Rodrigo Constantino, para o Instituto Liberal
O IPCA de março divulgado esta semana ficou acima das expectativas do mercado. O ministro Mantega chegou a culpar a chuva pela alta dos preços dos alimentos. O governo parece ainda viver em negação da realidade. O IPCA já acumula alta de 2,44% no primeiro trimestre do ano, o que representa mais de 10% de inflação anualizada. Nos últimos 12 meses, a inflação já chega a 6,3%, muito perto do topo da meta do governo, que é 6,5%.
O governo e alguns analistas “chapa-branca” ainda culpam apenas as commodities pela inflação, mas o item de serviços subiu 8,5% nos últimos 12 meses, com índice de difusão de 68,2%. Ou seja, mais de dois terços dos itens que compõem o setor de serviços estão aumentando de preço, e de forma acelerada. Será que os honorários de um advogado aumentam muito porque o preço do tomate subiu?
Enquanto a inflação foge do controle do governo, o Banco Central divulga ata negligente, sinalizando aumento reduzido nas taxas de juros à frente. E o governo continua adotando medidas paliativas, enquanto o BNDES jorra crédito no mercado. As medidas “macroprudenciais” são um tiro no escuro, e o governo está contando com a sorte de forma irresponsável. Ataca os efeitos, mas não mexe nas causas principais do problema. A economia segue superaquecida, com elevada capacidade utilizada, dados de emprego no limite, e fortes estímulos monetários, liderados pelo próprio governo.
O ministro Mantega tem aparecido em público para anúncios oficiais quase diariamente, comunicando novas medidas, como o recente aumento de IOF sobre crédito para pessoa física. A imagem que ele passa me remete aos desenhos animados de minha infância. Quando começava um vazamento, o personagem tentava, desesperado, tampar o buraco, apenas para ver outro buraco vazando. No final, ele estava todo enrolado, tampando buracos com as mãos e os pés, mas nada impedia o rompimento final do recipiente.
9 comentários:
hoje 8/4, globo repórter sobre CINGAPURA, divulguem
o Brasil foi criado e existe para sustentar uma classe corrupta que o domina.
O Brasil foi criado por uma bula papal, que dividiu terras que ainda nem eram mapeadas, embora já catalogadas, entre dois reinos da Ibéria. Não foram levados em conta os interesses de outras nações européias e muito menos das nações que aqui existiam. Isso já mostra o descaso com qualquer objetivo de constituir uma nação. Ao Papa, ou ao rei de Castela ou de Portugal, não interessava o país ou alguma eventual nação que por aqui existisse ou que porventura viesse a existir. Eram terras de "além mar". Era preciso ocupá-las. Uma forma eficaz de ocupar é formar uma classe com algum poder e muita disposição para ser corrupta em favor da ocupação.
O Brasil foi ocupado, não foi assimilado. Uma marca desta ocupação foi a colocação de fortalezas com canhões nas entradas dos principais portos. Isso demonstra claramente que o objetivo era tomar posse e manter a propriedade - e não desenvolver. Os funcionários a serviço do governo brasileiro de então, estavam empenhados em impedir inclusões e quaisquer avanços. Inclusões de estrangeiros e avanços dos locais. E estes funcionários tinham algumas regalias, para se sentirem bem, fazendo o que faziam. É a origem da cultura pública brasileira, do "serviço público" brasileiro: impedir, retirar, extrair. O brasileiro aprendeu a servir o público servindo o colonialismo - e aprendeu tão bem que nunca tentou frequentar outra escola.
Vieram sucessivos projetos de governo, como capitanias hereditárias, governo geral, distribuição de títulos nobiliárquicos aos capatazes... mas o objetivo era, sempre, manter a propriedade e extrair. Só extrair, não deixar desenvolver. As capitanias hereditárias tinham apenas uma liberdade relativa e limitada - tanto que não propsperaram. O que este histórico de administrações "trairas" demonstra é que, se os donatários quisessem algum lucro, que o tirassem da terra ou do povo - mas não do dono da colônia. Este era o recado do dono. Se um dia faltasse o dono, o rei, será que os donatários mudariam a prática? Não seria mais fácil simplesmente continuar com a prática e embolsar o lucro? Pois é. O Senado é a evolução do coronel, do donatário. Só que é o donatário livre do fisco da coroa. O rei se foi, ficaram os capatazes.
A monarquia veio para o Brasil com esta cultura. A cultura de manter a unidade do latifúndio continental e a submissão do gentio. E embora tenha sido a melhor fase da história do Brasil, ela não conseguiu implantar um conceito de nação que superasse o conceito de parasitismo, a prática generalizada de se "atravessar" na coisa pública para ter regalias com o dono da colônia.
Veio a República. A República, ao invés de reformar este estado de "capatazia burocratoparasita", só fez substituir a figura do dono da colônia, o qual eventualmente poderia ter alguns parâmetros morais, por uma entidade etérea, imaterial, difusa, cuja moral - se é que tem - é vagante, inexata, relativa e ajustável aos interesses pontuais e particulares: esta figura permissiva e sem uma moral definida acabou assumindo o papel de "governo". Ninguém refletiu que a unidade "nacional" era fruto de uma ação de um papa interessado em beneficiar dois reis medievais de outro continente e que esta unidade "nacional" foi só um expediente para manter a posse de uma colônia de "além mar" que se tinha um problema era estar exposta a incursões de terceiros e de estranhos.
A Monarquia mantinha uma assembléia. Havia até uma sala do palácio reservada aos notáveis. Um dia os notáveis que alí estavam perceberam que o rei havia ido embora. Eles se entreolharam, perceberam a oportunidade e usurparam um poder que o Rei usava para perseguir um objetivo qualquer, mas que eles, por não terem objetivo nacional nenhum, subsituiram pelo objetivo de manter-se a si próprios. E essa foi a origem do Congresso Brasileiro.
o "anonymous de 1:45AM" fez um resumo poder no Brasil bastante próximo da realidade.
Pergunto: Teria ele disposição para fazer descrição em paralelo do poder nos EUA?
Seria interessante comparar dentro seu pensamento "anonymous" o que ele dirá sobre os EUA.
Só faltou um detalhe, a pouca indústria que tinha, que chegou a ser 20% do PIB nos anos oitenta, está morrendo e o brasil está voltando pra sua verdadeira vocação de exportador de produtos primários.E de jogadores de futebol.E de putas.
Perda de competitividade da economia brasileira se reflete nos resultados do comércio internacional do país
A composição das exportações mostra um peso crescente dos produtos básicos - no ano passado, pela primeira vez, eles ultrapassaram os manufaturados.
Participação de cada item no valor total exportado:
MANUFATURADOS
2006...................56%
2007...................53%
2008...................48%
2009...................45%
2010...................39%
BÁSICOS
2006...................30%
2007...................33%
2008...................38%
2009...................42%
2010...................47%
(semimanufaturados 14%)
Ainda não houve, na história do Brasil, um período de grande extração e exploração irresponsável que não trouxesse prosperidade material e não deixasse o povo satisfeito. Foi assim nos ciclos da economia brasileira, em todos eles. Mas os indicadores sociais sempre cairam. É exatamente o que estamos vivendo.
Dilma representa uma maquiagem nova no velho sistema colonial.
p.s. Aliás, uma maquiagem bem "barangosa", se me permite uma consideração pessoal.
Enquanto houver mato pra derrubar, jazida pra explorar, povo pra enganar e carne pra comer, vai estar tudo bem, segundo os critérios vigentes.
O que chameis de progresso, PUTRALHADA não é progresso. O que chameis de progresso é tão somente uma extravagância irracional.
Rodrigo, qual tua opinião sobre a proibição da burca?Esse negócio de símbolo de opressão, etc, é meio balela, a ICAR tb oprimiu, matou, e ninguém implica com os símbolos dela.Agora a mulher não pode ser livre pra usar o que quiser?
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