seguradora AIG. O estrago é grande e a crise é séria. Em outros tempos, uma gripe dessas no principal país do mundo seria desastrosa para a economia brasileira.
Mas o País ainda passa bem, apesar de alguns espirros. O que mudou? Logo vem à mente os US$ 200 bilhões em reservas. Além disso, o regime de metas de inflação garante a credibilidade da economia. Os desenvolvimentistas sempre pregaram uma política monetária frouxa como meio para estimular o crescimento. O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, demonstrou força ao resistir às pressões, já que o governo abriga muitos adeptos dessa linha ideológica. Tivessem eles vencido, hoje o País já poderia estar “de quatro”.
Foi justamente pelo fato de o governo não ter colocado em prática tudo aquilo que sempre pregou no passado que permitiu uma maior blindagem contra esta crise. O problema é que Meirelles luta praticamente sozinho, já que na área fiscal não vem apoio do governo, que só aumenta os gastos e não faz nenhuma reforma estrutural.
Combater a gripe financeira apenas com juros é como matar uma formiga com uma bazuca. Não dá para evitar um efeito colateral grande, pois a taxa acaba sendo maior que deveria. Não há mágica. Derrubar artificialmente as taxas iria apenas estimular a inflação e a fuga de capitais. O governo deve colaborar, reduzir gastos e aprovar as reformas. Em síntese, adotar a blindagem fiscal, além da monetária.
http://odia.terra.com.br/opiniao
3 comentários:
Deu em O GLOBO:
Mensagem de Epicuro na decisão do Copom
Rodrigo Constantino, diretor do Instituto Liberal, evocou Epicuro, filósofo grego, ao comentar a ata do Copom: "Grandes navegadores devem sua ótima reputação às grandes tempestades." Para o economista, num cenário de demanda aquecida e crédito em expansão, o BC faz bem em não ceder às pressões desenvolvimentistas e preservar os fundamentos econômicos para mitigar os efeitos da crise.
fala rodrigo!
PT reduzir gastos?? Talvez em uma zona além da imaginação.
Em um momento como esse uma coisa é certa não devemos seguir o caminho dos EUA que resumido pelo economista Nouriel Roubini, estão socializando as perdas e privatizando lucros... Rodrigo vamos trocar umas figurinhas, dê uma passada em meu blog:
www.concepcoeseconjunturas.blogspot.com
Valeu
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