Rodrigo
Constantino, para o Instituto Liberal
Circulam
rumores de que Henrique Meirelles seria chamado de volta para o governo, dessa
vez para o lugar de Guido Mantega. O Ibovespa chegou a cair 4% nesta
quinta-feira, e depois reverteu a forte queda e terminou em território positivo,
basicamente por conta desses boatos. Faz sentido? Muda alguma coisa?
Em
primeiro lugar, deve-se ter em mente que nossos problemas são estruturais. O
modelo desenvolvimentista, que a própria presidente Dilma defende, esgotou-se. Como
sempre acontece, aliás, pois ele é insustentável. O governo foi negligente com
a inflação, o crédito, principalmente dos bancos públicos, cresceu demais, as
contas públicas se deterioraram muito, e a fatura desses erros todos chegou.
Demitir
Mantega e colocar alguém como Meirelles em seu lugar, que goza de credibilidade
nos mercados, sem dúvida seria uma importante sinalização de que, ao menos, a
presidente acordou para a realidade. Só mesmo no setor público tanta
incompetência, como a dessa equipe econômica, pode continuar impune. Mas a
pergunta relevante é: Meirelles poderia agir de forma independente?
Afinal,
entre as medidas necessárias no curto prazo, estão um choque na taxa de juros,
para conter a inflação e ancorar novamente as expectativas, e fechar os cofres
públicos, realizando um forte aperto fiscal. Alta de juros e corte de gastos,
em véspera (antecipada) de eleições? A presidente banca o risco? Com milhares
nas ruas protestando contra “tudo que está aí”, sentindo os efeitos dos erros
do governo?
Complicado.
O mais provável, pelo visto, é o governo tentar ganhar tempo até as eleições,
administrando seu fracasso. Resta saber se ele chega até lá...