quarta-feira, fevereiro 15, 2012

Anvisa adia decisão

Anvisa adia decisão sobre proibir adição de sabores nos cigarros. A proibição do uso de aromatizantes será analisada no próximo mês. A agência alega que os sabores aumentam o consumo de cigarro no público jovem. De fato, eu mesmo dei minhas primeiras tragadas no Sampoerna mentolado. Um absurdo vender cigarro com sabor melhor! Pergunto-me apenas qual será o próximo passo desta agência que se preocupa tanto com nossa saúde. Vetar a adição de açúcar no chocolate? Vetar a adição de fritura na batata? Melhor nem dar idéia. Já estamos quase lá!

Para maiores informações, veja meu vídeo sobre a Anvisa fascista, ou meu artigo para a revista Voto sobre o assunto.

8 comentários:

samuel disse...

samuel 04/09/2011 às 11:38, Explicando para “Rodrigo 03/09/2011 às 8:35: O PT de Brasília está distribuindo cachimbo e seringa prá galera fumar crack e cocaína.
Qual o motivo desse procedimento?
Alguém poderia me explicar?”
Samuel explica para RODRIGO, "É mais fácil adquirir drogas na escola do que comprar antibióticos". Eu constatei que isso é verdade graças ao governo PT. Em sua sanha controladora do indivíduo, o governo PT proibiu a venda de TODO E QUALQUER antibiótico. Um antibiótico de largo uso para infecção das partes superiores, olhos, ouvidos, nariz e garganta está proibido. Um antibiótico que uso ocasionalmente a trinta anos, que sempre comprei livremente não me foi vendido. É preciso receita médica. Meu plano de saúde me marcou uma consulta para daqui uma semana. E eu curtindo uma infecção braba, vou ter de apelar a um médico particular e pagar R$ 170,00 para poder comprar um GENÉRICO que custa R$ 8,00. Voltei com a receita. O médico especificou uma dosagem que não existe. As balconistas não m’o venderam. Voltei ao médico que especificou correto. Demorei mais de 10 dias para fazer a compra. As balconistas não m’o venderam. O prazo de validade é no máximo 10 dias. Já imaginou o impacto da BUROCRACIA desta proibição nas classes de menor salário? Vão morrer de infecção porque o PT não lhes permite acesso à tecnologia medicinal.
Querem liberar a maconha (movimento do PT), DISTRIBUEM CACHIMBO E SERINGA PRÁ GALERA FUMAR CRACK E COCAÍNA.e nos proíbem os antibióticos!
EXISTE UMA LÓGICA POR DETRÁS DESSA LOUCURA PETISTA: odeiam-nos e querem nos matar!

Anônimo disse...

Daqui a pouco nós vamos ter que justificar nossas compras no supermercado.

Anônimo disse...

samuel, o uso indiscriminado de antibióticos não tem apenas conseqüências individuais, mas afeta toda a população. É uma questão de saúde pública. A Anvisa acertou em proibir a venda sem receita. Antigamente, qualquer resfriado o sujeito ia na farmácia e se enchia de amoxicilina - isso tinha que acabar.

Felipe

samuel disse...

Felipe, bom que Vc veio à discussão. Meu texto é veemente em dizer das dificuldades quase proibitivas geradas pela ANVISA. Essas dificuldades são reais e eu não as inventei e são sofridas por toda a população.
AGORA, “qualquer resfriado o sujeito ia na farmácia e se enchia de amoxicilina” É uma generalidade que não se aplica à toda população, somente a uma pequena parte, a parte hipocondríaca. É JUSTAMENTE ISSO É O QUE ESTÁ FALANDO O BLOGUEIRO, isto é; a ANVISA partindo de uma crença não comprovada e aplicável apenas a uma parcela pequena da população, PARTE PARA TASCAR UMA PROIBIÇÃO GERAL, FERREA, INDICRIMINADA, QUE TERÁ CONSEQÜENCIAS MUITO PIORES DO QUE A NÃO PROIBIÇÃO.
Os médicos, principalmente os iniciantes, estão satisfeitos com a proibição. Descobriram que têm um poder. Àquele de reter em sua mão toda aquela tecnologia de cura que a humanidade suou e limou para conquistar.
A pergunta que deveria ter sido feita à população, ANTES de partir para proibição, pura e simples, foda-se o restante da população é:
O QUE É PIOR, A AUSÊNCIA DO ANTIBIOTICO ou seu abuso por parte de alguns (provavelmente por falta da orientação – não proibição - adequada)?
“qualquer resfriado o sujeito ia na farmácia e se enchia de amoxicilina” melhor isto porque ele não está curando a gripe mas, mas, está provavelmente matando um bacilo da tuberculose.
Logo teremos um surto de tuberculose, por exemplo, entre a população pobre porque esta deixou de usar antibióticos ...

Anônimo disse...

samuel, entendo seu desconforto, mas tem alguns pontos que é preciso salientar.

Em primeiro lugar, ninguém vai ficar sem antibiótico quando precisar, é só procurar o médico, e não precisa pagar, existe o SUS que tem seus muitos defeitos mas é bem melhor do que as pessoas gostam de pintar; depois da exigência de receita, não houve aumento de mortes ou complicações por infecções triviais que antes eram tratadas por auto-medicação.

Depois, existem várias classes de antibióticos, cada uma com suas especificidades e eficácia para determinados microorganismos; um profissional vai poder orientá-lo sobre o antibiótico mais adequado.

E a sua última idéia é simplesmente absurda. Amoxicilina é totalmente ineficaz contra o bacilo da tuberculose. Aliás, justamente pela importância dessa doença em saúde pública que você não pode comprar em farmácia (e já não podia antes da exigência de receita) os antibióticos eficazes contra o bacilo; você tem que pegar na rede pública.

O tratamento da tuberculose exige 6 meses de antibioticoterapia, com um total de quatro drogas, para garantir eficácia e evitar resistência. O uso errático desses antibióticos pela população leiga dá origem a cepas resistentes de bactérias, que têm que ser tratadas com um esquema alternativo menos eficaz; portanto tendo conseqüências potencialmente catastróficas para a população geral.

Por isso, por exemplo, no tratamento da tuberculose a pessoa recebe a cartela de medicamentos e tem que devolver a cartela vazia para receber a próxima nas consultas de retorno; no tratamento da hanseníase, você só recebe a cartela de um dos antibóticos se tomar a dose do outro (que é mensal) na frente do profissional de saúde. É um conceito mundial, o chamado D. O. T. ou directly observed therapy.

Claro que você não sendo profissional da área não tem obrigação de entender de microbiologia, mas ninguém pode se arrogar o direito de, por virtude do uso inconseqüente de antibióticos, se tornar um campo de seleção e cultura de microorganismos resistentes que podem causar muito dano.

Felipe

samuel disse...

Felipe, boa resposta. Realmente não sou da área da saúde. E você, em que área se encaixa? Os tratamentos a que você se referiu são específicos demais para serem atingidos pelo uso corrente de antibióticos. Todos nós somos sujeitos a infecções recorrentes nos mesmos órgãos. Respiratórios são comuns em São Paulo. Indo de um médico a outro achei uma prescrição que funcionou... por longos anos. Os médicos, salvo em casos específicos como os que VS citou, não têm a mesma solução para a mesma infecção, apesar dos argumentos que o GOOGLE dá aos doentes. Com a proibição perdi essa opção de pesquisa de cura para o meu corpo. É aqui que está o nó. Ou você acha que O MÉDICO do alto do seu novo poder, A PROÏBIÇAO, vai aceitar minha sugestão de prescrição? A minha vida ficou mais difícil para tratar de uma infecção ... BANAL.

Anônimo disse...

Bem, eu sou médico, em São Paulo. O assunto da microbiologia e da antibioticoterapia é amplo e fascinante, e acho que não cabe aqui alongar a discussão nesse aspecto; mas é importante lembrar que medicina boa é medicina baseada em evidências, não em opinião. Para prescrever um antibiótico, por exemplo, o médico tem que levar em consideração o provável sítio de infecção, os microorganismos mais comumente encontrados nestas situações naquele local e população, o perfil de sensibilidade desses microorganismos, etc., tudo fundamentado em estudos.

E o uso de antibióticos nunca é banal - pode parecer para um determinado indivíduo, mas não é. Na França por exemplo se usou antibióticos de forma tão descontrolada que hoje mais de 25% das cepas de pneumococo (a principal bactérica causadora de pneumonias, sinusites, e otites) apresenta resistência às penicilinas (uma das quais é a amoxicilina), com outros países se aproximando.

Mapa da OMS de resistência do pneumococo à penicilina na Europa: http://www.euro.who.int/__data/assets/pdf_file/0017/134432/map_Steptococcus_pneumoniae.pdf

Felizmente, no Brasil ainda não se isolou cepas resistentes dessa bactéria, apenas com resistência parcial (hoje por exemplo a dose de penicilina usada para tratar pneumonias em crianças nos hospitais de São Paulo é o dobro de 10 anos atrás); a exigência de receita para antibióticos ajudará o Brasil a manter essa situação sob controle.

Eu não sou ingênuo, sei que os médicos são impopulares e a maioria tem formação deficiente; mas o que eu estou falando não é um exercício teórico. Neste exato momento há pessoas internadas nos hospitais de SP, como por exemplo no HC, sofrendo de forma bastante real com infecções por germes resistentes.

Felipe

Lia ¬¬ disse...

Felipe rodou, rodou e ñ assumiu q o problema do AB é justamente no ambiente hospitalar. Ñ no uso controlado fora dele. Uma vez fizeram um estudo sobre antibioticoterapia 'preventiva' em hospitais e o resultado alarmante foi q médicos prescrevem AB, de largo espectro, como conduta preventiva p/ q doentes internados ñ desenvolvam infecções oportunistas p/ causa de uma baixa imunidade, o q ocorre bastante pós cirurgias e doenças avançadas como câncer.
O estudo foi vinculado na mídia sobretudo televisão, o hospital q serviu de campo foi em Brasília. Basta procurar na internet q vai achar.
Ficamos assim: só qm pode abusar de AB mesmo em casos virais é médico e hospital. Se fosse p/ fazer o certo, Felipe, seria como no UK, p.e, q o médico prescreve AB com receita a ser feita na farmácia, tem o nome do paciente e do médico na embalagem. Mas certo ainda seria antes fazer uma cultura p/ saber o AB adequado, mas pergunto se faz isso, se manda fazer biograma em todos os pacientes q atende e p/ os quais prescreve AB já prontos para uso. Uma 'cultura' de urina demora qto, dotÔ? Pelo sim, pelo ñ os médicos receitam AB p/ cortar a infecção urinária mesmo antes da cultura e do biograma( faz isso onde no Brasil q nunca vi nem em clínica particular!?).
Num país onde sequer há médicos clínicos[geral] na maiorias dos grotões, uma farmácia fica a dezenas, centenas e milhares de km de onde o pobre diabo está, o atraso no combate a uma infecção por pé machucado, p.e., se matar o infeliz é culpa de qm? caso ele tivesse recebido AB de largo uso a vida estaria salva ou poderia esperar mais pelo 'socorro'.
Felipe vive num mundinho médico de clínica em cada bairro, no mundinho dele todos têm grana p/ pagar um táxi e ir a um PS onde ninguém demora p/ ser atendido mais do q 1 hora, né? E 1 hora é tempo mais do q suficiente p/ morrer.
Bom saber q ele atende 24h por dia, 7 dias na semana, q seus pacientes, p/ os quais receitou um AB para sinusite, p.e., só precisam ligar pedindo receita do msm q já usa ou usou, basta pegar no consultório s/ pagar consulta p/ isso. Afinal é repeteco... Anvisa é espelho da medicina deste país. Turbina a vaidade dos médicos q se acham donos da verdade, monumentos à arrogância, gostam de controle, de ditar regras de 'saúde'. Já disse um dos poucos médicos q ainda é gente, famoso no RJ, clínica de renome, q a ditadura da medicina está tirando a alegria de viver com duas proibições s/ comprovação, como a ditadura da alimentação, do 'ñ pode isso, nem aquilo'. Mais adiante se descobre q estava tudo errado, q ovo ñ é vilão, nem carnes, etc. Mas o terrorismo já foi feito e o dano idem. Pior qdo se paga consulta, ainda mais de emergência, o médico nem verifica sinais vitais, nem pressão, temperatura, nada, ou mal faz isso rapidinho pq a fila deve andar, acaba receitando exatamente o AB qu a pessoa já tem em casa, dormindo na gaveta, ainda válido e já pago e à mão...
Bem se vê q ele ñ usa o SUS...
Quem visse o doutor num avião cuja tripulação estivesse s/ condições de pousar o treco; coisa simples, uma infecção gastrointestinal por conta de alguma comida( ñ pode tomar AB, já q ñ há médicos na tripulação)...Perguntam entre os passageiros qm se habilita a pilotar o túmulo voador, um se oferece e todos negam pq ñ tem brevê nem é da 'área', ainda q até entenda do riscado...Incrível como são tão paranóicos com uso de AB q p/ menos são dados pra salvar vidas e pouco engajados na proibição de barbitúricos, drogas como crack, maconha e quejandos... Em geral, tais médicos patrulheiros do Ab até defendem um baseadozinho...Claro q ñ me refiro ao dotÔ Felipe, mas muitos médicos ñ abrem o bocão contra drogas pq eles msms já foram usuários, muitos ainda são, haja vista a qdade de médicos q afanam drogas até de farmácias de hospitais e clínicas, tudo bem abafadinho p/ ñ gerar pânico em qm precisa de médicos, afinal, qm vai perguntar ' doutor, o sr cheira, fuma ou se pica?'
Qdo são pegos com a boca na botija, alegam stress da profissão...Então tá,