Rodrigo Constantino
Acabei de ver o documentário sobre Raul Seixas, de Walter Carvalho. Está bom. Raul foi, como todos nós de certa maneira, um homem de seu tempo, filho e também um pouco pai da contracultura, subversivo e rebelde. Mas imprimiu sua marca singular, o "raulseixismo", como ele mesmo disse.
O pêndulo com a revolução cultural dessa gente 'muito louca' parece ter ido longe demais para o outro lado, e creio ser hoje o verdadeiro "revolucionário" aquele que prega o resgate de certos valores e tradições perdidas ou latentes. Não o moralismo excessivo e hipócrita da era vitoriana, ou o reacionarismo carola, mas o bom senso mesmo. Algum equilíbrio, quem sabe?
O mundo da "metamorfose ambulante", das drogas, do alcoolismo, do "carpe diem", dos filhos espalhados mundo afora com várias mulheres diferentes, do "maluco beleza", e também da fama, esta que pode ser a droga mais pesada de todas, eis um mundo que costuma levar somente a um único lugar: o abismo! É preciso ter muita estrutura para experimentar o veneno e resistir, para fechar um pacto mefistofélico e sair bem dele, ileso. Parece-me que quase ninguém consegue.
2 comentários:
Não sei o que tem de bom nesse drogado desgraçado.
O mais importante é saber separar autor e obra. As músicas deles são excelentes, especialmente no que diz respeito à essência de toda música, que é entreter.
Mas isso não significa que ele seja modelo de alguma coisa boa a ser seguida.
Na prática, muitas pessoas não fazem essa separação, dai porque o público artístico costuma ser bastante segmentado: drogados, "conscientes políticos", mauricinhos, cultos...
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