Idéias de um livre pensador sem medo da polêmica ou da patrulha dos "politicamente corretos".
sexta-feira, agosto 19, 2011
Termômetro dourado
Rodrigo Constantino, para o Instituto Liberal
A crise está de volta com força total. Na verdade, trata-se da mesma crise de 2008, apenas em capítulos diferentes. Se antes o maior problema estava na alavancagem do setor privado, agora o abacaxi foi transferido para o setor público, que já vinha apresentando números muito ruins. O estouro da bolha de crédito, somado à irresponsabilidade dos governos, fez com que o quadro fiscal, tanto dos EUA quanto da Europa, ficasse assustador.
Não há solução fácil, e aquilo que deveria ser feito tem custo político elevado demais. Cortar a droga de um toxicômano não costuma ser uma cena tranqüila. Há desespero, ranger de dentes, ameaças e revolta. É preciso pulso firme, liderança, postura de estadista. Mas ninguém pode pensar que, por ser difícil, a solução é injetar mais droga ainda para manter a falsa euforia.
Bem, alguns pensam. Os keynesianos acham que toda crise desta natureza se deve à falta de “demanda agregada”, e defendem como solução mais estímulos fiscais e monetários. Como os alquimistas ainda não descobriram um jeito de transformar chumbo em ouro, os investidores fogem do chumbo e correm para o ouro, negando-se a aceitar que são idênticos. Os keynesianos ficam perplexos e, em vez de admitirem que possam estar errados, preferem atacar o termômetro. O ouro é uma “relíquia bárbara”, como dizia o pai da horda, Mr. Keynes.
Enquanto os cães ladram, a caravana passa. Os mais alucinados entre os keynesianos pedem mais estímulos, mais gastos públicos, mais “quantitative easing”. A reação do mercado? Correr para a “relíquia bárbara”, moeda sólida há milênios, sem a contraparte de bancos centrais com licença para imprimir à vontade uma oferta ilimitada de moeda. O ouro já subiu mais de 50% em relação ao dólar nos últimos 12 meses. Desde o começo da crise em 2008, o termômetro dourado já se valorizou 175% frente ao dólar. Ele expõe com precisão a febre do viciado.
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Um comentário:
Impressionante como há um vasto material documentado a respeito, e teimamos em ignorar a história e repetir os mesmos erros. A crise de 1929, por exemplo, foi consequência da falência da economia norte-americana. A exuberância de progresso vivida em consequência da primeira guerra mundial, na Europa, fez os EUA embarcarem num verdadeiro oba-oba que durou 10 anos. Novas empresas eram feitas para administrar as já existentes, e suas ações eram lançadas na bolsa e rapidamente duplicavam de valor. Arranhas céus brotavam aos montes, Crysler Bulidinh, Empire State, uma "corrida" vs Chicago. Era uma festa. Um dia o sistema ruiu.
Uma relação, que existe, é no campo da história.
É só estudar história.
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