Rodrigo Constantino
“Sabeis que a intolerância só produz hipócritas ou rebeldes”. (Voltaire)
François-Marie Arouet, mais conhecido por seu pseudônimo Voltaire, pode ser considerado um dos grandes defensores da tolerância. Nascido em 1694, viveu em uma época de muita turbulência religiosa, pouco mais de um século depois do famoso massacre de protestantes na Noite de São Bartolomeu, ocorrida em 1572 na França. Voltaire combateu veementemente o fanatismo religioso e a superstição, pregando a pluralidade das crenças e a tolerância entre todas elas. Ganhou dinheiro com toda sorte de operações, e como mancha em seu currículo encontra-se o fato de ter financiado até traficantes de escravos. Não obstante essa grave falha em sua conduta, muitas de suas idéias permaneceram válidas.
Sir Karl Popper considerava Voltaire o “Pai do Esclarecimento”. Seu apelo pela razão foi uma importante arma contra o obscurantismo dos violentos anos da Inquisição. Ele era claramente um homem do Iluminismo: “O grande meio de diminuir o número de maníacos, se restarem, é submeter essa doença do espírito ao regime da razão, que esclarece lenta, mas infalivelmente, os homens”.
Voltaire, durante seu exílio na Inglaterra, ficara impressionado com o pluralismo religioso instituído nessa “ilha da razão”, em contraste com a situação francesa. Em 1685, poucos anos antes do nascimento de Voltaire, a religião reformada era proibida no reino da França. Foi somente em 1787 que Luís XVI decidiu-se a promulgar um edito de tolerância, em favor de seus súditos que não pertenciam à religião católica. Neste ambiente de intolerância religiosa é que Voltaire cresceu, tendo alimentado profunda antipatia pelo fanatismo. Sua escolha pelo pluralismo religioso era claro: “Quanto mais seitas houver, tanto menos perigosa cada uma será; a multiplicidade as enfraquece”. Além disso, ele entendia que “seria o cúmulo da loucura pretender fazer todos os homens pensarem de uma maneira uniforme sobre a metafísica”.
Uma de suas frases famosas, que representa um legado para os defensores da liberdade de expressão, foi cunhada quando as autoridades suíças queimaram um livro de Rousseau, quem Voltaire jamais apreciou. Ele saiu, ainda assim, em defesa do filósofo, afirmando: “Não concordo com uma só palavra do que dizeis, mas defenderei até a morte o vosso direito de dizê-lo”. Isso Voltaire fez por alguém que ele considerava “um poço de presunção e vileza”. Eis uma mensagem que deveria ser mais bem assimilada atualmente, onde os grilhões do “politicamente correto” calam, muitas vezes, as vozes destoantes.
Um dos livros do autor de Cândido que melhor tratam do tema da tolerância é justamente Tratado Sobre a Tolerância, escrito por inspiração do caso Jean Calas. O tribunal criminal de Toulouse condenou à morte esse homem, que acabou executado pelo suplício da roda. A família de Calas era protestante, e com certeza isso foi um dos motivadores por trás da injustiça. Todas as evidências apontavam claramente para o suicídio, mas Jean Calas foi considerado culpado por parricídio, em uma conclusão totalmente absurda. Mesmo agonizando na roda, com os membros quebrados, Calas não confessou o crime, preferindo morrer sofrendo, mas sem mentir. Foi estrangulado e seu corpo foi queimado. Depois de muitos anos, os juízes foram levados a reconhecer a falha gritante do julgamento.
A figura de Cristo era admirada por Voltaire, mas ele gostava sempre de lembrar aos seus supostos seguidores: “Se quereis vos assemelhar a Jesus Cristo, sede mártires e não carrascos”. Para ele, a religião pura degenerou em superstição e em fanatismo, que produziram a intolerância. “O furor que inspiram o espírito dogmático e o abuso da religião cristã mal compreendida derramou sangue, produziu desastres tanto na Alemanha, na Inglaterra e mesmo na Holanda, como na França”, disse Voltaire. Mas nos demais países, a diferença das religiões não causava mais tanto problema como na terra natal do pensador. Voltaire queria então levar à luz seus concidadãos. Ele escreveu: “A filosofia, a mera filosofia, essa irmã da religião, desarmou mãos que a superstição por muito tempo havia ensangüentado; e o espírito humano, ao despertar de sua embriaguez, espantou-se com os excessos a que o fanatismo o havia levado”.
Voltaire cita vários testemunhos contra a intolerância, de figuras religiosas mesmo. “É um sacrilégio tirar, em matéria de religião, a liberdade aos homens, impedir que escolham uma divindade: nenhum homem, nenhum deus gostaria de um serviço forçado”, disse Tertuliano. “A religião forçada não é mais religião; é preciso persuadir, e não coagir”, relata Lactâncio. “Nada é mais contrário à religião do que a coerção”, afirma São Justino. “A violência é capaz de gerar hipócritas; não se persuade quando por toda parte se fazem ressoar ameaças”, escreve Tillemont. “A fé não se incute a golpes de espada”, afirma Cerisiers. Enfim, daria um enorme livro mostrar a quantidade de apelos contra a intolerância e o uso da coerção na questão religiosa. Para Voltaire, “todo dogma é ridículo, funesto; toda coação baseada no dogma é abominável”. Ordenar a crer é absurdo.
Apesar de seus ataques muitas vezes virulentos contra algumas religiões, Voltaire não era ateu. Pelo contrário, ele abominava o ateísmo, e culpava o dogmatismo cristão e a superstição tola de muitos crentes pelo aumento da quantidade de ateus. “Um ateu argumentador, violento e poderoso seria um flagelo tão funesto quanto um supersticioso sanguinário”, ele escreve. A religião é necessária, segundo Voltaire, pois as leis protegem contra os crimes conhecidos, mas a religião protege contra os crimes secretos. Voltaire pode ser considerado um deísta, mas grande inimigo da tolice presente em muitas religiões. Para ele, “a superstição é, em relação à religião, o que a astrologia é em relação à astronomia, a filha muito insensata de uma mãe muito sensata”.
Em seu livro O Túmulo do Fanatismo, Voltaire liga uma metralhadora giratória contra o fanatismo religioso. Logo no começo, Voltaire afirma que “um homem que recebe sua religião sem exame não difere de um boi que atrelam”. Examinar, questionar, é um dever de qualquer um que respeita a razão. Seguir de forma fanática uma crença somente porque é a crença dos pais seria algo totalmente contrário a isso. Quando se questiona quantos filhos de cristãos são muçulmanos, ou quantos filhos de muçulmanos são cristãos, tem-se uma noção melhor de como o puro acidente geográfico ao nascimento exerce influência exagerada na crença religiosa. Voltaire derruba inúmeros mitos e fábulas religiosas no livro, atacando basicamente aqueles que seguem ao pé da letra mensagens completamente inverossímeis. Mostrando como certos Evangelhos foram aceitos pela Igreja e outros não, Voltaire afirma que “o fanático adora sob um nome o que lhe parece o cúmulo do ridículo sob outro”. Ele combate também os supostos milagres atribuídos a Jesus, e condena os relatos sobre os profetas como pura fantasia. Enfim, o livro é mais munição contra o fanatismo religioso, que Voltaire sempre atacou. Ele mesmo considerou o livro “um raio que fulmina a superstição”.
Voltaire condenou duramente o fato de a heresia ser considerada um crime, e dos mais graves ainda por cima. Ele define heresia, em O Preço da Justiça, como "opinião diferente do dogma aceito em dado local". Cita como exemplo a Igreja que impunha aos príncipes que ungia o juramento de extermínio de todos os hereges. Muitos acreditavam que atear fogo nos "infiéis" era a coisa certa a fazer. Foram criadas leis terríveis contra os hereges na França. Como exemplo, Voltaire menciona um edito promulgado em 1699 segundo o qual todo herege recém-convertido seria condenado às galés em regime perpétuo caso fosse surpreendido a sair do reino, e quem favorecesse a sua saída seria condenado à morte. Que mundo bárbaro onde alguém pode ser morto somente por conta de uma opinião religiosa!
Em 1778, já moribundo, Voltaire declarou: “Morro adorando a Deus, amando meus amigos, não odiando meus inimigos e detestando a superstição”. Em sua Oração a Deus, Voltaire faz um apelo: “Possam todos os homens lembrar-se de que são irmãos! Que abominem a tirania exercida sobre as almas, assim como execram o banditismo que toma pela força o fruto do trabalho e da indústria pacífica!”. O mundo seria, sem dúvida, um lugar mais pacífico se as mensagens de tolerância pregadas por Voltaire fossem mais escutadas. Ainda que mais de dois séculos tenham se passado, Voltaire será sempre atual. Afinal, a superstição sempre existirá, infelizmente.
45 comentários:
Caro Constantino,
Parabens pelo texto. Precisavamos ouvir falar mais sobre Voltaire. Principalmente sobre fanatismo
Zaqueu
Constantino, cuidado com o Olavo que vai querer rebater esse texto, mas estou com você e Voltaire,por isso me considero agnóstico.
um abraço.
Muito bom o texto,me enriqueceu em conhecimento e idéias.
Creio que todos os que pensam,mesmo que seja um tiquinho só,sabem que a filosofia embasadora da tirania é o fanatismo,religioso ou político.
A História está plena de exemplos.
Que o pensamento cristalino,individual,independente e respeitado seja sempre a bússola dos nossos caminhos.
Rodrigo,
Sempre leio seu blog.Senti falta de algum texto sobre a última eleição francesa.
Afinal foi na França q surgiram os termos "esquerda" e "direita", e parece q o Sarkozy é realmente de direita não?
E é interessante q lá eles tinham 3 direitistas (embora chamem Bayrou de centro) e só uma socialista, nas finais.
No Brasil, ao contrário da França, foram 3 esquerdistas, na verdade um candidato do PT e dois (HH e Cristovam) ex-PT e um "direitista" envergonhado (Alckmin), q se dizia mais a esquerda de Lulla.
Pow, to q nem os caras q pedem uma canção pro músico tocar.
Morgana, obrigado.
Augusto, não comentei nada ainda pois estou esperando para ver se Sarkozy é de "direita" mesmo. Não quero elogiar antes de ver ele atacar a rigidez das leis trabalhistas, a máfia sindicalista francesa, enfim, aquele socialismo presente na mentalidade francesa. Vou aguardar mais um pouco.
Rodrigo
Prezado Rodrigo,
Bom dia!
Rapaz, acompanhei um pouco do seu "diálogo" (ou tentativa) com o Olavo de Carvalho, e não fico surpreso em nada. De fato, é comum encontrar no mundo intelectual, uma arrogância e prepotência que beiram o fanatismo.
Eu mesmo não estou isento disso, ainda que não seja acadêmico - mas gosto muito de ler, estudar, tentar compreender o mundo. Reconheço que existem as mais diversas estratégias para tentar denegrir a obra de alguém, uma delas é 'fechar questão' sobre a incapacidade do outro ao apontar seus erros gramaticais. Pergunto: onde é que está o sujeito que nunca escreveu ou digitou algo errado? Portanto, não se preocupe com o que o Olavo fala a seu respeito!
Na semana passada recebi uma pequena amostra da patologia mental desse grupo que segue o Olavo do Caralho. Gosto muito de ler os artigos do MSM e do Olavo, e sempre enviava cartas para a página do MSM... De repente, escrevi uma mensagem contendo um link no YouTube sobre o documentário da BBC chamado "Sex crimes and the Vatican"... e a pessoa que assina por "Editoria do Mídia sem Máscara" (perceba que ele não tem nome!) me respondeu de modo a advertir sobre as difamações da BBC contra a fé. Respondi dizendo que discordava, e fui enfático. O cara destemperou e me respondeu novamente com uma sopa de xingamentos... Coisa de moleque fanático! Deus me livre! Aí respondi de volta dizendo para o Sr. Sem Nome mudar o disco e parar de usar sempre os mesmos xingamentos, prá tentar variar um pouco... Você já percebeu como é que o Sr. Sem Nome sempre ataca aqueles que duvidam de pequenos pontos de vista, ainda que sejam pessoas da direita? É sempre assim: vá chorar em casa, analfabeto, criancinha desinformada, imbecil, ateu, agnóstico, etc. Recebi todos esses títulos dos honoráveis senhores do MSM...
E olha que eu sou cristão protestante...
Daí respondi irado e xinguei a ele e ao Olavo de Carvalho, confesso que acabei apelando para a baixaria! Paciência...
Continuo admirando a obra do Olavo, e os artigos publicados pelo MSM. Mas, conforme disse ao Sr. Sem Nome, eles não são as únicas referências de direita nesse país nem nesse mundo (embora eles se considerem assim, tamanho o ego deles...).
Fico feliz em encontrar tantas outras páginas de direita, liberais, conservadoras... dentre elas a sua.
Bom, o jeito é esquecer essas bobagens - as que cometemos e que recebemos, e seguir em frente. Esse pessoal aí do Olavo parece que está caindo num culto cego, numa idolatria fanático, numa cultura de mente estreita e bitolada. Toda hora você vê que eles xingam, atacam, agridem... Meu irmão, que é católico conservador, fica chocado ao ouvir o Olavo dizendo e julgando (como se ele fosse o próprio Deus) as pessoas que participaram do Concílio Vaticano II de servirem a Satanás, desde o coroinha até o Papa... Imagine você! E o Olavo se diz católico...
Esqueça isso! Siga em frente! E parabéns pelo seu trabalho!
Cordialmente,
Luiz Fernando
BH, 13/05/2007
Ótimo texto.
Acrescentaria só que
"o fanatismo é a única forma de força de vontade acessível aos fracos".
Especialmente em economia e ciências em geral, os "fanáticos" predominam, muitas vezes por razões essencialmente políticas e para manter calados os que poderiam ameaçar seu "poder" ou sua influência social como "donos da verdade" e "sábios iluminados".
isto é realmente perigoso, em especial em países subdesenvolvidos e com a grande imprensa sob controle.
Cria-se uma suposta tecnocracia vendida como "a verdade" que seria benéfica a sociedade, travestida de ciência irrefutável e calando a necessária pluralidade de opiniões sempre importante.
Já vi casos assim na área econômica por exemplo, com o gustavo franco inventando explicações "científicas" para justificar como correto o regime cambial em 1998.
E tem muito outros, muito piores, de fanatismo em economia.
Rodrigo,
De fato, Voltaire foi brilhante; todo fanatismo é condenável, inclusive o do corintiano e do flamenguista. É preciso cuidado, já que você deu mostras de seu ateísmo fanático. E, então, Jesus está certo: "que atire a primeira pedra quem não tem pecados".
Por falar em LIBERDADE DE EXPRESSÃO, acabei de ler um texto brilhante de seu amigo (rs) Olavo de Carvalho sobre o PLC 122/2006, que criminaliza quem se expressar contra a preferência sexual dos viados.
Em tempo: na época de Voltaire não havia conhecimentos suficientes sobre a influência dos astros. Hoje, a astrologia (não confundir com horóscopo, que é picaretagem) é, sim, uma ciência. Negar este fato é negar que, por exemplo, a Lua não influencia nas marés.
"Milagre é apenas um fenômeno que a ciência ainda não consegue explicar."
Finalizo com uma pergunta: você sabe qual é o motivo real para a proibição do casamento aos padres católicos?
Corrigindo "Negar este fato é negar que, por exemplo, a Lua não influencia nas marés." para "Negar este fato é negar que, por exemplo, a Lua influencia nas marés."
ENTREVISTA DO PRESIDENTE DO -DEMOCRATAS- DEM- À REVISTA ISTOÉ !
O liberalismo puro e simples acabou!
ISTOÉ – O DEM abandonou o termo liberal, que lhe concedia uma nitidez ideológica, e adotou uma denominação genérica, de democrata. O partido ficou com medo de ser de direita?
Maia – A idéia do liberalismo puro não foi vitoriosa no mundo, é preciso aceitar isso. O Partido Conservador da Inglaterra ficou 12 anos defendendo as teses liberais, ficou 12 anos isolado e ficou 12 anos na oposição. Viu-se obrigado a caminhar para o centro. As demandas da sociedade obrigaram a essa troca de eixo. Nós também precisávamos ampliar o debate com a sociedade. Eu acho o nome Democratas um nome forte. Mas não é a sigla que tem de necessariamente dar nitidez ideológica. Quem tem de dar nitidez ao partido somos nós.
"Um ateu argumentador, violento e poderoso seria um flagelo tão funesto quanto um supersticioso sanguinário". Voltaire antecipando o desastre comunista! Muito bem lembrado, Rodrigo!
e vc, rodrigo, eh deista como voltaire?
Sérgio,
"que atire a primeira pedra quem não tem pecados"
É isso aí: o império dos telhados de vidro e dos rabos presos! Neste quesito, os políticos costumam ser cristãos como poucos, he he.
E abaixo a delação premiada!
Não julgueis....
Esta é uma das piores admoestações de Jesus. Ainda bem que os cristãos não a seguem!
Sérgio,
"na época de Voltaire não havia conhecimentos suficientes sobre a influência dos astros. Hoje, a astrologia (não confundir com horóscopo, que é picaretagem) é, sim, uma ciência. Negar este fato é negar que, por exemplo, a Lua não influencia nas marés."
Falando nisso, bastou um brasileiro ir para o espaço para que um planeta sumisse, he he.
Alguns astrólogos baseiam suas previsões ou conclusões nas posições dos planetas. Antigamente, como não se conhecia nem Netuno, Urano ou Plutão, as previsões não levavam em consideração estes planetas para suas previsões. Os planetas só têm influência se soubermos da sua existência? Quem desconhece a existência de planetas e astrologia sentirá a influência dos astros? E agora que Plutão não é mais planeta? Continuarão usando o planetóide rebaixado, acrescentarão Caronte e Xena, seus companheiros de breu e gelo? Plutão não tem mais toda aquela influência sobre os escorpianos? E alguns asteróides gigantescos, esféricos e com quase 1000 km de diâmetro, como Ceres e Vesta (+/-500 km) fazem ou farão parte dos mapas astrais? Pelo menos estes estão entre Marte e Júpiter, umas cinqüenta vezes mais próximos da Terra do que Plutão... Como sempre, a ciência avança e a crendice entra em crise existencial...
E há os que acreditam em tal sandice chamada Astrologia, na qual muitos sensatos já não acreditavam nos idos de Aristóteles...
--//--
"Milagre é apenas um fenômeno que a ciência ainda não consegue explicar."
Pô, então absolutamente tudo ainda é milagre nas tribos dos matis. Quase tudo era milagre na época de Jesus, até mesmo a origem do catarro
Milagre, obviamente, é algo INEXPLICÁVEL e não INEXPLICADO. Por exemplo, é inexplicável que alguém consiga enxergar estando sem os globos oculares. Um doutor Pangloss (Candide) da vida atestar que fulano não deveria ter sarado, como aparece no hilariante conto Zadig, de Voltaire, é absurdo. Algo estar inexplicado basta para a galvanização de um padreco que pelo último teocrata europeu, mas não para que a ciência o aceite como sobrenatural.
Rodrigo,
Muito bom o seu texto. Depois eu comento com calma. Abraços
que pelo = pelo
“Não concordo com uma só palavra do que dizeis, mas defenderei até a morte o vosso direito de dizê-lo”
Você deveria dizer isso para os comunistas que aparecem na sua página, ou você não é tolerante, Rodrigo?
A confusão que alguns fazem, como esse edu, com certos conceitos básicos, é algo assustador!
Sim, eu defendo o direito dos néscios falarem suas estultices. Mas por isso devo aceitar que usem o MEU BLOG, propriedade privada, para tanto? Ainda por cima se ficarem apenas me xingando? Tolerância para vc é isso? Se vc aceita que alguém fale a besteira que quiser, isso quer dizer que vc deve aceitar que fiquem na sua casa falando besteira o tempo todo? Vc é capaz de entender o conceito de propriedade privada?
Rodrigo
"Um ateu argumentador, violento e poderoso seria um flagelo tão funesto quanto um supersticioso sanguinário".
Ou
Um anão argumentador, violento e poderoso seria um flagelo tão funesto quanto um supersticioso sanguinário
Um bancário argumentador, violento e poderoso seria um flagelo tão funesto quanto um supersticioso sanguinário
Um motoqueiro argumentador, violento e poderoso seria um flagelo tão funesto quanto um supersticioso sanguinário
ha ha ha ha ha ha ha
Ou posso dizer que um assassino é tão nefasto quanto uma pessoa que mata outra, he he
Para alguns idiotas, se ateus são bondosos, então não existem deuses, se os religiosos são bondosos, então existem deuses, se Darwin era eugenista, os animais não evoluíram, se Darwin não era eugenista, os animais evoluíram, etc.
Ora, deus existir ou não existir independe do comportamento dos ateus e religiosos. Uma discussão é a bovinidade de religiosos à mercê de representantes divinos com poderes temporais, outra é a existência de Odin, Baal, Thor, Jeová ou o diabo. Normalmente, os deuses existem quando há crentes que reclamem sua existência. Como não existem mais adoradores de Thor, é consenso que ele não existe. E se ele existir e agora estiver lá no Walhalla chorando pela ingratidão dos homens, em especial os escandinavos, tão descrentes em deuses? E se for ele o causador dos temporais que fazem com que o Al Gore perca o sono?
"Sim, eu defendo o direito dos néscios falarem suas estultices"
Preciso dizer alguma coisa?
Precisa, CLARO! Ou agora o fato de eu considerar alguém um néscio me torna intolerante??? Ou seja, ser tolerante é achar todos igualmente inteligentes???
Como eu disse, vc parece não ter a menor idéia do que seja tolerância.
Rodrigo
Catellius,
Não há dúvida de que você não acredita no que eu disse sobre a astrologia, entretanto, posso garantir que a sua ignorância sobre o assunto JÁ É POR INFLUÊNCIA DOS ASTROS. Aliás, você demonstra desconhecimento total, já que, ao que parece, para você, só os planetas influenciam. No meu exemplo, citei a Lua que, até onde sei, é um SATÉLITE da Terra. Ou você contesta isso também? O fato de se desconhecer a existência ou não de algum ASTRO não significa que não exerça influência.
Aqui vai uma informação: saiba que não seria possível a vida na Terra se o campo magnético não existisse. Dica: o corpo humano também possui seu próprio campo magnético. As doenças se manifestam quando este campo se encontra em desarmonia com o da Terra por períodos prolongados.
Os pensamentos nada mais são do que energia eletromagnética emitida pelo cérebro. Assim, há uma interação intensa entre todos os "seres pensantes" (não deve ser o seu caso, rs) e, também, com os astros, incluindo, claro, a própria Terra.
Como já foi dito, não há nenhum desdouro em ser ignorante, entretanto, há muita estupidez em se manter ignorante. Pode rir à vontade. Quanto mais, maior é a demostração da sua ignorância e estupidez.
Rodrigo,
Isto vai principalmente prá você, que é fã do Ortega y Gasset (eu também sou). Um de seus discípulos, Julián Marías, deixou um legado brilhante, contra o aborto, sem um único argumento com conotação moral, religioso ou legal, sequer uma palavra. Seus argumentos são todos absolutamente baseados em LÓGICA RACIONAL como você tanto gosta. Aliás, o Mário, que você tanto ofende e xinga, tem razão. O assassinato de defeituosos, físicos ou mentais, como você defende, é NAZISMO e Julián Marías confirma.
http://www.midiasemmascara.com.br/artigo.php?sid=4483
"O assassinato de defeituosos, físicos ou mentais, como você defende, é NAZISMO"
ai ai ai
Tem que ter paciência com "olavetes". Onde que eu defendo o assassinato de HUMANOS defeituosos??!!!!!!!!! É feio MENTIR! Esse é o mesmo que acredita na astrologia??!!!! Tá explicado...
Rodrigo
Sérgio,
"sua ignorância sobre o assunto JÁ É POR INFLUÊNCIA DOS ASTROS."
É, talvez influência da Marilyn Monroe...
"desconhecimento total, já que, ao que parece, para você, só os planetas influenciam"
Então não seria total, mas parcial, haja visto que para mim os planetas influenciariam. O problema é que planetas não influenciam, nem aquele que acabaram de descobrir, em Lira. Aliás, já deu update no seu oráculo?
"a Lua que, até onde sei, é um SATÉLITE da Terra. Ou você contesta isso também?"
Putz, e eu que sempre pensei que a Lua fosse um planeta e a Terra fosse seu satélite... Errei, foi mal!
"As doenças se manifestam quando este campo se encontra em desarmonia com o da Terra por períodos prolongados."
"As doenças" significa "todas doenças", para aquele que se comunica em português. Se eu injetar em você o vírus da AIDS significa que você se encontra em desarmonia com a Terra por um período prolongado?
"Assim, há uma interação intensa entre todos os "seres pensantes" (não deve ser o seu caso, rs) e, também, com os astros, incluindo, claro, a própria Terra."
"Seres pensantes" entre aspas indica ironia, que não são de fato pensantes. Por exemplo, você "está com a razão". Então, se não sou "ser pensante" entre aspas, agradeço por não me incluir no grupo do qual você faz parte.
"há muita estupidez em se manter ignorante"
Não é por influência dos astros que as pessoas se mantêm assim?
Rodrigo, qual será o seu próximo texto? Lula, o governante da cultura? Arafat, o Guerreiro da Paz? Stalin, o Governante da Tolerância?
Rodrigo,
Você é favorável ao assassinato de anencéfalos e também da eutanásia!!! Onde é que estou mentindo?
ROdrigo,
Você é ABORTISTA, não é??? Onde é que estou mentindo???
Por que apagou o post que postei sobre o artigo de Julián Marías???
Feto e embrião HUMANOS SÃO SERES HUMANOS e você defende o assassinato. Quem diz isso não sou eu, é UM MÉDICO, que foi o maior abortista dos EEUU:
"(...) a fetologia tornou inegável a evidência de que a vida se inicia na concepção (...) A permissividade do aborto é, claramente, a inegável destruição de uma vida humana (...) Como cientista, eu sei - e, não, apenas acredito - que a vida humana se inicia na concepção." -- Dr. Bernard Nathanson, médico, "Rei do Aborto" até o início dos 70, com o desenvolvimento do ultra-som, 10 anos depois, no início dos anos 80, apresentou o filme The Silent Scream (O Grito Silencioso), feito por ultra-som, do aborto de uma criança, provocando a inimizade de antigos aliados abortistas.
Rodrigo,
Você defende tudo o que a petralhada defende. Não venha com aquela palhaçada de dizer que o inimigo do seu inimido não é seu amigo. Pode não ser, mas, se pensa da mesma forma, ideologicamente SÃO IGUAIS e é o que interessa.
Por que não vai prá Cuba onde religião é proibida, já que seu grande ideal, a União Soviética morreu (ao menos aparentemente)?
Rodrigo,
Acho que aconteceu algum acidente aqui no seu blog, por isso estou tendo o trabalho de postar de novo:
Rodrigo,
Isto vai principalmente prá você, que é fã do Ortega y Gasset (eu também sou). Um de seus discípulos, Julián Marías, deixou um legado brilhante, contra o aborto, sem um único argumento com conotação moral, religioso ou legal, sequer uma palavra. Seus argumentos são todos absolutamente baseados em LÓGICA RACIONAL como você tanto gosta. Aliás, o Mário, que você tanto ofende e xinga, tem razão. O assassinato de defeituosos, físicos ou mentais, como você defende, é NAZISMO e Julián Marías confirma.
http://www.midiasemmascara.com.br/artigo.php?sid=4483
Sérgio, você comentou a mesma porcaria às 5:29 AM
O único acidente por aqui é você, anencéfalo.
Assassinato de defeituosos, físicos ou mentais, não é nazismo e sim eugenia. Vá estudar o que é nazismo, seu anencéfalo!
Do jeito como defende o Mário, não duvido que vocês sejam a mesma pessoa, rsrs
Reposta do Rodrigo, apenas para poupar o anencéfalo de achar a mensagem que ele mesmo escreveu e o fez concluir que foi censurado, hi hi hi
"ai ai ai
Tem que ter paciência com "olavetes". Onde que eu defendo o assassinato de HUMANOS defeituosos??!!!!!!!!! É feio MENTIR! Esse é o mesmo que acredita na astrologia??!!!! Tá explicado...
Rodrigo "
Sérgio, vc está parecendo muito um tal de Mario...
Não apaguei post algum seu. Não comece a mentir mais!
Sobre eu defender o DIREITO de aborto, isso não me faz um nazista, e apenas um crente fanático diria isso.
Olha sua lógica: eu digo que feto ainda não é ser humano. Defendo o direito do aborto. Aí vc diz que feto é ser humano, e que defendo o direito de matar humanos, como se fosse o mesmo que meter uma bala na cabeça de um bebezinho. Por isso não dá para debater esse assunto com gente assim, como vc. O fanatismo religioso já dominou seu ser por completo. Não há espaço para a razão.
Rodrigo
" eu digo que feto ainda não é ser humano."
Rodrigo como vc afirma isso? Vc é um economista, que muito se atreve a escrecer sobre a sociedade com resenhas resumidas de livros que lera, agora afirmar algo sobre biologia, com um tema dessa complexidade, é melhor se ater aos temas econômicos, assim vc pode gozar de um pouco de credibilidade.
Eis que o adolescente problemático resolveu voltar a perturbar, esquecendo que foi BANIDO daqui após inventar coisas sobre mim e não provar.
Acima referia-me ao Mario, aquele coitado com problemas sérios.
Rapahel, prove então que algo com 1 cm, sem cérebro, sem coração, sem sensações, sem pensamento, é um SER HUMANO.
Aguardo no local.
Rodrigo
Provado que o Sergio é o Mario, um adolescente problemático que vem aqui apenas poluir e mentir, fica banido esse pobre coitado também, para preservar a qualidade do blog. Que o adolescente vá jogar playstation para passar seu ócio!
Ainda aguardo que alguém prove, sem apelos religiosos, que um feto de 1 cm, sem coração, cérebro, sensações, é um ser HUMANO.
Rodrigo
"Rapahel, prove então que algo com 1 cm, sem cérebro, sem coração, sem sensações, sem pensamento, é um SER HUMANO."
Seu conceito de ser humano é esse: um ser que tem mais de 1cm, tem cérebro, tem coração, tem sensãções, tem pensamento?
Ora então meu cachorro é um ser humano, pois ele tem cérebro, tem coração, tem sensações(quando eu chego em casa ele fica feliz e alegre, então tem sensações) e tem pensamento, é um pensamento determinado pelo estímulo, pelo instinto, e não pela razão, mas não deixa de ser pensamento(pensamento significa estímulo sensorial, isso o cachorro tem).
Seu conceito de ser humano não permite uma resposta plausível, ratifique.
Eduardo, meu conceito não é APENAS esse. Mas seria um COMEÇO, e sem atender nem mesmo ESSES quesitos, pior ainda, não?
Qual o SEU conceito de ser humano? Prove que um feto é um SER HUMANO, pronto, formado, e não um... feto.
Rodrigo
Eu sou um estudante de direito, não posso afirmar sobre biologia sem um aprofundamento na questão...talvez daqui a alguns anos eu responda...
não sei se é um ser humano ou não, apenas sei que todos nós começamos da célula chamada zigoto, essa sim é apenas uma célula amorfa.
A vida é apenas um dos nossos campos,, o vital, temos o étero-físico, o mental, o eu(o central que comanda tudo) resta saber quais os aspectos de um feto, se ele tem vida, se ele tem vontade, ou se é apenas uma programação, um ser humano ad potenzia.
Rodrigo,
Por acaso você é um ser humano completo, acabado? Já nasceu assim, pronto, completo, acabado? Se me provar que sim, posso aceitar que um feto não é um ser humano.
A dica do Sérgio é excelente. Julián Marías, de fato, mostra sem usar um único apelo a qualquer religião ou medicina, que o feto é, sim, um ser humano.
Rodrigo, por falar em Sérgio ou Mário, você comete uma grande injustiça, para não dizer canalhice, ao falar mau deles depois que você apaga os posts, principalmente porque tanto um como outro tem falado coisas que fazem muito sentido. Concordo com eles: se você é um pensador por copiar/colar textos dos outros, eu sou a Enciclopédia Britânica.
Rodrigo,
Achei ótima sua página sobre Voltaire, mas no 5° parágrafo, houve um equívoco, pois, no caso dos Calas, é claro na obra " O advogado" que o que Voltaire defendia não era realmente a inocência de Jean Calas, até mesmo porque ele era culpado, mas a defesa foi apenas um propósito de difundir suas idéias por toda Europa. Tem-se que, apesar do brilhantismo de Voltaire, suas intenções foram claras e não giravam em torno de defender a família Calas.
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