Idéias de um livre pensador sem medo da polêmica ou da patrulha dos "politicamente corretos".
sábado, novembro 04, 2006
A Cidade Perdida
Rodrigo Constantino
Finalmente consegui assistir The Lost City, o filme de Andy Garcia sobre uma família destroçada nos anos da revolução cubana. Um excelente filme, que conta com as participações de Bill Murray e Dustin Hoffman. Uma histórica tocante, comovente e bastante realista, para quem sabe um pouco dos fatos daqueles tempos terríveis. Infelizmente, um filme que por motivos óbvios não foi praticamente divulgado no Brasil.
O filme de Andy Garcia – ele mesmo um cubano que fugiu para os Estados Unidos em 1961 – não mascara a realidade. Ao contrário, desenha um quadro bem negativo da era do ditador Fulgêncio Batista. Cuba estava longe de ser um paraíso nesses dias, mas ainda contava com um grau bem maior tanto de liberdade como prosperidade. Era o destino escolhido por vários turistas americanos. Fico Fellove, o personagem de Garcia no filme, era o dono do mais chique clube noturno de música da cidade, o El Tropico. Ele luta durante o filme todo para manter sua família unida e o amor de uma mulher. Seus irmãos, entretanto, são seduzidos pela utopia da revolução castrista, e o desmoronamento familiar é apenas uma questão de tempo.
Numa das partes mais marcantes do filme, o irmão caçula de Fico Fellove, já devidamente transformado em completo idiota útil e seguidor autômato de Fidel Castro e Ernesto “Che” Guevara, vai até a fazenda de seu tio comunicar-lhe que as terras pertenciam, a partir de então, à “revolução”. Antes disso, o tio fazia um discurso emocionado de como gostava daquelas terras, que tanto tinha cuidado, e que um dia seriam dele, do sobrinho barbudo. Quando soube do verdadeiro motivo de sua visita, que a mando do próprio el comandante deveria tomar-lhe as terras, sofreu um infarte fulminante e faleceu.
Passagem sintomática no filme é quando, já após a tomada de poder pelos comunistas, uma revolucionária vai até o clube de Fellove e ordena que a orquestra toque sem o saxofonista. Incrédulo diante daquilo, Fellove questiona a razão, e escuta que o instrumento representa o “imperialismo”. Espantado, ele explica que tal instrumento foi inventado por um belga em 1840. Mas nada adianta. O trecho retrata o constante uso de pretexto pelos comunistas para absurdo abuso de poder.
Quando Fellove não mais agüenta viver naquelas condições de escravidão, seus próprios pais pedem para que ele deixe a ilha, já transformada em um grande presídio. Seu pai, doente, suplica para que ele vá para um lugar mais livre, onde possa se expressar e dar continuidade a família, destruída pela revolução. Fellove tenta convencer sua amada a partir com ele, mas ela também havia sido conquistada pela utopia assassina. A conversa deles nesse momento retrata o embate entre coletivismo e individualismo, ela sacrificando o real interesse particular por “algo maior”, e ele preferindo focar na felicidade deles mesmos. Para individualistas, o indivíduo é um fim em si mesmo, não um meio sacrificável. Mas a lavagem cerebral coletivista já estava completa nela. Sozinho, sem um tostão, tendo inclusive pertences de valor sentimental confiscados pelos comunistas, ele sai da escravidão para a liberdade, encontrada nos Estados Unidos, onde ele começa do zero, limpando pratos num bar. A pobreza – e isso fica claro no filme – não é o indicador de liberdade, como muitos comunistas querem crer. Para as pessoas íntegras, é infinitamente melhor ser pobre mas livre que rico porém escravo.
Como inúmeras pessoas cultas ainda admiram Fidel Castro é uma pergunta que sempre me deixa perplexo. Mas por mais que eu tente ser obsequioso com meu julgamento, a resposta encontrada é inexoravelmente a mesma: trata-se de um forte desvio de caráter. Está certo que o auto-engano pode crescer a patamares alarmantes, a fim de não macular a ideologia. Um crente comunista não seria diferente de um crente fanático da Igreja Universal, que nega até mesmo a existência do vídeo com bispo Macedo contando o dinheiro. Mas isso não explica a defesa de Cuba feita por pessoas com conhecimento e “educadas”. Não explica o caso de Saramago, Emir Sader, Chico Buarque, Verissimo, Niemeyer e tantos outros “intelectuais” que flertaram com o regime genocida de Fidel Castro. Essas pessoas têm acesso aos fatos, e bastaria um mínimo de honestidade para que repudiassem com força o modelo cubano. Se não o fazem, é por questões morais mesmo.
Não deixem de ver o filme de Andy Garcia. Críticos brasileiros, muitos com queda pela esquerda, mal deram atenção para ele. Não houve ampla divulgação, tampouco comentários de artistas e intelectuais. Criticar Fidel é pecado para essa gente. Mas para todo o restante, para as pessoas com bom-senso e integridade, o filme vale cada segundo investido. Havana não era uma maravilha. Mas nem de perto era o cárcere miserável que se transformou. A cidade perdida representa também milhares de famílias perdidas, de vidas perdidas. E quase cinco décadas depois, ainda tem quem defenda tamanha barbárie!
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17 comentários:
Gostei muito do seu texto!Já li muitas coisas interessantes que vc escreveu no Orkut.
Também concordo com vc.Como pessoas esclarecidas podem ainda se encantar com Fidel Castro e a revolução cubana?O pior cego é aquele que não quer enxergar mesmo.
Além do esclarecedor aspecto, digamos assim, documental, o filme em si é muito bom. Para começar, o roteiro de Cabrera Infante é um primoroso trabalho de cinéfilo. Todos os elementos de um roteiro clássico estão presentes. Acho que foi o próprio Andy Garcia que chamou seu filme de "Casablanca tropical" - definição que não podia ser, nesse sentido, mais exata.
Quanto aos fundamentos formais do cinema, nota dez para tudo: fotografia, montagem, figurino, cenografia, locação, casting. Tudo é bom. É nessas horas que se percebe com clareza a qualidade profissional do cinema americano.
Há, no entanto, dois erros q um americano chamaria de "graves": não sei se chamam de "erro de continuidade" a aparição involuntária no alto da tela daqueles "microfones de vara", mas acontece duas vezes. Chato, pq quebra o realismo das cenas, mas acontece nas melhores produções.
Agora, o destaque é a trilha sonora! Meu Deus!! Falou-se aqui sobre o atraso político que Fidel significou para Cuba. Mas o retrocesso musical é muito mais evidente e doloroso. Algo talvez comparável ao retrocesso da literatura russa depois da revolução de 1917.
A música cubana do fim dos anos 50 era evidentemente sofisticadíssima, talvez mais sofisticada que a música brasileira da época, e quase em pé de igualdade com o jazz.
Foi uma supresa para mim descobrir como era vigorosa a música cubana!
Meu destaque: "Si me pudieras querer", na versão instrumental de Cachao. Impossível ouvir sem chorar. Supresa tb descobrir que Andy Garcia é um músico excelente.
quero saber como os favoraveis ao regime castrista vao fazer pra desqualificar o andy garcia, uma vez q ele mesmo é refugiado cubano e pode contar a historia q viu com seu olhos, nao atraves de outros
Fora do assunto mas não dá para segurar essa calado:
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Para os economistas aprenderem com a elite empresarial da esquerda; aprendam com Oded:
Não dá para segurar, é obrigatório escrever sobre o que acabo de ver na Globo On: o tal de Oded Grajew e um outro tipo esquisitíssimo, numa entrevista falando como sumidades da inteligência e do conhecimento nacional, deste feudo bananéio chamado brasiu.
CARAMBA!!!!!!
É DE ESTARRECER, a imbecilidade das figuras que se ostentam como sumidades “neutro-esquerdistas” ...hehehe!
O tal de Oded Grajew, rico empresário socialista, cheio da sapiência dos gigolôs da miséria, conseguiu falar uma das maiores merdas possíveis:
Ele diz, ostentando aquela sapiência dos imbecis, algo assim, prestem atenção, não menmorizei as palavras exatas, mas foi o seguinte:
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- Oded Grajew - “o país precisa crescer, mas crescer com ética. (...) Por exemplo estradas com buracos produzem crescimento, porque os carros enguiçam e precisam de peças, têm acidentes que também geram empregos e crescimento econômico ....e blá blá blá!” (acho até que o traste falou em hospitais, médicos e remédios para os acidentados)
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Muiiiitaaaa asneira, absurdos monstruosos, eu não consigo repetir toda merda que este traste falou.
Coisas que F. Bastiat, em seu “o que se vê e o que não se vê”, contestou magistralmente, a múmia OPORTUNO-IDEOLÓGICA conseguiu repetir sem nem mesmo corar.
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EFETIVAMENTE ESTA ANTA IDEOLÓGICA DISSE QUE A DESTRUIÇÃO GERA CRESCIMENTO ECONÔMICO.
São tipos desta laia que se enrabicham nos poderes estatais para, unidos aos bostas da esquerda politiqueira, destruir países para encherem os bolsos ou se envaidecerem.
Vejamos a coisa por um lado ainda mais simples do que a explicação de F. Bastiat, usando a lógica dos princípios:
- Quando imbecis crêem que destruir coisas gera riqueza, emprego e crescimento econômico ao serem repostas, ELES ESTÃO DIZENDO QUE É A DEMANDA QUE GERA ISSO.
Ou seja, Oded grasnou que provocando demanda seria fácil gerar crescimento econômico anti-ético. ...hehehe! ESSE SUJEITINHO, “ético-asno”, É UM IMBECIL de carteirinha!!!!
Lógico que é, POIS DEMANDA pode ser FACILMENTE PRODUZIDA POR EXPANSÃO MONETÁRIA. OU SEJA, NÃO SERIA NECESSÁRIO ESTRADAS ESBURACADAS PARA ENGUIÇAR CARROS E PRODUZIR ACIDENTES E FERIDOS.
Inflação monetária ou demanda não gera crescimento econômico, pois fosse assim e os governos Geisel (arghh! cuisp!), Figueiredo (bonifrate fanfarrão), Sarney e Collor teriam sido exemplos de crescimento e bonança.
Ora, se demanda em si gerasse crescimento a própria pobreza geraria o crescimento de que precisa ...hehehe! ...mas ele se sairia dizendo que só a demanda com dinheiro para consumir, e neste caso a inflação seria um remédio fácil, segundo o que diz o asno
...francamente, que traste! ...esse “Odete” que só fala quando tem certeza!
...a Magda que se cuide ante estes “especialistas em política econômica”, que dão entrevistas na Globo On ...hehehe!
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...Porra! será que este gigolô do subdesenvolvimento não reflete sobre as asnices que fala? será um asno absoluto? ou um desavergonhado enganador de tolos?
C. Mouro
Fiquemos atentos!
Pelo que os melian, digo, militantes do Partido dos "Tralhadores", que por sinal ainda não desceram do palanque, dá para perceber que as coisas que apareceram na imprensa é só a ponta do iceberg, nessa ponta avistamos apenas o que aconteceu com o Bóris Casoy na Record, o que aconteceu com o artigo do Jabor na CBN, e isso difusamente, por detrás de um expesso véu promovido com o intuito de que essas coisas ficassem bem escondidas da opinião pública. A grande imprensa está vendida a grandes contas com estatais e são obrigadas a fingir que não está acontecendo nada. Somente um ou outro artigo de pessoas realmente isentas e imparciais é o que aparece na fumaça. Em veículos que sobrevivem sem o "apoio" governamental.
A internet será a salvação?...
Eu sei que o assunto não é diretamente pertinente ao tema Cuba e Fidel mas, nas entrelinhas o tal de “Vermelho”, o pasquim eletrônico oficial do PT, deixa o Granma no chinelo com essa pesquisa em seu site. Vejam:
O segundo governo Lula vai:
a) Ser bem melhor do que o primeiro
b) Representar mais do mesmo
c) Acabar em impeachment ou golpe
d) Incluir mais concessões à direita
e) Incluir mais concessões à esquerda
Canalhice é pouco para isso. Não tem melhor, igual, pior ou bem pior e, além de tudo tem uma frase ininteligível (b). O resto é culpa da oposição.
Ah!, sim, os resultados são:
Total de votos: 879
Ser bem melhor do que o primeiro: 74%
Incluir mais concessões à esquerda: 13%
Incluir mais concessões à direita: 5%
Acabar em impeachment ou golpe: 4%
Representar mais do mesmo: 4%
Depois o governo divulga o resultado com alarde: “74% dos brasileiros acham que o governo Lula vai ser bem melhor que o primeiro”. Fala sério! Pior que idolatrar Fidel, que está longe, é ter dado votos para calhordas, bem no focinho da gente!
Olá Rodrigo. Meu nome é César Augusto. Infelizmente, o endereço de e-mail vai aparecer como anônimo. Não entendo muito de computadores e esse negócio de blogger. Mas sei muito bem o que é bom e o que não é. Trabalhei muitos anos (nove anos) no Japão. E voltei para o Brasil no final de 2005. Leio suas opiniões desde a época d'O Capitólio. Agora leio sempre seu blog. Ontem comprei numa loja de departamentos o seu livro chamado ESTRELA CADENTE. Estou para começar o capítulo que fala das cotas. Você escreve muito bem. É claro e objetivo. E mostra um certo humor diante de tantos absurdos. Sem deixar de mostrar indignação. Encontrei o livro na loja meio que no canto de promoções. Não se incomode com isso. O que o povo brasileiro não consagra, torna-se admirável e especial para os cidadões do mundo. E aí eu vou lá e compro. É assim que eu calculo o valor dos escritores brasileiros. Sou de Presidente Prudente, interior de São Paulo. É muito díficil encontrar alguém para conversar e comentar o que leio nos blogs. Mas não é por isso que vou trocar meu bom senso pela companhia dos idiotas úteis. Desejo para você muita sorte. Ah, e vou fazer o possível para assistir este filme que você comentou.
Abraços e boa sorte.
Caro Rodrigo,
É perda de tempo. Saramagos, Emir Saders, Chico Buarques, Verissimos, Niemeyers são seres com aparente intelectualidade que ainda precisarão passar por muitas encarnações para chegar ao estágio evolutivo como o seu e o meu. Apenas devemos compreender que existem tais diferenças e nem tentar argumentar. Seria como tentar explicar por que a raiz quadrada de 4 é 2 para um recém-nascido.
Rodrigo, também assisti esse filme, não diria que gostei muito, mas devo admitir que o filme tem o mérito de não ter jogado panos quentes na revolução castrista. Mas acho que você esqueceu de mencionar algo muito importante no filme: o retrato sem perdão do Ernesto "Che" Guevara, que é mostrado como o assassino frio que era.
Nada no horizonte político está a indicar que o segundo mandato de Lula será promissor e auspicioso. Pelo contrário, tudo indica que teremos a continuidade de um governo medíocre e conturbado por crises. Crises geradas dentro do próprio governo, é bom que se diga e repita.. Lula carrega para o segundo mandato toda a carga de ilegalidades, malfeitos e trapalhadas praticadas pelo seu governo ao longo do atual mandato. Seu governo está sub judice. Pelo menos, três questões que envolvem ética pública e legalidade estão ainda para serem esclarecias e julgadas.
Portanto, como nada além do apelo de alguns políticos petistas pela “conciliação”, está a indicar que Lula tenha tomado juízo e vergonha na cara, a pauta da oposição e de setores democráticos da sociedade não pode ser outra que não a de fazer marcação cerrada sobre o governo. É óbvio e natural que o governo reagirá com o surrado argumento de que a oposição está a praticar o golpismo. Não está. Golpismo é a prática da agressão sistemática e frontal ás instituições, tal como ocorreu no primeiro mandato de Lula. E ao iniciar o segundo mandato, tentar passar a borracha e fingir que nada aconteceu. O fato é que raras vezes na História do Brasil um presidente inicia o mandato sob um manto de tamanha suspeita, desconfiança e contestação da parte dos setores que prezam a legalidade, a ética e a democracia.
Teve gente que disse que Garcia não é diretor e pra bancar o "isento" resolveu criticar a direção do filme em vez de comentar o conteúdo.
Uma graça!
Rodrigo,
Felizmente ou infelizmente, eue stou vivendo no México e não no Brasil. Por sorte aqui ganhou o Calderón, e por azar, ai ganhou o Lula.
O fato é que aqui também não passou esse filme, e sei que no Brasil, pelo menos na nossa querida Rio de Janeiro passou em apenas duas salas, por apenas uma semana, sem qualquer divulgação. A única divulgação eu vi no blog da Norma Braga (http://normabraga.blogspot.com).
Enfim, aqui eu estive nos EUA no final de setembro e comprei o DVD.
O filme é tudo o que você disse adicionado de uma fotografia belíssima, uma trilha sonora lindíssima, e uma realidade crua e sutil ao mesmo tempo. Respeitando as proporções, aquela classe média bem que se parece com a nossa. Nos vão subtraindo, subtraindo, e quando menos vemos já "fomos" classe média.
A grande Revolução Cubana apenas trocou um déspota por outro, e nada mais!
Seria muito bom se conseguíssemos promover esse filme no Brasil, por nossa conta mesmo. Exibindo-o nos institutos liberais, no curso de espanhol, no clube, na biblioteca, etc.
Eu penso que uma boa leitura do que é Cuba hoje, assim como uma boa argumentação, baseada não só em opiniões e depoimentos, mas também em fatos (um bom começo é a sua própria constituição), são bons caminhos para desconstruir essa imagem romântica da pobreza alheia, e diminuir um pouco a quantidade de jovens que ostentam algum ícone de genocidas como o Che Guevara.
O livro do Percival Puggina, intitulado "A tragédia da utopia" é um bom começo também.
Ainda este mes eu devo ir a Cuba a trabalho, mas pretendo tomar alguns dias para conhecer melhor a "ex-Pérola do Caribe". Quando retornar, colocarei um post com impressões e fotos no meu blog (http://abulafia.blogsite.org).
Legal a política do filme, tipicamente americano, de por um país no seu mais baixo nível para imbutir em seus expectadores a tão famosa ilusão de que o Estados Unidos é o Paraíso Prometido. Qualquer país é indigno de chegar aos pés da grande potência mundial. Os Latino-Americanos são pobres mendigos que buscam por empregos inferiores no país superior porque os seus países não passam de disseminadores de sub-produtos. Realmente eu parabenizo a todos pelo culto à subordinação, a falta de amor próprio e a falta de amor para com o próximo. Não defendo aqui as atrocidades cometidas em nome do comunismo, mas ao fato de que muitos fecham os olhos para as necessidades do próximo. Cultuar os Estados Unidos e achar que eles recebem "de braços abertos" os irmãos latinos, é patetada maior que acreditar que o comunismo não tem nada de bom. Mai uma vez parabéns pela prática pequeno burguesa, egoísta e de idolatria ao Tio Sam.
O "igualdade" sabe apenas repetir chavões manjados. Argumento que é bom, nada! Triste...
Caro Rodrigo,
Assisti recentemente o filme de Andy Garcia (depois de muito procurar em locadoras - censura??). Além de expressar a bela cultura cubana da forma que não conhecemos mais, seu relato histórico honesto conduz o espectador através de emoções secas e duras a um misto de revolta, indignação e ... esperança. Há uma passagem especialmente comovente, para a qual chamo a atenção: quando o irmão incendiário do personagem de Garcia é preso após uma fracassada tentativa de assassinar Batista em seu palácio, o protagonista vai ao chefe de polícia e consegue, por amizade, libertar o idiota do irmão, que foge para se unir a Guevara. Após a deposição de Batista, os papéis se invertem: o irmão incendiário passa a ser a autoridade policial que prende aquele que antes havia sido o chefe de polícia, que após ser torturado barbaramente é assassinado sumariamente, apesar das súplicas do protagonista a seu irmão. Na nova ordem, fica claro, não há espaço para irmão, amizade, clemência e gratidão. Tudo é "a revolução", o único valor. Outra passagem igualmente comovente é quando o protagonista pede à sua mulher que fuja consigo. É delicadamente retrucado com o argumento:"não posso. Nunca me senti participando de uma coisa realmente grande em minha vida, como a que está ocorrendo aqui". O diálogo parece fazer a psicanálise das mentes que são atraídas pelas revoluções sanguinárias: são vazias, não conseguem gostar da vida como ela é, são essencialmente tristes. Um abraço do Nego Heinz
Rodrigo,
Em primeiro lugar, gostaria de agradecer a você pela indicação do filme Lost City que, com muito custo, consegui adquirir e assistir. Um belo filme e muito útil para ajudar a desconstruir o mito do "Farol do Socialismo", tão propagado por entusiastas como o "embaixador" Chico Buarque. Falar de socialismo nas alegres festas de badalação dos artistas politicamente-correto-radical-chiques, regadas a uísque 12 anos e outros quetais é muito fácil. Quero ver se algum deles agüenta um só dia cortando cana sob o sol equatorial da ilha no esforço para a "construção do socialismo"!!!
Abraço
Excelente texto sobre o filme Ä Cidade Perdida" o filme é espetacular e o desempenho de Andy Garcia muito acima dos tradicionais.
Podes me ajudar a encontrar o texto do poema citado no final do filme, que fala de rosa branca?
Antônio
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