terça-feira, julho 12, 2011

Objetos

LUIZ FELIPE PONDÉ, Folha de SP

HUMILDEMENTE CONFESSO que, quando penso a sério em mulher, muitas vezes penso nela como objeto (de prazer). Isso é uma das formas mais profundas de amor que um homem pode sentir por uma mulher.
E, no fundo, elas sentem falta disso. Não só na alma como na pele. Na falta dessa forma de amor, elas ressecam como pêssegos velhos. Mofam como casas desabitadas. Falam sozinhas.
Gente bem resolvida entende pouco dessa milenar arte de amor ao sexo frágil.
Sou, como costumo dizer, uma pessoa pouco confiável. Hoje em dia, devemos cultivar maus hábitos por razões de sanidade mental. Tenho algumas desconfianças que traem meus males do espírito.
Desconfio barbaramente de gente que anda de bicicleta para salvar o mundo (friso, para salvar o mundo).
Recentemente, em Copenhague, confirmei minha suspeita: a moçada da bike pode ser tão grossa quanto qualquer motorista mal-educado. Trinta e sete por cento da população de lá usa as "magrelas". E nas ciclovias eles são tão estúpidos, estressados e apressados como qualquer motorista "subdesenvolvido".
Fecham a passagem de carros e ônibus como se, pela simples presença de seus "eus" perfeitos, o mundo devesse parar diante de tanta "pureza verde".
Aliás, um modo seguro de ver que alguém NÃO conhece a Europa é se essa pessoa assume como verdade o senso comum de que os europeus são bem-educados. Muitos deles, inclusive, não sabem o que é uma coisa tão banal como uma fila.
Outra coisa insuportável é quem toma banho com pouca água para salvar o planeta. Esse tipo de gente é gente porca que arranjou uma desculpa politicamente correta para não tomar banho direito. Provavelmente não gosta de banho mesmo.
Mas, falando sério, desconfio de homens que não pensam em mulheres como objeto. Pior, são uns bobos, porque, entre quatro paredes, elas adoram ser nossos objetos e na realidade sofrem, porque a maioria dos caras hoje virou "mulherzinha" de tão frouxos que são.
Imagino o quão brocha fica uma mulher quando o cara diz para ela: "Respeito você profundamente, por isso não vou...".
Pergunto filosoficamente: como achar uma mulher gostosa sem pensar nela como objeto?
A pior forma de solidão a que se pode condenar uma mulher é a solidão de não fazê-la, de vez em quando, de objeto. E esta é uma forma de solidão que se torna cada vez mais comum. E, sinto dizer, provavelmente vai piorar. A não ser que paremos de torturar nossos jovens com papinhos politicamente corretos sobre "igualdade entre os sexos".
Igualdade perante a lei (e olhe lá...). No resto, não há igualdade nenhuma.
A feminista americana Camille Paglia, recentemente, em passagem pelo Brasil, disse que muitas das agruras das mulheres heterossexuais se devem ao fato de elas procurarem "seres iguais a elas" nos homens. Que pensem como elas, sintam como elas, falem como elas.
Entre o desejo "correto" de ter um "eunuco bem-comportado" e um homem que diga "não" à tortura da "igualdade entre os sexos", ficam sozinhas com homens que são "mulherzinhas".
O que é um homem "mulherzinha"? É um homem que tem medo de que as mulheres achem-no machista, quando, na verdade, todo homem (normal) gosta de pensar em mulher como objeto.
Um mundo de "mulherzinhas" acaba jogando muitas mulheres no colo (vazio) de outras mulheres por pura falta de opção. E aí começa esse papinho de que é "superlegal ser lésbica". Afora as verdadeiras, muita gente está nessa por simples desespero afetivo.
Nada contra, cada um é cada um. Só sinto que muitos homens "desistam" delas porque a velha "histeria" feminina da qual falava Freud (grosso modo, a insatisfação eterna da mulher) virou algo do qual não se pode falar, senão você é machista.
Muito desse papinho "progressista" é conversa fiada para esconder fracassos afetivos, a mais velha experiência humana, mas que nos últimos anos virou moda se dizer que a culpa é do capitalismo, da igreja, do patriarcalismo, da família, de Deus, da educação, do diabo a quatro.
E o pior é que quase todo mundo tem medo de dizer a verdade: uma das formas mais profundas de amor à mulher é fazer delas objeto.

11 comentários:

Sergio Oliveira Jr. disse...

O Pondé mistura muito as coisas. Ele transfere o foco de um ponto a outro e acha que a fotografia vai ser a mesma. Uma coisa é mulher objeto, outra coisa é homem que sabe ser homem. Uma não leva necessariamente a outra e você pode ter um homem que sabe ser homem lidando com uma mulher não-objeto. Não sei porque vc gosta tanto do Pondé, Rodrigo. Eu acho ele muito confuso. :-) Sobre sexo eu recomendo o meu texto sobre o poder primário: http://www.opoderprimario.com.br/o-poder-primario/

Rodrigo Constantino disse...

Esse artigo está um pouco confuso sim, pois ele mistura muita coisa. Mas eu gosto dele, e quando ele bate nos "politicamente corretos" eu sempre vibro!

Anônimo disse...

Mas qual é a diferença entre saber ser homem e tratar a mulher como objeto? Não dá para criticar o artigo sem responder a essa pergunta.

Anônimo disse...

Eu gostei do texto - sim, também por Pondé raramente perder a oportunidade de expor as idiossincrasias dos politicamente corretos. Inclusive Pondé forçou um gancho para não perder esse costume... Sobre o ponto abordado mais acima: penso que Pondé postula que a condição de "objeto" ou "não-objeto" não dependeria da mulher, e sim da visão do homem em relação ao ser amado (ela).
No mais, parabéns pelo blog Rodrigo. Sou seu leitor desde os tempos de MSM.

Anônimo disse...

O texto não é confuso, em minha opinião. O que o autor quer dizer é que a mulher, seja ela qual for, só consegue ser feliz ao lado de um homem que a veja como objeto do seu prazer sexual, isto é, do homem que tenha "pegada" de homem. O feminismo no que se refere ao sexo é uma grande mentira. A mulher gosta de homem de atitude, sobretudo na cama. Mesmo a mais feminista. Esta só acusa o homem com quem se relaciona de machista quando não gosta mais dele; enquanto gosta e sente tesão, prefere-o aos "progressistas feministas". Homem feminista elas querem para serem seus amiguinhos.

Essa mesma Camile Paglia que ele citou, numa entrevista disse que os brancos ocidentais estavam perdendo a sensualidade que ainda existiria nos negros. O que isto significa? Que os negros, por serem mais espontâneos e ousados, estavam se tornando preferíveis aos não negros. O "politicamente correto" também tem por finalidade a debilitação da masculinidade do homem branco ocidental. Pensem nisto!!

Não há feminista que resista a um machista de boa pegada. O resto é retórica.

Sergio Oliveira Jr. disse...

PERGUNTA: "Mas qual é a diferença entre saber ser homem e tratar a mulher como objeto? Não dá para criticar o artigo sem responder a essa pergunta."

RESPOSTA: Mulher objeto implica um ser inanimado que só está ali para te dar prazer. O artigo moveu o foco do homem para a mulher. Ficou parecendo assim: "Se a mulher é uma feminista e não quer ser uma mulher objeto, então a culpa é dela por o sexo ser uma merda." Não adianta culpar a pergunta pela resposta errada. Vamos manter o foco no HOMEM.

Sendo a mulher um objeto, eu só posso estar preocupado com o meu prazer e a minha satisfacao. Como vou me preocupar com o prazer de um objeto? Um objeto não tem prazer, certo? O Pondé peca quando se esquece que o que MAIS DÁ PRAZER AO HOMEM É FAZER A SUA MULHER ATINGIR O ORGASMO, OU DAR O MÁXIMO DE SATISFACAO POSSÍVEL A ELA AO MESMO TEMPO QUE ELE TEM A SUA.

Não tem nada a ver com mulher objeto ou não, feminista ou não. É claro que se a mulher é reprimida e tem problemas psicológicos relacionados ao sexo, não há homem no mundo que vai fazê-la gostar de sexo. Primeiro ela tem que resolver os problemas na cabeca dela, sendo ela objeto ou não.

Sexo é uma coisa COMPLETAMENTE EGOISTA. Ou vc já viu alguém fazer sexo por caridade?

Então no ato sexual eu me preocupo comigo, mas também me preocupo com a outra pessoa, porque a satisfacao dela vai aumentar exponencialmente a minha. Sexo é uma coisa DO EGO da pessoa, mas ao mesmo tempo depende do EGO da outra pessoa.

Se vc dá uma pegada com forca numa mulher fisicamente maravilhosa e depois fica com aquela sensacao que ela não entrou em sintonia, que não curtiu muito a parada, então o sexo é uma merda.

CONCLUSÃO: Sexo depende muito do homem, mas tb depende da mulher. Se fosse só pegar a mulher e tratá-la como um objeto o futuro seria fazer sexo com androids perfeitos. Quem gostaria de fazer isso? Só malucos que gostam de bonecas infláveis. Sexo envolve duas pessoas. Se uma delas está com algum problema psicológico ou físico, não fica bom, tratando vc a mulher como objeto ou não.

Anônimo disse...

O que toda mulher detesta é o homem que não tem pegada com ela, seja ele machista ou não.

O machista sem pegada não serve porque é impaciente, bronco e desajeitado; o feminista, porque fica preocupadinho em não ser selvagem na cama, para não parecer machista. Um é desajeitado e o outro é delicadinho demais.

Anônimo disse...

'O "politicamente correto" também tem por finalidade a debilitação da masculinidade do homem branco ocidental. Pensem nisto!!'

na mosca

'MAIS DÁ PRAZER AO HOMEM É FAZER A SUA MULHER ATINGIR O ORGASMO, OU DAR O MÁXIMO DE SATISFACAO POSSÍVEL A ELA AO MESMO TEMPO QUE ELE TEM A SUA.'
Sérgio, fale por você.Pra mim a preocupação de agradar é um pé no saco.Até porque depois de um ponto é essa própria preocupação que começa a transformar o sexo numa coisa broxante, e num exemplo extremo, (e como os leitores aqui tem um pingo de massa cefálica acho que n preciso falar o óbvio, que n estou defendendo isso) um estuprador não deixa de ter prazer só porque sabe que a mulher não está gostando.

Anônimo disse...

O feminismo condenou as mulheres a serem como as feministas: um bando de raivosas,frustradas mal comidas.

Anônimo disse...

Verdade, apesar de uma ou duas coisas certas, esse cara é muito confuso.Não é difícil notar como a filosofia atrai gente assim, vc pode chegar na conclusão que quiser contanto que justifique com um blablabá enfeitado sem lógica nenhuma.

Anônimo disse...

Retrato da mulher moderna:

Pela manhã, foi à Delegacia da Mulher queixar-se do ex-namorado que lhe deu um tapa;

À noite, pediu ao atual namorado que lhe desse uns tapas.

Hehehe