Teórica Investimentos
Visão da Semana (de 22 de abril a 29 de
abril).
Economia global segue seu lento processo de
cicatrização. Conforme nossa principal tese de investimento, as principais
economias do mundo atravessam período de reequilíbrio, ajustando internamente
seus desequilíbrios fiscais, monetários e, em alguns casos, sociais, para, a
partir de então, poderem entrar novamente em um ciclo de crescimento sustentado
de longo prazo. Inegavelmente, a digestão dos excessos está acontecendo. Essa
reorganização do organismo econômico não acontece numa linha reta e, por isso,
ainda teremos sustos ao longo desse tortuoso caminho de recuperação.
Segundo os dados divulgados na semana
passada, a economia dos EUA cresceu 2,5% no primeiro trimestre de 2013, abaixo
do esperado, em parte explicado pelos efeitos dos cortes de gastos iniciados no
ano passado. Os gastos do governo caíram cerca de 15% se comparado com o mesmo
período de 2012. O destaque positivo foi o consumo das famílias, que aumentou
3,2%, mais do que se antecipava. Existem dúvidas,
porém, se o desempenho do consumo permanecerá positivo nos próximos meses.
Aparentemente, tudo indica que o ritmo médio
de crescimento da economia americana nos próximos trimestres permanecerá em 2%, o mesmo observado desde 2009. É um crescimento
baixo, se comparado à média histórica, mas, levando em consideração nosso pano
de fundo de um processo de desalavancagem
global e o crescimento Europeu, essa expansão não parece tão ruim. O destaque
na Europa, que segue ajustando mais rapidamente e, por isso, paga o preço de
uma desaceleração mais aguda, foi o acordo político
na Itália. A eleição do novo primeiro ministro e a posse de um governo de
coalizão acaba com o impasse político e abre espaço para uma potencial agenda
de importantes e necessárias reformas econômicas e políticas.
Do lado doméstico, o BC divulgou a ata do
Copom. Apesar de condizente com o comunicado após a decisão de elevar a Selic
em 25 pontos base em abril, a ata mostrou um tom cauteloso com o cenário
externo, porém também explicitou uma clara preocupação com o ambiente
inflacionário. A autoridade monetária tem tido dificuldades em coordenar
as expectativas de mercado e, com isso, gera mais incertezas para o cenário
prospectivo de juros e inflação.
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