Rodrigo Constantino, O GLOBO
Michael Moore,
Jack Nicholson, Oliver Stone, Steven Spielberg, Francis Coppola, Robert Redford,
Danny Glover e Sean Penn: o que todos eles têm em comum, além da fama e da
fortuna? São bajuladores da mais longa, cruel e assassina ditadura do
continente.
Cuba ainda
desperta fortes emoções em muito inocente útil mundo afora. Por isso devemos
celebrar o lançamento, pela Leya, do livro “Fidel: O tirano mais amado do
mundo”, de Humberto Fontova.
Exilado em
Miami, Fontova é também autor de “O Verdadeiro Che Guevara”. Não deve ser fácil
ver os gringos tratando como heróis esses que dizimaram e escravizaram seus
familiares, transformando sua nação em um feudo miserável.
A reverência
ao meio século de totalitarismo cubano mostra que alardear boas intenções vale
mais do que atos concretos. A retórica “altruísta” dos revolucionários serve
como salvo-conduto para todo tipo de crime comum. Em nome da utopia socialista,
vale tudo. Os “nobres” fins justificam os meios mais nefastos.
Muitos falam
dos “avanços sociais” na saúde e na educação. Como se isso, mesmo que fosse
verdade (não é), absolvesse todos os crimes hediondos do ditador adulado por
Hollywood.
Cuba não era
um prostíbulo americano antes de 1959. Era um país com ampla classe média, com
o terceiro maior consumo de proteína no hemisfério ocidental, a segunda renda
per capita da América Latina (maior que a Áustria e o Japão), e a taxa de
mortalidade infantil mais baixa da região.
Sua taxa de
alfabetização já era de 80% em 1957, e o mais importante: os cubanos tinham
cerca de 60 opções de jornais diários para escolher. Compare-se a isso a
realidade hoje, com um único jornal, monopólio estatal, que reproduz somente
aquilo que o ditador deseja. Nas salas de aula, os alunos “aprendem” sobre as
maravilhas do socialismo, e depois precisam enfrentar a realidade infernal da
ilha-presídio. Educação?
Em 1958, Cuba
tinha nove cassinos, e apenas 5% do capital investido no país eram americanos.
Se muitos turistas buscavam diversão na ilha, vários cubanos também viajavam
para Miami. Hoje, milhares de cubanos estão dispostos a nadar no meio de
tubarões para tentar a liberdade nos Estados Unidos, tudo para fugir do
“paraíso” socialista onde “nenhuma criança dorme na rua”.
Para piorar o
quadro, Havana recentemente passou Bangcoc como “capital do sexo infantil no
mundo”. Possui ainda as maiores taxas de suicídio e aborto da região, fruto da
miséria e do desespero. Isso apesar dos mais de US$ 100 bilhões de subsídios
que a antiga União Soviética mandou para Fidel. Chávez assumiu a mesada, mas
fica tudo concentrado na “nomenklatura” escolhida pelo Líder Máximo.
Há também uma
segregação racial na ilha, com 80% dos presos sendo negros, contra menos de 1%
da cúpula do poder. Homossexuais são perseguidos. Os “progressistas” da
esquerda caviar não suportariam viver um dia sequer em “A Ilha do Doutor
Castro” (outra leitura recomendada). Cuba virou importante rota de tráfico de
drogas, com claros sinais de envolvimento do governo, assim como um quintal
para terroristas antiamericanos.
Raúl Castro
escreveu em 1960: “Meu sonho é jogar três bombas atômicas em Nova York”. Seu
irmão chegou a arquitetar planos para efetivamente lançar bombas na cidade, que
felizmente fracassaram.
Fidel,
retratado como humanitário pelos idiotas, já demonstrava sua paixão pela
violência desde jovem. Em seu livro “Cuba sem Fidel”, Brian Latell diz: “Já com
20 anos de idade, Fidel considerava a prática de assassinatos e a provocação de
situações caóticas meios justificáveis e aceitáveis para ver materializados
seus interesses pessoais”.
Mas eis que o
tirano ainda conquista corações ingênuos por aí. Alguns podem alegar que a
Guerra Fria acabou, que o socialismo morreu, e que digo o óbvio. Nelson
Rodrigues sabia que “somente os profetas enxergam o óbvio”.
O leitor
duvida? Então por que ainda temos partidos que pregam o socialismo, enaltecendo
o regime cubano, como faz o PSOL de Chico Alencar e Marcelo Freixo? Por que
nossa presidente chama Cuba de “país-irmão” na ONU, criticando o embargo americano
(parece que ser “explorado” pelos ianques é algo bom, afinal), mas é incapaz de
fazer uma crítica ao regime ditatorial dos Castro?
Não se engane.
A esquerda carnívora ainda vive, e tem em Fidel um guru. Aguardem o dia de sua
morte para ver a patética comoção. Daí a importância do livro de Fontova, um
antídoto para essa doença que ainda encontra terreno fértil abaixo da linha do
Equador, com a ajuda dos nossos “intelectuais” e dos famosos de Hollywood.