sexta-feira, setembro 23, 2011

Jovens anarquistas


Rodrigo Constantino

Quando nasceu oficialmente o partido Liber, uma iniciativa de jovens cansados de tanta intervenção estatal na economia e em nossas vidas, eu cheguei a escrever um comentário aplaudindo a empreitada. Conheço vários membros do Liber, muitos pessoalmente, e tenho admiração por eles. Sei que são pessoas sinceras na defesa da liberdade, e há muito que ser feito para o Brasil caminhar na direção mais liberal. Falta justamente um partido político para erguer esta bandeira.

Mas eu nunca dei mais do que meu apoio informal, e jamais quis aderir oficialmente ao Liber. Entre os motivos, um dos principais era justamente o desconforto com certas figuras que fazem parte do projeto. Estes jovens defendem bandeiras claramente anarquistas, e pior ainda, de uma forma totalmente radical e intransigente. Não apenas o conteúdo em si merece sérias críticas, mas principalmente a forma com a qual pregam suas crenças utópicas.

Como é característico da juventude, essa turma “sabe tudo”, quer derrubar o “sistema”, não está disposta a nenhuma contemporização, pois somente eles defendem a Verdadeira Liberdade. Os “donos da Verdade” sempre me incomodaram, pois parecem claramente em busca de uma religião dogmática, com uma postura tribal de seita fanática, que os coloca como os únicos “puros”, contra uma legião de seres imorais, alienados, ímpios e hereges.

Estão em busca de uma sensação de superioridade moral, de alguma “vibe” entorpecente que lhes fornece um propósito na vida. Mas não parecem tão preocupados de fato com os resultados concretos no mundo real. Habitam uma Torre de Marfim covarde, que condena o Estado ou o “sistema” por qualquer imperfeição da realidade, oferecendo em troca uma utopia. É muito fácil – e também desonesto – atacar os problemas reais de um não-lugar, monopolizando assim as virtudes e os fins nobres. Os socialistas são mestres nisso!

Todo “pacifista”, por exemplo, faz isso, alegando que é contra qualquer guerra. Ora, e quem seria contra a paz enquanto finalidade, à exceção de sádicos e psicopatas? Mas vamos condenar Churchill por ter liderado seu povo na luta contra o nazismo? Vamos condenar o governo americano por ter se colocado, com amplo apoio popular, contra o avanço do império soviético no mundo? Como fica claro, esta postura cômoda é também hipócrita: somente graças aos “belicosos” estes “pacifistas” podem continuar livres e em segurança, inclusive para atacar os “belicosos” e todas as guerras.

Outra postura infantil desses jovens que são contra “tudo que está aí” ficou evidente durante as eleições. Para eles, tanto faz como tanto fez petistas ou tucanos, até mesmo socialistas do PSOL, pois são todos “socialistas” segundo seus parâmetros simplistas e absurdos. Alguns chegaram a defender o voto em Tiririca, para desmoralizar de vez o Congresso, algo que lhes parece ótimo. A via política, afinal, é rejeitada por eles, que só aceitam as “trocas voluntárias” entre indivíduos. Se cada cidadão não tiver sua assinatura lá, então a Constituição é sempre ilegítima.

Trata-se de uma postura bastante boba, em minha opinião. E caberia lembrar a eles que os filhos não assinam documento algum aceitando voluntariamente as obrigações impostas pelos seus pais. Em breve eles estarão defendendo a revolução dos filhos “escravizados” que têm direito à “liberdade plena”. Talvez seja isso que está no cerne da questão mesmo: uma rebeldia adolescente contra toda forma de autoridade. É preciso “matar” o Pai. Os jovens anarquistas não aceitam nenhuma lei democrática, apenas a Lei, esta com L maiúsculo que eles descobriram com o uso da Razão infalível. Esta mentalidade pode justificar as maiores atrocidades, tudo em nome da “liberdade”.

Até aqui, nada muito novo. Jovens sempre estiveram no epicentro de movimentos revolucionários que vieram para derrubar o sistema corrupto e colocar em seu lugar as maravilhas da utopia. A diferença é que estes falam em nome do liberalismo, do capitalismo, e usam até mesmo o nome de pensadores que foram veementemente contra a anarquia, como o caso de Mises. Eles não parecem compreender que a anarquia é um meio, ou seja, a abolição do Estado, e o que vai sair disso permanece uma incógnita. Os anarquistas socialistas acham que será uma linda sociedade coletivista e igualitária, e os anarquistas “capitalistas” juram que será um maravilhoso sistema de trocas voluntárias com agências privadas ofertando segurança e vendendo leis no mercado, que obviamente serão leis jusnaturalistas, ou seja, garantidoras do direito natural e do princípio absoluto de não-agressão, a “pedra filosofal” dessa gente. Sonhar é barato. Já o pesadelo das vítimas de carne e osso de tais experimentos custa muito caro...

E por que resolvi escrever isso agora? Porque fiquei perplexo com um cartaz que alguns desses anarquistas criaram, usando o nome do Liber, e divulgaram pelo Facebook. Esse cartaz, como o leitor pode ver na foto acima, é extremamente parecido com os cartazes soviéticos que os socialistas espalharam, inspirados também nos nazistas. Ele incita a violência, ele dá vazão ao instinto básico de destruição (pulsão de morte para os freudianos) presente em todos nós, especialmente nos jovens. O que quer dizer “aniquilar o Estado”? Será que espancar um policial seria legítima defesa então, uma vez que ele representa a força oficial do Estado ilegítimo? Anarquistas sempre foram bons em disseminar a revolta e ajudar a destruir o que existe; o complicado sempre foi o que colocaram no lugar...

Portanto, eu me senti no dever de expor abertamente meu repúdio a estas iniciativas, pois também elogiei o Liber no começo. Não quero meu nome atrelado, nem indiretamente, a este tipo de pregação. Sei que tem muita gente boa ali, muito liberal decente em busca de um modelo mais eficiente e livre. Mas enquanto um grupo de anarquistas liderar este tipo de campanha, o Liber jamais deixará de ser uma simples aventura juvenil, que pode produzir uma sensação de euforia em seus membros, pois estão espalhando a Verdade, mas que não terá resultado prático algum.

PS: Talvez esses jovens devessem ler um pouco menos de Rothbard e Hoppe, e passar para leituras de pensadores como Isaiah Berlin, Karl Popper, Hayek, Thomas Sowell, e sim, também o ilustre Mises, que sabia que a polícia não deve funcionar com base na busca do lucro e que leis não são bananas para serem ofertadas no supermercado.

51 comentários:

Bernardo Santoro disse...

Te desafio a ver, no programa partidário ou em qualquer artigo do LIBER um viés anarquista.

Estamos terminando de publicar uma série que é tão minarquista que chega a ser liberal clássica: o "Consertando o Brasil". Inclusive, o "Consertando a Educação" defende vouchers, o que eu mesmo não acho correto, tal a pluralidade do partido, dentro da luta contra o esquerdismo.

Infelizmente, muitas pessoas que forem ler esse artigo vão achar que somos irresponsáveis, não sabendo discernir a sua crítica a alguns de uma crítica a todos.

Independentemente de você estar correto ou não na sua crítica a alguns membros do LIBER, sua crítica acaba por atingir a todo o partido, sendo esse artigo um desserviço à causa da liberdade no país e à luta pela criação de um partido verdadeiramente anti-estatista.

Bernardo Santoro disse...

Por fim, deixo clara a seguinte declaração oficial, como presidente do LIBER:

Não somos liberais, minarquistas nem anarco-capitalistas, somos libertários. Esse é o único rótulo oficial e extra-oficial que o LIBER tem. Quem imputar outro rótulo ao LIBER estará fazendo por conta própria e em desacordo à política oficial do partido.

Rodrigo Constantino disse...

Bernardo, o programa do DEM até que é bem liberal. Não adianta: um partido é feito por PESSOAS. E com este grupo grande de anarquistas fanáticos no Liber, falando em nome do partido e criando cartazes desse tipo, e imagem que ficará será a pior possível. É preciso REJEITAR abertamente a anarquia e os anarquistas que, por lógica e coerência, sequer deveriam fazer parte de um PARTIDO POLÍTICO DEMOCRÁTICO.

Cahê Gündel Machado disse...

Correto.Já conversei com vários membros do LIBER. Alguns são bem sensatos, outros são revolucionários puros, com um ódio mortal do Estado e de de seus agentes. Tinha um que queria explodir uma bomba em algum prédio público...
Me afastei do partido justamente por causa desses elementos, que não deixam nada a desejar em matéria de fanatismo ao mais caricato marxista-leninista.

Anônimo disse...

Belo texto Rodrigo!
Não conheço os membros do Liber, mas muitas vezes tenho essa mesma impressão ao ler artigos de alguns blogs que se intitulam libertarios... encontraram a verdade absoluta e tem a solução para todos os problemas. Além disso, nao aceitam opiniões que divergem das deles, ridicularizando muitos comentarios nos blogs... Qualquer semelhança com os socialistas nao eh mera coincidencia...

Abs!

Unknown disse...

A grande questão é realmente as PESSOAS. De palavras bonitas e propostas bacanas a política brasileira está cheia, e nem por isso as coisas estão maravilhosas.

Acompanho o Líber há algum tempo e já cansei um pouco do "discurso", pois este muitas vezes tem soado como fantasioso.

Grande texto Constantino.

Anônimo disse...

Anarco capitalismo de uma vez não dá. mas estado minimo consequentemente se tornara um estado ENORME. acredito que os libertario devem chegar ao governo e fazerem um estado minimo para futuramente aboli-lo. se você realmente sabe o que é uma sociedade de leis privadas sabe que ela pode dar certo,só e preciso haver respeito pela propriedade privada.

Felipe Rosa disse...

Muito bom Rodrigo!!! É bom por o dedo na ferida as vezes e expor os exageros. O proprio IMB ficou um tanto contaminado, isso ficou evidente no teor do artigos de 2009 pra cá. Ainda assim prefiro fomentar a ideias do Liber sempre com responsabilidade e sem vender o paraiso. parabéns!!!

Felipe Rosa

André Rufino disse...

Esse texto tem como intuito único e claro, marginalizar os anarquistas. Inclusive, de acordo com o Constantino, nós anarquistas temos duas opções para "não entrar em contradição", ou a luta armada ou desistir.

Eu acredito na via pacífica e democrática como meio para se atingir uma livre sociedade. Se esta será anarquista ou minarquista, não importa, o que importa é ir na direção da liberdade.

Anônimo disse...

O Estado - ou uma organização política, uma ordenação jurídica ou como se queira chamá-lo - é um mal necessário e imprescindível na vida em sociedade, tanto mais numa sociedade a cada dia mais complexa e numerosa.

É preciso conter os excessos do aparelho estatal em detrimento dos indivíduos, mas jamais "aniquilar" o Estado.


O anarquismo, seja de esquerda ou de direita, não passa de uma grande bobagem fantasiosa e impraticável.

Parabéns pelo artigo.

Rodrigo Constantino disse...

Rufino, vcs têm o campo das idéias! Mas criar um partido político para disputar eleições democráticas, sendo que vcs abominam a própria democracia, isso é um disparate!

Rodrigo Constantino disse...

E agora, para aqueles que seguem o Instituto MISES Brasil e pensam que este grande pensador compartilhava com tais idéias anárquicas, segue um trecho em que Mises rejeita claramente o anarco-capitalismo (existem vários outros):

‎"Only in recent years have people become aware of the menace of bureaucracy, and they consider bureaucracy not an instrument of democratic government but, on the contrary, the worst enemy of freedom and democracy. To these objections we must answer again that bureaucracy in itself is neither good nor bad. It is a method of management which can be aplied in different spheres of human activity. There is a field, namely, the handling of the apparatus of government, in which bureaucratic methods are required by necessity."

"Lenin was mistaken in holding up the government's bureaus as a pattern for industry. But those who want to make the management of the bureaus equal to that of the factories are no less mistaken."

"There are many things about government administration which need to be reformed. Of course, all human institutions must again and again be adjusted anew to the change of conditions. But no reform could transform a pubic office into a sort of private enterprise. A government is not a profit-seeking enterprise. The conduct of its affairs cannot be checked by profit-and-loss statements. Its achievement cannot be valued in terms of money. This is fundamental for any treatment of the problems of bureaucracy."

Anônimo disse...

"Se cada cidadão não tiver sua assinatura lá, então a Constituição é sempre ilegítima."

"(...)E caberia lembrar a eles que os filhos não assinam documento algum aceitando voluntariamente as obrigações impostas pelos seus pais."

Essa foi a comparação mais absurda e patética que eu já li em defesa da legitimidade da Constituição.

O Lysander Spooner deve ter se remexido no túmulo depois dessa. Parabéns pelo grande feito.

Rodrigo Constantino disse...

Anônimo, talvez vc queira então nos dar algum argumento absoluto, racional e definitivo para QUANDO um homem deve ter o direito de cobrar sua assinatura na Constituição. Com qual idade? Todos os homens? Por que? Qual o critério?

Rothbard tentou em The Ethics of Liberty, mas seus argumentos são bem fraquinhos...

André Poffo disse...

Constantino, concordo que o cartaz é descabido e violento.
Mas discordo totalmente de suas críticas generalistas. Você bem que poderia ser mais tolerável e juntar-se ao partido para justamente colocar esse lado mais "realista", jamais se distanciar.

Na minha sincera e humilde opinião a gritante maioria dos filiados ao Liber lê diariamente seus textos e suas opiniões - e concordando, todas tem um viés liberal muito satisfatório. Assim como qualquer outra, o anarcocapitalismo somente seria implantado caso uma parte grande da população a tolerasse voluntariamente. Aliás, o fim do anarcocapitalismo não é uma sociedade VOLUNTÁRIA?

É claro que há jovens malucos que querem mudar o mundo não importa o meio, mas isso não é exclusividade de ninguém e não será em lugar algum.

Por fim, acho que deverias reconsiderar sua opinião, poderias enriquecer em muito o partido. Você assim como demais liberais minarquistas que temos no Brasil.

Rodrigo Constantino disse...

Entendo seu apelo, André, mas tenho que levar em conta o ditado "diga-me com quem andas que te direi quem és". Enquanto esta ala intolerante do Liber tiver essa voz toda, estou fora!

Anônimo disse...

"(...) talvez vc queira então nos dar algum argumento absoluto, racional e definitivo para QUANDO um homem deve ter o direito de cobrar sua assinatura na Constituição. Com qual idade? Todos os homens? Por que? Qual o critério?"

1) Não há uma idade fixa. 2) Todos aqueles que supostamente concordaram com essa Constituição e que estão submetidos a esse Estado. 3) Porque eles não assinaram nem concordaram. Eu mesmo nasci em 91. Esse "contrato" foi assinado em 88. 4) O critério é o da consciência individual.

Aliás, eu que te pergunto por que devemos ser obrigados a respeitar um "contrato" que não assinamos, que podemos até mesmo discordar, e que confere poder a outra parte (Estado) de alterar os elementos desse mesmo contrato quando bem entender.

E chamar os argumentos de Rothbard de "fraquinhos" é risível. Gostaria que você escrevesse um artigo sobre isso um dia. Tente mostrar o quão fraquinho eles são. Será bastante divertido ver isso.

Pascoal Freitas disse...

Libertários são comunistas que pintaram o comunismo com tintas capitalistas liberais.. esses caras não enganam os liberais de verdade.

Anônimo disse...

Meu filho, agora que você já aprendeu a falar mamãe e papai, diga se concorda com a Constituição do país ou se faremos uma reforma constitucional ao seu agrado.



Não dá para acreditar que tem adultos pensando dessa forma.

Onde foi parar a razão dessa gente?


É surreal.

Anônimo disse...

Parabéns Rodrigo, é o que eu venho falando há muito tempo, esses moleques são um peso.
ntsr

Anônimo disse...

Se mudassem o nome do estado para mamadeira, toda essa revolta acabaria. Hehe

Anônimo disse...

E realmente, é impressionante como esse cartaz lembra a propaganda da finada união soviética.

Anônimo das 8:30, se tu tivesse nascido num país ancap os acordos sobre o uso das ruas, do solo, da polícia e da justiça também já teriam sido assinados pelos teus pais e pelas gerações anteriores.
Não concorda? Azar o teu.O máximo que dá pra fazer é ir embora, não é muito diferente de como é aqui.
ntsr

Leonardo Rocha disse...

Destaco esta citação de Mises, que deixa claro que o estado não deve ser abolido: “Quem pede maior intervenção estatal está, em última análise, pedindo mais compulsão e menos liberdade. Chamar atenção para esse fato não implica em condenar a existência do governo, pois, na realidade, a cooperação social pacífica seria impossível na ausência de um instrumento que impeça, pela força se preciso, a ação de indivíduos ou grupos de indivíduos anti-sociais. Não nos enganemos proclamando, como fazem muitos, que o governo é um mal, embora um mal necessário e indispensável. Aquilo que é necessário para atingir um fim é um meio; é o custo a ser incorrido para atingir o fim desejado. Considerar tal custo como um mal, no sentido moral da expressão, é um julgamento arbitrário. Não obstante, diante das tendências modernas de deificação do governo e do Estado, convém que nos lembremos de que os romanos, ao simbolizarem o Estado por um feixe de varas em torno de um machado, eram mais realistas do que os nossos contemporâneos que atribuem ao Estado todas as características de uma divindade.” (Mises - Ação Humana)

Leonardo Rocha disse...

Mises mesmo não era contra a existência do estado: “Quem pede maior intervenção estatal está, em última análise, pedindo mais compulsão e menos liberdade. Chamar atenção para esse fato não implica em condenar a existência do governo, pois, na realidade, a cooperação social pacífica seria impossível na ausência de um instrumento que impeça, pela força se preciso, a ação de indivíduos ou grupos de indivíduos anti-sociais. Não nos enganemos proclamando, como fazem muitos, que o governo é um mal, embora um mal necessário e indispensável. Aquilo que é necessário para atingir um fim é um meio; é o custo a ser incorrido para atingir o fim desejado. Considerar tal custo como um mal, no sentido moral da expressão, é um julgamento arbitrário. Não obstante, diante das tendências modernas de deificação do governo e do Estado, convém que nos lembremos de que os romanos, ao simbolizarem o Estado por um feixe de varas em torno de um machado, eram mais realistas do que os nossos contemporâneos que atribuem ao Estado todas as características de uma divindade.” (Mises, Ação Humana)

Anônimo disse...

O Liber é sim um grupelho anarquista, que rejeita a democracia, repugna o contrato-social, quer ver o estado desmoronado e, realmente, fazem radicalismo como o Baba (ex-PT)!
No Liber, há uma grande maioria de ancaps (anarco-capitalistas) que, covardemente infestam a comunidade Liberalismo no Facebook e ajudam a manchar o nome Liberalismo com suas idéias "fantásticas"! ao contrário do que diz o "grande líder do Líber", eles são sim raivosos e donos da verdade universal... Inclusive o próprio Bernardo é uma pessoa pouco democrática e que "lidera seu rebanho" como numa ceita ao estilo Charles Manson!
Vejo o líber como uma face da mesma moeda do socialismo! E, só não é tão nocivo devido à sua insignificancia!
Também achei que o Liber pudesse ser uma voz autêntica para o liberalismo, mas não entrego minhas convicções para um bando de punks classe média!
Líber é um lixo!
Mil vivas ao Constantino por ter, com suas palavras, desmascarado este grupelho de fanáticos fundamentalistas!

Anônimo disse...

Constantino, este grupelho é sem expressão. Querem temcooptar para, sugar sua imagem para tentar dar credibilidade para que estes possam crecer na mídia utilizando seus blogs e alcançando seus admiradores.cse hoje te admiro, amanhã eu te desprezaria se viesse a filiar-se neste grupo de irresponsáveis.
Hoje sou filiado ao DEM, o DEM para governar, ãs vezes se rende ao populismo, o que é condenável, mas a DEMOCRACIA e LEGALIDADE são valores que fazem parte do DEM e que o Líber pisa em cima! Não entre em contradição com seus ideais. Liberdade é uma coisa, masturbação social é outra! O Líber quer regredir ao período feudal! Veja que o site Mises Brasil defende a monarquia em alguns textos, ao mesmo tempo que em outros detonam o Estado... Parece piada! O Instituto Milenium é uma organização séria e que repeita a democracia e a legalidade! O Líber é anárquico, SIM!

Anônimo disse...

Interessante, isso também mostra como o pessoal do Mises brasil, do link aí do lado, não lê Mises.
ntsr.

Anônimo disse...

Putz, mises era contra o anarquismo anarco capitalismo por que ele achava que era a falta de leis mas não é, você deveria ler sobre o anarco capitalismo antes de dizer que ele e utópico constantino. realmente recomendo que leia os artigos do mises e principalmente os comentários.

Caro anonimo das 1:13

Aonde exatamente o IMB defende a monarquia? esta delirando? eles só mostram que em certos arranjos a monarquia é superior a democracia, como por exemplo quem cuida mais de um pais um rei que é dono e tem que tornar suas terras cada vez mais produtivas ou um ser que fica de 4 em 4 anos tendo que alimentar os cortesão? olhe os principados e compare com os países democráticos, qual funciona mais, fora os que tem liberdade economia acentuada claro( hon kong, cingapura, nova zelandia etc.) contrato social, é um atraso você realmente aprova opositivismo? puz sugiro ler mais sobre o assunto é ver se e coretem ser a favor deste atraso. sobre democracia, as pessoas não devem votar por tudo é imoral querer que a maioria prevaleça sobre tudo.

Rodrigo Constantino disse...

"Lenin was mistaken in holding up the government's bureaus as a pattern for industry. But those who want to make the management of the bureaus equal to that of the factories are no less mistaken." (Ludwig von MIses)

Anônimo disse...

Caro Rodrigo,

também sou minarquista e concordo com seu ponto de vista, mas vou de advogado do diabo.
Ora se esquerda tem seus radicais e convivem relativamente bem com eles, por que os liberais não podem ter os seus? Além do que os anarquistas não defendem a supressão da liberdade individual de ninguém ou outras formas de servidão. Pode-se discordar, mas que mal há?

Adriano

Rodrigo Constantino disse...

Adriano, o mal que vejo é associarem anarquia a liberalismo, e depois não conseguirem separar o joio do trigo.

Anarquistas fanáticos são mais parecidos com socialistas do que com liberais.

Lucas Azambuja disse...

Caro Rodrigo Constantino,
primeiramente fiquei curioso em compreender a sua condenação do radicalismo de ancaps com a sua defesa do radicalismo dos austríacos que faz no capítulo 11 de seu livro "economia do indivíduo". Pois eu acho que o debate de fundo no seu texto é qual a dosagem entre a defesa íntegra da causa da liberdade e o radicalismo utópico que via de regra cai no autoritarismo. Todavia discordo da sua posição, se entendi corretamente, de condicionar a legitimidade da iniciativa do Liber à expulsão de um grupo. Creio que o caminho mais correto seria propor um fórum de discussão entre diferentes vertentes liberais para se pensar formas de coordenação de forças e agendas comuns e quem sabe a organização política com base na interação entre as vertentes. Claro que isso somente é possível com um mínimo de decoro e respeito intelectual. Quero esclarecer que apesar de ser um simpatizante do Liber, não sou filiado (inclusive assinei a ficha de apoio ao registro eleitoral, pois apesar de possíveis imperfeições, seria mais uma força). Ademais, também sou simpático aos ideais ancap e entendendo que o caminho correto é uma ação de redução do estado paulatina e em várias frentes, ou seja, o miniarquismo. Por fim, eu quero parabenizar pela coragem de trazer a polêmica e a crítica, quem sabe assim não seja o início para superarmos o isolamento de nossas clivagens e convergir em esforços na causa da liberdade?

samuel disse...

Desde que os democratas americanos se apossaram do termo LIBERAL, espalharam uma boa confusão nas idéias políticas posto que os democratas americanos são o oposto do termo.
Isso cria uma dificuldade adicional na criação de um partido à la VON MISES, que chamarei liberalVM. A criação de um partido que tem que disputar eleições tem de começar com um nome popular e objetivo populares como, por exemplo, aumentar o emprego, melhorar os salários, ... Para se obter isso é que existem as ferramentas liberaisVM em plano secundário, mas necessárias para se obter os objetivos do partido liberalVM.
É isso que tem que ser vendido ao povaréu, aos sindicatos, às organizações patronais, ...
Embora de aparência radical o lema “destruição do estado” é bom mas dentro do contexto agora definido como ferramenta do liberalVM.
Nenhum leitor deste blog tem dúvidas de que o liberalismoVM é melhor, é a única saída para o cidadão comum. A dificuldade histórica tem sido de provar. É onde entram os intelectuais.

Anônimo disse...

Estas citações de Mises não descartam o anarco capitalismo, elas apenas deixam claro que o estado jamais funcionara como uma empresa privada, que reparticoes sempre serão burocráticas e que tentar fazê-las eficientes é utopia.
Quanto ao Libertarios, a iniciativa é valiosíssima e se sao contra qualquer tipo de violência, não há como qualquer pessoa com a mínima decência compara-los com socialistas ou fazer uma oposição raivosa como a do teu texto.
Era teu leitor porque cria que eras um liberal, mas pisaste na bola feio nesta.

Rodrigo Constantino disse...

Anônimo, basta ler Mises! Ele rejeitou claramente a anarquia, o uso de certos aparatos com foco no lucro. Ele era um liberal democrata. Isto é evidente para qualquer um que LEU Mises (e não apenas o Mises Institute, que tem muito mais de Rothbard que de Mises)

André Luiz disse...

Constantino, o LIBER é muito mais que um ou dois membros, você sabe bem disso. Conheço seus problemas com alguns membros do partido, mas não entendo o que isso tem que ver com o partido em si, pois nosso estatuto e plataforma está no site par5a todos verem e não há nada nele que seja radical. As opiniões pessoais de um membro não se confundem com as do partido, pois as opiniões do partido são frutos de uim consenso dentro do partido. Não vamos expulsar nenhum membro apenas por suas posições pessoais mais ou menos anarquistas apenas por você acreditar que seja possivel haver um partido formados por um única pessoa. Abraços Constantino.

Anônimo disse...

O anarco-capitalismo é ridículo e expõe ao ridículo quem o aceita em seu seio.

Conselho ao LIBER: se quiser ser levado a sério como partido, se afaste dos moleques anarquistas.

Política é coisa de gente grande e realista; não é para oníricos irrealistas. Política é realpolitik.

Anônimo disse...

Brilhante, Constantino.
De fato, algumas pessoas do Liber com as quais debati no Facebook são, de início, mal-educadas, pois destratam qualquer dissidente. Parei de debater com eles devido à má educação.

Também já os li escrever contra o Contrato Social, rechaçando a mera existência de uma Constituição, e só sabem debater copiando textos do Mises Brasil -- que é um bom site, mas que não deve ser seguido a ferro e fogo. Parecem não ter opinião própria.

Enfim, não os imagino conquistando nenhum voto num futuro próximo, somente discutindo (e não debatendo) pela internet.

Bruno Carvalho.

Anônimo disse...

' Não vamos expulsar nenhum membro apenas por suas posições pessoais mais ou menos anarquistas apenas por você acreditar que seja possivel haver um partido formados por um única pessoa.'

argumentum ad absurdum
ntsr.

Bernardo Santoro disse...

E, lamentavelmente, aquilo que eu previ no primeiro comentário desse post aconteceu: as pessoas não dissociaram a crítica a uma parte do LIBER, confundindo com uma crítica ao todo. Ou será que, no fundo, você sempre quis atingir toda a instituição?

Essa é uma pergunta que não deixo de me fazer agora.

Abraço.

Rodrigo Constantino disse...

Bernardo, leia os comentários! Use-os para reflexão! Muitas pessoas com viés liberal passaram a detestar o Liber POR CAUSA DESSES ANARQUISTAS FANÁTICOS! Logo, são as pessoas que já fazem tal associação, e com razão! Eu julgo o PT pela presença de José Dirceu e companhia. Eu julgo o DEM pela presença de César Maia e companhia. Um partido é formado por PESSOAS. E muitas pessoas dentro do Liber são infantis, intransigentes, revolucionárias (no pior aspecto da palavra), e mancham o nome do partido como um todo. Pensei que vc usaria tais comentários como evidência de que EU ESTOU CERTO, e não o contrário.

abs

Anônimo disse...

Simpatizo com os anarquistas (embora não seja um), mas considero a crítica pertinente.
É necessário entender que construir um partido significa participar da guerra cultural, da disputa de valores, da guerra por corações e mentes.
Vence esse embate aquele que conseguir atrair mais simpatizantes. E realmente o discurso radical afugenta as pessoas, em vez de atraí-las.

Assim sendo, qualquer um pode pensar o que quiser, mas no partido deve-se buscar a defesa inteligente do liberalismo no lugar da defesa radical e agressiva.

Acho que a crítica deveria ser bem acolhida pelos libertários e pra reforçar a mensagem basta lembrar que o PT só chegou ao poder em 2002 quando moderou o discurso radical.

Adriano

Galego disse...

Na verdade, eu nem sei se o fato de ter uns malucos desvirtuando um partido seria deletério...

Senão, vejamos: nas últimas eleições, o PSOL lançou o Plínio de Arruda à presidência. Ele, nos debates, falou tanta besteira que fez a Dilma parecer moderada. O radicalismo dele favoreceu a Dilma, pois colou NELE a pecha de radical.

Se tiver uns malucos repetindo que imposto é roubo e imaginando utopias inviáveis, eles podem servir para que um candidato liberal moderado ou social-democrata estilo "terceira via" descole justamente do terrorismo eleitoral que a esquerda petralha vai implementar.

Deixem os malucos fazerem o papel de "Bad Cop". É até bom tirar o monopólio das maluquices da esquerda.

samuel disse...

Como este é um blog de liberais (no bom sentido) das várias tendências, o partido que os representa tem que ter uma postura mais aberta para abranger todas as tendências liberais. É nesse ponto que volto a insistir que o partido dito LIBER ou LIBERTÁRIO, já começa com um nome de difícil individualização ( todos os partidos são libertários, liberais e democráticos) mas que por outro lado mostra um posicionamento ideológico muito estreito, o que acaba não facilitando a ampliação do partido como movimento amplo, abrangente das várias tendências. UM ERRO DE ESTRATÉGIA PARTIDÁRIA QUE ACABA INFLUINDO NO SEU CONTEÚDO IDEOLÓGICO (radical?). O nome do partido tem de ser mais neutro no sentido ideológico e assim absorver com menor resistência, as várias tendências.

Bruno Tôrres de Melo Rêgo disse...

Não me agrada muito a idéia da anarquia, até porque em algum momento algum anarquista vai querer se tornar governante e agir como Estado. Mas, no Brasil onde desde sempre e independentemente de partido político ou ideologia, o Estado só pensa em se servir do cidadão, com uma carga tributária elevadíssima e sem contrapartida, diante de uma polícia corrupta e travestida de milícia e diante de políticos corruptos e populistas que se perpetuam por décadas, em busca de fortuna e poder, a anarquia seria uma bela opção, no mínimo mais justa que a que temos hoje.

Rodrigo Constantino disse...

Bruno, o que vc acha que os eleitores do PT iriam escolher numa anarquia? Agências protetoras com viés liberal?

Bruno Tôrres de Melo Rêgo disse...

Eu não proponho a anarquia como opção ao que vivemos hoje, isso nunca deu certo e não tem como dar. Foi apenas uma comparação com o absurdo que vivemos nesse país e diante desse absurdo, qualquer alternativa pode ser válida. Sinceramente, não vejo um futuro promissor pro nosso país no curto prazo. Acho que nem os meus netos verão esse país bem encaminhado. O escárnio dos nossos governantes está muito longe do fim. Essa discussão vai muito além do dilema Estado forte X Liberalismo, muito embora eu ache que privatizações em massa, mesmo com preços defasados, possam ser uma excelente opção para o Brasil. Seria uma forma rápida de eliminar burocracia e corrupção e gerar eficiência nos serviços, meritocracia e valorização da educação. Mas mesmo com o mais liberal dos governantes seria difícil dobrar um parlamento corrupto e enraizado na política há décadas. Trabalhar no serviço público é o sonho de muitos jovens da atual geração, que têm na garantia do emprego um falso porto seguro. E não podemos esquecer que muitos dos nossos parlamentares usam as empresas públicas como cabides de emprego. Mas haja “otário” pra sustentar tanto “malandro”. Precisamos de um poder judiciário mais ágil, mais atuante e mais sério, mas como esperar isso de um STF formado por indicações? Precisamos de mais qualidade no ensino, mas como esperar isso se o MEC aprova livros com erros de Português e Matemática? E é importante ressaltar que não basta dar educação a todos os brasileiros, é preciso dar educação de qualidade. Precisamos de uma polícia menos corrupta e prostituída, mas como esperar isso se sabemos que as maracutaias de governantes e parlamentares passam impunes? A corrupção atingiu um nível assombroso de enraizamento no Brasil, o preço a se pagar é muito caro e, o pior, o tempo pra se livrar disso é quase uma eternidade. Haja marcha contra a corrupção. Em algum momento, no limite, essa situação se tornará absolutamente insustentável e a população cansada, intolerante e farta de tanto desrespeito fará justiça de um jeito ou de outro e, infelizmente, não vejo muitas possibilidades desse jeito ser pacífico. Mas acho que isso ainda demora muito pra acontecer. Por enquanto, continuaremos votando pra não mudar nada e trabalhando pra pagar imposto e sustentar essa corja, até o dia em que a gota de água fizer tudo transbordar.

xará disse...

Incrível como, para se contrapor ao socialismo, aparecem pessoas que são tão totalitárias, revolucionárias e utópicas quanto os socialistas.

Parabéns pelo artigo.

Não sei quais suas ideias em detalhes, mas eu prefiro a chamada democracia liberal, esta que se consagrou no ocidente, esta na qual vivemos.

Não tenho ilusões quanto a isso, a humanidade trilhou longo caminho até ela e ao meu ver é a mais perfeita. Já dizia Churchill que a democracia é a pior forma depois de todas as outras.

Bruno de Moura disse...

Que prazer ler uma posição libertária sensata. Nunca concordei tanto com um texto seu. Essa demonização do Estado (qualquer estado) é extremamente infantil e desconectada com o mundo real.

Não acho que o estado possa ser eliminado, ele pode ser pouco atuante no momento em que a sociedade se torna cada vez mais educada a respeitar a propriedade privada, liberdade individual e etc.

Fernanda. disse...

Com o tempo os minarquistas e os anarco-capitalistas vão ser expulsos naturalmente do Liber, é a lei da vida. Os minarquistas e os anarco-capitalistas, infelizmente, são muletas para o partido crescer. Depois, o partido se livra dos minarquistas e dos anarco-capitalistas ;-) .

Fernanda. disse...

Muuuito obrigada Rodrigo pelo excelente texto.
Já tratei de resolver o que eu fiz e já mandei um e-mail para o diretório da minha cidade. Segue:

"Olá Tiago,
lendo o texto do Rodrigo Constantino chamado "Jovens anarquistas" http://rodrigoconstantino.blogspot.com.br/2011/09/jovens-anarquistas.html
Decidi cancelar a minha ficha de apoio ao Liber sem burocracia.
Eu apoiaria o Liber se ele fosse apenas libertário como diz o Bernardo Santoro: "(...) Não somos liberais, minarquistas nem anarco-capitalistas, somos libertários. (...)"
O Bernardo me confundiu legal ='(.
Só que o que o Bernando fala não é o que o partido fala: "O LIbertários agrupa várias tendências liberais e libertárias, porém nosso programa é minarquista, isto é, defende um estado muito mínimo em suas responsabilidades e poderes sobre a sociedade."
http://www.formspring.me/Libertarios#!start=306955401465700223
De duas uma: Ou o Bernardo Santoro está inocente como eu estava, ou ele está sabendo de tudo isso e compactua.
Solicito pegar a minha ficha na sua mão, penso que é um direito meu.
Se eu não conseguir, eu vou no TRE daqui da Bahia na primeira semana para deixar claro que já falei a minha intenção e não fui escutada.

Atenciosamente,
Fernanda"