terça-feira, novembro 24, 2009

Dia da Consciência Individual

Rodrigo Constantino, O GLOBO (24/11/09)

Cada indivíduo possui diversas características que ajudam a identificá-lo, entre elas: crença religiosa, altura, classe social, sexo, visão política, nacionalidade e cor da pele. O coletivista é aquele que seleciona arbitrariamente alguma dessas características e a coloca no topo absoluto da hierarquia de valores. Para o nacionalista, a nacionalidade é a coisa mais relevante do mundo. Para o socialista, a classe é tudo que importa. Para o racialista, a “raça” define quem somos.
Todos eles ignoram a menor minoria de todas: o indivíduo. Schopenhauer disse: “A individualidade sobrepuja em muito a nacionalidade e, num determinado homem, aquela merece mil vezes mais consideração do que esta”. De fato, parece estranho se identificar tanto com alguém somente com base no local de nascimento. O mesmo pode ser dito sobre a cor da pele. Deve um liberal negro ter mais afinidade com um marxista negro do que com um liberal branco? Fica difícil justificar isso.
Entretanto, o “Dia da Consciência Negra” apela exatamente para este coletivismo. Consciência é algo individual; não existe uma “consciência negra”. Compreende-se a luta contra o racismo, justamente uma forma de coletivismo que deprecia um grupo de indivíduos por causa de sua cor. Mas não creio ser uma boa estratégia de combate ao racismo enaltecer exatamente aquilo que se pretende atacar: o conceito de “raça”. Um mundo onde indivíduos são julgados por seu caráter, não pela cor da pele, como sonhava Martin Luther King, não combina com um mundo que celebra a consciência de uma “raça”.
A origem do feriado coloca mais lenha na fogueira. Zumbi dos Palmares, ao que tudo indica, tinha escravos. Era a coisa mais natural do mundo em sua época. Ele lutava, portanto, pela sua própria abolição, não da escravidão em si. A humanidade conviveu com a escravidão desde sempre. Diferentes conquistadores transformaram em escravos os conquistados. Os gregos, romanos, incas, astecas, otomanos, todos fizeram escravos. As principais religiões consideravam isso algo normal. Não havia um critério racial para esta nefasta prática. Os próprios africanos eram donos de escravos.
Somente o foco no indivíduo, com o advento do iluminismo, possibilitou finalmente enterrar as correntes da escravidão. A Declaração da Independência Americana seria a síntese desta nova mentalidade. Os principais abolicionistas usaram suas poderosas palavras como argumento definitivo contra a escravidão. No famoso caso Amistad, em 1839, o ex-presidente John Quincy Adams fez uma defesa eloqüente dos africanos presos: “No momento em que se chega à Declaração de Independência e ao fato de que todo homem tem direito à vida e à liberdade, um direito inalienável, este caso está decidido”.
O Brasil apresenta um agravante prático: a própria noção de “raça”. Afinal, aqui predomina a mistura, como o recém-falecido Lévi-Strauss percebeu em Tristes Trópicos. Para o antropólogo, ‘negro’ é um termo que “não tem muito sentido num país onde a grande diversidade racial, acompanhando-se de pouquíssimos preconceitos, pelo menos no passado, possibilitou misturas de todo tipo”. Como celebrar a “consciência negra” num país de mestiços, caboclos e cafuzos? Deve o mulato priorizar uma parte de sua origem, em detrimento da outra? A mãe negra é mais importante que o pai branco, ou vice-versa?
Eu gostaria muito de viver num país onde não houvesse racismo. Infelizmente, acho que feriados que enaltecem a consciência da “raça” não ajudam. Seria melhor criar o “Dia da Consciência Individual”.

38 comentários:

Pi-Erre disse...

Parece que certos trabalhos agrícolas inadiáveis (sementeiras, colheitas,...) favoreceram desde sempre a prática da escravatura, obrigando os indíviduos à execução desses trabalhos, sob pena de males maiores (penúria de alimentos, fome, mortandade).
Ou seja, a escravatura, sendo abominável, foi, de certo modo,uma necessidade de sobrevivência da humanidade.
Claro que não estou a pretender defender tal prática, longe disso, mas apenas a tentar compreender as causas do fenómeno que, aliás, ainda hoje se verifica em certas circunstâncias.

Everardo disse...

Rodrigo, a identidade do indivíduo não existe se não confrontada com o seu grupo. A identidade não é absoluta. E a consciência negra não se restringe “simplesmente” à cor da pele, envolve complexidades culturais. Além disso, a sociedade não é a soma algébrica de indivíduos (”unidades”). O preconceito racial não é uma invenção, ela está presente ao longo da história e não pode ser simplesmente negado. E a liberdade humana não está tutelada a meras declarações. Se você fosse de cor negra e desse uma passada nas principais cidades do sul dos EUA talvez desse outro depoimento.
Alegar que não há raças justificando que elas “se misturaram” é patético. É ainda pior do que negá-la, é despistar o pior racismo.

André Barros Leal disse...

Gosto de lembrar o inicio de um texto de Ayn Rand do livro a virtude do egoismo, que ela via o racismo como a pior encarnação do coletivismo.

Todos temos que concordar que um imbecil neo-nazista, se acha superior pelo fato da sua raça ter criado um Einstein. Mas isto não muda a situação do racista em questão, que continua sendo um imbecil.

Hanover disse...

Everaldo.
"A identidade do indivíduo não existe se não confrontada com o seu grupo"
Como assim?

"Consciência negra não se restringe “simplesmente” à cor da pele"
Concordo porque já vi pessoas enaltecendo a data e elas geralmente exaltam diferentes culturas. Mas acontece que não existe uma cultura negra em si. O que existe são pessoas, de diferentes lugares, com costumes extremamente distintos uns dos outros, que tem em comum a cor da sua pele.

Quando eu vejo alguém exaltando uma "raça" é como se existisse uma nação > raça > cor, onde todos que tem esse tom de pele tivessem que defender uma causa maior, pelo seu próprio bem.

No caso, uma pessoa de pele escura que não ta nem ai pra dia da consciência negra, por exemplo, seria taxada de que maneira perante seus conceitos?

kk disse...

Rodrigo,
Não sou contra você expressar seus sentimentos, vamos evocar a 1ª emenda de qualquer lugar do mundo que vocês acreditam ser o melhor lugar no mundo.
Mas tenho uma única pergunta que começa com uma afirmação:
Mesmo existindo negros, safados e brancos safados e não estamos falando deles.
Por que é tão dificil para uma pessoa branca ter problemas com o surgimento de Heróis negros?
Por que durante o ano passado inteiro a televisão fez enormes elogios a comunidade japonesa pelo seu trabalho pelo país ou porque quase todas as novelas da televisão contam a história impressionante dos italianos neste país,elogiando e massacrando nossas mentes de conceitos do que é bom e produtivo foram feito por eles e ninguém se indignou?
Fico me perguntando se alguém que nunca foi negro sabe o que estou dizendo, mesmo citando todos os filósfos e estudiosos.
Acho que sua posição, não te dá um lugar privilegiado para questionar um luta, uma cultura.
Mas a 1ª emenda de algum lugar do mundo pode garantir questionar nossa luta.
Continuaremos lutando.

Rodrigo Constantino disse...

Eu não gosto muito de heróis, negros ou brancos. Mas tem muita gente que eu ADMIRO, sem idolatria. Quer um "herói" nesse sentido, negro? Thomas Sowell, um dos maiores pensadores atuais.

kk disse...

Ok, concordo contigo e também não gosto de muito de herois, mas não é estranho que num país diverso e mestiço onde todos vivem "integrados pela sociedade". Nunca tenha havido um nome que se destaquesse ou que os que se destacaram foram destituido de suas diferenças como pinturas e fotos clareadas ou 40 anos de telenovelas sem representatividades, ou alguém ser atendido em um aeroporto de Aracajú e dizer: vocês da sua raça não tem onde cair morto?
Não acho que estas posições sejam pessoais.
Acho que atitudes como estas definem o stabelishement do processo.
Reconhecemos ou somos obrigados a reconhecer o que os japoneses, italianos, espanhois e até os franceses (na USP onde estudei filosofia) fizeram e fazem por este país.
Temos que lutar para que um feriado, um lider, um representante ou um heiroi, não incomodem tanto as pessoas que não sejam racistas ou preconceituosas e pensem que estamos tendo alguma vantagem com isto.
Somos iguais, mas somos diferentes e queremos que estas diferenças sejam construtivas e não excludentes.
Compartilho do "SONHO" de Mr. King, mas não fazemos parte do povo colonizador e por esta razão ou qualquer outra, neste país, ainda nos acham não capazes de participarmos plenamente da Nação.

Shottokan disse...

Mas o dia da consciência branca não seria politicamente correta, certo?
Pq não fazemos apenas o “dia da consciência”? Pq separar as datas pela quantidade de melanina que um indivíduo tem na pele? A final somos todos Homo sapiens, embora muitos sejam desejosos de criar mais rótulos e denominações.

kk disse...

Porque a consciência vigente hoje em todos os meios de comunicação em todos os jornais e telejornais e em todos os cargos políticos e financeiros já é branca. Ou só eu percebo isto?
A Consciência Negra não pode incomodar tanto assim, até porque tirando o dia 20 de novembro o resto já é consciência branca.
Não está bom pra vocês?
Veja como o processo é maluco, um dia de proposta de reflexão e um país que tem tradição de ser "não racista" elouquece.

Everardo disse...

Hanover, no caso brasileiro, a cultura negra é a milenar cultura africana. Não é a identidade baseada apenas na cor da pele. Há um história de preconceitos, de escravagismo, de classificação desumana como sub-raça. Os que querem negar se incomodam com esse negõcio de "consicência", que nada mais é que uma tomada de cosciência, para compreensão do fenômeno histórico. Devemos admitir a discussão da realidade e não negá-la. Os negros brasileiros vieram de um continente, os europeus de outro, os japoneses, de outro. Percorreram caminhos diferentes e herdaramuma posição de status diferente, vinculada às suas orígens. Podemos até ser ignorantes e relaçao à questão, (que não é o seu caso). Preocupa mais é a recusa em aceitar a presença dessa cultura e o lugar que ela merece ocupar na formação do Brasil.

Everardo disse...

Shottokan, você foi extremamente competente nas suas revelações. Não tem conhecimentos elementares de história e não compreende o que seja etinia. E não tem consciência disso. Sugestão aceita: um "dia da consciência", só para você!!

Shottokan disse...

Everaldo, novamente, caso vc não tenha lido:

"Concordo porque já vi pessoas enaltecendo a data e elas geralmente exaltam diferentes culturas. Mas acontece que não existe uma cultura negra em si. O que existe são pessoas, de diferentes lugares, com costumes extremamente distintos uns dos outros, que tem em comum a cor da sua pele."

Shottokan disse...

E novamente: Somos todos Homo sapiens, cultura e etnia não tem nada a ver com melanina.

Hanover disse...

Everaldo, a Africa não é um continente só de pessoas de pele escura. Os marroquinos e os egípcios, por exemplo, tem a pele mais clara.
E os sul-africanos descendentes de pai africano e mãe européia? Um "mestiço" é menos africano que outro por que sua pele é mais clara?

Vou fazer uma analogia.
Eu sou menos paraibano que minha irmã pq ela gosta de forro e eu não?

O que caracteriza um paraibano?
Gostar de forro? De ir à praia? De comer cuscuz?

Tenho vários amigos que odeiam praia, só curtem rock e nunca comeram cuscuz na vida.

O que me faz ser um paraibano é o fato de eu ter nascido aqui, só isso. Isto não quer dizer que não seja feliz por isto. Existem lugares piores e melhores que João Pessoa, mas não é pq eu nasci aqui que vc vai distinguir quem eu sou.

Aprendiz disse...

Prezado KK

Não me importo realmente com a existência de um dia da consciência negra. Mas me importo com algo que julgo estar balizando parte das "lideranças negras" brasileiras.

Nos EUA o ódio entre as raças tornou-se um ativo político bom demais para ser desperdiçado. Atualmente, pessoas ganham votos (portanto, poder e grana) mantendo viva a chama do ódio racial. Outros são sustentados por ONGs e entidades civis que só podem manter-se a custa do ódio. É uma arapuca, uma situação da qual não se sai sem muita inteligência. Se a armadilha não for demontada (com todo custo político que isso implica) esse ódio permanecerá.

Muitos teem a impressão de que parte da liderança dos movimentos negros (com forte apoio do pt e pmdb) pretendem criar esse mesmo tipo de ativo político por aqui. Algo do tipo "já que racismo é inevitável, vamos incentivar o crescimento de racismo negro, para as coisas ficarem equilibradas". Tenho pessoas brancas e negras entre meus parentes e simplesmente não aceito esse tipo de "estratégia" política.

Tem um blog que critica essa questão do racialismo e há algumas lidranças negras preocupadas com o rumo que as coisas estão tomando:

http://noracebr.blogspot.com/

Deixo a seguinte sujestão: Façam o que acharem melhor para resolver as questões de menor oportunidades dos pretos e mestiços (eu, particularmente acho que a qualidade da educação básica faz parte do cerne da questão), mas evitem a todo custo entrarem na arapuca da indústria do ódio. Quando houverem muitos políticos e "líderes comunitários" percebendo que ódio lhes traz vantagens, então será tarde demais, será muito mais trabalhoso (e custoso) desmontar a armadilha.


Prezado Pi-Erre

O que você disse é absurdo. Escravidão nuca foi algo necessário.

Anônimo disse...

"Para o racialista, a “raça” define quem somos."

Para o racista mesmo.

Everardo disse...

Rodrigo, se o indivíduo é o que é, independente da cor da pele, do legar onde nasceu e viveu, do parentesco e da herança genética, como se poderá justificar a seguinte coincidência? É que os indivíduos, normalmente, possuem as mesmas crenças e valores, cor da pele, idioma e muitos outros caracteres dos que nascem e crescem numa mesma comunidade, filhos de pais semelhantes na cor da pele e nas crenças, etc.. O indivíduo, de que você fala, exite onde? Nunca a história registrou um só! Robinson Crusoé aplicou tudo o que aprendeu anteriormente ao naufrágio com o seu grupo social, inclusive a nadar (ou ele nasceu nadnando?). O problema das dutrinas individualistas (opostas às socialistas) é que elas defendem qeu as conquistas individuais nada têm a ver com a contribuição social "dos outros". Como se existissem "self made man". Essa utopia não é enfrentada de frente. Ao contrário, o indivíduo vive se apropriando do que pertence aous outros (ou foi construido com os outros). Apropria-se, desavergonhadamente, da cultura (que é fenômeno social), do aprendizado com o outro e, inclusive, do que recebeu de graça de uma sociedade bancada por todos. E depois diz que ele é ele, um indivíduo "de sucesso".

Rodrigo Constantino disse...

Everardo, por que seu comentário exala inveja do começo ao fim? Por que tanto ódio à meritocracia? Seria isso fruto de um complexo de inferioridade?

Por que dois indivíduos nascidos na mesma cultura podem ser tão diferentes?

Entenda o óbvio: todos sofrem INFLUÊNCIA da cultura. Mas fazem ESCOLHAS. São diferentes! E da mesma cultura, da mesma cor da pele, do mesmo país, da mesma classe, podem sair dois indivíduos completamente diferentes, um virtuoso, trabalhador, honesto, e outro safado, idiota, parasita. Um pode ser liberal, o outro socialista!

Rodrigo

Everardo disse...

Rodrigo, desconsiderando a classificação emocional dos tipos liberl e socialista, quero dizer que também as escolhas são feitas entre alternativas oferecidas AO indivíduo pelo seu ambiente. Não se pode escolher entre alternativas inexistentes.

ntsr disse...

'quero dizer que também as escolhas são feitas entre alternativas oferecidas AO indivíduo pelo seu ambiente. Não se pode escolher entre alternativas inexistentes.'

Se vc pegar caras como Walt Disney ou Henry Ford,quando eles começaram não tinham nada,e o estímulo mais comum do ambiente deles eram pessoas como vc, falando pra eles que os projetos deles eram loucura.Walt Disney começou desenhando na garagem, no meio de um monte de tralhas.Mickey era o rato de verdade que perambulava no meio das coisas dele, e parecia ser o único ser que acreditava nele.Depois dos primeiros desenhos, se ele quisesse contratar mais animadores ele não poderia,NINGUÉM sabia fazer o que ele queria, ele teve que ensinar e treinar pessoalmente cada um dos animadores dele.E além desses tem muitos outros, até aqui no brasil mesmo...
Exemplos assim são desgraça de quem convenientemente quer se achar a vítima de tudo, dá até pra 'entender' de onde vem tanto rancor

Everardo disse...

ntsr, Walt Disney e Henry Ford tinham uma bagagem cultural. Ford não inventou a roda e, naturalmente é ela o princípio do seu invento. A tração à cavalo já exitia e o motor à explosão também. Essas adaptações se dão em um ambiente tecnológico produzido por milhares de pessoas ao longo de muitos séculos. Mas, o carro pronto foi atribuido só ao Sr. Ford. Mas, mesmo ele, sabia que precisaria de outro empurrãozinho: o comprador. Isso é sociedade. O individualismo é que não considera isso isso.

Rodrigo Constantino disse...

"Isso é sociedade. O individualismo é que não considera isso isso."

ESPANTO!!!!!!!!

O socialista Everardo acha que individualistas defendem que indivíduos vivam ISOLADOS em ilhas!!!!!! hehehehe

Everardo, evite TANTO constrangimento nesse blog, please!

Individualistas entendem que cada indivíduo é um fim em si, não um meio sacrificável para o "bem-geral", e que as trocas em sociedade devem ser VOLUNTÁRIAS.

Entendeu agora? Ou nem agora?

Everardo disse...

Rodrigo, quem disse que socialista defende que indivíduos vivam isolados em ilhas? E quem disse que não se sabe que individualista entende que é um fim em sí? Individualista só v~e a sí mesmo. O resto que se lixe. Você mesmo está confirmando isso. Por isso odeia a idéia de que a sociedade deve ser solidária, que não se deve deixar os outros à lei do mais forte. Esse é o estado de natureza, selvagem.

ntsr disse...

'ntsr, Walt Disney e Henry Ford tinham uma bagagem cultural. '

Milhões de outros na mesma época tb tinham, e não fizeram um décimo, por que eu deveria pagar pra eles entao?

'Essas adaptações se dão em um ambiente tecnológico produzido por milhares de pessoas ao longo de muitos séculos. '
Nem toda tecnologia veio de 'milhares de pessoas ao longo de muitos séculos', e a maior prova de todas está bem nas suas ventas.O ENIAC era um monstro do tamanho de dois quarteiroes, precisava de um batalhao pra ser 'programado', vivia quebrando e tinha uma capacidade de processamento menor que uma calculadora dos anos oitenta.Os computadores de hoje fazem ele parecer uma piada tão ridícula que nem tem como comentar...mas pro socialista é tudo uma 'adaptação', certo...
O negócio é que, do ENIAC pra cá foi o TRABALHO de empresas privadas, se fosse pelo conhecimento coletivo E SÓ, sem nenhum incentivo pra quem quisesse fazer as coisas evoluirem, esse teu computador com processador intel ou amd nem existiria

ntsr disse...

'Individualista só v~e a sí mesmo. O resto que se lixe.'

Mais uma mentira da esquerda, na verdade o que o libertário diz é 'a minha liberdade termina onde a tua começa', existe um grande respeito pelos outros e pelas decisoes dos outros, contanto que vc n queira obrigar ninguém a nada

Simone. disse...

Pensava que os egípcios eram negros, mas enfim...

É complicado querer celebrar o dia da Consciência Negra!...

Como vc mesmo disse Rodrigo, como somos um país mestiço, pq em vez de criticar vc tbm ñ comemorou? pq, muito provavelmente, vc tbm é mestiço.
É isso que eu acho mais engraçado... ñ somos todos negros, mestiços??
Então o dia é para todos comemorarem a nossa descendência negra. Q problema há nisso?
A postura de alguns só vem comprovar o que nós negros sabemos, negro é a cor da pele, é o fenótipo.
O dia da CN ñ diz q é para ser comemorada por aqueles de pele negra, mas mesmo assim os mais claro acham um absurdo esse dia. Tão vendo? são vcs q sempre se separam e ñ nós q nos separamos. Fato!

Simone. disse...

A questão é: ESSE(indivíduo) ñ pode ser sacrificado, mas os outros podem? Pq no final das contas alguns indivíduos são sacrificados para o "bem estar" de uma pequena parcela.

õ0

Hanover disse...

"esse não pode, mas os outros podem"
eu entendi oq vc quis dizer.
vc acha que nos liberais estamos negando que no passado houve escravidão dos negros, exploração da mão de obra negra ou que hoje não há preconceito para com as pessoas de pele mais escura.

eu, particularmente não nego nenhum destes fatos.

eu so não concordo que as vitimas do preconceito usem o mesmo como forma de defesa.
é como resolver um erro cometendo outro.

se os negros não querem mais sofrer preconceito pq lutar por políticas que pregam a diferença racial?

Aprendiz disse...

Everardo

Vejo que você imagina que todas as pessoas que defendem o livre-mercado são egoistas e insensíveis. Pois deixe eu lhe dizer que já dei muita aula de graça, já ajudei muita gente com dinheiro (nas medidas das minhas possibilidades, pois nunca cheguei nem perto de ser rico) principalmente através de instituições idôneas, já trabalhei bastante em trabalhos voluntários. Talvez você não saiba, mas entre as pessoas que defendem o livre-mercado, muitos tem grande admiração por pessoas que doam e trabalham pelo desenvolvimento dos mais pobres.

Agora vou dizer a impressão que tenho de você (pelos comentários parece que muitos aqui devem ter impressão parecida com a minha). Quando você fala "solidariedade" "justiça" "bondade", eu leio essas palavras no contexto do discurso das esquerdas brasileiras. E nesse contexto, significam necessariamente desculpas para a criação do totalitarismo. Não é segredo para ninguém que o norte das esquerdas brasileiras sempre foram os regimes marxistas genocidas e totalitários. Leio suas frases no contexto do duplipensar de 1984. Diria que isso é quase injusto, pois vejo você não como um indivíduo, mas como representante de um pensamento coletivo. Mas a aderência total de vocês, esquerdistas brasileiros, a esse pensamento coletivo, torna quase impossivel a sua individualização.

Ora, você apresenta todos os cacoetes verbais desses adoradores do estado-deus:

1. Detração de todos que não creem no que você crê.
2. Você acredita completamente em todos os mitos inventados pelos marxistas. Se você vivessa a algum tempo atrás, acreditaria que o Kmer vermelho era uma maravilha. Se vivessa antes ainda; acreditaria nas belezas da revolução cultural chinesa; se vivesse antes ainda, acreditaria que os países da Europa Oriental viviam na mais absoluta liberdade e prosperidade sob a liderança soviética. Na época certa, você teria acreditado que Fidel era um democrata, que Stalin era uma pessoa maravilhosa, que a URSS era uma democracia.

Agora não é mais tempo de acreditar nessas mentiras, mas você acredita em outras. Durante um século os marxistas mentiram sistematicamente sobre as "belezas" do comunismo. Mas agora não, tudo que seus professores marxistas disseram é verdade, num passe de mágica os marxistas deixaram de mentir. Se liga, cara, se eles mentiram sobre tanta coisa no passado, você não deveria desconfiar um pouco do que dizem hoje? Ah, mas para que haja pensamento coletivo, deve-se crer nos nossos guias ...

Repare numa coisa. Perceba o imenso prazer com que Lula abraça os ditadores assassinos do Irã, Líbia, Sudão. É muito mais do que política, é um estado de alma. A esquerda brasileira foi criada amando Stalin e Mao. Isso não saiu de sua alma, nem vai sair.

Simone. disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Simone. disse...

Hanover, eu fiz essa pergunta ao Rodrigo. Estava me referindo a um coment q ele postou em resposta ao Everardo. por isso coloquei em posts diferentes, ñ estou me referindo à escravidão.

'Vejo que você imagina que todas as pessoas que defendem o livre-mercado são egoístas e insensíveis. ' muita gente vem vcs assim. (et moi aussi. rs) Acredito que seja pq a ajuda q vc citou, caridade, ñ é transformadora. Sociedade alguma conseguirá o 'bem estar' através dela.

vcs liberais ñ foram doutrinados por nenhum liberal? É isso q vc quer dizer, Aprendiz? Pelo o que eu vejo, cada lado segue o que já foi/é dito um dia.

fejuncor disse...

Estes "ismos" estão ultrapassados.

O liberalismo ao menos é a mais expontânea forma de conviver em sociedade. Com um governo lúcido e justo não vejo mal nenhum nele. O coletivismo só é um meio de conduzir a sociedade diante da iminência dum cataclisma. Mas ele ignora valores humanos. Na multiplicidade que caracterisa a sociedade, torna-se entravante e acaba conduzindo ao poder uma casta burocratoparasita.

Aprendiz disse...

simone

1. Se quiserem comemorar esse dia como uma homenagem aos nossos ascendentes negros (a maior parte dos brasileiros tem ascendentes negros e também brancos) estou nessa. No próximo ano me chamem para a comemoração aqui em S. Paulo.

2. Coletivismo muda a sociedade para pior, a URSS, Europa Oriental, China maoista, Cambodja, etc, provam isso. Nunca houve uma sociedade que atingisse bom padrão de vida e grande liberdade sem que houvesse também liberdade econômica pelo menos razoável. Mesmo nos países nórdicos, citados por alguns, qualquer pessoa pode ser dona dos meios de produção.

Mas a existência de meios de produção não estatais é um mal a ser combatido, conforme dizem os leninistas, os gramscianos e os maoistas. Mas nunca houve liberdade individual num regime em que o estado fosse proprietário de todos os bens de produção.

Há uma outra via que alguns propõe. Dizem que os meios podem (e até devem, na maioria dos casoa) serem privados, mas o estado deve ter total liberdade de determinar a aplicação desses meios, e inclusive de expropriar de uns e dar a outros. Vejamos quais são os exemplos de países onde os burocratas do estado teem ou tiveram completa liberdade de obrigar o direcionamento de investimentos privados:

China pós-mao: Sistema totalitários assassino.
Alemanha nazista: Sistema totalitário assassino.
Italia de Mussolini: Ditadura assassina.
Vietinam: Ditadura assassina.

Agora vejamos alguns países em que o estado tem (ou teve) imensa liberdade de se imiscuir nos negocios privados, embora não total:
Brasil dos militares: Ditadura assassina (embora muito menos que os países marxistas).
Venezuela atual: Tendendo ao totalitarismo, governo assassino e beligerante.
Iraque de Sadan Hussein: Ditadura genocida.

Veja portanto, Simone, que não podem existir liberdades civis quando:
1. O estado é dono de todos os meios de produção.
2. O estado, não sendo dono de todos os meios de produção, pode dispor deles à vontade.

Note que existe um sistema misto, a social-democracia do norte da Europa, onde existe bom nível de respeito aos direitos humanos e o estado cobra altos impostos para financiar gastos sociais. Mas fora isso, os empresários teem razoável liberdade e não podem ser chantageados facilmente por burocratas e políticos, pois em tais países as instituições estão acima dos governantes de ocasião.

Alguém poderá argumentar que podem haver regimes onde os empresários tem certa liberdade, mas mesmo assim há agressões contra as liberdades civis. Mas eu não me propus a provar que a liberdade econômica implica necessariamente na existência de todas as liberdades civis e respeito aos direitos humanos. O que me propus a provar é que as mais graves restrições à liberdade econômica veem sempre acompanhadas de graves restrições às liberdades civis e agressões aos direitos humanos.

Portanto, considero condição necessária para que haja bom nível de liberdades e respeito à pessoa, que o estado não seja dono de todos os meios de produção e que o estado não possa dispor à vontade dos bens particulares, por simples vontade de governantes ou burocratas.

Everardo disse...

ntsr, os principais inventos, as principais tecnologias que transformaram o mundo no ~seculo XX sairam de laboratórios ESTATAIS, não dos privados. A NASA não é privada. A tecnologia espacial Russa é tão estatal quanto a dos EUA. Quem criou o computador moderno foi o exército americano. A tecnologia de comunicações via satélites é estatal. As transformações sociais mais sigificativas decorreram de ambientes de guerrra (que não são privadas!). Observe as pesquisas que se desenvolvem nas universidades e diga de onde saem as produções que a empresa privada aproveitar, se das universidades públicas ou se das particulares; a quase totalidade das tecnologias exportadas por Israel foi desenvolvida pelo Exército. Ou estamos em mundos diferentes?

ntsr disse...

'ntsr, os principais inventos, as principais tecnologias que transformaram o mundo no ~seculo XX sairam de laboratórios ESTATAIS, não dos privados.'

E vc fala isso justamente DEPOIS de eu comparar o trambolho de dois quarteiroes Eniac, feito pelo governo, com os computadores de hoje

ntsr disse...

Mas isso é fugir do assunto, ainda to curioso pra saber qual a sua desculpa pro sucesso do Walt Disney, pq essa história de que ele tinha uma bagagem cultural, e dai?MILHÕES de outros que viviam na mesma cultura também tinham, e NENHUM fez o que ele fez, começando do nada.
A desculpa dos marxistas são os 'meios de produção', pra um cara como Disney ou Maurício de Souza, qual meio de produção foi preciso pra começar?Uma mísera caneta.
O negócio é que gente como vc quer uma desculpa desesperada pra ignorar o trabalho, o risco e as decisoes de quem cria algo grande assim do nada, pq essas diferenças sao INDIVIDUAIS, e vcs querem acreditar no mito de que todo mundo é igual, o mundo inteiro é feito de clones que tem que depender do governo pra tudo

Everardo disse...

Afinal, a tecnologia nuclear, os satélites de telecomunicações, a aeronáutica moderna (à jato), a informática, vieram ou não vieram dos laboratórios estatais? As grandes navegações, a escola de Sagres, tiveram ou não tiveram o financiamento estatal? As grandes universidades e laboratórios da Europa, nos útimos séculos, são ou não são estatais? As principais descobertas da medicina se devem ou não ás guerras? As guerras são ou não são laboratórios de desenvolvimento de produtos? Responda isso sem tentar desqualificar o interlocutor, ntsr.
Diga-me o nome de APENAS UMA instituição de pesquisa no Brasil que não seja pública, inclusive as de pesquisas sociais. Me diga se as telecomunicações no Brasil, a indústria automobilística, a do peróleo, a da mineração,se não foram criadas pelo Estado? Pergunte aos exportadores de commodities se eles pagam à EMBRAPA e poque não agregam valor aos seus produtos? Por que esperam tudo do papai governo que eles querem que exista, mas subordinado aos seus interesses privados. POrque se apropriam dos bens produzidos com dinheiro do consumidor e se dizem liberais.

Aprendiz disse...

Errado, Everardo

A maior parte da tecnologia foi desenvolvida POR ENCOMENDA DE ORGÃOS ESTATAIS. Todos dizem "a internet foi desenvolvida pelos milicos". Errado, foi encomendada pelos milicos. É claro que os militares tem de ter laboratórios e pessoal especializado, até para poder ter competencia para comprar bem. Mas foram desenvolvidos pela iniciativa privada, assim como a maior parte da tecnologia aerospacial, da eletrônica, da informática, das fibras óticas.

Aquilo que foi desenvovido diretamente pela Nasa, por exemplo, e não encomendado, deve ter patentes em nome da Nasa (que pode vender ou ceder tecnologia conforme os interesses do governo). Mas aquilo que foi desenvolvido por encomenda, tem patente da empresa ou profissional que o desenvolvel.

Os orgãos do governo poderiam especificar nos editais que ficariam donos das patentes que resultassem das encomendas. E é claro que as empresas aceitariam isso apenas por um preço maior, pois ganhariam com os inventos uma vez só. Sairia mais caro para o governo, e este teria de administrar um grande número de patentes, com os custos burocráticos disso. Que eu saiba, nenhum governo do mundo adota tal política de forma sistemática, o que me leva a crer que os governos não consideram isso, em geral, vantajoso. Como um governo venderia ou cederia tais patentes? Por concorrência pública? Com todos os esquemas de corrupção que sabemos?

Os governos impõem restrições de uso para certas tecnologias muito sensíveis, o que as torna bem mais caras, pois as empresas não podem vender produtos com tais tecnologias para outros clientes (e teem um custo extra com sistemas caros de segurança). Uma tecnologia, na qual a empresa gasta uma fortuna mas pode vender alguns poucos produtos, para um único cliente, será remunerada por aqueles poucos produtos. Serão necessariamente muito caros.