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sexta-feira, dezembro 09, 2011

Políticos consultores


Rodrigo Constantino, para o Instituto Liberal

O Brasil, um país institucionalmente frágil, onde mudanças políticas podem alterar drasticamente o rumo da economia da noite para o dia, sempre teve um ambiente fértil para o trabalho de consultores políticos. Estes jamais morreram de tédio, tampouco lhes faltou clientes dispostos a pagar boas quantias para os que fossem capazes de antecipar eventos importantes ou esmiuçar os pormenores de Brasília. Várias consultorias surgiram, fazendo trabalho sério de análise e projeção.

Mas a chegada do PT ao poder contribuiu para a proliferação de um novo tipo de “profissão”: o político consultor. A ordem dos fatores, neste caso, altera o produto. Não se trata mais de profissionais sérios que vendem sua capacidade diferenciada de análise sobre o quadro político e econômico do país. Ao contrário, são os próprios políticos que se tornam “consultores” num piscar de olhos, enquanto seus partidos permanecem no poder. Algo como um interregno remunerado – muito bem remunerado –, entre um cargo e outro na política.

Enquanto os consultores políticos ralam por anos, com equipes altamente renomadas, para acumular um dinheiro suado a ser distribuído normalmente por bastante gente (análise séria costuma dar trabalho), os políticos consultores do PT fazem milhões brotarem como que num passe de mágica. O Partido dos Trabalhadores descobriu no poder os encantos do capital, mas não aquele fruto do valor criado no livre mercado, e sim aquele que vem fácil, apenas pelas portas abertas na máquina estatal que consome quase 40% de tudo que é produzido no país. Em bom português, sem eufemismos, o velho “tráfico de influência”.

A “genialidade” dos petistas no setor privado é mesmo algo incrível. Gente que atuou na política quase a vida inteira, ou que nunca foi capaz de ficar rica no setor privado, consegue acumular milhões em poucos meses dando “consultoria”. Mais alguns anos no poder e o PT será o partido dos milionários. Como tem rico ali. O pior é que ainda tem muito ingênuo espalhado pelo país que acredita no discurso de luta pelos trabalhadores, carregado de sensacionalismo contra “as elites”. O PT é a elite! Ainda que o pior tipo existente de elite: aquela sem valor ou ética.

PS: A última edição especial da “Isto É Dinheiro” fala sobre os empreendedores de 2011, e estampa na capa, entre o “time dos sonhos”, bem ao lado do banqueiro André Esteves, ninguém menos que o ministro Fernando Pimentel. Empreendedor? E não é que faz sentido?!