Rodrigo Constantino
A política é a arte do possível. Sei que tal pragmatismo do realpolitik incomoda pessoas mais idealistas, nas quais me incluo. Essas pessoas, cansadas da pouca vergonha desses partidos existentes, enojadas com os políticos de forma geral, inclinam-se ao voto nulo, como única forma de protesto. Não deixo de ser simpático a tal idéia, mas considero um equívoco essa opção nas próximas eleições. Tentarei explicar melhor o porquê disso a seguir.
A premissa por trás da escolha do voto nulo é que todos são farinha do mesmo saco, tendo pouca diferença entre o PT e o PSDB. De fato, alguma ponta de verdade há nisso. Mas toda generalização leva a erros e injustiças. O PSDB é um partido que abriga corruptos, sem dúvida. E a mentalidade é por demais estatizante, longe do ideal liberal. Mas nem por isso devemos crucificar Alckmin de cara, colocando-o no mesmo barco furado que Lula. A diferença entre ambos é gritante.
Alckmin não é o candidato dos sonhos dos liberais. Está mais para uma postura social-democrata, ícone de países como os escandinavos. Mas mostrou-se bem preparado durante seu governo em São Paulo, e vem apresentando um discurso no caminho certo, de redução do Estado. O termo “choque de capitalismo”, por ele usado, é justo o que o país necessita. Não será fácil aprovar as reformas no Congresso. Alckmin presidente não é sinônimo de milagre brasileiro, e quem assim sonha irá quebrar a cara. Mas é um homem sério, testado, com idéias infinitamente mais racionais e razoáveis que as de Lula. Alckmin pode não conseguir transformar em realidade aquilo que prega, mas ao menos sabe o que quer, e vai trabalhar para isso. Em sua gestão como governador, de fato reduziu impostos estaduais, com ótimos resultados. Já Lula mostrou-se um péssimo presidente, que deu muita sorte ao pegar um vento super favorável de fora. O que funcionou foi aquilo que ele não ousou mexer, enquanto as novidades foram todas caóticas. Alckmin pode não ser o ideal dos liberais, mas está longe de ser um Lula.
Com isso em mente, creio que todos aqueles que não querem espelhar-se nos fracassos mundiais devem votar no Alckmin. Quem tem asco de um Chávez, amigo de Lula, tem que votar no Alckmin. Quem sente repulsa pela turma do Foro de SP, tem que votar no Alckmin. Quem fica revoltado com os abusos do MST, tem que votar no Alckmin. Quem defende a social-democracia, no estilo escandinavo, tem que votar no Alckmin. E por fim, os liberais, ainda sem opção enquanto o Partido Federalista não surge, têm que votar no Alckmin também. Devemos jogar com as fichas na mesa, aceitando a realidade. Acho que a luta pelo Liberalismo de fato tem que continuar. Alckmin está longe de representar o ponto de chegada. Mas ele é, sem dúvida, o melhor caminho possível hoje para essa desejada transição. A alternativa, o presidente Lula, representa mais passos para trás, rumo ao caminho da servidão. E isso ninguém agüenta mais!
Não sou um “alckmista” por convicção. Mas sou um “alckmista” por extrema necessidade. E acredito que Alckmin tem potencial para fazer um governo razoável, o que já é extraordinário perto da gestão sofrível de Lula. Não resta dúvida: agora é Alckmin!
3 comentários:
Ok, concordo.
Cuidado com os erros ortográficos que podem tirar a credibilidade do texto. Não se separa o sujeito do predicado com vírgula, como fizestes em "Quem fica revoltado com os abusos do MST, tem que votar no Alckmin". Desculpe a chatice.
Quau é o probrema de escrever errado ? O inportante é paçar a mensagem e isso o Guigui fez muito bem... Se não houver erros grosseiros como atrazo ao invés de atraso, dá para passar. Recomendo pra vc a leitura de cabesseira:
http://www.brazilianbooks.com/brazilian.storefront/EN/Product/6662
Imperdível !!
É...
Tauvêis o Auquimim venha cer o viagra da eskerda.
Quando pensamos no voto "útil" podemos ter em mente que o ótimo é inimigo do bom", mas há que se lembrar que o bom também é inimigo do ótimo. Se sempre praticarmos o que parece ser o possível, acabamos tornando impossível os nossos ideais. ë bom ter em mente que a previsão acaba influenciando no resultado, se fazendo verdadeira. Por exemplo: a disputa entre republicanos e democratas se eterniza sob a idéia de que o "voto ideal" não vencerá, e mesmo poderá favorecer o pior. A massa se guia pelo mais visível e a visão que outras opções estão fora de moda a faz jamais considera-las.
É possível que as idéias libertárias tenham caido no esquecimento pela "anuência útil" para com o considerado possível ou menos pior. Ocorre que tal se torna um novo "ideal" e o meio termo se desloca para mais próximo deste pior, e assim sucessivamente. Daí dá no que se nos apresesenta para o momento ...um "eterno momento".
Forte abraço
C. Mouro
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