terça-feira, janeiro 22, 2013

Uma sociedade adolescente


Rodrigo Constantino, O GLOBO

Em meu último artigo tratei do lado moral da crise que os países desenvolvidos enfrentam. Algumas pessoas podem estranhar o foco, pois sou economista. Gostaria de lembrar que Adam Smith, antes de escrever sobre a riqueza das nações, escreveu "Teoria dos Sentimentos Morais". Debater o crescimento de 1% ou 2% do PIB pode ter sua relevância; mas economia é muito mais que isso.
Eis porque retorno ao tema da crise de valores, desta vez priorizando o caso latino-americano. Se Japão, Estados Unidos e Europa passam por um declínio moral, parece que a América Latina, em especial o "eixo do mal" bolivariano, sequer experimentou uma fase de maturidade. Estamos estagnados na era do infantilismo.
É por isso que recomendo a leitura de "A sociedade que não quer crescer", do argentino Sergio Sinay. O livro disseca os perigos do fenômeno que podemos observar facilmente no Brasil também: adultos que se negam a ser adultos. São os "adultescentes".
Como a Argentina parece estar em estágio mais avançado da patologia, os alertas de Sinay tornam-se ainda mais importantes. A Argentina pode ser o Brasil amanhã, o que é uma visão assustadora. Não só porque a presidente exagera no botox, mas porque a volta ao passado populista se dá a passos largos.
O autor faz a ligação entre essa postura infantil de boa parte da população e a anomia em que vive seu país, cada vez mais bagunçado e autoritário. É o que acontece quando os adultos preferem agir como adolescentes, no afã de postergar ao máximo a velhice.
Maturidade exige renúncia, sacrifício, responsabilidade e compromisso. Tudo aquilo que muitos adultos modernos fogem como o diabo foge da cruz. Talvez para aplacar sua angústia existencial, esses adultos desejam permanecer jovens para sempre, e agem como tal. São colegas de seus filhos, e delegam a responsabilidade de educá-los a terceiros. Confundem seus caprichos com direitos. Nas palavras do autor:
"Uma sociedade empenhada em permanecer adolescente vive no imediatismo, na fugacidade, nas rebeliões arbitrárias que a nada conduzem, na confrontação com as regras – com qualquer regra, pelo simples fato de existirem – no risco absurdo e inconsciente, na fuga das responsabilidades, na ilusão de ideais tão imprevistos como insustentáveis, na absurda luta contra as leis da realidade que obstruem seus desejos volúveis e ilusórios, na rejeição ao compromisso e ao esforço fecundo, na busca do prazer imediato, ainda que se tenha que chegar a ele através de atalhos, na confusão intelectual, na criação e adoração de ídolos vaidosos colocados sobre pedestais sem alicerces".
Impossível não pensar em Chávez, Morales, Corrêa, Kirchner e Lula. Ou ainda nos artistas e atletas famosos que levam vidas altamente questionáveis do ponto de vista ético, mas ainda assim viram heróis nacionais. Eis o exemplo que Sinay usa do lado argentino:
"Uma sociedade é adolescente quando carece de critérios para distinguir entre as habilidades futebolísticas de seu maior ídolo esportivo, Diego Maradona, e suas condutas irresponsáveis, sua ética duvidosa, seus valores acomodatícios; quando acredita que aquelas habilidades justificam tais ‘desvalores’ e quando, assim como um adolescente, os vê como um tributo invejável".
Não podemos ridicularizar nossos "hermanos" nesse ponto. Basta pensar nos nossos próprios heróis. Para sair do futebol, que tal Oscar Niemeyer? Os brasileiros não souberam separar seu talento artístico do restante, e criaram a imagem de um grande humanista abnegado. Um humanista que, como já abordei nesse espaço, adorava o maior assassino de todos os tempos: Joseph Stalin.
Mas a simples constatação de que não se pode ser um grande humanista e um defensor de Stalin ou Fidel Castro ao mesmo tempo, bastou para gerar reações histéricas: "Quem você pensa que é para falar do grande mestre?"
O colunista Zuenir Ventura também reagiu: "Algumas críticas ideológicas a Oscar Niemeyer depois de morto revelam, de tão iradas, que no Brasil foi fácil acabar com o comunismo. O difícil é acabar com o anticomunismo". Resta perguntar: e devemos acabar com a oposição a esta utopia que trucidou dezenas de milhões de inocentes?
O comunismo foi o sonho adolescente de intelectuais que pariu o pesadelo real de milhões de pessoas. Combatê-lo é um dever moral. Hoje ele se adaptou, mudou, mas ainda sobrevive como "socialismo bolivariano", com que muitos brasileiros flertam.
Até quando vamos viver em uma sociedade adolescente, que se recusa a amadurecer e deposita no "papai" governo uma fé messiânica?

16 comentários:

Anônimo disse...


Parabéns pelo texto.
Na mesma linha, Rodrigo, o blog do Aluízio Amorim contém dois excelentes artigos, da autoria dele, sobre a idiotização das pessoas.
Como disse Cassiano Rosas: "A maior tragédia do nosso século foi a atrofia das asas em favor das patas".
Ou não?
Abraço

Victor disse...

Só discordo de que o Joseph Stalin é o maior assassino. Mao Tse Tung é bem pior que ele. Sobre a América Latina, o único país que se salva é o Chile e ainda tem algumas pessoas que querem destruí-lo, como a "Camila Vallejo".

O Chile mesmo com sérios problemas com terremotos, tem o maior IDH da América Latina.

rodrigo disse...

Ah, não se trata de infantilidade, mas do fenômeno percebido por Nelson Rodrigues (q falta ele faz): o da ascensão do idiota. Isso nos remete a um post de Augusto Nunes, q está fazendo dois anos, e a cuja trancrição parcial não resisto e me permito, se me permitem:

Os idiotas estão por toda parte

Nelson Rodrigues acordou especialmente inspirado em 20 de maio de 1969. “Nada mais XIX que o século XX”, descobriu já na primeira linha da coluna que O Globo publicaria no dia seguinte. Abstraídas “a praia e as medidas masculinas dos quadris femininos”, não havia nada que permitisse distinguir uma época de outra. As semelhanças escancaradas começavam pela consolidação do fenômeno que, segundo o cronista genial, configurou a marca mais notável do século XIX: “a ascensão espantosa e fulminante do idiota”.
Até então, uma nulidade do gênero se limitava a babar na gravata. “O idiota era apenas o idiota e como tal se comportava”, explicou Nelson Rodrigues. “O primeiro a saber-se idiota era o próprio idiota. Julgando-se um inepto nato e hereditário, jamais se atreveu a mover uma palha, ou tirar uma cadeira do lugar. Nunca um idiota tentou questionar os valores da vida”. Como ocorrera desde o começo dos tempos, decidiam pelos idiotas os que tinham cabeça para pensar e sabiam o que faziam. Os rumos eram ditados pelos melhores e mais brilhantes.
As coisas mudaram dramaticamente quando a tribo dos cretinos fundamentais se descobriu majoritária. “Houve, por toda parte, a explosão de idiotas”, avisou a crônica que, escrita há quase 42 anos, parece descrever o Brasil deste começo de milênio. Nos trêfegos trópicos, a praga que afligiu o século XIX e consolidou-se no século XX assumiu dimensões siderais. Em suas infinitas versões ─ o espertalhão, o otário, o vigarista, o fanático, o farsante, o bobo alegre, o cafajeste, o prepotente, o gatuno ─, os idiotas elegem e são eleitos, escolhem e são escolhidos, nomeiam e são nomeados. Estão por toda parte.
No nono ano da Era da Mediocridade, a espécie em acelerada expansão é representada no governo e na oposição, no Ministério e no segundo escalão, no Congresso, nos tribunais e na imprensa, na plateia que assiste à passagem do cortejo ou nos andores da procissão de espantos que começou há oito anos, não foi interrompida sequer pelas festas de fim de ano e seguiu seu curso no primeiro mês do governo de Dilma Rousseff. O imenso viveiro de cérebros baldios não se assusta com nada.[...]
Fonte:http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/direto-ao-ponto/os-idiotas-estao-por-toda-a-parte/

Pedro disse...

Parabéns, é um excelente texto.

lgn disse...

Possivelmente Nelson Rodrigues se inspirou em Ortega y Gasset que previu, profetizou a ascensão da massa ao poder. Fazendo uma analogia com a fisiologia humana equivale às células epidérmicas assumirem o lugar das células neurais. Não há corpo que resista a tal absurdo. Por quanto tempo isso ocorrerá?

Carlos Nigro disse...

Te acompanho há uns dois anos por desindicação do Olavo de Carvalho (faço o Curso de Filosofia dele).
Vc está escrevendo cada vez melhor e eu acho q vc sabe q se acompanhasse mais o Olavo, inclusive fazendo o curso de filosofia, vc ficaria brilhante.
Por favor, não deixe de fazer para não dar o braço-a-torcer.
Tenho 42anos e já fui liberal e ateu como vc; depois estudando mais sou tão liberal quanto vc (talvez mais pq gosto do sistema de saúde de Cingapura - o q vc acha?) e acredito em Deus e nos valores morais q alicerçam a democracia e o liberalismo.
Boa sorte

Diogo F. disse...

Essa idéia de que a massa é estúpida é tão velha quanto as primeiras aristocracias reais e intelectuais que surgiram no mundo, olhando tudo do topo. Você só está incorporando o papel junto com esse hermano aí. Não confunda "fé messiânica" com total desinteresse pela política. É isso que o povo tem, porque ninguém liga para o que o governo fez ou deixou de fazer. O autoritarismo é incontestável.

Agora, interessante que os que se interessam pelo Governo, protestam, se revoltam e se posicionam contra ele. Aí eles são o que? Adolescentes mimados! Adultescentes, não é mesmo?
Como disse o seu Hermano:

"...nas rebeliões arbitrárias que a nada conduzem, na confrontação com as regras – com qualquer regra, pelo simples fato de existirem – no risco absurdo e inconsciente, na fuga das responsabilidades, na ilusão de ideais tão imprevistos como insustentáveis, na absurda luta contra as leis da realidade que obstruem seus desejos volúveis e ilusórios"

Ou seja, colega, somos Adultescentes estúpidos de qualquer jeito, né? seja por sermos acomodados ou por sermos revoltados. Tautológico isso, não?

Acho que esse hermano aí só tem nojo da vida e dos outros.

Que tal propor soluções? Sistema educacional de verdade? Reformas Políticas? Pode-se começar descendo da torre de marfim e dar umas aulas de educação financeira grátis na favela. Que tal? Isso emancipa o homem não é mesmo?

E sobre o sistema de saúde de Cingapura... velho... ele é gerido, subsidiado e regulado pelo Estado. Tudo Público. Desde quando isso é liberal?

Acho que vocês não sabem muito bem do que estão falando. :P

rodrigo disse...

Ah, que bons tempos deviam ser os tempos nos quais os idiotas se limitavam a babar nas gravatas...

Anônimo disse...

Pode escrever um texto sobre o Programa de Resgate de Valores Morais, Sociais, Éticos e Espirituais da Deputada Myrian Rios?

RJ: Cabral sanciona lei da moral e bons costumes, de Myrian Rios
http://noticias.terra.com.br/brasil/politica/rj-cabral-sanciona-lei-da-moral-e-bons-costumes-de-myrian-rios,6255987799e4c310VgnVCM5000009ccceb0aRCRD.html


A íntegra do projeto de lei da deputada Myrian Rios:


EMENTA:
“INSTITUI O “PROGRAMA DE RESGATE DE VALORES MORAIS, SOCIAIS, ÉTICOS E ESPIRITUAIS” NO AMBITO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.”

Autor(es): Deputado MYRIAN RIOS


A ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
RESOLVE:

Art. 1. Fica instituído o “Programa de Resgate de Valores Morais, Sociais, éticos e Espirituais” no âmbito do Estado Rio de Janeiro.

Parágrafo único: O Programa deverá envolver diretamente a comunidade escolar, a família, lideranças comunitárias, empresas públicas e privadas, meios de comunicação, autoridades locais e estaduais e as organizações não governamentais e comunidades religiosas, por meio de atividades culturais, esportivas, literárias, mídia, entre outras, que visem a reflexão sobre a necessidade da revisão sobre os valores morais, sociais, éticos e espirituais

Art. 2.º O Poder Executivo deverá firmar convênios e parcerias articuladas e significativas, com prefeituras municipais e sociedade civil, no sentido de possibilitar a execução do cumprimento ao disposto nesta lei, com os seguintes objetivos:
I- promover o resgate da cidadania;
II- o fortalecimento das relações humanas;
III- valorização da família, da escola e da comunidade como um todo

Parágrafo Único: Serão desenvolvidas ações essenciais que contribuam para uma convivência saudável entre pessoas, estabelecendo relações de confiança e respeito mutuo, alicerçada em valores éticos, morais, sociais, afetivos e espirituais, como instrumento capaz de prevenir e combater diversas formas de violência..

Art. 3.º O programa disposto no caput do Artigo 1° terá como órgão gestor a Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos
Art. 4.º As despesas decorrentes da execução desta Lei correrão por conta de dotações orçamentárias próprias, suplementadas, se necessário.

Art. 5.º O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de 120 dias, a contar da data de sua publicação.
Art. 6.º Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogados as disposições contrárias.


Plenário Barbosa Lima Sobrinho, 09 de junho de 2011.



Deputada MYRIAN RIOS


JUSTIFICATIVA

Infelizmente, a sociedade de uma maneira geral vem cada dia mais se desvencilhando dos valores morais, sociais, éticos e espirituais. Valores esses que são de extrema importância para que nossa sociedade caminhe para o crescimento.

Sem esse tipo de valor, tudo é permitido, se perde o conceito do bom e ruim, do certo e errado. Perde-se o critério do que se pode e deve fazer ou o que não se pode. Estamos vivendo em um mundo onde o egoísmo e a ganância são predominante.

Na busca de um mundo melhor o programa, descrito nesse projeto, objetiva formular proposta de ações educativas e sugestivas, direcionadas a criança, jovens e adultos despertando uma grande mudança na sociedade fluminense.

Diante dessa realidade, a criação do programa supracitado, que tem como objetivo principal conscientizar e reinserir valores de suma importância para que possamos construir um futuro melhor, onde haja principalmente respeito pelo próximo.


Nesse sentido é que solicito aos meus nobres colegas a aprovação desse projeto de lei, pois o ganho social é de extrema importância para todos.

http://alerjln1.alerj.rj.gov.br/scpro1115.nsf/0c5bf5cde95601f903256caa0023131b/8d58c66796f56a52832578aa00649b58?OpenDocument&Highlight=0

Diogo R Santos disse...

Diogo F.

Existe aquele princípio de que todos nós pertencemos à massa, o que justifica ainda mais o crítica a mesma. Ora, o "homem massa", ou "aquele que precisa ou mesmo exige que alguém tome conta de si e assuma suas responsabilidades" não é fruto de mera ignorância imposta por terceiros, é apenas mais cuja maior preocupação é "fazer parte da manada, ou então querer assumir alguma posição de destaque na mesma".

Você fala na questão da educação como um diferencial para curar a ignorância mas a questão é que a educação tem caráter "profissionalizante": ela te capacita para exercer um ofício ou outra atividade, mas não ensina o "pensar", mesmo porque não é algo que ensina mesmo: é algo que o indivíduo sozinho descobre. É aí que está o problema: como esperar que o "homem massa latino americano" pense se ele deseja que um governo esclareça tudo pra ele?

Neste aspecto eu concordo muito mais com o argentino....

Diogo F. disse...

Então caro xará,

Acho que, falando de América Latina, temos que considerar um evento histórico maciço que foram as ditaduras militares em todos, senão quase todos os países.

E acho que isso explica melhor o atraso político-mental da "massa" discutido aqui. O Governo tomou para si a autoridade sobre tudo e todos e nos legou uma cultura de deixar os homens do poder tomarem conta. Somada à nossa cultura de Casa Grande e Senzala as ditaduras acabaram com toda e qualquer chance de haver alguma reflexão sobre o Governo. Eles mandavam em tudo e pronto.

A educação como variável de ajuste do indivíduo é tão importante que essa noção empobrecida e profissionalizante de educação, além de seguir a onda liberal da época (de que educação é para ganhar dinheiro), foi colocada em prática pelos militares. Além de formar pessoas só para o trabalho, eles tiraram o conteúdo "pensante" como sociologia, filosofia e qualquer coisa que fosse perigosa demais para ameaçar a ordem vigente.

Se educação não fosse importante eles não teriam mexido tão profundamente nisso. Além, de invadir universidades e perseguir intelectuais que poderiam desafiá-los com pensamentos "maduros e adultos".

Hoje tem duas alternativas:

Modificar o ensino, para que as pessoas se eduquem mais por conta própria e desenvolvam sua própria visão de mundo e crítica (vai na linha do que tu disse). E outra, mais plausível que eu gosto que é a linha de Paulo Freire de educar para libertar, criar senso crítico. Mas ele foi vetado no Brasil na época da ditadura (que surpresa né?). E teve que ir para o exterior para aplicar sua filosofia de ensino.

O que eu critico no Argentino é que contestar para ele é visto como um comportamento infantil também. Se é que o autor do post não citou o cara fora de contexto né?

rodrigo disse...

Foi descobrindo sozinho a pensar que o "homem massa" conseguiu sua ascensão meteórica!

Anônimo disse...

Rodrigo, off topic.

Veja como age o movimento gay contra manifestações que o contrariam:

http://www.youtube.com/watch?v=Y_VYdQCF0yM

Diogo R Santos disse...

Xará

Posso concordar na questão do autoritarismo, entretanto a sua solução da educação baseada no método de Paulo Freire é um dos maiores embustes que existem. Isto não é ensinar a pensar. Isto é doutrina ideológica, porque não dá margens para outras formas de pensar - o pensamento mesmo é algo difuso e abstrato demais para ser ensinado nas escolas, por livros ou mesmo por pessoas. Perde-se tempo criando "pensadores" quando se deve ensinar conhecimentos de verdade e não sociologismos baratos. O resultado deste método equivocado é gente extremamente despreparada, com conhecimentos limitados e que só pensa de uma maneira: a que foi ensinada na escola.

Carlos Nigro disse...

Pelo q eu li o sistema de saúde de Cingapura deposita um valor mensal numa conta pessoal de cada um q só pode gastar nos serviços de saúde. Se ele não gastar tudo, após morrer, este $ vai para a conta corrente de seus filhos. Resumidamente é isso. Estou errado?

Diogo F. disse...

Carlos,

Paga-se 40% do salário em impostos em Cingapura, sendo 6,5 a 8,5% destinados ao fundo de saúde chamado de Medisave (qse 10% do salário só de saúde é muito se vc pensar). Essa é a conta de que você está falando, mas é compulsória porque se fosse opcional ninguem pagaria o suficiente para manter o sistema funcionando. Só que depois que você morre vai para o seu patrimônio mesmo.

Para manter o sistema barato, além de ser compulsória a taxa, o Governo regula fortemente o setor cuja rede é 80% de hospitais públicos. Os preços são tabelados, para desincentivar a inflação dos preços e a competição entre hospitais.

Além disso, cidadãos pobres podem se cadastrar para um programa chamado Medifund que oferece tratamento gratuito ou subsidiado, financiado pelo Estado.

Como eu sei que a posição política aqui no Blog é Liberal. Acho que não tem nada mais anti-liberal do que o sistema de saúde de Cingapura, com taxas compulsórias e transferência de renda aos pobres.

A visão libertária é de sistema de mercado livre com cada um pagando o seu hospital da forma como quer, economizando o quanto quiser, sem Governo no meio, muito menos taxa.

A minha fonte é essa aqui:
http://www.healthbeatblog.com/2008/07/health-care-in-2/

Esse foi meu ponto. Mas eu não conhecia o sistema de saúde de Cingapura, só fiz essa pesquisa breve mesmo para conferir.