sábado, março 11, 2006

Golaço!



Rodrigo Constantino

“Pretender que a empresa tenha uma 'função social' outra que produzir melhor e mais barato o que os consumidores desejam é não só um paradoxo: é uma farsa.” (Donald Stewart Jr)

Quase simultaneamente, saiu tanto a lista nova dos bilionários da Forbes quanto o resultado de 2005 da Gol. A família Constantino, acionista majoritária da empresa e infelizmente sem grau de parentesco comigo, emplacou quatro membros de uma só vez entre o time dos indivíduos com mais de um bilhão de dólares de patrimônio. Por outro lado, a Gol apresentou lucro acima dos R$ 400 milhões, um crescimento espetacular vis-à-vis o ano anterior.

A Gol representa um caso clássico do sucesso do empreendedorismo. Mesmo com as barreiras de um país muito pouco liberal, exemplificado pela forte concentração de poder no DAC, órgão estatal que cuida do setor o qual a Gol atua, a empresa foi capaz de sair do nada e chegar a quase 30% de fatia de mercado em poucos anos. Realizou tal feito por ser mais eficiente na prestação de serviço, e criar valor para os consumidores. Foram cerca de 13 milhões de pessoas transportadas pela Gol em 2005. As tarifas são menores, e isso permite economia por parte dos clientes. Tem promoção de até R$ 50 por passagem, permitindo que gente que nunca voou possa fazê-lo. Há uma criação de riqueza no processo, graças à iniciativa do empreendedor.

Alguns, normalmente vítimas da visão marxista, dirão que há exploração do capitalista, que se apropria da “mais-valia”. Mas isso é uma enorme falácia, fruto de uma mentalidade ex post facto, que ignora toda a dinâmica do processo. Ora, não havia Gol há poucos anos atrás. Qualquer empresa poderia se aventurar no setor, conforme certas exigências. A Varig, ineficiente como uma estatal, vinha deixando espaços a serem ocupados. Constantino vislumbrou tal oportunidade, e se articulou para organizar o empreendimento, que necessita de capital, capacidade administrativa, coragem, conhecimento etc. O resultado foi uma nova empresa agradando mais os consumidores, criando valor para eles através de preços menores. A retribuição para o sujeito que tornou isso tudo capaz foi o ticket de entrada no rol dos bilionários da Forbes. Nada mais justo. Não há exploração alguma.

Outros reclamam da concentração de renda. Mas isso parte da premissa absurda de riqueza estática, como se bastasse decidir como esta será dividida. Falso. A riqueza é constantemente criada. E se for criada através do livre mercado, com trocas voluntárias, é justo que aquele que possibilitou sua criação receba boa parte dos seus frutos. Será que o bilhão de Constantino é muito se comparado ao valor criado para os consumidores por sua empresa? Tirar seu bilhão e distribuir criaria apenas mais um miserável, e não teríamos a Gol ou novas empresas essenciais para os consumidores. Riqueza nova não seria mais criada, e o mundo seria todo igualmente miserável. Basta entender que riqueza não é algo finito e estático para se admirar tais empreendedores. Concentração em si não é um mal. Quantos são como o Pelé no futebol? Ou como Einstein na física? Indivíduos ilustres sempre beneficiaram as massas.

Pensar diferente é ser invejoso, ou não entender nada sobre o funcionamento dos mercados. Inveja é um sentimento mesquinho e terrível, que não leva a nada. Ignorância tem cura, através do conhecimento. Portanto, não há motivo algum para alguém honesto intelectualmente condenar o bilhão de Constantino. Ele é merecido. Não foi tirado à força de ninguém, como ocorre com os impostos. Foi fruto de um golaço!

5 comentários:

Anônimo disse...

Caro Rodrigo, espero que você não seja parente do outro Constantino, o bilionário da Gol.
Sobre os erviços desta empresa "moderna":
1 - Fiz uma viagem SP/Rio na lata de sardinhas que sáo as aeronaves da GOL. Faltou ar condicionado. Passei mal durante a viagem. Ao chegar ao Rio fiz reclamação no balcão da companhia. Sem resposta,após quinze dias, reclamei pela Internet e depois junto ao DAC (esse não se manifestou). Quarenta e cinco dias depois, recebo um telefonema de uma moça de voz amável dizendo que a companhia cumpriu o contrato comigo pois me trouxe de SP ao Rio conforme o prometido (sic!);
2- Se ocorrer um acidente com uma das aeronaves, é certo que teremos muitas mortes pois não há espaço para os passageiros se locomoverem. Todos os espaços são usados para carregar pessoas como se fossem gado.
É bom refletir e pesquisar, antes de colocar empresas como a Gol, Pão de Açúcar, nas alturas. E pernsar, qual o custo para os homens desta eficiência gerencial?
Abraços.
Humberto Santos

Rodrigo Constantino disse...

Caro Humberto,

Conforme deixei claro no artigo, não sou parente. No mais, conheço outras histórias de insatisfação com a Gol, assim como vários elogios. O consumidor tem sempre a liberdade de votar com o bolso no livre mercado. Basta o senhor jamais usar a Gol novamente, e ainda pode fazer propaganda negativa. Mas creio que a empresa não chegou tão rápido a 28% de fatia de mercado do nada. Comparada com Varig, e levando em conta o preço, a Gol é um sucesso inegável.

Cordialmente,

Rodrigo

Anônimo disse...

Só faltou explicar aquela fazendo onde tinha trabalho escravo. Mas a Gol é uma excelente empresa... do ponto de vista de ser organizada e geral lucros...

Anônimo disse...

Ola Rodrigo, sou santa catarina e tambem CONSTANTINO.
Quem sabe nao somos parente???

Anônimo disse...

Desculpa sou Lidiane Constantino de Santa Catarina.