A classe média do governo Dilma |
Rodrigo
Constantino, para o Instituto Liberal
“Brasil
fica estagnado na 85ª posição do IDH”, diz a manchete do jornal O Globo. Todo indicador é imperfeito e
limitado, especialmente um que leva em conta alguns conceitos menos objetivos.
Ressalva feita, a constatação é clara, a despeito da pressão do governo pela
mudança de cálculo: a qualidade média de vida no Brasil não melhora muito em
termos relativos e continua lá atrás do ranking mundial. Estamos perto do
Cazaquistão!
Também,
pudera: possuímos uma das maiores cargas tributárias entre os países menos
desenvolvidos, os serviços prestados pelo governo são precários, há muita
corrupção e concentração de poder em Brasília, etc. A vida do pobre ou da
classe média brasileira não é nada fácil. Transporte público caótico, péssima
qualidade no ensino, hospitais públicos caindo aos pedaços, elevada
criminalidade, e tudo isso mesmo depois de entregar “voluntariamente” quase 40%
do que recebe de salário.
Dá
para comemorar só porque o governo distribui esmola na medida certa para
“reduzir” a miséria oficial? Dá para soltar fogos de artifício porque o crédito
foi estimulado de forma irresponsável para criar a sensação de prosperidade,
que é ilusória e insustentável? Como celebrar o modelo atual quando sabemos que
a produtividade brasileira, fundamental para incrementar os salários de forma
sustentável, simplesmente não cresce há anos?
Não
sei quanto ao leitor, mas eu não me contento com tão pouco. Há quem tenha
nascido para lagartixa, e jamais chegará a jacaré. Mas eu não posso vibrar com
um IDH na 85ª posição, ao lado do Cazaquistão. Nem mesmo em uma sexta-feira!