Rodrigo
Constantino, para o Instituto Liberal
Deu
no jornal Valor hoje que Eike Batista teria buscado o apoio da Petrobras dessa
vez, para possíveis negócios com seu grupo para aliviar o enxugamento do caixa.
Eike está vivendo seu “inferno astral”, e as diferentes empresas de seu
conglomerado despencaram em bolsa. O bilionário perdeu várias posições no
ranking da Forbes. O acordo fechado com o BTG Pactual deu algum alento em
bolsa, mas os problemas persistem.
O
fato é que Eike Batista já é um felizardo no que diz respeito às benesses
estatais. O BNDES já repassou vários bilhões ao grupo, com taxas subsidiadas.
Ou seja, os brasileiros pagadores de impostos foram obrigados a transferir
recursos para o ricaço da Forbes, e isso em um governo popular de esquerda. É
justo isso? É justo agora a estatal, que por sua vez vive também seu “inferno
astral” produzido pela péssima gestão, colocar mais recursos do povo nas
empreitadas do excêntrico bilionário?
No
fundo, esse modelo de forte simbiose entre estado e grandes empresários tem
nome: chama-se capitalismo de estado, ou de compadres, e se assemelha muito ao
fascismo. O governo não tem que escolher os “campeões nacionais”. O próprio
BNDES já tem seu balanço ameaçado, e o senador Aloysio Nunes Ferreira tem razão
quando demanda a abertura de debates na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).
É uma situação preocupante criada pelo governo, que pode estourar logo ali na
frente.
Capitalismo
sem bancarrota é como Cristianismo sem inferno. O governo não deve selecionar
vencedores para começo de conversa, tampouco salvar perdedores em seguida. Que
o mercado avalie se os projetos de Eike fazem sentido e, se for o caso, coloque
recursos neles. Caso contrário, só lamento. Faz parte do jogo do capitalismo de
livre mercado. É assim que tem de ser. Infelizmente, no Brasil não é. Corremos
o risco da criação de uma EBXBras!
6 comentários:
Excelente ! Não existe o que comentar.
Perfeito! O que funciona no Brasil chama-se capitalismo de estado, mas gostei mais de chamá-lo de capitalismo de compadres como você sugeriu. Parece-me um termo mais adequado para a cleptocracia instalada no poder. Infelizmente, os órgãos de imprensa não noticiam que a "livre iniciativa" está subordinada aos interesses dos parasitas estatais.
Por exemplo, as montadoras companheiras do ABC não vendem carros, pois a concorrência de importados está ferrando com elas? Não tem problema! O governo diminui os tributos do setor, aumenta os de outros setores (como carros importados) e faz a população endividar-se com carroças nacionais. O governo diz que é pra proteger a indústria nacional e incentivar a economia, mas as caras campanhas eleitorais do PT no ABC insistem em afirmar que o motivo é outro...
Negócio da China este da indústria automotiva nacional: os compadres petistas garantem lucro sempre. Assim, a indústria vende carroças a preços absurdos para os consumidores, os quais mais parecem vítimas de estelionato do que consumidores.
http://oantipetralha.blogspot.com.br/
O ANTIPETRALHA
Ah esqueci de comentar gostei tanto que copiei e postei no Facebook, mas lógico com os devido merito do autor.
Bom dia Rodrigo!
Ele deve ser competente, até o BTG o elogiou.
"O próprio BNDES já tem seu balanço ameaçado"
Seria interesante um post sobre isso
Simples e perfeito !!
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