sexta-feira, maio 05, 2006

A Verborragia dos Intelectuais



Rodrigo Constantino

Quando algumas pessoas afirmam que a resposta para todos os nossos males encontra-se na palavra mágica “educação”, inevitavelmente me vem à cabeça a figura de Marilena Chauí. A professora da USP tem até doutorado, mas defende tudo de errado no mundo. Não que eu menospreze a relevância da educação. Ela é fundamental, sem dúvida. Apenas não é a panacéia que alguns pensam, como se fosse curar todas as doenças do nosso povo. Creio que o buraco é mais embaixo. Somos prisioneiros de uma mentalidade torta, que deposita no Estado uma fé messiânica, transferindo a responsabilidade, que é individual, para entes coletivos. Há um grave problema cultural no país. Somente aprender a ler e escrever não resolve isso. Marilena Chauí é a prova disso.

O contra-exemplo para quem deposita toda a fé na educação está em Cuba. Dizem que não há analfabetos naquela ilha-presídio. No entanto, sobra miséria, enquanto Fidel aparece entre os mais ricos do mundo, segundo a revista Forbes, que avalia em quase um bilhão de dólares sua fortuna. Os cubanos são analfabetos funcionais. Como disse Mário Quintana, “os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não lêem”. De que adianta saber ler e ter apenas um jornal como fonte de “informação”, controlado pelo ditador? Para que vale saber ler e ser vítima de doutrinação ideológica desde cedo, nas escolas? O que importa ter diploma e não ter emprego? Temos taxistas engenheiros e prostitutas diplomadas. Isso é o resultado de “educação” sem liberdade econômica. Fica então a pergunta: qual educação é válida?

Voltando ao exemplo de Marilena Chauí, temos nessa intelectual o ícone das pregações esquerdistas que sempre fracassaram, trazendo infinita miséria para as cobaias dessas experiências grotescas. Lembro que o socialismo não foi idealizado por proletários, mas sim por intelectuais eruditos. A doutora Chauí, que tenta culpar fatores exógenos pela enorme crise moral que seu querido partido se meteu, defende aberrações como o MST e ainda enxerga importância no Fórum Social Mundial, cacofonia sem propostas concretas que serve apenas de palco para críticas vazias. O “outro mundo possível” pregado pelos seus participantes é na verdade a Utopia, o “não-lugar”, que na prática leva ao caos e terror dos países que testaram o comunismo. O fato de Chauí ter um doutorado parece não ajudá-la a enxergar o óbvio, partindo da premissa altamente questionável de que ela é honesta intelectualmente.

Os absurdos pregados por Chauí parecem ser infindáveis. A professora considera que justiça “consiste em tornar iguais os desiguais”. Como seres humanos sempre serão diferentes em inúmeros aspectos – tais como altura, beleza, peso e gostos – podemos concluir que tal igualdade diz respeito somente ao fator financeiro. Tamanho materialismo só pode ser fruto de uma grande inveja de quem detesta o sucesso alheio. Afinal, riqueza não é estática, mas sim dinâmica e criada por indivíduos. Para um ficar rico, o outro não tem que ficar pobre. Defender a igualdade material, tirando dos ricos para dar aos pobres, é imoral, além de ineficiente, pois nenhuma nova riqueza será criada assim. Fica também a suspeita de hipocrisia, dado que a professora vive com bem mais conforto que a média, e poderia começar sua “justiça social” doando seus bens materiais para pessoas mais pobres. Defender o altruísmo com o esforço alheio é fácil.

Marilena Chauí culpa o “neoliberalismo” pelos problemas brasileiros. Como pode alguém com tanta erudição desconhecer que o liberalismo passou mais distante do Brasil que Plutão da Terra? Será que tanta “educação” não foi suficiente para a intelectual saber que estamos depois da octogésima posição no ranking de liberdade econômica tanto do Heritage como do Frasier, conhecidos institutos internacionais? Que “neoliberalismo” é esse onde abrir uma empresa é tarefa hercúlea, e fechar é impossível? Onde está a liberdade econômica quando a burocracia controla cada detalhe dos negócios? O Brasil é tudo, menos liberal. Chauí, com mestrado e doutorado, não sabe disso?

Em resumo, educar o povo é crucial, uma condição necessária para o progresso da nação. Mas não parece ser suficiente. Afinal, qual educação será dada é uma questão fundamental. O que será lido quando o povo souber ler? Quando vemos famosos intelectuais defendendo ideologias totalmente fracassadas, fica a dúvida: será que o povo poderá ter uma educação decente sob a tutela de professores como Marilena Chauí? Me parece que antes de tudo os brasileiros precisam de um antídoto contra a verborragia dos intelectuais de esquerda. A maioria das desgraças humanas não foi parida por idéias de completos ignorantes, mas sim por intelectuais de renome, como a senhora Marilena Chuaí.

15 comentários:

Anônimo disse...

Caro Rodrigo,


Venho acompanhado seus textos já há algum tempo e a única coisa que posso dizer sobre eles é que são brilhantes.

Uma prova de que não precisamos de muito mais do que bom senso e clareza de raciocínio para defender aquilo que é correto.

Desejo-lhe sucesso e espero que mais e mais brasileiros tomem conhecimento deste blog.

Cordialmente,


Alex

Pedro P disse...

Esse artigo é um dos melhores que eu já li.

Anônimo disse...

Se algum dia você chegar à metade do conhecimento da Doutora Chauí, considere-se privilegiado.

Rodrigo Braga Alonso disse...

A "doutora" Chauí não passa de uma necrófila cleptomaníaca fazendo carreira em cima dos pensamentos de outro (Espinoza, no caso).
É de se espantar que essa gente não saiba nada além do que os seus donos no partido ordenam que elas saibam? Ela nunca aprendeu, jamais pensou, nem uma única vez na vida, tudo que fez foi se debruçar em cima de mortos.

Anônimo disse...

O pior: na minha faculdade, existem livros desta incauta.

Rodrigo, você é o cara!


Rodrigo Constantino para Deputado Federal. A nova versão do nosso saudoso Roberto Campos!!!

Abração!

Anônimo disse...

É preciso ser tolerante com as crianças, idiotas e animais de estimação.

Marilena Chauí não é criança, e nem é dócil como um animal de estimação...

Anônimo disse...

Oi Rodrigo

Deve-se atentar para o fato de que, apesar de o Brasil não ser um país liberal segundo as concepções de Adam Smith, a tentativa de transforma-lo em um, como fez o senhor FHC, realmente causou enormes problemas ao povo brasileiro. Apagões, entrega de empresas lucrativas ao mercado, criação de agências nos moldes norte-americanos não adaptadas à situação brasileira etc. Por isso acho que a professora Marilena tem toda razão neste ponto.

Rodrigo Constantino disse...

FHC praticamente dobrou a carga tributária. Isso é liberal? FHC financiou os criminosos do MST. Isso é liberal? FHC manteve o câmbio fixo pelo primeiro mandato todo. Isso é liberal?

Somente vender a Telebrás não o torna um liberal, Raphael. O Brasil passou LONGE demais do Liberalismo. E por isso é tão miserável.

PS: como explica o apagão cubano e o perfeito funcionamento do setor em Cingapura ou Suíça, liberais?

PS2: não foram entregues empresas, mas vendidas, e bem vendidas. No mais, lucrativas ou não, vc tem que analisar o custo de oportunidade do investimento. Estado não tem que ser empresário!

Anônimo disse...

Oi Rodrigo,

como eu disse, o brasil realmente não é liberal, mas a tentativa de torna-lo um, causou estragos à população brasileira.

Não discuto se o liberalismo é bom ou ruim, mas entregar setores estratégicos de um país ao humor dos mercados eh muito arriscado, não acha?

Na minha opinião, as empresas não foram bem vendidas. O que se pagou pela vale do rio doce, além de não cubrir nem o patrimônio da empresa, foi feito com a chamada "moeda podre"... A Telebras foi comprada por 1/5 do preço e desde lá, apesar de o acesso ao serviço ter sido facilitado, a tarifa subiu por um fator muitas vezes maior que a inflação no mesmo período. Ou seja, fornece-se o serviço desde que se pague quanto o mercado estipula.

Acho que o estado tem condiçoes de ser empresário. Casos clássicos como a CEMIG, a Petrobras dentre outras demonstram que, quando se tem pessoas competentes por trás da administração, tem-se todas as condições para construção de uma empresa lucrativa.

Não estou defendendo cuba. Além do mais, o apagão da ilha se deve à escassez de recursos, o que não ocorre no brasil ou na suiça. No caso do brasil, desde as privatizações, o que ocorre é falta de planejamento mesmo.

Além do mais as privatizações não são sempre bem sucedidas. Como exemplos, temos a Light no rio de janeiro, a Enron na bolívia e até mesmo o metro de londres na epoca de Tatcher!

Anônimo disse...

raphael duarte, vc até pode não concordar com opção brasileira no sentido de que o Estado não deve atuar na ordem econômica como agente explorador de atividades lucrativas (concorrendo com a iniciativa privada), mas eu gostaria de deixar aqui registrado que essa não foi uma opção tomada pelo FHC, e sim pela própria Constituição de 1988, que claramente determina que a ordem econômica brasileira deve se fundar na livra iniciativa e livre concorrência, estabelecendo que o Estado deve atuar apenas como regulador e fiscalizador, intervindo diretamente apenas de forma excepcional ( quando houver relevante interesse coletivo ou imperativo de segurança nacional)

Abraços

Adriano S. de Oliveira disse...

Essa é o ÍCONE da nossa educação ESTATAL!

Rios de dinheiro público torrados para produzir teses e idéias de esquerda, onde o lugar mais apropriado para elas é o lixo!

Enquanto isso, o povo continua suando na miséria (sem instrução decente), tendo que trabalhar e pagar impostos, para sustentar essas parasitas nas universidades estatais!

A academia está infestada de socialistas, e com o PSDB e PT (crias da USP e da UNICAMP) aplicando suas "teses" o Brasil perde ano após ano, competitividade no mercado internacional e aumento do desemprego.

Anônimo disse...

Educação é tudo para uma nação, quem acha o contrário é por que provavelmente lucra com a ignorância e conseqüentemente tem condições de viajar para o primeiro mundo e tirar férias da "ignóbil" cultura brasileira.
As relativamente recentes universidades particulares em sua maioria, também subsistem às custas dessa "preciosa jóia chamada ignorância".
Neo Liberalismo Brasileiro é assim: Afastar o Estado do povo e aproximá-lo das elites quando necessário. Privatização com moeda podre e "aconchego financeiro" do governo para compadres banqueiros não é nenhuma prova ou incentivo à produtividade. O Estado é utilizado apenas para o bel-prazer dos denominados "Neo Liberais-defensores-da-liberdade-sanguessugas-das-jugulares-propinodúticas".Seguem alheios ao ódio crescente das ruas que há muito deixaram de ser espaço público para tornarem-se campos de batalha. E a causa é a miséria pois só tem pobre trabalhador honesto morrendo pela ação de outros pobres alistados pela indústria do crime uma das maiores empregadoras deste país. Na base da pirâmide social dente de ouro é coisa de milionário. Educação é tudo para uma nação.

Anônimo disse...

RODRIGO,
SÓ TENHO UMA COISA A DIZER A VC, VC É UM IMBECIL, NUNCA LI TANTAS COISAS ABSURDAS EM TÃO POUCAS LINHAS. VOCÊ É A PROVA DOS MALES QUE A "EDUCAÇÃO" PODE TRAZER. PROCURE SE INSTRUIR MAIS, MAS NÃO PARA PARECER O DONO DA VERDADE, MAS PARA SUSTENTAR SEUS ARGUMENTOS DE FORMA COERENTE, NÃO POR ACHISMOS IDIOTAS DE ALGUÉM QUE NÃO SABE O QUE DIZ, APENAS REPRODUZ O QUE LEU NA VEJA, NA ÉPOCA E NO ESTADO DE SÃO PAULO. NÃO DESPERDICE TANTOS MILHÕES DE NEURÔNIOS E TANTAS BILHÕES DE CONEXÕES NEURONAIS COPIANDO IDEIAS IGNORANTES E SEM CRITÉRIOS ARGUMENTATIVOS.

Anônimo disse...

Olá Rodrigo
Olha acredito que o maior erro de quase toda a população brasileira em geral sem divisão de classes sociais é a critica a algo que não foi aprofundado ou estudado com mais atenção, de fato o que quero dizer é que quando se levanta uma critica a algo ou alguém é preciso muita autonomia e conhecimento para isso, um exemplo seria para criticar a bíblia é preciso conhecê-la bem antes. Portanto na minha opinião não acredito que você tenha essa autonomia ainda para estar levantando esta critica. Aos demais que escreveram a você com grosserias digo que: se não gostaram do que o Sr. Rodrigo disse seja um critico construtivo e não um mero cidadão com cabeça do senso comum que só aprendeu a ficar humilhando as pessoas. Esses tipos de comentários ofensivos vem de pessoas que não tem o mínimo de educação informal nem formal.
Bom, contudo Rodrigo mesmo não concordando com sua critica é muito bom saber que existe o senso critica e é para isso que deveríamos ser formados desde o ensino fundamental, acho que esse deveria ser o papel da escola.
Não é só porque a Chauí é professora da USP e consagrada que devemos concordar realmente com o que ela pensa mais acredito que a algo mais em seu comentário não com relação ao que ela escreveu, mas sim ao partido que ela pertence e isso não pode te influenciar veja um exemplo o FHC é um filosofo de boa índole e categoria e não podemos julgar as suas obras visando ele como político e sim como sociólogo.
Espero que meu comentário seja recebido com as melhores das intenções.

Anônimo disse...

Ninguém vai lembrar o caso Marilene Chaui vs.J.G. Merquior c. 1978?
M. Oliveira.