sábado, junho 02, 2007

O Direito dos Animais


Rodrigo Constantino

“É correto explorar a natureza para promover nossas próprias vidas e felicidade; não há razão para se sentir culpado ou envergonhado por isso.” (Tibor Machan)

Será que os animais devem ter direitos tais como os homens? Muitos são os que advogam em prol de uma igualdade de direitos entre todos os animais do planeta, ou pelo menos entre os mais desenvolvidos (seria talvez um exagero defender o direito das amebas, parasitas e vírus). Vamos analisar então os argumentos prós e contras dessa proposta. Como base, uso o livro do professor de filosofia Tibor R. Machan, Putting Humans First. No livro, o autor tenta argumentar porque os homens são os favoritos da natureza, o que lhe dá autonomia sobre os demais animais.

Em primeiro lugar, é preciso derrubar a idéia romântica de que os animais são “bonzinhos” enquanto o homem é cruel. Os ursos mais velhos, por exemplo, costumam perseguir os mais novos e matá-los para ficar com mais comida. Ninguém diria que isso é uma atitude muito escrupulosa. Dizem que os animais matam apenas para comer, mas há casos de predadores que nitidamente brincam com suas presas antes de devorá-las. Alguns macacos perturbam tigres somente pelo prazer de vê-los desesperados tentando revidar, em vão. Em resumo, os animais não são como a Disney os desenha, mas sim vivem num reino selvagem onde não existem regras de conduta adequada tal como os homens criaram para si.

Isto é muito óbvio, mas muitos defensores dos direitos dos animais ignoram essa obviedade. Se os animais não têm escolha consciente de como agir, então ninguém pode racionalmente julgá-los do ponto de vista moral ou legal. Falar em direito dos animais implicaria em condenar um tubarão legal e moralmente por destroçar sua presa. Afinal, para ter direitos iguais aos homens, teria que ter as mesmas obrigações de respeitar o direito alheio. Quando um ser humano age com brutalidade contra outro ser humano, não hesitamos em condená-lo. A premissa por trás disso é que sabemos que existe o livre-arbítrio, e que, portanto, ele poderia ter escolhido outro rumo de ação. Só podemos falar em moralidade quando há escolha consciente, caso contrário está-se diante de um determinismo, de algo que simplesmente não poderia ser de outra maneira, e, portanto, não é nem moral nem imoral. O argumento pelos direitos humanos parte principalmente daquilo que Ayn Rand chamou de “consciência volitiva”. Sabe-se que é imoral um homem estuprar uma garota, pois ele poderia ter agido diferente. Mas quem pode falar em imoralidade no ato de um animal irracional matar outro animal?

Alguns falam que a natureza como um todo deveria ser o objeto de preocupação geral, e que o foco dos homens em melhorar suas próprias vidas seria ruim, um “egoísmo de espécie”. Mas o homem só chegou aonde chegou porque lutou contra a natureza, assim como a usou em seu favor. Os “ambientalistas” que condenam a ganância humana e o lucro, ignorando que este serve para nosso desenvolvimento econômico que salva vidas humanas e melhora nossas condições de vida, seriam capazes de vetar um projeto industrial que iria gerar inúmeros empregos apenas para salvar a vida de alguns sapos, por exemplo. Esquecem que esses empregos salvam vidas humanas, ou seja, estão colocando a vida de outros animais acima da humana na hierarquia de valores. Para esses radicais, mais vale salvar alguns ursos do que levar petróleo para as cidades e aquecer os humanos que podem estar literalmente morrendo de frio. Quando tentam proibir o uso de macacos em testes finais de importantes remédios, ignoram que podem estar condenando à morte milhares de seres humanos, que poderão não mais ter acesso a um remédio que salvaria suas vidas.

Normalmente, essas idéias partem de intelectuais que vivem no conforto da civilização moderna, inclusive usando tudo que a exploração da natureza pelo homem permite, e não dos miseráveis que lutam na natureza por sua sobrevivência mais básica. É um grande luxo poder se preocupar tanto com a vida do mico leão-dourado, luxo esse que quem não tem ainda o básico de conforto que o progresso gera não se permite ter. O radical líder do People for the Ethical Treatment of Animals (PETA), Ingrid Newkirk, chegou a condenar qualquer uso de animais como inaceitável, e afirmou que “o mundo seria um lugar infinitamente melhor sem humanos nele”. No fundo, muitos desses defensores dos animais são apenas pessoas que odeiam a humanidade, provavelmente a própria pessoa, e gostariam de ver a sua destruição. Quem odeia a humanidade está dando um atestado de que se odeia, ou então parte de uma extrema arrogância de que é muito melhor que todos os outros seres humanos. Posso estar enganado, mas sempre fico com a impressão de que aqueles que condenam toda a humanidade como podre estão olhando para um espelho!

Concordo que uma parte da humanidade consegue ser muito pior que muitos animais, justamente por ter consciência de seus atos bárbaros. Mas acredito que é uma minoria, e que o joio não deve estragar o trigo. Se alguns homens são capazes de coisas terríveis, muitos outros repudiam tais coisas, tanto que os chamamos de “marginais”. Não devemos partir das exceções para inferir uma regra. Devemos enaltecer o que os homens têm de melhor, e não achar que ratos são igualmente merecedores de respeito, admiração e direitos. A própria consciência de muitos em relação aos horrores de que alguns homens são capazes de fazer é prova de nossa superioridade moral. Os outros animais simplesmente não se importam!

Com certeza não é correto abusar dos animais sem o propósito vital. Não é preciso defender o direito dos animais para condenar uma criança que tortura animais. Desrespeito pela vida dos animais denota uma falha de caráter, de sensibilidade. O sofrimento dos animais deveria ser objeto de preocupação de todos os seres humanos conscientes, mas não ao ponto de sacrificar os próprios benefícios humanos significativos. Aqui reside toda a diferença entre os que colocam os humanos primeiro e os que odeiam a própria humanidade. Podemos adorar nosso cão de estimação e detestar as touradas espanholas, mas isso não implica em transferir direitos aos animais, como se eles estivessem num mesmo patamar que os humanos. Nossos direitos são oriundos justamente de nossa capacidade racional, que falta nos demais animais. Podemos colocar os homens em primeiro lugar com uma consciência limpa. A prova disso é que até uma parte de vida humana vale mais que uma vida animal inteira, já que dificilmente alguém defenderia o direito à vida de um tubarão prestes a devorar o braço de um garoto. Matem o tubarão, deixem o garoto viver inteiro. Isso é colocar os homens à frente do “direito” dos animais.

33 comentários:

Anônimo disse...

E pensar que hoje temos várias leis de bioética que protejem a vida e a integridade física de ratos de laboratório. A ciência e, em conseqüência, toda a sociedade acabam pagando por isso, pelos atrasos e burocracia que isso gera para as pesquisas.

É como você disse: não é uma questão de não ter sensibilidade com os animais, é uma questão de bom senso! Apenas bom senso! Que vai salvar muitas vidas humanas.

Será que eu seria passível de punição se matasse a vassouradas um rato que invadisse a minha casa? E as ratoeiras então? Que coisa bárbara! Vamos proibir as ratoeiras e venenos para ratos!

Anônimo disse...

Só corrigindo, na primeira linha é "proteGem" hehe.

Anônimo disse...

Concordo em boa parte do que está escrito. Só faço uma ressalva na parte em que vc fala que um empreendimento que gera empregos e riquezas pra várias pessoas não possa ser feito por causa de meia dúzia de sapos. Sabemos que a questão não é tão simples nem reduzida assim. Um empreendimento imobiliário ou comercial em uma área de preservação ambiental gera impactos no ecossistema e pode levar a uma alteração (até onde se sabe) no clima do globo terrestre, o que prejudicaria não só os sapos, mas tb o homem e todos os seres vivos que habitam a terra. No mais, a idéia do texto é válida. Abraços.

Anônimo disse...

Concordo.
É interessante também notar o valor econômico que a meia dúzia de sapos pode representar, já que a biodiversidade pode ser um negócio lucrativo...
Isto já é fugir um pouco do assunto mas vale lembrar que temos uma base de pesquisas na Antártida mas nenhuma na Amazônia!

Anônimo disse...
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Rodrigo Constantino disse...

Não vou permitir xingamentos chulos aqui. Quem quer ARGUMENTAR, será muito bem vindo. Quem quer poluir e xingar, vai procurar outro lugar.

Rodrigo

Unknown disse...

Constantino,

Que eu saiba, nenhum defensor dos animais sério (fanáticos do PETA excluídos) fala em direitos iguais para humanos e animais. O que se combate é o sofrimento excessivo a que eles são submetidos, muitas vezes por puro sadismo humano, como nos circos, rodeios, touradas etc.

E esse argumento de que animais não podem ter direitos porque não são capazes de fazer escolhas é facioso. Um bebê não tem essa capacidade e possui direitos. Certos doentes mentais, idem. O motivo é obviamente o desjo dos adultos protegerem a vida deles. Não é absurdo, portanto, que esses mesmos adultos façam leis que protejam a vida de certos animais.

Unknown disse...

Salve Rodrigo, tomei conhecimento de suas idéias através do blog do prof. Claudio Ishida, naquela entrevista no podcast, achei muito interessante.
Sou estudante de Economia, no interior de SP, (ISCA-Limeira) e, pra variar, o pensamento predominante por lá é não-liberal, vamos dizer assim..
É uma luta árdua realmente filtar todos aqueles "malabarismos" alegóricos que querem nos fazer crer..
Mudando de assunto, procurei seu livro "Prisioneiros da Liberdade", e não consigo encontrar para comprar. Você tem algum endereço pra me recomendar essa compra?
Desde já agradeço...
Desculpe se esse não é o canal adequado para tal colocação..

Abraços!!

Flávio Amaral
e-mail para contato: fiamaral@gmail.com

INTERCEPTOR disse...

Olha, tem muita coisa neste tópico. Vamos objetivar alguns temas:

"- Construir um duto que terá impacto sobre a vida dos ursos selvagens pode?

"- Fazer uma usina sabendo que poderá levar os sapos locais ao "extermínio" pode?

"- Usar macacos em testes de laboratório para remédios pode?

(...)

"devemos prender todos os donos, empregados E PÚBLICO cúmplice dos circos? devemos prender todos que praticam tourada, assim como aqueles que vão assistir? Eu repudio tal costume espanhol, mas deve ser preso quem faz isso? Se "basta bom senso", então todos os espanhóis que ainda vão a touradas, assim como os turistas, são pessoas insensatas? A rinha de galo deve ser vetada, mas o boxe com humanos deve ser permitido? Corrida de cachorros pode? E jockeys montados em cavalos? Devemos acabar com os GPs, já que não usamos o cavalo para comer? O polo deve acabar?"

Não acho o artigo nem um pouco idiota. Não, muito pelo contrário. Mas, compreendo que ele abrange temas complexos... que merecem discussão pormenorizada.

1. Nós podemos nos dividir entre (a) preservar o ecossistema local, tal e qual, não construindo duto nenhum ou (b) construir, gerando emprego e renda e dane-se os ursos. Simples, não? Errado, pois existe alternativa "c": construir um duto alguns metros do chão, sustentado por cavaletes de metal. Piração? Esta "piração" existe no Alaska. Encarece? Sim, encarece, mas e daí? Se uma determinada sociedade compreende que vale a pena (e eu acho que vale) por que não fazê-lo?

Teremos a renda e os empregos da jazida petrolífera e a região ganha com o turismo, graças aos ursos e manadas de caribus e cervos que podem migrar por baixo do duto.

Ah! E a estética da paisagem? Bem, pode se colocá-lo no subsolo, mas o perigo de algum vazamento e infiltração ainda existe, então mantenho a "opção aérea" do duto.

Pode se pintá-lo, mimetizando-o à paisagem. Afinal, o que serão alguns milhares de quilômetros com uma infra-estrutura perante dezenas de milhões de km quadrados? Diz o ditado que um bom acordo é quando nenhuma das partes sai completamente satisfeita.

2. Um dos poucos impactos ambientais causados por usinas nucleares (se não ocorrer nenhum vazamento radioativo) é o aquecimento da água utilizada no sistema de refrigeração e que tem que retornar ao meio externo. Eu não diria que os anfíbios irão se extinguir, mas sua população local pode ser reduzida. Problema? Depende...

Aqui, em SC, meses atrás fiquei sabendo de uma usina hidro-elétrica (UHE) que foi impedida de ser construída por uma liminar devido a possibilidade de extinção de uma orquídea endêmica no lago que seria formado com a barragem. Uma perguntinha? Não existem orquídeas, orquidários em países frios, em estufas? Não poderia se transplantá-las? Claro que sim! O problema é que o que está por trás destas ações extremistas que levam a liminares na Justiça é um mito... "o mito moderno da natureza intocada". E a coisa não funciona assim... Há hipóteses, bem aceitas no meio científico, que tanto o Cerrado brasileiro quanto as belíssimas pradarias norte-americanas foram resultado de ... oh! ... interferências antrópicas no meio! Que é? Bush inventou a máquina do tempo e não disse pra gente? Não, mas teriam sido os indígenas os agentes impactantes.

"Quanto a isto tenho duas informações que, para muitos poderão soar reveladoras de quão “natural” é seu meio de vida:

"- Segundo o geólogo Luiz Eduardo Mantovani da Embrapa, algumas manchas de cerrado, um tipo de vegetação de savana, encontradas na Amazônia não são naturais. São fruto de queimadas praticadas pelos índios para encurralar a caça (isto mesmo que vocês leram) ou limpar terrenos para o plantio como até hoje faz o caboclo da região. Mais ainda: não se trata de um processo recente (“de influência branca”, como diriam alguns), “mas praticadas ao longo dos últimos 20 mil a 40 mil anos”.

"- Em outras latitudes, William Denevan da Universidade de Wisconsin, uma autoridade em América Pré-Colombiana, afirma que pelos idos de 1492, a atividade indígena na América do Norte modificou a extensão e composição das florestas existentes em sua expansão populacional ao derrubá-las, queimá-las (isto mesmo, leram correto novamente) e plantar os pastos que formaram as pradarias."

Em http://www.midiasemmascara.com.br/artigo.php?sid=3698

Portanto, quando se direciona o debate para o ideal de um "paraíso perdido", começamos mal, muito mal. Ele, simplesmente, nunca existiu.

3. Sim, creio que deve se usar animais em testes laboratoriais, mas o mínimo possível. Isto não advém de uma postura calcada em "direitos animais", mas em bioética. Acho legítimo a busca por medicamentos, mas me incomoda o teste em olhos de coelhos para comprovar a qualidade de perfumes. A questão aí é a ética que queremos adotar, pautada em algum princípio moral que endossamos. Por que adotar o comércio de peles de animais se temos peles sintéticas que esquentam por igual, assim como embelezam?

4. Analogamente, sou contra animais em circos. É minha opção. A melhor forma de protestar: pelo mercado (sempre ele), não indo aos circos. Simples. Também não gosto de touradas, assim como as hediondas "brincadeiras do boi", eufemismo para a prática de tortura aqui em SC. A briga de galos é tortura, já o boxe parte do LIVRE-ARBÍTRIO (e esta é uma expressão chave) de humanos. Bem diferente.

Mas, há práticas que não caracterizam tortura. Cavalos de polo são muito bem tratados, assim como a moderna zootecnia pressupõe bons tratos aos animais: aumenta o peso dos víveres e protege o couro para uso futuro ao não machucar o espécime. Sim, nós somos o parâmetro, mas justamente por nossa superioridade (em termos simples, pela consciência e poder que dispomos) podemos e devemos utilizar melhor nossos recursos.

Se isto depende de legalização do que pode e não pode ser permitido é por que uma sociedade, na qual a maioria dos INDIVÍDUOS assim compreendeu e endossou. Obviamente, haverá sempre discontentes. Faz parte de qualquer jogo democrático que assim seja.

Na história, o trato que se tem com animais reflete a postura que humanos têm ENTRE SI. É um reflexo que estendemos a eles de como gostaríamos de SERMOS tratados.

Anônimo disse...

Acho que poderiamos aproveitar a sensibilidade para domesticar um pouco os animais mais "crueis" ao mesmo tempo que nos deveriamos educar relativamente a preservação ambiental. Infelizmente o ser humano não se preocupra com o longo prazo, apenas com o bem estar no presente.

$ disse...

"Infelizmente o ser humano não se preocupra com o longo prazo, apenas com o bem estar no presente. "

Falso. Se fosse verdade, não existiria acúmulo de capital, não existiria investimento, não se venderia um único plano de previdência.

Esta mentalidade de "a humanidade é um bando de idiotas que precisa ser forçado a fazer o certo" é a base do estatismo.

Anônimo disse...

"Com certeza não é correto abusar dos animais sem o propósito vital"

A maioria dos abusos com animais não tem o propósito vital. O sofrimento a que animais são submetidos para vestimenta, alimentação, diversão (circos, touradas etc), testes de cosméticos, enfim, não é imprescindível à sobrevivência dos seres humanos. O motivo de isso ser permitido é um só: A maioria das pessoas querem que seja, e as poucas que fazem oposição não têm poder para criminalizar essas atividades.

Eduardo da Costa Silva disse...

É impossível subordinar o mundo do direito e da ética ao mundo animal, pois o mundo do direito é o o mundo da razão, do livre-arbítrio, não do determinado. Os direitos dos animais na verdade não são dos animais em si, e sim do nosso setimento de necessidade de protegê-los, assim os animais não são detentores de direitos.

Catellius disse...

Mandou ver, A.H.

Constantino,

"Os ursos mais velhos, por exemplo, costumam perseguir os mais novos e matá-los para ficar com mais comida."

Este despotismo que também vemos em leões e outros animais, é exigência da natureza. O macho dominante se impõe de inúmeras formas, e o objetivo final da espécie (não que ela seja consciente, é óbvio) é prover melhor o indivíduo mais forte e adaptável para que ela própria se revigore quando ele passar adiante seus genes - a tal seleção natural. Por isso os leões matam os filhotes de um macho subjugado e, após a leoa voltar a ovular por ter cessado a amamentação, ele gera a própria prole, mais forte. Isto é interessante para a espécie, e apenas os ignorantes antromorfizarão a situação e terão pena dos filhotes como sentiriam de um humano ou sentirão raiva do leão como se fosse o vilão de um desenho da Disney.

Se as pessoas doam dinheiro à PETA para salvar os animais, se a PETA consegue parcerias, dinheiro com a venda de produtos focados em um público que os compra sabendo o fim que seu dinheiro terá, então seria desonestidade utilizar os recursos para outro fim que não defender os animais. Seria desonestidade para com os doadores/parceiros, etc. Por isso não acho imoral gastar dinheiro com focas enquanto pessoas morrem de fome. Pessoas gastam dinheiro com vinhos de 15000 dólares enquanto pessoas morrem de fome, mas estes exagerados devem pagar cem vezes mais do que isto de impostos, não é mesmo?

Uma coisa não tem nada a ver com a outra. A existência de um mal maior não impede que você faça um bem menor. E acho que existem mais organizações voltadas aos seres humanos do que aos animais. Bill Gates e Warren Buffet mesmo, destinam dezenas de bilhões à educação e combate à pobreza. Se eu quiser doar cem reais para o Greenpeace e não para o AfroReggae, o problema é meu. Vou cuspir na cara de um vendedor de cigarros por ele não ser um biólogo que poderia salvar vidas humanas?

Também não tenho pânico envolvendo a extinção de espécies. O mundo já perdeu animaizinhos muito mais interessantes que tigrinhos e leõezinhos há milhões de anos, como os dinossauros. O homem deve se preocupar com ele próprio e a própria extinção (em última análise; não sou alarmista) pois a terra sobreviverá com ou sem ele, novas plantas crescerão, novos animais surgirão e se multiplicarão. E o que será de nós? Em compensação, defendo o direito daqueles que querem defender animais montarem suas organizações e militarem da maneira que quiserem.

Opinião pessoal: não gosto de testes cruéis em macacos, digamos pelos mais de 90% de compatibilidade genética. Não gosto de ácidos em olhos de coelhinhos; não gosto de sacanagem com filhotes, tipo descer pauladas em filhotes de focas, comer vitelas, aborto de vaca, pisotear pintinhos em shows de rock (he he), etc.

Anônimo disse...

"e o objetivo final da espécie (não que ela seja consciente, é óbvio) é prover melhor o indivíduo mais forte e adaptável para que ela própria se revigore quando ele passar adiante seus genes"

Os indivíduos de qualquer espécie animal estão pouco se importanto com o bem de sua espécie. O comportamento deles é moldado pelos seus genes egoístas para satisfazer a eles (os genes), não a espécie.

Anônimo disse...

Rodrigo Constantino,
Não existe DIREITO DOS ANIMAIS. O que existe é o direito aos humanos que gostam de animais.
Você fala fala em "direitos e obrigações de um tubarão..." eu entendi!
Numa democracia, o mais importante não é a maioria e sim a minoria.
Existem pessoas LIBERAIS que devem ser ouvidas, assim como existem o que gostam dos bichinhos que querem continuar os vendo na terra.
Com certeza o humano é o ser supremo da terra, e por isso temos muitos deveres e obrigações.
Uma das grandes é respeitar o direito do próximo.
P.S. Também sou ateu e liberal.

Anônimo disse...

Basicamente, diria que é ético poder matar qualquer espécie (com o mínimo sofrimento possível) nas seguintes situações:

Subsistência (alimentação)
Sobrevivência (auto-defesa)
Saúde e Higiene (pública ou pessoal)
Estas situações são válidas para qualquer espécie em causa e a morte deverá ser o menos dolorosa possível quer se trate de formigas, vacas ou ratos de esgoto. Obviamente, implicam a repulsa por qualquer tipo de tortura tanto de ursos, de moscas da fruta ou touros de lide.

Anônimo disse...

Muito bom seu texto e mto boa as discussões aqui

Anônimo disse...
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Anônimo disse...

O tubarão da foto é privatizado?

Anônimo disse...

Bem, só posso rezar pelo mundo se todos pensarem assim.
Aí vai um provérbio Indígena:

"Somente depois da última árvore derrubada, depois do último animal extinto,e quando perceberem o último rio poluído,sem peixe, o Homem irá ver que dinheiro não se come."

Morgana disse...

Somos animais,iguais a eles,porém com a inteligência e todo o aparato cultural que vem dela.A lei regula a relação natural entre humanos,mais nada.Não somos bonzinhos,tanto quanto qualquer animal não o é.Mas,todos defendem o seu direito de viver.Como sou humana,defendo o meu,comendo carne,calçando sapatos,bebendo leite e tudo o mais que preciso para viver,sem remorso algum.Posso falar no palco,pois tenho 12 cachorros,adoro animais,mas não me esqueço em tempo algum,que antes de mais nada sou humana e devo me utilizar de todos os meios que existem na natureza para sobreviver.Lembro ainda que a agricultura e a pecuária,foram os grandes conservacionistas da história,pois de outra forma,já teríamos comido todos os ursos,onças,capivaras e tantos outros lindos bichinhos que vivem em plena liberdade na natureza;ao contrário,nos especializamos e abatemos e consumimos somente aqueles que criamos e plantamos.

Fernando disse...

Bom artigo, Rodrigo! Seria interessante também investigar e expor o papel do estado nos testes feitos em animais.

Muitos desses testes são quase fraudulentos pois o organismo humano é muito diferente dos animais em relação à tolerância às substâncias testadas e só são feitos por exigência do estado. Vide o caso da talidomida testada em animais mas que causou mortes em humanos.

Anônimo disse...

Com certeza os animais deviam ter os direitos deles, aliás, segundo a teoria da evolução eles vieram antes de nós então o mundo pertence mais a eles do que a nós seres humanos.

Os seres humanos cada vez mais roubam o espaço dos animais na natureza, pessoas reclamam se animais peçonhentos invadindo suas casas, animais de grande porte que causam acidentes em rodovias etc... mas isso é tudo culpa do lixo dos seres humanos, pois a partir do momento que invadimos o espaço de outro, temos nosso espaço invadido. Os seres humanos destroem e modificam tudo por ganância de dinheiro e poder. Se fossemos ver a unica solução para nos redimirmos diante desta situação seria a extinção do câncer que a raça humana é.

Anônimo disse...

Realmente é uma questão bastante polêmica. Talvez se entrássemos no blog do urso guloso que mata os ursinhos, ou telefonássemos para o predador inescrupuloso que brinca com suas presas antes de devorá-las, ou, quem sabe ainda, se mandássemos um e-mail p os macaquinhos perturbadores de tigre, poderíamos avaliar melhor essa questão; e, se ainda assim, não chegássemos a conclusão alguma, penso que poderíamos sugerir um debate: o urso, o predador, os macaquinhos e o Rodrigo Constatino. Seria enriquecedor.

Anônimo disse...

Rodrigo Costantino, não é a natureza, os animais que dependem de nós é a gente que depende deles, o ser humano está destruindo vidas e recursos naturais pelo dinheiro... pega esse maldito dinheiro e coloca no nariz, come ele, quando vc morrer assim como os tolos que concordam com vc leva essa merda para seu tumulo,quem sabe não vá precisar.Quando não tiver mais água, o calor estiver insuportável,moscas e mosquitos por todos os lados ( pq. seus predadores foram extintos)pega o seu dinheiro é compra um novo planeta.Espero,que a força da natureza elimine todos que pensam como vc, pois é por existir pessoas com esse pensamento repugnante e imbecil que estamos ( humanos e "animaizinhos")sofrendo com a mudança climática.É triste saber que tem "pessoas" que pense assim.

Anônimo disse...

Concordo plenamente com Rodrigo Costantino,vc so pensa em vc e no seu dinheiro ñ pensa nos pobres animais. Sabe o q vc faz com seu dinheiro enfia tudo no ceu... e faça bom proveito com certeza vc um dia vai ver q o seu tao importante dinheiro ñ lhe dei a felicidade em que os animais nos proporcionou!!!!!!!!seu idiota

para de pensar so em vc!!!

Anônimo disse...

Rodrigo Constantino, gostaria de parabeniza-lo pela escolha de sua profissão, pois acho que realmente é o seu perfil trabalhar com finanças ou seja "dinheiro".
Nem lembro como entrei em seu blog mas preferia não ter entrado, para ler tal bestialidade que acabei de ler, são pessoas com opinião como a sua que deveriam estar em extinção. Aproveite e venha conhecer Santa Catarina e quem sabe participar da Farra do Boi, tenho certeza que você vai gostar.

Rodrigo Constantino disse...

"Aproveite e venha conhecer Santa Catarina e quem sabe participar da Farra do Boi, tenho certeza que você vai gostar."

Dureza. O que seria dessa turma sem o sensacionalismo?!

Anônimo, vc leu o texto??? Eu adoro animais! Acho imoral e cruel maltratar animais pelo puro prazer. Mas nem tudo que é imoral deve ser ilegal. Se o boi tem direitos, ele pode ser comido? Como?!?!

Tente focar nos argumentos. Ficou claro demais que vc não os tem...

Rodrigo

Unknown disse...

Caro,

Eu gostaria de expor minha opiniao a respeito desse seu blog. Em primeiro lugar, que visão romantica é essa que vc esta falando que temos dos animais? Vc nao ve a Jane Goodall achar que um gorila é "bonzinho". Existem muitas pesquisas apontando como certos primatas sao até muito parecidos como humanos, por exemplo, fazem guerra e matam e comem o inimigo.

Eu entendo que vc nao tem muito conhecimento cientifico acerca dos animais pois pesquisas modernas tem demostrado que certos animais tem raciocinio sim, é claro que nao sao capazes de resolver uma questao matematica, mas muito humanos também nao.

A questao aqui nao é se os animais raciocianam ou nao, mas se sao capazes de sofrer, e se sao capazes de sofrer, tem interesses, e tendo interesses, devem ter seus interesses porotegidos.

Quando se fala em moral em relaçao ao animais, pelo seu ponto de vista, os animais sao de fato para serem usados porque a "natureza" nos fez superior a eles. Ora, se o seu ponto de vista está correto, entao o homem é superior a mulher porque a natureza os fez mais forte do que estas. Está correto o seu pensamento? eu acredito que nao.
quando se fala em moral, nao esta se pretendendo julgar a moral do animal em relaçao a suas acoes, mas sim as açoes humanas em relacao aos animais. Mas vc nao pode afirmar com certeza que os animais nao tem certos atos morais, por exemplo, uma onça que matou uma macaca que tinha um filhote, ao notar o filhote, a onça nao comeu o filhote mas o protegeu ( fato documentado pela natioal geographic)
Quando vc fala que animais nao tem escolha consciente, eu dou exemplo de golfinhos que por 40 minutos salvaram 10 banhista de ataque de um tubarao branco. os golfinhos nao so ficaram com os banhistas por 40 minutos como tambem chamaram outros golfinhos para ajudar. os golfinhos sao tao inteligentes quanto certos primatas, tem seu proprio sistema de comunicacao, e ensinam modos de pescas para seus filhotes.e usam ferramentas. fato documentado.
Nos estamos apenas descobrindo o mundo animal. esse seu pensamento é do tempo dos filosofos gregos que nao sabiam lhufas sobre animais.

Vc também fala que o homem lutou contra a natureza para chegar onde chegamos. claro, e onde chegamos?
a uma padrao de vida tecnologico que nao é sustentavel. que vamos esgitar todas as nossas reservas naturais pois pessoas assim como vc pensam que a natureza tem que ser dominada.
Meu amigo, abra sua mente. O homem nao precisa "lutar" com a natureza mas sim aprender a trabalhar com esta. Os direitos animais nao significa que os animais poderam votar na propria eleiçoes ou ter carteira de motorista, significa apenas que devem ter o direito a vida em seu habitat natural, com a guarantia contra ser sequestrado para viver em cativeiro.Os animais estao nesse planeta para viverem suas proprias vidas e nao para serem explorados e caçados a beira da extinçao como estamos vendo com os nossos proprios olhos, e pessoas como vc sao responsáveis pela destruiçao do nosso planeta.

betoquintas disse...

olha, meninos, a vida é sofrimento. na natureza os animais estão sujeitos ao sofrimento, por acaso vamos conseguir 'por decreto' corrigir essa 'injustiça'? não. qualquer um q defenda os direitos dos animais nos termos de evitar sofrimento está igualando-os à nós. eu os convido a ir viver om os animais para ver se irão encontrar o mesmo 'tratamento misericordioso' ou 'respeito à vida' por parte dos animais. direito são convenções que funcionam dentro da sociedade humana, dentro da espécie humana. falar em 'direitos dos animais' é mais uma ilusão utópica.

Unknown disse...

Rodrigo,

Minha filha está fazendo um trabalho interdiciplinar na escola e precisa falar sobre a utilização de macacos, gatos, caes e rato na industria de cosmetico, so estou encontrando falando sobre os coelhos, pois são os mais usados, vc teria alguma dica de site onde eu poderia conseguir? Meu e-mail é ciganopablo_7@hotmail.com
Grata,

Simone

João da Rocha Labrego disse...

Rodrigo,

Não sei porque mas sempre achei perda de tempo e exagero se preocupar com ecossitemas e animais.

Provavelmente isso se deu pelo fato de eu ser filho de pais portugueses, os quais são bastante pragmáticos em relação à própria sobrevivência, dispensando maiores preocupações com aquilo que não visa sua sobrevivência individual.

Acredito que muitos intelectuais que se dizem amantes e defensores dos animais são pessoas distanciadas mentalmente de sua natureza e necessidades animais.

Por isso, desprezam e odeiam as pessoas que suprem suas necessidades animais não percebendo que para chegarem à esse ponto de alienação de si mesmos tiveram que empreender um grande esforço.

Como estas pessoas não suprem suas necessidades animais, até mesmo se abstendo sexualmente, não percebem que suas insatisfações com a vida são oriundas dessa abstenção e não exatamente de seu alvo de estudo ser tão ignorado pelas demais pessoas.

Quando me perguntam se eu gosto de animais eu digo que gosto porque tenho dois gatos de estimação e gosto de vê-los pulando pela casa cheios de saúde e vitalidade.

Mas se me perguntarem se gosto de baleias eu digo que nunca vi uma na minha frente a não ser em livros e que, portanto, gostar de baleias para mim seria apenas gostar do que falam das baleias e não da baleia em si.

Esse é um problema em nossa ética individual: gostamos mais das palavras do que da coisa em si, ou seja, gostamos mais da palavra baleia do que do objeto baleia.

Se eu ler sobre a baleia me comoverei até as lágrimas com o que é dito sobre ela mas não sentirei o mesmo ao me deparar com uma baleia de verdade.

Essa distância conceitual entre o conceito e o objeto faz-nos um tanto esquizofrênicos em nossa maneira de pensar e sentir sobre a vida.

Será que não está na hora de se investir um pouco mais de dinheiro em zoológicos para que possamos realmente conhecer e sentir o que é a vida de um animal?

Eu já fui em zoológicos e não senti nada demais em relação aos animais.

Achei-os interessantes como objetos de estudo mas não os vi como algo que me desperte emoções e sentimentos a não ser, é claro, os meus dois gatos que devido à convivência enchi-me de afeição por eles.

Abraços.