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quarta-feira, fevereiro 29, 2012

Libertem a moeda!

Engole essa, Bernanke! Ron Paul vai direto ao ponto neste discurso feito hoje. Ouro e prata não deveriam ser vistos como um ATIVO pelo governo, e portanto taxados por ganho de capital. É hora de repelir o Legal Tender do Fiat Money e permitir que cada cidadão tenha, como MOEDA, ouro e prata em bancos, assim como referência em contratos privados. Hayek, Nobel de Economia, tem um livro sobre a desestatização da moeda que vale a pena ser lido. Segue uma pequena resenha que fiz.

PS: Se Ron Paul deixasse sua visão ingênua de política externa de lado, ele seria "o cara" mesmo!

sexta-feira, setembro 30, 2011

Dólar: o império contra-ataca e o retorno de Jedi

Rodrigo Constantino, Valor Econômico

O dólar poderia dizer, parafraseando Mark Twain, que os anúncios de sua morte foram bastante exagerados. Não faltam pessoas alertando sobre o iminente "crash" da moeda americana. Como ocorre em quase toda profecia alarmista, existem bons argumentos para justificá-la. Mas, em tempos de crise, não tem jeito: é para o dólar que todos correm.

Essa fuga para a "qualidade" é, na verdade, uma fuga para a liquidez. Afinal, ninguém pode dizer que a economia americana apresenta boa saúde atualmente. O rombo fiscal segue em patamares elevados e as disputas políticas dificultam acordos razoáveis para reverter a situação. Além disso, o Fed continua adotando medidas expansionistas que tendem a desvalorizar o dólar.

Acontece que reserva de valor é um conceito relativo. O dólar não é bonito, mas ainda se sobressai nesse concurso de feiura internacional. É verdade que a economia americana vem perdendo espaço no mundo. Também é verdade que as medidas do Fed colocam o futuro da moeda em xeque. Mas, em contrapartida, não existem substitutos com as características necessárias para rivalizar com o dólar no momento.

E quais são essas características? Primeiro, o país que emite a moeda deve ser grande, rico e ter perspectiva de crescimento econômico à frente. Além disso, é importante ter um razoável império da lei, para proteger os investidores de confiscos arbitrários. Um poderio militar ajuda. Quando a Inglaterra perdeu seu status de grande potência, a libra iniciou uma tendência estrutural de queda. E, talvez um dos pontos mais importantes, faz-se necessário um desenvolvido sistema bancário, com farta liquidez nos mercados.

Quando levamos isso em conta, fica mais fácil compreender porque o dólar não deve ser "destronado" em breve. Quem seria o candidato a substituí-lo? O euro é uma moeda sem Estado, que depende do consenso entre 17 países, sendo que todos dependem da solidez da Alemanha, cujos cidadãos terão que aceitar bancar a conta dos demais. A complicação política é enorme na região, justamente porque o euro é um projeto de integração artificial entre países que apresentam poucas afinidades ideológicas.

Já o remimbi chinês é uma moeda com muito Estado. A China parece a candidata natural para assumir a hegemonia monetária. Mas existem sérios problemas estruturais, a começar pelo pouco desenvolvido sistema bancário. A China usa seus bancos estatais para canalizar investimentos com viés político, mirando a criação de empregos num país em constante tensão social. Nada indica que o governo pretende abrir mão deste controle no curto prazo, e isso impede o livre funcionamento do sistema monetário.

O governo tem deixado clara sua intenção de internacionalizar o remimbi, pois percebe o risco de ser refém do dólar. Mas tudo na China é gradual, e este caso não será diferente. Seria um tiro no pé vender seus trilhões de dólares rapidamente. Além disso, não podemos esquecer que o país ainda vive sob uma ditadura. Os investidores não vão migrar em peso para o remimbi, pois seria impossível não perder o sono. A moeda chinesa tem tudo para ganhar relevância com o tempo, mas ainda é cedo para ser uma alternativa concreta ao dólar.

A outra grande economia mundial, a japonesa, encontra-se em crise há duas décadas, e não há luz no fim do túnel. Troca-se de primeiro-ministro com frequência, as reformas necessárias não andam, e o endividamento público passa de 200% do PIB. O iene acaba se valorizando em crises, pois os japoneses poupadores decidem repatriar seus investimentos mundo afora. Mas a moeda vem perdendo representatividade, e isso não deve mudar.

Restam moedas de países menores, que não oferecem liquidez suficiente para todos os investidores. Canadá, Austrália e Brasil são exemplos claros. O franco suíço, visto como um porto seguro, sofreu bastante após seu banco central decidir intervir no mercado, fixando seu teto em relação ao euro. O ouro é sempre um candidato em tempos de crise, mas a recente queda abrupta mostra como a porta de saída é apertada quando grandes players resolvem vendê-lo para levantar dólares.

Em suma, pode ser que o mundo caminhe para uma maior diversidade de moedas como reserva de valor, derrubando o "exorbitante privilégio" do dólar. Mas não se enganem: quando a crise aperta, há um único refúgio, e este ainda é o dólar. Quem está pessimista com o desenrolar desta crise deve se lembrar da velha máxima de mercado: "cash is king". E o rei ainda é o dólar, ao menos até o Fed resolver apelar para um terceiro "quantitative easing"...

Rodrigo Constantino; é sócio da Graphus Capital

quinta-feira, agosto 25, 2011

Amy Winehouse, Tio Patinhas e o senhor Mercado

Rodrigo Constantino, VALOR ECONÔMICO

Prezado leitor, não pense que perdi o juízo por conta da volatilidade dos mercados. Peço um pouco de paciência para tentar explicar a conexão entre os personagens do título.

À primeira vista, pode parecer confuso misturar uma cantora recentemente falecida, um pato de desenho animado e uma abstração dos principais agentes que atuam no mercado financeiro. Mas juro que há uma lógica na comparação.

Comecemos por Winehouse. Como o nome ironicamente já diz, ela curtia elevadas doses de álcool e outras drogas mais. No começo, seus vexames eram compensados pelo excelente desempenho nos palcos. Com o passar do tempo, o vício foi aumentando até o ponto de impedi-la de cantar. Confrontada com essa realidade, Amy não só rejeitou um tratamento mais intensivo, como chegou a escrever uma música enaltecendo sua decisão. Reabilitação? Não, não e não! Ela quis o vício. Acabou morta.

Passemos agora ao pato avarento da Disney. Todos conhecem a ambição desmedida do Tio Patinhas pelo acúmulo de moedas de ouro. O que nem todos sabem é que ela expressa certa desconfiança em relação à moeda fiduciária. Em um dos episódios, os sobrinhos de Tio Patinhas descobrem uma máquina que faz replicar qualquer coisa. Claro que os três pestinhas logo pensam em multiplicar o dinheiro.

Tio Patinhas só descobre a façanha quando os sobrinhos já gastaram uma fortuna. Ele dá então uma verdadeira aula de economia básica. Explica que não é certo aumentar dinheiro dessa forma, sem lastro, pois o único efeito será mais inflação. Os outros, sem acesso a essa máquina maravilhosa, terão que arcar com os custos do enriquecimento artificial deles. Em suma, aquilo era pura fraude!

E aqui chegamos ao Sr. Mercado. Como já sabia Benjamin Graham, o Sr. Mercado não passa de um bipolar com foco totalmente voltado ao curto prazo. A palavra "estímulo" é capaz de fazer o Sr. Mercado entrar numa fase de euforia totalmente irracional. Já o risco de uma recessão, ainda que temporária para limpar excessos do organismo, joga o Sr. Mercado em profunda depressão. Parece que o mundo vai acabar.

Chegamos ao ponto de encontro dos três personagens: Jackson Hole. Há um ano, foi neste aguardado evento, repleto de figurões do mercado financeiro e autoridades políticas, que a nova fase de euforia do Sr. Mercado teve início. Bernanke sinalizava sua segunda rodada de estímulos, o QE2. As bolsas dispararam, assim como as commodities. O salvador dos mercados entrava em jogo uma vez mais, com nova rodada de liquidez.

A analogia com o álcool não é nova. Benjamin Strong costumava dizer que daria mais uma dose de uísque para animar o mercado. E como ele gosta do malte! Para um bêbado, nada melhor no curto prazo do que mais uma rodada grátis. O problema é depois, quando a ressaca aumenta. A dose necessária para manter a euforia artificial é cada vez maior. Até o dia em que o organismo não aguenta mais.

Os investidores estão divididos quanto ao comunicado de Bernanke amanhã. Muitos acham que não há mais espaço para um QE3. A inflação não é mais tão baixa quanto era ano passado, e os estímulos também são reféns da lei dos retornos decrescentes. Um QE3 do mesmo montante do QE2 sem dúvida produziria efeito menor, lembrando que a alta do S&P 500 no período foi quase toda eliminada e a economia ameaça entrar em recessão novamente.

Os estímulos fizeram apenas com que centenas de bilhões de dólares ficassem empossados no próprio Fed, sem gerar resultado positivo no crescimento econômico. Tanta injeção de liquidez pariu novas bolhas, desta vez nos títulos do Tesouro americano e no ouro. Tio Patinhas, afinal, estava certo. A "relíquia bárbara", como Keynes gostava de chamar o metal, chegou a quase US$ 1.900, uma alta expressiva no ano.

Enquanto o Fed vai brincando de usar a máquina mágica de multiplicar dinheiro, os investidores de longo prazo ficam com medo e correm para o ouro, cuja oferta não pode ser manipulada. Por isso, acredito que seria absurdamente irresponsável o anúncio de um QE3 na sexta. Claro que, de Bernanke, podemos esperar qualquer coisa. Mas penso que algum lapso de bom senso ele terá desta vez. Provavelmente, ele irá apenas deixar a porta aberta, alegando que ainda tem munição se for preciso.

Fora isso, o Fed já declarou que as taxas de juros ficarão inalteradas até meados de 2013. Não acho que existem muitos outros coelhos na cartola. Se o Sr. Mercado está animado apenas com base na possibilidade de nova rodada de uísque, é melhor se preparar para um pequeno choque de abstinência. Melhor assim. Lembremos de Amy Winehouse.

Rodrigo Constantino é sócio da Graphus Capital

sexta-feira, agosto 19, 2011

Termômetro dourado


Rodrigo Constantino, para o Instituto Liberal

A crise está de volta com força total. Na verdade, trata-se da mesma crise de 2008, apenas em capítulos diferentes. Se antes o maior problema estava na alavancagem do setor privado, agora o abacaxi foi transferido para o setor público, que já vinha apresentando números muito ruins. O estouro da bolha de crédito, somado à irresponsabilidade dos governos, fez com que o quadro fiscal, tanto dos EUA quanto da Europa, ficasse assustador.

Não há solução fácil, e aquilo que deveria ser feito tem custo político elevado demais. Cortar a droga de um toxicômano não costuma ser uma cena tranqüila. Há desespero, ranger de dentes, ameaças e revolta. É preciso pulso firme, liderança, postura de estadista. Mas ninguém pode pensar que, por ser difícil, a solução é injetar mais droga ainda para manter a falsa euforia.

Bem, alguns pensam. Os keynesianos acham que toda crise desta natureza se deve à falta de “demanda agregada”, e defendem como solução mais estímulos fiscais e monetários. Como os alquimistas ainda não descobriram um jeito de transformar chumbo em ouro, os investidores fogem do chumbo e correm para o ouro, negando-se a aceitar que são idênticos. Os keynesianos ficam perplexos e, em vez de admitirem que possam estar errados, preferem atacar o termômetro. O ouro é uma “relíquia bárbara”, como dizia o pai da horda, Mr. Keynes.

Enquanto os cães ladram, a caravana passa. Os mais alucinados entre os keynesianos pedem mais estímulos, mais gastos públicos, mais “quantitative easing”. A reação do mercado? Correr para a “relíquia bárbara”, moeda sólida há milênios, sem a contraparte de bancos centrais com licença para imprimir à vontade uma oferta ilimitada de moeda. O ouro já subiu mais de 50% em relação ao dólar nos últimos 12 meses. Desde o começo da crise em 2008, o termômetro dourado já se valorizou 175% frente ao dólar. Ele expõe com precisão a febre do viciado.

segunda-feira, julho 18, 2011

Gold Moves Above $1,600 on the Spot Market


By FRANCESCA FREEMAN, WSJ

LONDON—Gold prices broke through $1,600 a troy ounce on the spot market for the first in Europe, supported by concerns over debt in the U.S. and the bloc of euro-using nations, though more definitive move higher stalled as some investors sought to book profits.

At midday, gold was back at $1,599.03 a troy ounce, after hitting $1,600.64. Silver moved back above $40 an ounce to $40.220, after hitting a 10-week high of $40.263.

The August futures contract closed Friday at a nominal record of $1,589.30 a troy ounce, up $3.80, or 0.2%, on the Comex arm of the New York Mercantile Exchange. Gold still is well off the inflation-adjusted record of $2,395.03 a troy ounce, in June dollars, set in January 1980.

Gold extended its win streak as concerns over debt contagion in Europe and failing confidence in the U.S. economy sent investor money into the perceived safety of the yellow metal. Late last week European banking stress tests failed to boost confidence in the region, while two ratings providers last week threatened to downgrade the U.S. credit rating if the issue of the country's debt-ceiling talks remain unresolved.

"If you're concerned about either the euro zone or U.S. debt issues, there's a reason to buy gold," said Mitsui analyst David Jollie. "At [$1,600 an ounce], gold may be overextended to the upside, but the bullish trend seems to be intact."

However, while a temporary pull-back around $1,600 is likely, gold looks well-positioned to move higher, said market players.

Relatively quiet trade Monday suggested that the market wasn't getting "over excited," said the industry participant. "This is encouraging, and suggests that this isn't just a temporary sensation," he said. "Prices could go significantly higher."

Spot gold soared to fresh records in both euro and sterling terms, as nervous European buyers exchange paper currency for the perceived haven metal. The spot price of gold in euros rallied at high as €1,139.22, while in sterling terms, the price hit a record £994.79.