quinta-feira, setembro 13, 2012

A inocência islâmica

Rodrigo Constantino

"Multiculturalism is one of those affectations that people can indulge in when they are enjoying all the fruits of modern technology and can grandly disdain the processes that produced them." (Thomas Sowell)

Não é curioso o fato de que a esquerda "tolerante" só se lembra que não é legal atacar religiões quando se trata do Islã como alvo? Ela parece quase justificar a reação violenta dos fanáticos com base na "ofensa" recebida. 

Imagina se fosse o contrário: um grupo de cristãos matando inocentes muçulmanos por causa de um filme ofensivo ao Cristianismo. Qual seria a reação dessa esquerda "compassiva"? Dois pesos, duas medidas. 

Sou contra todo fanatismo, inclusive o religioso. E sou também favorável ao direito de "ofender" todas as religiões. Lembremos de Mencken:

"Mesmo o homem supersticioso tem direitos inalienáveis. Ele tem o direito de defender suas imbecilidades tanto quanto quiser. Mas certamente não tem direito de exigir que elas sejam tratadas como sagradas."

Qualquer um pode achar idiotice uma crença religiosa (ou sua ausência), e expressar sua opinião. E ninguém tem o direito de apelar para a violência por conta disso. Mas isso tem que valer para TODOS, inclusive os muçulmanos, que parecem não ter passado por seu iluminismo ainda, para colocar uma focinheira nos mais fanáticos. 

O problema é que nosso iluminismo, especialmente a vertente degenerada francesa, pariu seus fanáticos "racionais" também, essa esquerda que se diz super tolerante, plural e multiculturalista, mas que, no fundo, mostra-se altamente intolerante com UM dos lados, justamente o mais avançado, tolerante e liberal.

Comecei com Sowell, termino com ele: "No one is more dogmatically insistent on conformity than those who advocate 'diversity'." 

18 comentários:

João disse...

Vale lembrar que temos aqui um bloco de Carnaval chamado Suvaco do Cristo. É ótimo poder zoar Jesus Cristo. O mesmo vale para Maomé. Que pessoas tão sensíveis são essas que não conseguem suportar que o que lhes é sagrado não é sagrado para outros, mas acham plenamente normal matar quem não se submete aos seus dogmas?

Os atentados terroristas vêm sempre precedidos e/ou acompanhados de chantagens emocionais dos fracos, de quem os fortes precisamos aprender a nos defender.

Thiago Melzer disse...

Oi Rodrigo! Muito bom o seu livro"Prisioneiros da Liberdade" comprei e não paro de ler.

Sobre este assunto, eu já venho escrevendo ha tempos, aqui o link que fala sobre a esquerda e o islamismo.
Essa é a conclusão que eu tirei.
http://guerrilhaurbanathiago.blogspot.com.br/2012/07/o-que-o-islamismo-realmente-prega-no.html

Thiago Melzer disse...

Minha última postagem éessa, se quiser colocar nos comentários, fico feliz, um abraço!
http://guerrilhaurbanathiago.blogspot.com.br/2012/09/a-ode-ignorancia-do-pt.html

Anônimo disse...

"É ótimo poder zoar Jesus Cristo. O mesmo vale para Maomé. Que pessoas tão sensíveis são essas que não conseguem suportar que o que lhes é sagrado não é sagrado para outros, mas acham plenamente normal matar quem não se submete aos seus dogmas?"

o cara não está zoando Jesus porque alguém está matando em nome dele. está zoando porque se sente mais "livre", "está tirando um peso dos ombros", como foi dito num desses filmes sobre o capeta: "está soltando um fardo"...

ninguém é obrigado a acreditar em nada, mas quem sente necessidade de "zoar" um personagem do naipe de Jesus tem com certeza algum problema!

Anônimo disse...

Isso mesmo, nada de zoar o zumbi judeu, nem o pedofilo do deserto! Vamos ter respeito pessoal...

João disse...

O anipe de Jesus era o mesmo de um Inri Cristo. Um pregador maluco. Porém, menos divertido.

Anônimo disse...

O filmete é uma tremenda armação para tolos e desinformados acreditarem que foi obra de judeus/americanos.
A guerra da DESINFORMAÇÃO é a pior de todas, pois o oponente, no caso o Islã, faz de tudo para desacreditar os EUA. Até mesmo denegrir Maomé!
As investigações já estão começando a apontar para isso. Além do que, o trabalho foi mal feito. Ainda bem!

Anônimo disse...

Realmente, tem gente que tem problema!

Anônimo disse...

"O anipe de Jesus era o mesmo de um Inri Cristo. Um pregador maluco. Porém, menos divertido."

de duas uma: ou vc é:
- maluco; ou é
- ignorante;

acredito mais na 2a opção. a qual é a melhor das duas, pois tem resolução possível ainda nessa existência; apesar de acreditar ser improvável que a aproveitará, dado o nível do comentário.

Anônimo disse...

"Realmente, tem gente que tem problema! "

Tem problema porque a classe é desunida. No oriente, Europa e EUA não-muçulmanos são explodidos e autores são perseguidos até a morte por terem escrito um livro pagão. No Brasil, ateus criados com a avó ou com a tia têm de ouvir, do amanhecer ao pôr-do-sol aquela ladainha de suas ancestrais crentes, monopolizando categoricamente a sua salvação. E tudo que vc quer, esteja no Brasil ou lá fora, é paz. A paz tão proclamada pelos crentes de todas as estirpes. Ateus, uni-vos, utilize a internet, vá as ruas, exponha seus rancores, sua condição de não-compreendido. Defenda sua liberdade de não seguir aquele caminho. Encontre parceiros, vítimas do Islã, ou de outra seita fanática perseguidora, e una forças. Avós, tias, homens-bomba e assassinos em nome de a Alá têm de ser parados. Um protesto carnavalesco é pouco para o tamanho do problema de vcs.

Fernando Araujo disse...

Rodrigo,

Concordo com voce em todos estes pontos.Aliás, sou um fundamentalista da liberdade de expressão.Defendo o direito de todos poderem se expressar como quiserem, sem restrição alguma.
Agora, obviamente se uma pessoa pode parodiar o catolicismo e o islamismo( como nós achamos que tem que poder mesmo) tambem deve existir o direito de negar o holocausto e até mesmo queimar bandeiras de Israel.Tendo dito isto tudo, é claro que eu tambem tenho, e pretendo exercer o direito, de me manter afastado de qualquer pessoa que queima bandeiras de Israel, que nega o Holocausto, ou que ironiza a religião dos outros em um filme como este( sou agnóstico, vale dizer).Oou seja, o direito, claro tem que existir, mas isso nao quer dizer que desrespeitar qualquer crença alheia sem motivo seja de bom tom.

Anônimo disse...

Eu, como judeu, fico imaginando se cada livro, filme ou imagem anti-semita a gente matasse gente em protesto. Acho que não ia existir nenhum ser humano na terra.

Anônimo disse...

'Eu, como judeu, fico imaginando se cada livro, filme ou imagem anti-semita a gente matasse gente em protesto. Acho que não ia existir nenhum ser humano na terra.'

Então parabéns, você entregou tudo.Você disse que todo mundo não-judeu é anti semita.
Mania de se achar vítima mesmo quando isso não faz o menor sentido.

Gerson B disse...

O anônimo das 10:01 não disse isso. Ele só disse "cada livro, filme ou imagem anti-semita", não que todo filme, imagem ou livro são anti-semitas e muito menos que todo não-judeu é anti-semita.

Existem alguns judeus que se fazem de vítima, mas não são todos e não foi esse o teor do comentário,

Anônimo disse...

Não disse mas deu a entender, com o 'não sobraria ninguém vivo'

Thiago disse...

Rodrigo, já havia comentado no seu texto sobre multiculturalismo, problematizando algumas questões. Concordo contigo no que tange à liberdade de expressão. Mas não podemos ser 'ingênuos' de desconsiderar que uma manifestação ou declaração esculhambando a religião dos outros pode ser fator 'lenha na fogueira' - e isto vale para esculhambação com qualquer credo religioso. Os islâmicos têm demonstrado baixa tolerância com críticas/piadas, e isto é obviamente uma característica ruim deles. Mas se tenho a intenção de combater isso não é dizendo ao cara que Maomé é um bastardo promiscuo débil mental. É óbvio que isso só serve para fomentar as reações violentas deles. Eu e várias outras pessoas 'de esquerda' que conheço (embora eu também conheça imbecis 'de esquerda') estamos longe de passar a mão na cabeça dos islâmicos ou de qualquer outro grupo fundamentalista. Mas o multiculturalismo que você vê como algo apenas ruim vai muito além disso. você sabe muito bem quye há o outro lado da moeda, que aliás os próprios radicias islâmicos apregoam: o ataque à diversidade em nome de 'valores universais' que na verdade são bem particulares.

Anônimo disse...

O Islã começou por volta do ano 600DC.
Traçando um paralelo com o Cristianismo eles estão exatamente hj como a Europa estava em 1412(ou seja em plena IDADE MÉDIA),nada mais normal que as atitudes,intolerância e atraso em que se encontram.
Mais uns seiscentos anos e eles entenderão o que pensamos hj

Gerson B disse...

Ao anônimo das 9:24, o que o cara falou foi que se judeus matassem gente cada vez que são atacados na mídia não sobraria ninguem. Algo como um "se me dessem um centavo cada vez que XXX acontece eu estaria rico", só isso. Foi uma crítica aos islâmicos sairem matando gente a toda hora por supostas ofensas.

E ao Anônimo das 11: 43, receio que não seja tão simples. o Islã é mais monolítico e difícil de mudar que o cristianismo. Ele prega a submissão do estado à religião e a corversão forçada como partes de sua doutrina, no seu livro sagrado. Tem menos contradições que possam dar margem a interpretações e versões mais liberais.