sexta-feira, setembro 19, 2008

Blindagem Monetária - O DIA

Rodrigo Constantino
Economista, escritor e membro do Instituto Millenium

Rio - A crise financeira americana segue fazendo vítimas. Já foram contaminadas as gigantes Fannie Mae e Freddie Mac, assim como dois dos maiores bancos de investimentos, Lehman Brothers e Bear Stearns. Agora foi a vez da seguradora AIG. O estrago é grande e a crise é séria. Em outros tempos, uma gripe dessas no principal país do mundo seria desastrosa para a economia brasileira.

Mas o País ainda passa bem, apesar de alguns espirros. O que mudou? Logo vem à mente os US$ 200 bilhões em reservas. Além disso, o regime de metas de inflação garante a credibilidade da economia. Os desenvolvimentistas sempre pregaram uma política monetária frouxa como meio para estimular o crescimento. O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, demonstrou força ao resistir às pressões, já que o governo abriga muitos adeptos dessa linha ideológica. Tivessem eles vencido, hoje o País já poderia estar “de quatro”.

Foi justamente pelo fato de o governo não ter colocado em prática tudo aquilo que sempre pregou no passado que permitiu uma maior blindagem contra esta crise. O problema é que Meirelles luta praticamente sozinho, já que na área fiscal não vem apoio do governo, que só aumenta os gastos e não faz nenhuma reforma estrutural.

Combater a gripe financeira apenas com juros é como matar uma formiga com uma bazuca. Não dá para evitar um efeito colateral grande, pois a taxa acaba sendo maior que deveria. Não há mágica. Derrubar artificialmente as taxas iria apenas estimular a inflação e a fuga de capitais. O governo deve colaborar, reduzir gastos e aprovar as reformas. Em síntese, adotar a blindagem fiscal, além da monetária.

http://odia.terra.com.br/opiniao

3 comentários:

Rodrigo Constantino disse...

Deu em O GLOBO:

Mensagem de Epicuro na decisão do Copom

Rodrigo Constantino, diretor do Instituto Liberal, evocou Epicuro, filósofo grego, ao comentar a ata do Copom: "Grandes navegadores devem sua ótima reputação às grandes tempestades." Para o economista, num cenário de demanda aquecida e crédito em expansão, o BC faz bem em não ceder às pressões desenvolvimentistas e preservar os fundamentos econômicos para mitigar os efeitos da crise.

André Barros Leal disse...

fala rodrigo!

PT reduzir gastos?? Talvez em uma zona além da imaginação.

João Baptista disse...

Em um momento como esse uma coisa é certa não devemos seguir o caminho dos EUA que resumido pelo economista Nouriel Roubini, estão socializando as perdas e privatizando lucros... Rodrigo vamos trocar umas figurinhas, dê uma passada em meu blog:
www.concepcoeseconjunturas.blogspot.com


Valeu