Idéias de um livre pensador sem medo da polêmica ou da patrulha dos "politicamente corretos".
sexta-feira, abril 20, 2012
Os novos trombones da direita
Deu na revista Época: Nos dez anos do PT no poder, uma turma de intelectuais provocadores roubou da esquerda a supremacia no terreno da polêmica. A matéria é assinada por Paulo Nogueira. Muito me orgulha ser citado entre este time de primeira: Denis Rosenfield, Luiz Felipe Pondé, João Pereira Coutinho e Demétrio Magnoli.
Seguem alguns trechos:
Como alguns de seus colegas, o economista Rodrigo Constantino, influenciado pelos pensadores austríacos Ludwig von Mises e Friedrich Hayek, apóstolos do livre mercado, também já bateu de frente com reivindicações “minoritárias”. Ao saber que o Conselho Estadual dos Direitos dos Negros pretendia enviar representantes à Feira Hippie de Ipanema, no Rio de Janeiro, para apurar a diferença de preço entre bonecas de pano brancas e negras (aquelas custavam R$ 85 e estas R$ 65), Constantino surtou. “Essa gente racista não tem limite do ridículo! Não estou falando da vendedora, claro, mas sim dos patrulheiros do politicamente correto. Querem revogar até as leis de oferta e demanda, em nome da ‘igualdade racial’. E dane-se que as bonecas negras tenham demanda, e por isso um preço menor. Quem liga para esses detalhes e para a liberdade de escolha dos indivíduos? Resta esperar pelos próximos passos. Se o boneco do Ken (o namorado efeminado da Barbie) for mais caro do que o boneco do Falcon (para quem tem mais de 30 anos, o.k.?), então é preconceito contra os barbudos.”
[...]
Uma característica clássica que contrasta liberais e conservadores dos progressistas é a primazia que aqueles dão à liberdade, e estes últimos à igualdade. Para Rodrigo Constantino, é preciso ir com mais vagar. “Esta definição simplista funciona melhor se restrita à economia”, diz Constantino. “A distinção entre liberdade e igualdade serve para dividir conservadores e progressistas em dois grandes grupos. Mas tem limitações. Os conservadores nem sempre se preocupam com algumas liberdades individuais de âmbito social. Por exemplo, tendem a condenar a legalização de drogas leves, como a maconha. Além disso, há uma igualdade que conservadores e liberais valorizam muito: aquela perante as leis.”
[...]
Mesmo correndo o risco da superficialidade, os novos polemistas romperam com a pasmaceira do bom-mocismo que presidia a vida intelectual brasileira. Debate sem polêmica é compadrio. Já dizia o filósofo grego Aristóteles que “inteligência é insolência educada”. Nem “conservador” nem “progressista” deveriam ser anátemas políticos – são visões de mundo reciprocamente necessárias a uma sociedade democrática e à alternância no poder. Ninguém tem a ganhar com monólogos que pregam para os já convertidos. E, acima de tudo, se todo mundo pensa igual, é porque ninguém está pensando.
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7 comentários:
E pensar que nos conhecemos num debate na comunidade Brasil no Orkut quando eu dizia que o PT e o nazismo eram iguais, hein? Lembro que vc entrou no tópico e desceu lenha nos iMundos, já que escrevera um livro falando do assunto.
Parabéns, Rodrigo. Sempre acompanho seus artigos, aliás, sempre passo pelo seu blog quando estou em debate e preciso de uma luz. hehe
Abração,
Alexandre
Interessante é que por analogia com a mais que clássica metáfora do "único soldado que marcha certo no batalhão", quando levada para campos formais, como são as Ciências ou a filha destas, a Economia, ou ainda a senhora um tanto difusa que vive inseparavelmente dependendo destas, a Política, o soldado dito atrapalhado pode ser o único que não está marchando em direção a um abismo.
"Os conservadores nem sempre se preocupam com algumas liberdades individuais de âmbito social. Por exemplo, tendem a condenar a legalização de drogas leves, como a maconha" drogas leves! vc citou que é a favor da liberação de tudo, fumo em qquer lugar e cocadaboa prá galera toda? Liberal radical deve ser autentico! (não sou PTista - antes muitíssimo pelo contrário - nem de esquerda, só provocador)
Rodrigo, sorteia uns livros seus aí!!!
'Quase ninguém defenderia uma polícia privada com foco no lucro'
Se fosse feito por pessoas éticas, qual o problema?
Aguns dos citados sao inteligentes e com boas ideias, mas a arrogancia a prrpotencia e a percepçao de que têm a bunda virada pra lua e os pes em um mundo idealizsdo botam tudo a perder e sao vozes ouvidss por poucos , da mesma laia, de plantao. Sem falar no mesmo autoritatismo , manifestado nos textos, E sempre presente...
Parabéns, Rodrigo!! Eu só tenho a agradecer a você por nos mostrar o caminho da verdade e desejo mais e mais sucesso pra você! Você merece!
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