segunda-feira, janeiro 10, 2011

Nojento!

A única palavra que me vem à mente quando observo o uso político que alguns democratas estão fazendo do atentado contra a deputada Gabrielle Giffords é esta: nojento! A que ponto chega a frieza de alguns políticos? A mulher levou um tiro na cabeça, está em recuperação, e oportunistas da esquerda americana aproveitam o caso para explorá-lo politicamente, tentando associar um doente mental ao movimento Tea Party. É absurdo! É de embrulhar o estômago de qualquer pessoa minimamente decente. Que raça desprezível...

Segue o editorial sóbrio do WSJ sobre o assunto:

Murder in Tucson

On all available evidence, Jared Lee Loughner is a mentally disturbed man who targeted Congresswoman Gabrielle Giffords and anyone near her in Tucson on Saturday because she was prominent and they were tragically accessible. He joins Sirhan Sirhan, John Hinckley Jr. and many others whose derangement led them to horrible acts of violence. Whatever confused political motives he expressed seem merely to be part of the maelstrom of his mental sickness.

In a better world, no one would attempt to exploit his madness for political gain. We would instead focus on the contributions of Ms. Giffords, by all accounts a laudable public servant. We would celebrate the lives of the other victims, and we would praise the survivors who intervened to tackle Mr. Loughner and disarm him before he could kill others—like 74-year-old retiree Bill Badger, who was grazed in the head by a bullet before helping to restrain the shooter.

But the shooting news had barely hit the wires on Saturday before the media's instant psychoanalysis put the American body politic on the couch instead of Mr. Loughner. "Bloodshed Puts New Focus on Vitriol in Politics," declared a story in the New York Times, which focused primarily on the tea party and Sarah Palin in the context of mass murder. The story even hauled in opposition to health-care reform.

Politico, the Beltway website, chimed in by quoting a "veteran Democratic operative" advising the White House "to deftly pin this on the tea partiers," just as "the Clinton White House deftly pinned the Oklahoma City bombing on the militia and anti-government people" in 1995.

Shouldn't a publication insist that someone urging the exploitation of murder at least put his name on the record? The same goes for the anonymous Republican Senator quoted by Politico denouncing "town halls and cable TV and talk radio" in relation to Mr. Loughner.

Consider the kind of rhetoric that is being implicated as incendiary and beyond the pale. Mrs. Palin is being scored for having put contested Congressional seats such as Ms. Giffords's in cross hairs on her website before the last election. This is supposed to be an incitement to murder?

At least one left-wing site also put Ms. Giffords on such a "target" list because she is one of the Blue Dog Democrats who doesn't vote the party line. And yesterday right-wing websites were reprising this or that quote from Democrats and even President Obama invoking some martial or weapons metaphor to suggest they are as culpable. This is as offensive as the blame-Republican implications in the New York Times.

Judging from Mr. Loughner's own website, his mind was a mess of conspiracy theories, influenced by tracts like "Mein Kampf" and the "Communist Manifesto." His main complaint about government seems to be that he believes it is trying to control American "grammar." Yet this becomes an excuse for the media to throw him in with the tea partiers as "anti-government."

Perhaps we will learn more as the investigation unfolds. But so far this case couldn't be more different than that of Nidal Hasan, the Fort Hood killer who was motivated by Islamist hatred of America. Yet it is notable that the press corps was more restrained in identifying Major Hasan's Islamist role models than in immediately stretching to link Mr. Loughner with American politicians who universally denounce such violence.

Ponder the implication of this. A deranged soul shoots a public figure and we are supposed to change our political discourse and rule certain people and opinions out of bounds based on whatever incoherent ramblings Mr. Loughner published on his website?

Every two years we hold elections so that sane Americans can make a judgment on the policies of President Obama, John Boehner, tea party candidates and so on. But even though the people have recently had their say, in a typically raucous but entirely nonviolent fashion, we are supposed to put that aside and assess what a murderer with a mental illness has to tell us about the state of American politics, government and our national dialogue.

This line of argument is itself an attack on democratic discourse, and it is amazing that it even needs to be rebutted. Taking such an argument seriously will only encourage more crazy people to believe they can trigger a national soul-searching if they shoot at a political target. We should denounce the murders and the murderer, rather than doing him the honor of suggesting that his violence flows in any explainable fashion from democratic debate.

President Obama does have an opportunity here, but it is not to link—"deftly" or otherwise—his political opponents to Mr. Loughner. This would only further poison and polarize our public debate. Mr. Obama can lift the level of public discourse by explaining the reality of Mr. Loughner's illness and calling out those on the right and left who want to blame the other side for murder. That would be a genuinely Presidential act of leadership, and it would have the added advantage of being honest about the murders in Tucson.

11 comentários:

Anônimo disse...

Rodrigo, andei lendo por aí que o Tea Party é um partido podre, cheio de homofóficos, anti-aborto, xenofóbicos, racistas e nazistas comedores de criancinhas. Há alguma justificativa para tais rótulos? Caso haja (pelo menos em partes), qual sua posição a respeito disso, sendo você claramente a favor dos direitos individuais de cada um? O que é pior: uma magra ditadura da maioria, ou um Estado gordo que não subjulgue as minorias?

Paulo H. de Oliveira.

BARBOSA disse...

O segundo creio que seja "menos pior", Paulo. Acontece que o que há no Brasil é um governo obeso ainda por cima ditado pela massa analfabeta-funcional. Ou seja, temos a conjunção desses dois males.

Anônimo disse...

Ups, trocar partido por movimento.
Valeu pela resposta, Barbosa. Sabe algo sobre o Tea Party, neste aspecto?

PHO

samuel disse...

Pelo sectarismo dos jornais americanos sobre o evento, concluo: SARAH PALIN QUE SE PROTEJA, a esquerda americana está eriçada, com medo da reação do eleitorado. Com tais cabos eleitorais - a grande imprensa americana - não vai ser fácil tirar-lhes o poder. A semelhança com o comportamento do PT aqui é flagrante..

Gunnar disse...

Até o correspondente internacional da Globo, falando ao vivo do hospital onde está internada a deputada, pasmem, não disse uma sílaba sobre a dita-cuja; tudo que fez foi papagear essa mesma ladainha, evocando Sarah Palin, Tea Party e os "conservadores extremos". Como eu ainda não tinha lido sobre a politização do ocorrido por parte da esquerda americana, fiquei ainda mais surpreso e chocado com essa associação e a cara de pau de fazer uma grave acusação como essa em rede nacional, de cara lavada. Há algo de muito errado no mundo.

Anônimo disse...

Esquerdista fede em qualquer lugar do mundo mesmo.

Discípulo do Lauro Augusto disse...

"Como colocou Clarence Dupnik, o xerife responsável pelo caso do atentado no Arizona, é “a retórica corrosiva que ouvimos diariamente de pessoas no rádio e na TV”. A grande maioria das pessoas que ouve essa retórica tóxica não chega à violência de fato, mas algumas, inevitavelmente, cruzam essa linha."

"O fato é que há espaço em uma democracia para pessoas que ridicularizam e condenam aqueles que discordam delas. Mas não há lugar para retórica eliminacionista, para sugestões de que o outro lado do debate deve ser removido do debate por qualquer meio necessário.
E é a saturação em nosso discurso político –e especialmente na radiodifusão– da retórica eliminacionista que está por trás da maré crescente de violência.

De onde vem essa retórica tóxica? Não vamos fingir um falso equilíbrio: ela vem predominantemente da direita. É difícil imaginar um membro democrata do Congresso incitando os eleitores a se tornarem “armados e perigosos” sem que seja proscrito; mas a deputada Michele Bachmann, que acabou de fazer isso, é uma estrela em ascensão do Partido Republicano."

Aceite a realidade, Rodrigo.

Trechos em aspas do texto de Lauro Augusto na comunidade de Economia Brasileira no Orkut.

Rodrigo Constantino disse...

É muita inversão mesmo!

A esquerda segrega todos, fala em ricos contra pobres, brancos contra negros, homens contra mulheres, e vem posar de pacifista contra a "direita". E ainda usam o atentado de um maluco para atacar toda uma doutrina liberal. Que nojo!

ABC disse...

O Tea Party, ao contrario do que se pensa no Brasil, nao e' um "partido", e sim um movimento popular contra a regulacao e o gigantismo do Estado, e abarca tanto conservadores quanto libertarians.

Nao existe no discurso do Tea Party absolutamente NADA que incite ou pratique violencia. O que existe e' uma total campanha da imprensa americana, que e' majoritariamente esquerdista, de destruir qualquer forma de constestacao ao Obama e sua agenda esquedista radical. Essa camapnha vai desde distorcer discursos, dando conotacao literal ao que foi dito como analogia, ou simplesmente inventando coisas que nao aconteceram ou que nao foram ditas. O simples fato do Tea Party discordar politicamente dos democratas, e' o suficiente para serem pintados pela imprensa como "odiosos", "violentos" e por ai vai, pois para esquerdistas, a unica oposicao que deveria existir e' nenhuma. Haja CU!
E' preciso ser mesmo bem desinformado e/ ou preconceituoso pra acreditar nas mentiras divulgadas pelo NYT ou Huffington Post.
A esquerda possui um historico muito bem documentado de violencia e retorica de odio muito maior que a direita. Basta procurar se informar pra ver isso.

Alguem aqui ja esqueceu o quase atentado durante a Convencao Republicana em 2008, que visava o assassinato da propria Sarah Palin, e so nao vingou porque um dos terroristas resolveu contar tudo pro FBI dois dias antes?
O terrorista que denunciou os colegas chama-se Brandon Darby, o grupo radical esquerdista do qual ele fazia parte e estava preparando o atentado chama-se Austin Affinity Group. Os lideres do grupo estao hoje na cadeia.
Brandon Darby e' considerado traidor e teve seu assassinato pedido por esquedistas radicais apos ter traido a "causa", e hoje em dia vive escondido.
Esquedopatas adoram esquecer disto, nao e'?

Aqui no blog da Michelle Malkin tem este artigo catalogando a violencia e intolerancia esquerdista nos anos mais recentes nos EUA. Sim, pois o terrorismo de outros grupos esquedistas radicais tais como Black Panthers, Islam Brotherhood e Weather Underground sao um capitulo a parte.

http://michellemalkin.com/2011/01/10/the-progressive-climate-of-hate-an-illustrated-primer-2000-2010/

ABC disse...

Um pouquinho Historia recente para esquerdopatas sonsos que insistem em dizer que esquerda e' pacifica e amorosa:

http://michellemalkin.com/2011/01/10/the-progressive-climate-of-hate-an-illustrated-primer-2000-2010/

Sinto muito sinistros, mas a longa historia da relacao esquerda e violencia e' vasta e muito bem documentada. Nao basta vcs afirmarem uma coisa para ela se tornar vedadeira.

Por falar na Sarah Palin, lembram do quase atentado que deveria ter acontecido no Convencao Republicana em 2008 visando o assassinato da Palin, e so nao aconteceu pq um dos membros do grupo que preparava o ataque contou tudo pro FBI dois dias antes?
O nome do terrorista que denunciou os colegas e' Brandon Darby e o grupo e' Austin Affinity Group. Os lideres do grupo, que quase foram bem-sucedidos em matar a Sarah Palin estao na cadeia, e Brandon Darby, que e' tido como um traidor FDP pela esquerdalha local tem que viver escondido desde entao, com medo de ser morto, pois seu assassinato foi pedido por diversos grupos esquedistas, inconformados por ele ter "traido a causa".

E' inacraditavel como esse episodio gravissimo recebeu pouquissima divulgacao na imprensa e ate hoje e' mantido debaixo do tapete.

ABC disse...

Sobre o massacre em Tucson:
- Nao possuiu motivacao politica, e a imprensa e o xerife ( que e' democrata e esta trabalhando pela re-eleicao- nos EUA, os cargos de xerife sao eletivos), mentem quando tentam associa-lo com o Tea Party. Jared Loughner e' marxista.

- Esta sendo usado para ganhos politicos por Obama e os democratas, que durante o que deveria ter sido um memorial em honra aos mortos, foi feito um verdadeiro COMICIO em louvor ao Obama, um verdadeiro circo, com slogan e distribuicao de camistas, alem de uma enorme algazarra, desrespeitoso ao extremo.

- Dias antes do ataque, um estrategista democrata esteve na tv dizendo que Obama necessitava de um evento semelhante o atentando em Oklahoma City para ajuda-lo a se reconectar com os americanos. Esse evento veio, e Obama esta tirando proveito disso.