segunda-feira, julho 24, 2006

As Idéias de Heloísa



Rodrigo Constantino

A candidata pelo PSOL à presidência, Heloísa Helena, atinge um patamar nada desprezível de 10% de intenções de voto nas pesquisas mais recentes. Creio ser relevante, então, conhecer alguns pontos centrais do programa pregado pela socialista.

Faz parte dos desejos da senadora reestatizar algumas empresas privatizadas. Qualquer análise demonstra a enorme melhoria de qualidade nos serviços prestados quando uma estatal passa para mãos privadas. Fora isso, os cofres públicos ganham com a maior lucratividade dessas empresas, que pagam mais impostos. O uso político de estatais, uma triste realidade, deixa de existir, outra grande vantagem da privatização. Enfim, não há um único argumento racional para se manter tais estatais. Desde Thatcher conhecemos as inúmeras vantagens de se passar o controle das empresas para o setor privado, já que governo não deve ser empresário. Heloísa Helena marcha contra o progresso, não apenas deixando de defender novas privatizações, como pregando a retomada do controle das já vendidas.

Outra medida pregada pela candidata do PSOL é a redução dos juros por decreto, algo tão estapafúrdio que dá calafrios mesmo em quem não é economista. Seria algo análogo a um médico defender que se quebre o termômetro para acabar com a febre alta do paciente. Nossos elevados juros são conseqüência, não causa, dos verdadeiros males que assolam o país. E uma das principais causas dessas taxas absurdas é justamente o explosivo gasto público. Curiosamente, Heloísa Helena defende mais Estado, o que inevitavelmente faria tais gastos aumentarem. Ou seja: enquanto ela acusa como culpado um indicador exógeno que aponta o problema, pede mais do veneno que causa o problema.

O populismo de Heloísa Helena é evidente em várias medidas por ela defendida. Uma merece algum destaque, por ser totalmente ineficiente ao mesmo tempo que demonstra a visão distorcida que a candidata tem da realidade: taxar pesadamente as grandes fortunas. As fortunas são criadas justamente porque seus criadores sabem que manterão boa parcela delas como propriedade privada. A riqueza não é estática, mas sim dinâmica, criada por indivíduos. Quando estes sabem que o governo será o beneficiário de suas ações, reduz-se absurdamente os incentivos para a criação de riqueza. Em boa parte, foi por isso que o regime comunista da URSS faliu. Por algum tempo foi possível crescer, utilizando a coerção e o terror como “estimulantes”. Com o tempo, a casa veio abaixo, pois os pilares eram de areia. Taxar as fortunas não resolve o problema da miséria – pelo contrário, apenas o agrava. Tirar a riqueza de Bill Gates e distribuí-la cria apenas mais um miserável. Se o rico quiser praticar a solidariedade com sua fortuna, ótimo. Isso deve ser um direito seu. Mas a solidariedade não deve ser compulsória. Quem prega isso, posando de altruísta com o esforço alheio, não passa de um hipócrita, ou então alguém que inveja o sucesso dos outros.

Em outra agressão à lógica econômica, Heloísa Helena pretende fixar novamente o câmbio. Seria um retrocesso enorme para o país. O câmbio é um preço, e como todos os preços, deve ser mantido livre, para poder exercer sua função de informar os agentes do mercado sobre a oferta e a demanda. A candidata do PSOL demonstra apenas ignorância econômica defendendo um câmbio fixo, assim como um viés claramente autoritário, onde “iluminados” do governo irão controlar a economia do país. Os resultados seriam terríveis.

Mais uma clara demonstração de autoritarismo é o objetivo almejado de controle de capital. O trânsito do capital deve ser livre, e os indivíduos ou empresas devem poder investir suas poupanças onde quiserem. Mas para a senadora não. Para ela, se um condomínio é mal administrado, tem um síndico corrupto ou incompetente, e a falência parece iminente, os condôminos devem ser forçados a naufragar juntos, não podendo vender seus apartamentos e aplicar onde confiam mais.
Heloísa Helena pretende também dar um calote nos bancos. Todo candidato populista adora atacar os bancos. Lula sempre fez isso, e no entanto os bancos nunca ganharam tanto dinheiro como durante seu governo. Na verdade, os bancos são intermediários. Os grandes credores do governo, principal devedor do país, são os poupadores, cada família que possui algum dinheiro aplicado. A classe média, cada vez mais esmagada no país por conta dos extorsivos impostos, seria a principal prejudicada com uma medida dessas. A Argentina experimentou a dor dessa irresponsabilidade governamental. Certas pessoas parecem nunca aprender com a experiência alheia.

Por fim, Heloísa Helena defende que se abandone de vez as negociações do Alca, o acordo de livre comércio entre as Américas. Não há um argumento lógico por trás disso. O único motivador é ideológico, por considerar que é prejudicial praticar comércio com os Estados Unidos. Estranho é que Cuba, um país que segue bastante os ideais pregados por Heloísa Helena, adoraria ser “explorada” pelos americanos, principais consumidores do mundo, garantindo empregos em todos os países que exportam para lá. Seria péssimo do ponto de vista econômico abandonar o Alca e concentrar esforços no natimorto Mercosul, que agora virou de vez um instrumento geopolítico de socialistas, abrigando até Fidel Castro e Hugo Chávez.

No fundo, nada do que Heloísa Helena prega é novidade. Ela é apenas o PT de anos atrás, defendendo uma guinada rumo ao catastrófico socialismo. O fato de alguém assim, que ainda idolatra um assassino como Che Guevara, conseguir conquistar 10% do eleitorado, é assustador. Demonstra como a mentalidade do povo precisa mudar. Quando somamos ainda os cerca de 40% que pretendem votar novamente em Lula, o presidente do “mensalão” e “camarada” de Hugo Chávez e Fidel Castro, vemos o quanto o país está segregado, dividido. Metade dos eleitores preferem que o Brasil siga um rumo como o traçado pela Venezuela de Chávez, a buscar o caminho dos países desenvolvidos, com maior liberdade econômica. Isso desanima qualquer pessoa que ainda não perdeu o bom senso, o juízo. Será que o Galeão ou Cumbica são as únicas saídas que restam? Prefiro crer que não. Saberemos em outubro.

25 comentários:

Anônimo disse...

Essa Heloísa Helena realmente deve assustar o mercado mais do que o próprio Garotinho.

Mas eu realmente acho que se os juros não forem baixados por decreto eles não vão baixar nunca, no matter what.

Juros altos beneficiam quem tem dinheiro. E quem manda no Brasil é quem tem dinheiro. Logo baixar os júros me parece tão possível quanto os dePUTAdos baixarem os seus próprios salários ou pararem de roubar.

Logo o governo teria que falar basicamente o seguinte: "Acabou a festa! Vou pagar 6% ao ano de juros sobre a dívida interna. Me desculpe se o lucro do Bradesco ou Itaú não será mais na casa dos bilhões de reais, mas realmente precisamos investir os 160 bilhões que pagamos de juros por ano em outras coisas!"

Tem que ter coragem para fazer isso. Coisa que Lula ou Alckimin com certeza não terão.

Então deixa como está. Pra gente está bom com esses juros. Já gerar empregos, crescer economicamente, diminuir a violência, isso por enquanto dá para aguentar com carro blindado.

Weluger disse...

A única utilidade de HH, a meu ver, é possibllitar um segundo turno nesta eleição que se avizinha.

Ademais, tudo que a mesma diz é ultrapassado.

A mesma parece que não viu, ou não soube, das experiências de François Mitterand.

Oito anos estatizando e outros oito desfazendo a merda.

Vou reproduzir o texto.

Abs.

Welington

Reginaldo Macêdo de Almeida disse...

Rodrigo,

O nosso Brasil é realmente um caldeirão cultural, mas mais que isso, creio que pensamentos como o de HH sobrevivem porque as pessoas tem muita dificuldade de se informar, não tém a mínima idéia dos impostos que paga (nisso eu gosto do Tax dos EUA, que nos tunga no caixa), e convenhamos, somos todos uns casuístas. Poucos são os Brasileiros que conseguem atinar coisas como Gasto Público vs Juros, ou o Tipo de Câmbio como um produto.

Acho que deveriam aumentar os créditos das disciplinas de economia, ou quem sabe ensinar economia no segundo grau.

Realmente uma lástima!

Anônimo disse...

Neoliberais burros e nojentos!
Vcs sabem o que significa Estado? Nação? Povo? Soberania?
Acho que não sabem nem de onde provem seus pensamentos...
Vão estudar história!! (já ouviram falar em Lei Férrea dos Salários??) desumanos!!!
Parasitas, sanguessugas
Tem idiota que fala que Che é assassino! Que Cuba quer ser explorada pelos EUA, que as privatizações são "segundo análise"!! Qual analise??? (verifique no relatório do PNDU da ONU a respeito!) e vá conhecer Cuba de perto não se deixe levar pelo que ouve da mídia e de seus comparsas!!
Vão ler Veja idiotas alienados!
Sim! Pra vcs a única saída é sair do Brasil! vão pra bem longe! Estamos nesta situação, justamente por vocês liberais egoistas e individualistas que creio não saber nem o que significa República! E não se esqueçam do nome de nosso país!! Vou ajudar: República...

Ah! Pq será que todos senão a grande maioria dos intelectuais são de esquerda?
Ah! MBA não tem nada de intelectual!!!

Neoliberais cafetões: Ajudem o Brasil a ser o maior puteiro do mundo!


Muito triste e revoltante....

Anônimo disse...

Sugestão de leitura:

Jean-Jacques Rousseau - O Contrato Social

Rodrigo Constantino disse...

Pobrezinho esse Filipe Rocha. Apenas mais um idiota útil...

PS: "camarada", tenho um artigo sobre Rousseau no blog. Boa leitura! hehehe

Anônimo disse...

Nossa!!! O que vc aprendeu em seu MBAzinho?? e na faculdade?
Deve ter lido só David Ricardo, Tomas Malthus, Adam Smith, talvez Maquiavel e Marx, não é?
Vc cita Platão, Aristóteles, Rousseau, espero que tenha lido!! Bom, não vou comparar Rousseau com Benjamin Constant.... (não da neh?) é a mesma coisa que comparar vc com o Sergio Buarque de Hollanda!!! hahah
Pq vc não vai tentar defender essas suas `teses` em um mestrado? antes de ficar dando opinião sem ter graduação para isso?? hein? Irresponsável!

Vou visitar sites de conteúdo responsável, historicamente correto. Boa sorte em sua carreira!! (ate Paulo Coelho conseguiu!!)

Abraços

Rodrigo Constantino disse...

é, resta mesmo sentir pena. muita pena...

Anônimo disse...

Acho que os dois estão sendo radicais. Rodrigo, concordo em alguns pontos com seu texto, mas acho que falta um pouco de mais de fundamento. O Filipe teve muito mais argumento que vc.

Rodrigo Constantino disse...

Bernardo, devo estar com algum problema de visão então. Vc poderia me apontar quais foram os argumentos dele? Grato.

Anônimo disse...

Não quero me meter na briga de vcs. Mas ele falou baseado na história e vc só soube falar que ele é um coitado. Que tem pena dele.

Anônimo disse...

desculpe. assinando Bernardo Borges

Anônimo disse...

Acho que o Rodrigo ainda não conseguiu parafrasear ninguém... Por isso não respondeu!

Igual a um "livrinho" dele que faz uma coletânea de textos e se diz escritor! huahuahu
E ainda diz que o felipe é um coitado!
Pelo menos ele (felipe) parece não querer parasitar ninguém! Voce é uma farsa rapaz!

Perdeu toda a moral ao dizer que Che Guevara era assassino, mostra apenas sua ignorância histórica e sua alienação em entender apenas de um assunto (economia)

Uma sugestão de quem te admirava:
Antropologia, História, Sociologia, Ciência Política. Você precisa aprimorar seus conhecimentos rapaz! Torço por você!

O Brasil precisa de verdadeiros intelectuais, creio que tenha potencial, no entanto, comece a estudar já rodrigo!

Rodrigo Constantino disse...

Oba! Membros do rebanho bovino arquitetaram em conjunto um ataque ao meu blog! Isso vai ficar divertido!!! hehehe

Bom, enquanto escrevo um novo artigo sobre Furtado e companhia, fico no aguardo de algum ARGUMENTO da tropa, ok? Sei que irei aguardar em vão, como de praxe...

Anônimo disse...

Não concordo com algumas das idéias externadas pelo autor do blog em seus artigos, mas não consigo enxergar quais foram os argumentos utilizados pelo Felipe Rocha supostamente "baseados na história" que tenham derrubado a opinião do Rodrigo... Aliás, o que o Felipe fez foi xingar muito e citar diversos expoentes intelectuais da humanidade, mas sem qualquer referência ao conteúdo de suas idéias.

Respondendo ao Felipe, a maioria dos intelectuais é de esquerda pois esse é o "politicamente correto" num país onde a massa de 90% de ignorantes muito mal entende de futebol. É muito mais fácil angariar votos dando bolsa-escola do que tentando adotar medidas que tragam um desenvolvimento econômico sustentável e de longo prazo para o país...
Quando os grandes pensadores e filósofos afirmavam a necessidade do fortalecimento do Estado e da intervenção estatal direta ou indireta para prover os mais necessitados economicamente, eles não tinham em mente um Estado corrupto, concentrador de renda e desestimulador do empreendimento privado como o nosso, que arrecada quase 40% das riquezas produzidas com muito custo no país e presta serviços de qualidade pífia´.

Enfim, não querendo me alongar mais na explanação, desejo apenas deixar aqui registrada a minha opinião de que são absolutamente ridículas e inviáveis essas idéias pseudo nacionalistas de "defesa da República e da nação brasileira" pregadas pelo PSTU. Já tive oportunidade de ler vários panfletos políticos do PSTU e 90% do que li é besteira escrita por garotos universitários de 18-25 anos que muitas vezes nunca trabalharam na vida (ou nunca foram empregadores).

Abraços

Anônimo disse...

Será que um "camarada" quando entra pra soltar um comentário desses não se dá conta de que está reproduzindo jargões socialistas como se fosse um gravador? Que não raciocinou sobre o assunto e que entra aqui babando de ódio e vomitando pragas contra o que ele acredita que é o diabo na terra, de acordo com o que lhe enfiaram por osmose?

Vocês não se cansam de chamar todo mundo de idiota? Mandar todo mundo estudar e conhecer Cuba?

Você é o parasita sanguessuga, do estado. Você é quem deve estudar, conhecer Cuba (ou pelo menos saber dos tantos depoimentos de gente que já o visitou), ler uma biografia de Che Guevara, conhecer os dois lados da moeda, e começar a raciocinar por uma vez na vida.

Rodrigo Constantino disse...

Gustavo, é mais fácil em elefante amarelo com bolinhas azuis passar voando aqui do que gente nesse estágio de lavagem cerebral refletir sinceramente...

Anônimo disse...

nao sou MBA nem intelectual, mas tambem nao sou burro. Rodrigo expos seus pontos de vista com argumentos cuja qualidade depende ultimamente da avaliacao de cada leitor. Bons ou ruins, sao claros e estao expostos para nosso julgamento. Criticas cheias de raiva e pobres de conteudo, a-la Heloisa Helena, infelizmente nao constroem nada, assim como alguem que alguem que apenas estudou historia tambem nao. gostaria de ouvir de nossos intelectuais que se prontificaram a criticar este texto que achei excelente, propostas alternativas a cada um dos argumentos la citados.

Anônimo disse...

Apesar de não concordar com algumas posições direitistas do Rodrigo, seus artigos são muito bem escritos e o seu livro é excelente.

Acho que o companheiro Felipe Rocha se enfureceu sem motivos. Era preferível uma argumentação sóbria a um montante de ofensas gratuitas.

Acho que o Brasil está dividido em dois grupos:

- Aqueles que querem deixar a coisa como está e avançar a passo de tartaruga rumo ao desenvolvimento economico e social. (e enquanto isso investir em carro blindado)

- Aqueles que querem mudar tudo, custe o que custar.

Eu caio mais para o lado do segundo grupo.

Precisamos de um governante MACHO, HOMEM, CORAJOSO, OUSADO, etc. Tudo que Alckimin e Lula não são.

Precisamos da construção urgente de 50 presídios federais de segurança máximo espalhados pelos quatro cantos do país.

Precisamos de investimentos pesados na polícia com a duplicação do efetivo e do aparato.

Precisamos de leis mais severas contra a criminalidade e contra a corrupção.

São coisas básicas e de prioridade zero. Não adianta discutir economia, educação, e essas baboseiras enquanto eu não puder sair de casa sem o mínimo de segurança.

É simples assim... Se Che Guevara é assassino ou não, se Cuba é legal ou não, se o PT é um partido de borra-bostas, se as bichonas devem ou não fazer passeata, isso não me interessa/incomoda muito...

Anônimo disse...

HH É UMA CARROÇA VAZIA POR ISTO FAZ MAIS BARULHO.

Anônimo disse...

SOu eleitora do ALckmin... mas fiquei assustada com seus argumentos tortos...

Vc realmente fez economia?

Seus exemplos simplistas me lembram as metaforas de lula com futebo...

Anônimo disse...

o pessoal aí de cima faz ctrl C ctrl V no vermelho.org e na caros amigos...

quanto aos impostos taxando grandes fortunas, há possibilidade legal de instituí-los, prevista na Constituição. Aliás, tem muita bobagem na CF de 88, acho que muitos constituintes tinham um pouco de hh dentro deles...

Joao Oliveira disse...

Tanto Che Guevara quanto Fidel Castro, quanto Stalin, Lenin, Mao Tse e Hitler são assassinos; todos são "farinha do mesmo saco".

Anônimo disse...

O post do Rocha mostra claramente o comportamento típico de grande parte da esquerda brasileira, recheado de rancor autoritário e incapaz de aceitar a diversidade de opiniões.
Em relação a Cuba, acho extremamente curioso que as pessoas arrisquem a vida atravessando o canal num bote, sem perspectiva nenhuma de emprego, pra fugir do "paraíso" em direção ao inferno capitalista.
Se o Estado deve ou não intervir na economia é uma questão que deve ser discutida com base em argumentos, não com xingamentos pessoais("neoliberais malditos") e palavras de ordem de comício.
Considero a discussão Estado X Mercado extremamente complexa, sou a favor da redução da carga tributária e da simplificação da legislação trabalhista, mas vejo o liberalismo puro como uma utopia tão distante da realidade quanto o socialismo.A ausência TOTAL do Estado na economia, a meu ver, leva à formação de monopólios que, na prática, exercem o mesmo papel tirânico que o Estado-monstro.

Anônimo disse...

Rodrigo Constantino, tenho acompanhado seus textos e vídeos a vários meses. Com eles tenho aprendido bastante sobre economia e política. Recentemente adquiri um de seus livros, "privatize já". Sobre o trabalho que vens exercendo neste sítio só tenho a agradecer. Descobri seu blog através do site do Instituto Mises Brasil. E foi lendo e tentando entender um pouco sobre câmbio, acompanhando tanto seu blog quanto o site do IMB, que deparei-me com a seguinte dúvida: câmbio fixo o qual você fala neste e em outros artigos tem o mesmo significado de câmbio fixo tratado por Leandro no site IMB? Conceitualmente parece-me diferente, mas penso que seja apenas uma questão de nomeclatura, classificação, não? Desde já agradeço! Ass. Daniel Alves(não consegui colocar meu nome no post)

PS: Eis as palavras de Leandro Roque: "O câmbio fixo — e aqui me refiro ao câmbio estritamente fixo, cujo valor nunca se modifica — só ocorre quando uma economia opera sob um Currency Board. O Currency Board nada mais é do que uma agência de conversão de moeda que, por definição, tem de manter reservas internacionais em um volume que seja igual ou maior que a base monetária da moeda nacional. A função do Currency Board é trocar moeda nacional pela moeda estrangeira escolhida para servir de "âncora cambial" a uma taxa de câmbio fixa. Normalmente, essa moeda é o dólar. Mas, ao longo da história, a libra, o marco alemão e, atualmente, o euro já desempenharam e seguem desempenhando essa função.

Sob este arranjo, quando um empreendedor exporta produtos, ele recebe como pagamento uma moeda estrangeira — no caso, o dólar. Ato contínuo, o Currency Board emite moeda nacional a uma taxa de câmbio fixa em relação ao dólar e deposita o valor na conta deste exportador. Os dólares ficam com o Currency Board. Inversamente, quando um empreendedor importa produtos, a moeda nacional é trocada por dólares a uma taxa fixa no Currency Board, que então fica com a moeda nacional e envia os dólares para fora."(http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1601)