quinta-feira, maio 03, 2012

Fanatismo e submissão


 Rodrigo Constantino

“Anseio ardentemente por aquela condição psíquica em que, livre de toda responsabilidade, sentirei a estupidez do mundo como um destino.” (Karl Kraus)

Em 1951, Eric Hoffer escreveu um livro que logo se tornaria um clássico. The True Believer disseca as principais características que levam alguém a aderir a uma seita de forma fanática, dando início a um movimento de massa. O livro ainda é bastante atual, e serve como alerta para as diferentes formas de fanatismo, que acabam sendo bastante semelhantes entre si.

Os movimentos de massa produzem em seus adeptos a disposição de sacrifício pela causa santa, assim como um impulso à ação em conjunto. O entusiasmo, a esperança, a intolerância e o ódio aos que são diferentes representam sintomas deste tipo de fenômeno. Tais movimentos demandam fé cega de seus membros. A submissão é infinitamente mais importante do que o pensamento individual, o questionamento racional. Vale lembrar que Islã quer dizer justamente submissão, e que os dogmas católicos sempre tiveram que ser aceitos por seus crentes sem questionamento (creio porque absurdo).

Segundo Hoffer, todos esses movimentos distintos apelam ao mesmo tipo de mente. Talvez esta tenha sido a principal contribuição de seu livro: mostrar como são parecidos, no fundo, movimentos que na aparência são tão díspares. Apesar de vivermos em uma época “sem deus”, o fato é que vivemos em tempos bastante “religiosos”, onde inúmeras seitas fanáticas proliferam. Por isso é tão importante mergulhar mais na mente típica do fanático.

Os principais tipos de movimento de massa que atraem estas pessoas são religiosos, revolucionários e nacionalistas. Dentre estes, Hoffer considerava o nacionalismo aquele com maior capacidade de duração nos tempos modernos, citando como exemplos as revoluções francesa e russa, que desembocaram no nacionalismo para sobreviver. Nem sempre o advento de tais movimentos será totalmente maléfico. O caso de Ataturk na Turquia demonstra que estas mudanças oriundas de movimentos nacionalistas podem deixar algum legado positivo também. Mas os riscos são sempre enormes.

E o que levaria tanta gente a aderir a tais movimentos? Para Hoffer, um dos principais motivos é a angústia que a autonomia traz consigo para o indivíduo. Temos uma tendência de culpar forças exógenas pelos nossos fracassos, e as pessoas frustradas com suas vidas acabam desenvolvendo um fervor por mudanças radicais. O sentimento profundo de insegurança em relação ao presente faz com que estas pessoas abracem alguma boia de salvação que prometa um futuro melhor. Os movimentos de massa oferecem a sensação de um poder irresistível do grupo monolítico de moldar este futuro maravilhoso.

A liberdade de escolha deposita no próprio indivíduo o peso de seus fracassos. Quanto maior forem as alternativas de escolha, mais espaço há para frustrações. Para Hoffer, muitos se unem aos movimentos de massa para escapar da responsabilidade individual. Como disse um jovem ardente defensor do nazismo, a meta era ficar “livre da liberdade”. Movimentos de massa fornecem aos fanáticos uma forma de dissipar sua individualidade até o ponto de anulá-la por completo. A paixão pela igualdade é também a paixão pelo anonimato. O fanático se transforma em uma massa amorfa igual a todos os demais membros da seita, disfarçando então seu complexo de inferioridade.

Para uma massa dessas, o principal alvo de catequização e conversão é o indivíduo que se sustenta por conta própria, que não depende de algum corpo coletivo que lhe ofereça apoio. A mente independente, blindada de rótulos simplistas e avessa a seitas, o indivíduo criativo que não necessita de um movimento de massa para encontrar algum sentido em sua existência, este é o foco de inveja e ódio dos fanáticos de todas as matizes. Eles precisam destruí-lo, se não forem capazes de convertê-lo. Hoffer aponta que movimentos de massa podem nascer sem deus, mas não sem um demônio: são os bodes expiatórios das seitas, culpados pela desgraça que é o presente. Os judeus dos nazistas, os kulaks dos bolcheviques, os ímpios dos crentes.

Não se comunica com estes fanáticos por meio da razão, e sim da fé extravagante. Eles precisam ser ignorantes acerca das dificuldades envolvidas nesta tarefa vasta e hercúlea, muitas vezes utópica, de criar um novo mundo. A experiência de casos passados atua como um inibidor aos revolucionários, e por isso o desconhecimento da história costuma ser crucial na seleção dos adeptos. Os envolvidos na Revolução Francesa, no bolchevismo e no nazismo eram em sua grande maioria pessoas sem experiência política.

Uma classe média em crise, que acaba de perder parte de seus bens e se encontra frustrada com o presente, representa um terreno fértil para movimentos de massa. Foi assim na Itália fascista e na Alemanha nazista. Um movimento em ascensão prega a esperança imediata, um futuro róseo logo depois da esquina, uma “boa nova” para os escolhidos, que impele seus membros à ação. Movimentos de massa já estabelecidos contam com a promessa de um futuro fantástico, porém distante, para manter acesa a chama da esperança. O Stalinismo era o ópio do povo russo assim como religiões estabelecidas.

O núcleo familiar representa um grande obstáculo a tais movimentos coletivistas. Por isso quase todos eles combateram a família em suas origens. O Cristianismo inicial, segundo o autor, foi um dos movimentos de massa mais hostis ao núcleo familiar. Jesus teria dito que aquele que ama seu pai e sua mãe mais do que a ele não seria digno de ser seu seguidor. O mesmo para aquele que amasse mais seus filhos. Abraão seria o ícone perfeito deste tipo de fanático, ao se mostrar disposto a sacrificar o próprio filho em nome de sua fé. A causa santa vem em primeiro lugar, a família fica em segundo plano.

O ser humano em geral clama pela sensação de pertencimento a algum grupo maior. Suas frustrações alimentam ainda mais o desejo de sumir em meio a uma massa uniforme. O tédio diante da vida, a falta de sentido na existência, tudo isso joga mais lenha na fogueira, empurrando o indivíduo na direção da massa. Um movimento de massa representa o pacote completo que exime o sujeito da responsabilidade de desejar e arriscar por conta própria.

A submissão ameniza o fardo de sua autonomia. Seu fanatismo retira a necessidade de pensar e questionar por conta própria. A “certeza absoluta” da doutrina infalível fornecida pelo movimento conforta a angústia da hesitação. A aventura revolucionária lhe estimula e reduz o tédio de sua vida vazia. A causa fanática alivia seu sentimento de culpa e pecado. O futuro fantástico lhe dá forças para enfrentar o presente medonho, um fardo temporário, um vale de lágrimas e sofrimento até o oásis por vir. O ideal glorioso e indestrutível oferece a força que lhe falta como indivíduo, a eternidade que acalenta sua inexorável mortalidade e aniquilação.

Eric Hoffer não era otimista quanto à possibilidade de persuasão de um fanático. Para ele, o apelo à razão não surtia tanto efeito sobre um fanático. Seus medos e inseguranças lhe comprometem, e sua causa santa é uma necessidade de se segurar a alguma coisa para aguentar a vida. O mais provável seria um fanático se converter, não se convencer. Por isso é comum ver fanáticos pulando de seita em seita. Para Hoffer, é mais fácil para um comunista fanático se converter ao fascismo, chauvinismo ou Catolicismo do que se transformar em um liberal sóbrio com mente aberta. Os ateus fanáticos, que encontram sua razão de ser em deus da mesma forma que os crentes, pois vivem em função de sua negação, entravam para o grupo dos fanáticos de Hoffer.

A propaganda se faz importante para a ascensão do movimento de massa, mas sua sustentação só será possível com base na coerção. Foi apenas após Constantino que o Cristianismo conseguiu se estabelecer. A espada foi crucial para a sobrevivência do movimento, e onde o Cristianismo não foi capaz de dominar o poder estatal, ele raramente conseguiu se manter de forma permanente. O mesmo vale para o Islã. Seu crescimento se deu por conquista no começo, e a conversão foi um subproduto disso em muitos casos. A Reforma deslanchou quando ganhou o apoio de príncipes e governos locais. A ameaça comunista era infinitamente maior quando tinha o suporte de um dos exércitos mais poderosos do planeta.

Além disso, a conquista e a conversão de outras pessoas acabam dando legitimidade ao fanático. Trata-se do conhecido argumentum ad populum. Bilhões de pessoas que acreditam em algo, isso quer dizer que essa crença não pode estar errada! Eles ignoram o alerta de Anatole France, de que “se 5 bilhões de pessoas acreditam em uma coisa estúpida, essa coisa continua sendo estúpida”. Isso também explica porque os fanáticos, apesar de desejarem exterminar uns aos outros, odeiam ainda mais aqueles que não compartilham de fanatismo algum. Um fascista fanático pode até nutrir algum respeito pelo comunista fanático, mas ambos desprezam o homem “sem fé”, sem uma causa santa que o faz disposto aos maiores autossacrifícios, incluindo seu martírio.

Estes fanáticos demandam um líder, alguém que assuma por eles o fardo da responsabilidade. Este líder, segundo Hoffer, deve ter audácia, uma fé fanática na causa santa, e a habilidade de despertar a devoção fervorosa no grupo. A qualidade das idéias em si tem menor relevância. O que importa é o gesto arrogante, o completo desprezo pela opinião dos outros, o desafio ao mundo. Algum grau de charlatanismo é fundamental para a liderança do movimento de massa. Os fatos precisam ser deturpados sempre a favor da seita, tarefa facilitada pela necessidade de crença dos fanáticos. Os fanáticos estão ávidos por obediência ao guru da seita. O crente deve ser acima de tudo uma pessoa obediente e submissa.

Normalmente, o movimento de massa joga descrédito e suspeita sobre o governo estabelecido, mas acaba adotando as mesmas práticas ou até piores uma vez que consegue chegar ao poder. Os revolucionários franceses adotaram o Terror, fazendo a monarquia parecer suave. Os bolcheviques mataram milhões em poucos meses, mais do que o regime dos czares em toda a sua existência.

O filósofo John Stuart Mill lamentou sobre o Cristianismo: “Que os cristãos, cujos reformadores pereceram na masmorra ou na fogueira como apóstatas ou blasfemos – os cristãos, cuja religião exala em cada linha a caridade, liberdade e compaixão... que eles, depois de conquistar o poder de que eram vítimas, exerçam-no exatamente da mesma maneira, é demasiado monstruoso”. A Igreja, uma vez estabelecida e cristalizada, soube ser autoritária e pegar emprestado do Império Romano sua hierarquia e burocracia.  

O que todos os fanáticos condenam em conjunto é a democracia liberal do Ocidente, acusada de decadente e pusilânime. Os indivíduos sob tal regime não estariam mais dispostos ao sacrifício por uma causa santa. A perda de vigor, de fé cega, seria sinal de podridão moral. Sem dúvida há alguma verdade nisso. De fato, as democracias modernas dão sinais de covardia, ainda mais quando comparadas às teocracias islâmicas e seus terroristas fanáticos dispostos a tudo pela causa. Falar em reformas nunca tem o mesmo apelo emocional que falar em revolução, em derrubar todo o sistema podre, passar uma borracha no presente injusto e criar um novo mundo maravilhoso, ou então em resgatar um passado idealizado, um jardim do Éden sonhado.

Mas, como espero ter deixado claro acima, com base no excelente e importante livro de Eric Hoffer, a troca deste marasmo imperfeito por um movimento de massa revolucionário é algo extremamente perigoso. Talvez o mundo precise de alguns fanáticos de vez em quando, que abraçam causas santas com fé cega. Talvez alguns desses movimentos tenham tido efeitos líquidos positivos ao longo da história. Só que é fundamental ter em mente o risco que eles representam. Quando muitos sucumbem ao fanatismo e à submissão sem questionamentos racionais, então a liberdade individual corre sério perigo. Os fanáticos podem querer justamente fugir desta liberdade. Mas ela é crucial para o avanço da civilização.  

17 comentários:

ÁLVARO JUNQUEIRA disse...

Trechos de que mais gostei:

Quando a luta com a velha ordem é amarga e caótica, e a vitoria só pode ser obtida pela absoluta unidade e pelo auto-sacrifício, o homem de palavras criativo é geralmente afastado e a direção do movimento cai nas mãos dos homens de palavras não criativos – os eternos desajustados e os fanáticos depreciadores do presente.

O homem que deseja escrever um grande livro, pintar um grande quadro, criar uma obra-prima de arquitetura, tornar-se um grande cientista, e sabe que jamais em toda a eternidade será capaz de realizar o seu mais profundo desejo, não pode encontrar paz numa ordem estável – velha ou nova. Vê a vida irrevogavelmente estragada e o mundo perpetuamente fora dos eixos. Só fica à vontade num estado de caos.

Como jamais pode reconciliar-se com seu ego, teme o finalismo e a fixidez da ordem das coisas. Marat, Robespierre, Lenin, Mussolini e Hitler são exemplos notáveis de fanáticos surgidos das fileiras dos homens de palavras não criativos.

ÁLVARO JUNQUEIRA disse...

MAIS ALGUNS TRECHOS:
Não é a maldade do velho regime que combatem, mas a sua fraqueza; não a sua opressão, mas o seu fracasso em amoldá-los num todo sólido e poderoso.

Quando a velha ordem começa a desintegrar-se, muitos dos homens de palavras vociferantes, que pregaram tanto tempo por aquele dia, ficam assustados. A primeira visão do rosto da anarquia apavora-os até a medula.

O fanático não. O caos é o seu elemento. Quando a velha ordem começa a desintegrar-se, ele arremete contra ela com toda a sua força e ousadia, para fazer com que todo o odiado presente vá pelos ares.

O homem de palavras criativo, não importa quão amargamente critique e deprecie a ordem vigente, está na verdade apegado ao presente. Sua paixão é reformar e não destruir.

ÁLVARO JUNQUEIRA disse...

Este trecho foi um dos que mais gostei, pois explicou uma dúvida que tinha há muito tempo: como um povo como o alemão deixou-se hipnotizar por um canastrão como Hitler?
"A explosiva situação na Alemanha, após a Primeira Guerra Mundial, foi em parte causada pela inatividade forçada de uma população que se sabia admiravelmente equipada para a ação. Hitler deu-lhes um movimento de massa".

Anônimo disse...

Fora que os campos de concentração só foram descobertos no fim da guerra

Anônimo disse...

Vou bancar o advogado do diabo:
inclusive a fé no livre mercado?

Rodrigo Constantino disse...

Sim, se for uma fé de livre mercado infalível, sem dúvida se aplica o que está acima.

Defensores do livre mercado costumam compreender que ele jamais será perfeito, e que é apenas uma melhor opção.

Anônimo disse...

“se 5 bilhões de pessoas acreditam em uma coisa estúpida, essa coisa continua sendo estúpida”


"...alguém pode enganar poucos por muito tempo, muitos por pouco tempo, mas não todos por todo o tempo.."


Concordo em parte com o texto, mas reproduzo o q o 1o prsidente republicano dos eua disse certa vez...

Anônimo disse...

Gostei muito da frase "A liberdade de escolha deposita no próprio indivíduo o peso de seus fracassos.".
Ela é sua, Rodrigo, ou do Eric Hoffer?

Rodrigo Constantino disse...

A frase em si é minha, a idéia está não só no livro do Hoffer, como em vários outros que já li ou resenhei. É boa mesmo.

Anônimo disse...

Cuidado com os fanáticos abortistas. Não entre nessa manada desnaturada (feminista onopotente delirante, malthusiana, eugênica e esquerdista).

Anônimo disse...

"O núcleo familiar representa um grande obstáculo a tais movimentos coletivistas. Por isso quase todos eles combateram a família em suas origens. O Cristianismo inicial, segundo o autor, foi um dos movimentos de massa mais hostis ao núcleo familiar. Jesus teria dito que aquele que ama seu pai e sua mãe mais do que a ele não seria digno de ser seu seguidor. O mesmo para aquele que amasse mais seus filhos. Abraão seria o ícone perfeito deste tipo de fanático, ao se mostrar disposto a sacrificar o próprio filho em nome de sua fé. A causa santa vem em primeiro lugar, a família fica em segundo plano."

Reflexão sensacional, ótima para os fanáticos de carteirinha que hoje se autointitulam os grandes defensores da família e chamam de esquerdistas e revolucionários até mesmo quem sempre foi de direita porém não reza pela cartilha cristã.

Anônimo disse...

Sobre o cidadão que perguntou sobre o livre mercado: o mercado não é um ente concreto, personificado, como Deus, Alá, ou uma idéia artificialmente imposta, como o socialismo. O livre mercado significa o conjunto de entes individuais, sem a interferência de seres a serem mirabolantes. Por isso, é errado falar em "Deus Mercado", pois se você se ajoelhar e rezar pedindo benefícios para esse Deus, ele te responderá "Vá trabalhar, vagabundo", ou melhor, ele não te responderá nada, enquanto o Deus Estado, principalmente no socialismo, é o centro de tudo.
No mais, apesar de considerar Cazuza um mimadinho que não teve um pai homem para educá-lo, acho genial a sua frase "ideologia, eu quero uma para viver". Não precisa ser nem religiosa nem política. Temos o exemplo de individuos fracassados que aderem a torcidas organizadas de futebol, onde podem , através do fanatismo e violência, sentirem-se "importantes", visíveis.
Temos ainda o exemplo de Brasilia, cidade onde filhinhos mimados de barnabés endinheirados, para vencerem o tédio de sua existência e da cidade em si, criam gangues de Rock (Metaleiros x Punks) a fim de digladiarem-se, ou seja, o Satã ,nesse caso é quem gosta de outro estilo do mesmo gênero muscal.

Anônimo disse...

'Sobre o cidadão que perguntou sobre o livre mercado: o mercado não é um ente concreto, personificado, como Deus, Alá (...)é errado falar em "Deus Mercado", pois se você se ajoelhar e rezar pedindo benefícios para esse Deus, ele te responderá "Vá trabalhar, vagabundo", ou melhor, ele não te responderá nada, enquanto o Deus Estado...'

Caro Anônimo, claro que ninguém pensa no livre mercado como um ente personificado, quanto à fé o que eu tinha perguntado era sobre a crença do livre mercado de resolver todos os problemas, melhor do que o governo.

samuel disse...

A minha escolha de frase vai para

Hoffer (The True Believer) aponta que movimentos de massa podem nascer sem deus, mas não sem um demônio: são os bodes expiatórios das seitas, culpados pela desgraça que é o presente. Os judeus dos nazistas, os kulaks dos bolcheviques, os ímpios dos crentes.

Anônimo disse...

Só para fazer uma colocação ante o que percebo sobre o autor e comentaristas. Antes devo ressaltar que apreciei demasiadamente o texto, brilhante mesmo. Contudo ante comentários chinfrins que buscam constranger pela mera infantilidade de inverter o fato arbitrariamente sem qualquer pertinencia tal qual crianças retrucam "voce é que é!" ao lhe ser imputado uma pretensa deficiência.

HA QUE SE REFLETIR SOBRE OS FATOS E RECONHECER-LHES PERTINENCIA.

O fanático não é meramente um radical quanto a realidade de sua crença, convicção e sobretudo teoria fundamentada.

O FANÁTICO É UM SUJEITO QUE ADOTA UMA CRENÇA OU TEORIA DE FORMA CEGA, GERALMENTE POR MERA ESCOLHA, SEM TER FUNDAMENTOS, EVIDÊNCIAS OU COMNHECIMENTO DA CRENÇA OU TEORIA ADOTADA. Ou seja, adota UMA POSTURA, POR MERA ESCOLHA baseada em pleno achismo conveniente.

Criticar o fanatismo, como escolha cega baseada em alguma conveniência e mantida pela RECUSA RADICAL EM REFLETIR SOBRE A REALIDADE da própria crença ou daquilo que a ela se opõe, é saudável e recomendável. CONTUDO O RADICALISMO ALHEIO OU MESMO O FANATISMO daqueles que se opõem a uma crença/descrença ou teoria NÃO É ARGUMENTO EM FAVOR DA CRENÇA/DESCRENÇA OU TEORIA CONTRARIA.

Não é o fanatismo ou radicalismo de um grupo que torna sua crença ou teoria falsa ou errada, mas sim o argumento e as evidências em contrário.

OU SEJA, TENTAR DEFENDER UM PONTO DE VISTA (mesmo que um centrismo radical) atribuindo fanatismo ao radicalismo ou fanatismo daqueles que se opõem ao centrismo como opção conveniente, não é defesa de tal ponto de vista. AO CONTRÁRIO:

FIRMAR-SE NA ADOÇÃO DA IDÉIA DE QUE QUALQUER RADICALISMO É FANATISMO para ASSIM VALER-SE DA ACUSAÇÃO DE QUE TODA CRITICA/OPOSIÇÃO AO CENTRISMO (Ou mistos) É FANATISMO, USANDO CRETINAMENTE O ATRIBUIDO FANATISMO ALHEIO COMO ARGUMENTO (estúpido) EM FAVOR DA PRÓPRIA ESCOLHA OU TEORIA, "centristas", NÃO PASSA DE FALTA DE ARGUMENTAÇÃO REALISTA PARA A IDÉIA DEFENDIDA.

OU SEJA, AFIRMAR FANATISMO OU RADICALISMO DAQUELES QUE NÃO CONCORDAM COM A IDÉIA DEFENDIDA NÃO É ARGUMENTO. é, SIM, EVIDÊNCIA DE ADOÇÃO CEGA DE UMA POSIÇÃO CONVENIENTE: isto é um fanatismo, posto que de pífio argumento, é um radicalismo estúpido, cujo melhor argumento em próprio favor é atribuir ARBITRARIAMENTE a pecha de fanatismo e radicalismo a tudo que lhe for oposto.

Fanatismo é adoção de uma idéia sem nem mesmo possuir uma argumentação verossimil, lógica ou com evidências favoráveis. É escolha cega e radical, baseada em mera subjetividade, mera escolha fundamentada no achismo.

Abs.

Anônimo disse...

Quanto a idiotice de fazer afirmações sobre um "deus mercado" ...é exatamente a criancice da falta de argumento de uma criança que sente-se ofendida e sem meio de revidar.

...ENTÂO, infantilmente revida da forma mais estúpida, tipo:

-Joãozinho, voce é feio!
...e Joaozinho revida
- Feio é voce, voce é feio.

...Francamente...

Um deus é uma entidade a qual se pode fazer pedidos, há CULTO!

Veja, o Estado possui culto, possui hino (oração de louvor), possui intersessores para que possa conceder beneficios aos necessitados.
Enfim, uma boa análise EXIBE de forma INCONTESTÁVEL a similaridade entre um "deus milagreiro" capaz de resolver tudo atraves de solicitações e um Estado (um ente abstrato que deve ser cultuado) também milagreiro, capaz de conceder aos necessitados tudo que pedirem mediante SUBMISSÃO a seus intermediários e intercessores e CULTO a entidade milagreira toda poderosa.
A idéia de Estado e nacionalidade em nada difere das velhas religiões como forma de um grupo DOMINAR E EXPLORAR populações inteiras, submetendo-as aos caprichos e ambições da hierarquia que intermedia o "GRANDE DEUS PROVEDOR" QUE DEMANDA CULTO COM HINOS DE LOUVOR E DEMONSTRAÇÕES DE ADORAÇÃO E SUBMISSÃO.

O ESTADO É O NOVO DEUS. Cultuado e louvado pelos crentes que a ele se submetem servilmente atraves da hierarquia intermediária (que interage com o mistico deus todo poderoso e capaz de semear a bonança).

Brilhante o comentarista que respondeu ao tolo que imagina estar revidando com a afirmação sobre o "deus mercado" ...é risível a tolice dos tolos.

Abs

João disse...

Tem alguma para o portugês?