Rodrigo Constantino, para o Instituto Liberal
O
Rio faz aniversário hoje. É natural que o comentário do dia seja sobre a
“minha” Cidade Maravilhosa. Carioca da gema, eu sou um “amante crítico” da
cidade: existem várias coisas que admiro no Rio, e tantas outras que condeno.
Falemos brevemente sobre isso então.
Primeiro,
as qualidades. Falar da beleza natural é obviedade ululante. Já visitei vários
países mundo afora, mas poucas vezes vi paisagens tão belas como as nossas.
Especialmente essa combinação de mar com vegetação e morros, algo simplesmente
lindo. Além disso, há o jeito descontraído dos cariocas, o estilo de vida mais
descolado, mais informal, que faz quase qualquer um se sentir em casa. Pontos
para o Rio.
Mas...
tem o lado negativo disso. Carioca costuma se achar muito esperto. Há malandro
demais para otário de menos. O “jeitinho” brasileiro encontrou no Rio seu ícone
perfeito. Acostamento, jogar lixo na rua e na praia, parar em local proibido,
assim são os costumes do carioca típico. Aquele cidadão seguidor das leis e da
ordem, bem educado e respeitador da coisa pública, esse é espécie em extinção,
mais do que a arara azul do filme Rio.
Observar um pouco mais o que os suíços têm de bom e tentar copiá-los não faria
mal aos cariocas...
Por
fim, o Rio, por ter sido capital, ainda abriga enorme contingente de
funcionários públicos que, em simbiose com os artistas e “intelectuais” da
cidade, criam a fina flor da esquerda caviar. É aqui que surgem as piores
ideias políticas, a mentalidade de que pobre é “puro” e que favelas são
intocáveis pela polícia, que o governo deve ser o “pai do povo” etc. Talvez
isso esteja melhorando um pouco nos últimos anos.
Aqueles
que pensam como eu, seguem na luta por mais ordem e respeito, sem que a
descontração carioca desapareça. Creio que é possível ter as duas coisas. Não
precisamos jogar o bebê fora junto com a água suja. Relaxamento sim.
Malandragem não. Enfim, parabéns Rio!
8 comentários:
Já faz tempo que o Rio poderia ser chamado de Cidade Maravilhosa. Esse tempo foi no início do séc.XX, principalmente com a reforma urbana empreendida por Pereira Passos, seguindo o exemplo, com algumas décadas de atraso, das grandes cidades européias, principalmente Paris, que foi remodelada por Haussmann, em meados do séc.XIX. Basta ver as fotos daquela época: bela arquitetura, ruas largas e tranquilas com pouco movimento, com os bondes passando. Porém, enquanto as cidades européias procuraram preservar essa época de ouro do urbanismo, por aqui só se vê degradação urbana: favelas, sujeira, má conservação das construções, trânsito congestionado, demolição dos belos prédios do passado, tais como o Palácio Monroe, invasão de camelôs, etc.
Paultruc
Prezado Rodrigo
Sou carioca e estou contigo no que disseste.
Tenho uma foto, muito antiga, de meus pais, passeando próximo à Avenida Getúlio Vargas. Ele de terno e ela de taieur. E não eram só eles não! Os transeuntes em volta também estavam trajando, uns mais, outros menos, roupas bem traquejadas. É mole?
Meu pai, naquela época, foi barrado em um cinema, no Rio, porque não estava de casaco. E isso que estava de calça, sapato e camisa!
Infelizmente, de forma geral no mundo, os costumes, valores, educação, tradições, idéias, hábitos, política, foram se degradando, se distorcendo, se invertendo, conduzindo-nos aos resultados que estamos assistindo. No caso do Rio, vários foram os governos que pouco realizaram e se empenharam em uma gestão séria, como tudo, aliás, no nosso Brasil.
Eis aí o resultado, em ambos os casos.
Se parares para analisar a fundo e de forma mais ampla, não há ideologia. Há sim um bando de espertos que fingem crer e fingem ser adeptos de ideários utópicos, já bem batidos e ultrapassados. No duro, só para se beneficiar, locupletar, preencher seu ego e autoestima e por aí vai. Hipócritas!
Abraço
https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=qICSnF1HRC8
Caro Rodrigo,
Parabéns pelo artigo. Não consegui entender o que quis dizer quando você se referiu que o pobre é "puro". O que seria isso?
O que você pensa em relação às favelas na cidade do RIo de Janeiro. Sabemos que a formação dessas comunidades foi devido a um processo de má gestão do espaço público. Resumidamente, uma péssima política urbanista aliada com a falta de um trasporte público eficiente para estimular as pessoas a sairem dessas comunidades.
O fato é que elas estão consumadas na paisagem de nossa cidade. O que você pensa a respeito? Políticas de remoção ou políticas de integração social?
Forte Abraço
Johanes
[OFF] Rodrigo, você já viu esta reportegem da Veja:
http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/o-petista-que-explora-na-internet-a-industria-da-difamacao
Aposto que este é um dos PTralhas que vivem te atacando...
Abraço!
Agora sobre o artigo... Quando você diz que o jeitinho brasileiro encontrou no Rio o seu ícone perfeito, talvez isto não seja mais uma verdade absoluta. O jeitinho brasileiro encontrou no Brasil o seu ícone perfeito. Estes comportamentos que você descreve são comuns em qualquer grande cidade. De tudo o que você descreveu, a única coisa que não vemos em São Paulo ou BH é o jogar lixo na praia, por motivos óbvios... Vivemos uma crise muito grande de educação - e quando digo educação, não me refiro a educação que aprendemos na escola, mas sim à educação que aprendemos em casa, à civilidade, ao bom senso, à ética...
Grande abraço!
Resumindo:o que Deus(ou a natureza) fez no Rio é bom,já o que depende do homem...
Caro Rodrigo
Sou paulistano e economista e não concordo inteiramente com sua colocação de que a esquerda caviar tem base no Rio. Vide as escolas de economistas e compare a sua PUC-RJ e nossa Unicamp-SP.
Nós produzimos o que há de mais atrasado em matéria de pensamento econômico, salve exceções, tenho a maior admiração pelos economistas cariocas.
Parabéns Rio!!!
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