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quarta-feira, julho 24, 2013

Comunista gosta é de luxo

Rodrigo Constantino

Deu na FolhaMinistro levou família a Cuba em jato oficial

O ministro Aldo Rebelo (Esporte) usou um avião da FAB (Força Aérea Brasileira) para ir a Cuba no Carnaval com a mulher, o filho e assessores.

Ele esteve em Havana em missão oficial e justificou a carona à mulher e ao filho dizendo que ambos também foram convidados pelo governo cubano.

Nenhum dos dois representou o governo brasileiro na missão. Quando o ministério publicou nota sobre a viagem de Aldo, em fevereiro, o nome deles não constava na lista oficial da comitiva.

A mulher do ministro, Rita, é coordenadora na Secretaria da Mulher do governo do Distrito Federal, controlada pelo PC do B, mesmo partido de Aldo. Já o filho, de 21 anos, é estudante universitário e estagiário.

Só o fato de o Brasil ainda ter um partido oficial que leva comunismo no nome é algo assustador. Some-se a isso o fato de tal partido fazer parte do governo, com ministros e tudo, temos um quadro bizarro. É como ter um partido nazista em pleno século 21, fazendo parte da aliança no poder. Coisas de país tupiniquim.

Não bastasse tudo isso, ainda temos que aturar esse ministro desse partido comunista usar o nosso dinheiro para ir visitar Cuba, a ilha-presídio caribenha, a mais longa e cruel ditadura do continente. Isso já é uma afronta, um desrespeito a todos os pagadores de impostos. 

Esses comunistas adoram luxo, e vão passear em Cuba, sob o pretexto de trabalhar parcerias (levando filho e esposa?), com jatinho "particular" e tudo mais que o nosso dinheiro pode pagar.

Eu até aceito o governo bancar a viagem em jato da FAB para o comunista visitar Cuba; desde que seja passagem só de ida!

quarta-feira, julho 17, 2013

O que sobrou do socialismo

Fonte: EXAME
Rodrigo Constantino

Deu na EXAME: Panamá retém navio da Coreia do Norte que levava material bélico de Cuba.

As autoridades panamenhas retiveram em Colón, no litoral do Caribe, um navio de bandeira norte-coreana com uma carga de açúcar procedente de Cuba, na qual armas de guerra foram encontradas, anunciou o presidente do Panamá, Ricardo Martinelli.

"O navio vinha de Cuba com destino à Coreia do Norte", afirmou Martinelli, que indicou que, "ao tirar a primeira camada" de açúcar da carga, as armas foram encontradas em dois contêineres.
O presidente panamenho, que pediu às autoridades do porto de Manzanillo averiguarem o fato, confirmou que se trata de "material bélico e balístico". Perguntado sobre a possibilidade de mísseis fazerem parte deste carregamento, Martinelli afirmou desconhecer o tema.
As imagens reproduzidas na televisão local mostraram parte das armas achadas, uns artefatos grandes e alongados de cor verde, arrematados com uma ponta cônica, que estavam ocultos sob as lonas.
"Que o mundo saiba que material bélico não declarado não pode passar pelo Canal do Panamá", afirmou Martinelli, que também ressaltou que tanto o capitão do navio como os 35 tripulantes, que se encontram detidos, travaram uma forte resistência.
É realmente lamentável ver no que os dois últimos países mais fiéis ao regime socialista se transformaram. Não foi por falta de alertas por parte dos liberais, desde o começo, enquanto muitos "intelectuais" sonhavam com as maravilhas do igualitarismo. Os economistas austríacos Mises e Hayek, por exemplo, mostraram como o modelo socialista levaria ao totalitarismo e ao caos econômico. Não deu outra.

Hoje, ambos são países criminosos, mafiosos, que mantêm o povo inteiro refém, como gado bovino, enquanto seus governantes praticam todo tipo de ato ilícito, como exportação de drogas, foco de prostituição infantil, venda de armas ilegais etc. E pensar que Cuba chegou a ter mísseis poderosos apontados para a Flórida! Fidel e Raúl desejavam usá-los, o que seria, sem dúvida, o começo da Terceira Guerra Mundial.

O socialismo foi, sem dúvida, o maior equívoco da história. Quantas vidas destruídas em nome dessa utopia! O mais triste, além do sofrimento de todos que vivem sob esses regimes anacrônicos remanescentes, é o fato de que muitos ainda não abandonaram suas ilusões, seus sonhos, esta utopia assassina. Isso é ao mesmo tempo espantoso e assustador.

terça-feira, outubro 16, 2012

Os mísseis cubanos


Rodrigo Constantino, O GLOBO

“Não consigo entender o ponto de vista deles. É um maldito mistério para mim. Não conheço a União Soviética o suficiente”. Estas foram as palavras de JFK há exatos 50 anos, no dia 16 de outubro de 1962, quando soube dos mísseis que os soviéticos enviaram para Cuba.
Aqueles foram os dias mais tensos da Guerra Fria. Uma versão hollywoodiana pintou os irmãos Kennedy como heróis corajosos que impediram a grande desgraça. O que pouca gente sabe é o papel de Fidel Castro no episódio, e a profunda incompetência das autoridades americanas durante os acontecimentos.
O presidente americano, em 11 de setembro daquele ano, decidiu restringir os vôos do U-2 para inspeções na ilha caribenha. Quatro dias depois, os primeiros mísseis soviéticos chegaram ao porto de Mariel, em Cuba. A CIA rejeitou categoricamente a possibilidade de que os soviéticos estivessem instalando áreas nucleares no país.
Em “Legado de Cinzas”, Tim Weiner relata as peripécias da agência de espionagem americana. As transcrições das reuniões sobre a crise dos mísseis só foram divulgadas 40 anos depois. Por todo esse período, “o mundo acreditou que somente a calma determinação do presidente Kennedy e o firme compromisso de seu irmão com uma solução pacífica haviam salvado a nação de uma guerra nuclear”.
Na verdade, JFK cedeu às chantagens soviéticas e aceitou retirar os mísseis americanos da Turquia, exigindo segredo total sobre o acordo, pois sabia que seria humilhante torná-lo público. Outra parte do trato foi aceitar jamais invadir Cuba. Era o fim do sonho de libertação do povo cubano, escravizado até hoje.
Kruschev chegou a escrever que seria ridículo entrar em guerra por causa de Cuba. A guerra era impensável para o líder soviético. A superioridade nuclear dos americanos era gigantesca na época: 5 mil ogivas contra 300 dos soviéticos. Kruschev usou Cuba como instrumento para negociar a retirada dos mísseis da Turquia, e JFK, perplexo, caiu no blefe. Mas nem todos blefavam...
Conforme relata Humberto Fontova em “Fidel: o tirano mais amado do mundo”, o ditador cubano teria ”enlouquecido” após Kruschev retirar os mísseis de Cuba. Fidel “chutou paredes e quebrou vidros, janelas e espelhos”.
Seu comparsa Che Guevara revelava o motivo da fúria: “Se os mísseis permanecessem, nós os teríamos utilizado contra o coração dos Estados Unidos, incluindo Nova York. Não devemos jamais estabelecer uma coexistência pacífica. Nessa luta até a morte de dois sistemas, devemos conquistar a vitória definitiva. Devemos andar pelo caminho da libertação, mesmo que isso custe milhões de vidas”.
Se Kruschev encarava Cuba como moeda de barganha diplomática, Fidel e Che, por outro lado, levavam muito a sério a ideia de mandar Nova York pelos ares, sonho patológico de muito antiamericano concretizado por Bin Laden em setembro de 2001.
Ironia das ironias, muitos “pacifistas” gostam de estampar a foto de Che em suas camisetas. Os Estados Unidos costumam ser o alvo predileto desses ativistas, enquanto o regime iraniano, cujo líder autoritário propaga abertamente seu desejo de “varrer Israel do mapa”, segue tranquilamente seu avanço rumo ao poderio nuclear.    
Certos idealistas realmente chocam pelo quanto de violência estão dispostos a aceitar como meio para seu “nobre” fim. O recém-falecido Eric Hobsbawm, por exemplo, respondeu “sim” ao canadense Michael Ignatieff, quando este perguntou se 20 milhões de mortes seriam justificáveis caso a utopia comunista tivesse sido criada.
Não custa lembrar que a pomba foi eternizada como símbolo da paz por um cartaz impresso com uma litografia de Picasso para um congresso patrocinado pelos assassinos de Moscou. O pintor foi vencedor por duas vezes do Prêmio Lênin da Paz. Lênin, que deliberadamente usou a guerra civil e a fome como armas para sua consolidação do poder, e que declarou: “Enquanto não aplicarmos o terror sobre os especuladores – uma bala na cabeça, imediatamente – não chegaremos a lugar algum!”
O pior é que, apesar de tudo, ainda tem quem defenda o socialismo. Nelson Rodrigues foi direto ao ponto: “Quem é a favor do mundo socialista, da Rússia, ou da China, ou de Cuba, é também a favor do Estado Assassino”.
Com isso em mente, é alvissareira a condenação pelo STF de José Dirceu, “soldado” treinado em Cuba que liderou o maior ataque à democracia da nossa história. Pela reação dos petistas, fica claro que o ranço autoritário, inspirado no nefasto modelo cubano, ainda sobrevive neles. Os brasileiros agradecem ao STF por renovar as esperanças em um país melhor.

sexta-feira, outubro 05, 2012

Carta em defesa de Yoani Sánchez


Venho, por meio desta, manifestar meu total repúdio ao regime ditatorial cubano, que acaba de fazer mais uma vítima inocente: Yoani Sánchez. O único “crime” da blogueira foi criticar uma ditadura assassina que está no poder faz meio século. Sua prisão demonstra, uma vez mais, que Cuba ainda vive na era feudal, e que a família Castro trata os 11 milhões de cubanos como escravos particulares.

Não há a liberdade mais básica em Cuba, aquela de manifestar os próprios pensamentos e ideias. Todos devem ser subservientes ao ditador, e aceitar calados as mentiras do regime. Yoani Sánchez simplesmente se negou a ser tratada como gado. Ela é um ser humano e tem o direito de criticar o governo. Direito este usurpado por um grupo de bandidos no poder.

Venho ainda manifestar minha repulsa a muitos “intelectuais” e artistas brasileiros, que defendem publicamente este regime cruel e opressor instalado em Cuba. Saibam que vocês são cúmplices destes crimes! Saibam que vocês colaboram com a manutenção de uma ditadura que asfixia as liberdades elementares dos pobres cubanos!

Alguns desses “intelectuais” assinam manifestos em defesa de José Dirceu, que foi treinado em Cuba e mantém relação próxima com os ditadores da família Castro. Dirceu é réu acusado de “chefe de quadrilha” no Brasil. Será que ele merece defesa, mas Yoani Sánchez merece seu silêncio? “Tudo que é necessário para o triunfo do mal é que as pessoas de bem nada façam”, disse Burke. O silêncio de vocês sobre as atrocidades cubanas é ensurdecedor!

Rodrigo Constantino   


terça-feira, outubro 02, 2012

Castrolândia


Rodrigo Constantino, O GLOBO

Michael Moore, Jack Nicholson, Oliver Stone, Steven Spielberg, Francis Coppola, Robert Redford, Danny Glover e Sean Penn: o que todos eles têm em comum, além da fama e da fortuna? São bajuladores da mais longa, cruel e assassina ditadura do continente.
Cuba ainda desperta fortes emoções em muito inocente útil mundo afora. Por isso devemos celebrar o lançamento, pela Leya, do livro “Fidel: O tirano mais amado do mundo”, de Humberto Fontova.
Exilado em Miami, Fontova é também autor de “O Verdadeiro Che Guevara”. Não deve ser fácil ver os gringos tratando como heróis esses que dizimaram e escravizaram seus familiares, transformando sua nação em um feudo miserável.
A reverência ao meio século de totalitarismo cubano mostra que alardear boas intenções vale mais do que atos concretos. A retórica “altruísta” dos revolucionários serve como salvo-conduto para todo tipo de crime comum. Em nome da utopia socialista, vale tudo. Os “nobres” fins justificam os meios mais nefastos.
Muitos falam dos “avanços sociais” na saúde e na educação. Como se isso, mesmo que fosse verdade (não é), absolvesse todos os crimes hediondos do ditador adulado por Hollywood.
Cuba não era um prostíbulo americano antes de 1959. Era um país com ampla classe média, com o terceiro maior consumo de proteína no hemisfério ocidental, a segunda renda per capita da América Latina (maior que a Áustria e o Japão), e a taxa de mortalidade infantil mais baixa da região.
Sua taxa de alfabetização já era de 80% em 1957, e o mais importante: os cubanos tinham cerca de 60 opções de jornais diários para escolher. Compare-se a isso a realidade hoje, com um único jornal, monopólio estatal, que reproduz somente aquilo que o ditador deseja. Nas salas de aula, os alunos “aprendem” sobre as maravilhas do socialismo, e depois precisam enfrentar a realidade infernal da ilha-presídio. Educação?
Em 1958, Cuba tinha nove cassinos, e apenas 5% do capital investido no país eram americanos. Se muitos turistas buscavam diversão na ilha, vários cubanos também viajavam para Miami. Hoje, milhares de cubanos estão dispostos a nadar no meio de tubarões para tentar a liberdade nos Estados Unidos, tudo para fugir do “paraíso” socialista onde “nenhuma criança dorme na rua”.
Para piorar o quadro, Havana recentemente passou Bangcoc como “capital do sexo infantil no mundo”. Possui ainda as maiores taxas de suicídio e aborto da região, fruto da miséria e do desespero. Isso apesar dos mais de US$ 100 bilhões de subsídios que a antiga União Soviética mandou para Fidel. Chávez assumiu a mesada, mas fica tudo concentrado na “nomenklatura” escolhida pelo Líder Máximo.
Há também uma segregação racial na ilha, com 80% dos presos sendo negros, contra menos de 1% da cúpula do poder. Homossexuais são perseguidos. Os “progressistas” da esquerda caviar não suportariam viver um dia sequer em “A Ilha do Doutor Castro” (outra leitura recomendada). Cuba virou importante rota de tráfico de drogas, com claros sinais de envolvimento do governo, assim como um quintal para terroristas antiamericanos.
Raúl Castro escreveu em 1960: “Meu sonho é jogar três bombas atômicas em Nova York”. Seu irmão chegou a arquitetar planos para efetivamente lançar bombas na cidade, que felizmente fracassaram.
Fidel, retratado como humanitário pelos idiotas, já demonstrava sua paixão pela violência desde jovem. Em seu livro “Cuba sem Fidel”, Brian Latell diz: “Já com 20 anos de idade, Fidel considerava a prática de assassinatos e a provocação de situações caóticas meios justificáveis e aceitáveis para ver materializados seus interesses pessoais”.
Mas eis que o tirano ainda conquista corações ingênuos por aí. Alguns podem alegar que a Guerra Fria acabou, que o socialismo morreu, e que digo o óbvio. Nelson Rodrigues sabia que “somente os profetas enxergam o óbvio”.
O leitor duvida? Então por que ainda temos partidos que pregam o socialismo, enaltecendo o regime cubano, como faz o PSOL de Chico Alencar e Marcelo Freixo? Por que nossa presidente chama Cuba de “país-irmão” na ONU, criticando o embargo americano (parece que ser “explorado” pelos ianques é algo bom, afinal), mas é incapaz de fazer uma crítica ao regime ditatorial dos Castro? 
Não se engane. A esquerda carnívora ainda vive, e tem em Fidel um guru. Aguardem o dia de sua morte para ver a patética comoção. Daí a importância do livro de Fontova, um antídoto para essa doença que ainda encontra terreno fértil abaixo da linha do Equador, com a ajuda dos nossos “intelectuais” e dos famosos de Hollywood. 

sexta-feira, julho 27, 2012

Cuba ou Castrolândia?


Antenor Barros Leal, Jornal do Commercio (24 de Julho) *

É impressionante o apoio dedicado por parte da intelectualidade brasileira (inclusive cantores e compositores da mais alta estima popular), aos ditadores que assumiram o poder em Cuba e que, para manter o domínio, impõem um dos mais bárbaros sistemas políticos atuais.

Comparável à Coreia do Norte, onde parentes se revezam no comando de um povo assustado e controlado nos mínimos detalhes, Cuba exerce, entretanto, um fascínio desonesto e inaceitável, embora dominada por uma “família” como outra qualquer.

Os nossos cubanistas odeiam o controle da imprensa. Desprezam a falta de liberdades. Detestam o exercício do poder por parentes dos políticos, suplentes e outros bichos. Não imaginam viver num país onde sejam proibidos a organização social ou o simples protesto. Não aceitariam, ainda que de forma coloquial, conversar sobre a retirada de direitos dos trabalhadores. Se alguém por aqui tentasse proibir o livre exercício do direito de greve, com certeza, correriam para as ruas em solenes protestos.

Se apenas alguns escolhidos pudessem compor o Congresso Nacional, que gritaria ouviríamos? E se houvesse uma imensa quantidade de presos políticos?

Mas, quando se trata de Cuba não tem problema! Aceitam e elogiam. Como podem apoiar um governo que proíbe a leitura de livros não aprovados por sua “stasi” particular? Como ajudam a um pais que faz eleição no modelo iraquiano do “Hussein” que ganhava todas com 100% dos votos?

Há pouco tempo, dois atletas cubanos pediram asilo político no Brasil. Não aceitos, foram enviados presos para o “paraíso” donde tentavam escapar. Ninguém reclamou.

O que tem os dirigentes antidemocráticos cubanos de encantador? O que pode agradar a brasileiros livres um pais dominado por um grupelho? Será que foi a simpatia do nosso heroi “fidel” da montanha, cantando liberdade contra um bandido chamado Batista? Ou o Fidel posterior? Fiel cumpridor das ordens da falida União Soviética e destruidor das liberdades e do livre pensamento do povo?

Precisamos iniciar um movimento anticastrista, da mesma forma que somos contra os sadans, assads e kim jongs. Como ficamos felizes com a queda dos "donos" do Egito, da Tunísia e do Iraque e nada fazemos contra os que dizimam o  futuro dos cubanos?

Está na hora da inteligência da América Latina se juntar para acabar com este regime cruel que se eterniza à sombra da tortura, que se alimenta do silêncio das prisões e do sofrimento das famílias daqueles que ousam ser contra.

Ou bem fazemos isto ou seremos cúmplices históricos de um crime bárbaro contra um povo que se parece conosco, que canta como nós cantamos, que veio de onde viemos e que, se não o ajudarmos, ficará na rabeira do mundo.

Onde, aliás, seus títeres gostam de viver.

* Presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro

sexta-feira, março 23, 2012

Socialismo não funciona... mais?

Rodrigo Constantino

Deu no GLOBO: Papa diz que comunismo não funciona mais em Cuba. Há duas coisas absurdas na simples chamada: Como assim não funciona MAIS? E como assim em Cuba? Ele NUNCA funcionou, e em lugar ALGUM!

Ao menos a reportagem teve um momento engraçado. Em um dia triste para quem aprecia o humor, com a perda do incomparável Chico Anysio, a matéria trouxe a PIADA DO DIA, proferida por Bruno Rodriguez, ministro de Relações Exteriores de Cuba: "Nós respeitamos todas as opiniões. Consideramos útil a troca de ideias". Um tanto de mau gosto, é verdade. Mas uma grande piada!

Para quem quer saber os motivos que sempre levaram e levariam o socialismo ao fracasso total, recomendo minha palestra (parte 1 e parte 2) no Forum da Liberdade sobre o assunto. Aqueles que argumentam que o socialismo nunca existiu de fato, lembro que enquanto fim ele jamais existirá, pois se trata de uma (terrível) utopia. Mas enquanto meio, existiu sim, deixando sempre um rastro de miséria e escravidão por onde passou.

Cuba capitalista?


Rodrigo Constantino

A revista alemã Der Spiegel publica matéria sobre Cuba, afirmando que Havana começa a sentir o gosto do livre mercado. A reportagem alega que o "presidente" (sic) Raul Castro tem adotado reformas liberalizantes no país, e que a Igreja Católica tem apoiado maior abertura.

A revista britânica The Economist dessa semana trata do mesmo assunto, com matéria de capa sobre Cuba. A reportagem afirma que finalmente o capitalismo está dando o ar de sua graça na ilha, e que os Estados Unidos deveriam incentivar estas mudanças.

Será que a ilha-presídio caribenha realmente vai caminhar em direção ao capitalismo, com reformas liberalizantes? Será que o feudo particular dos Castro vai fazer como a China, que manteve o controle político, mas adotou inúmeras mudanças econômicas em prol de maior liberdade, colhendo como resultado elevadas taxas de crescimento e milhões de indivíduos saindo da miséria? Tomara que sim! Mas eu teria muito mais cautela que as duas revistas. É cedo demais para comemorar.

Enquanto alguém com o sobrenome Castro estiver dando as cartas no inferno comunista do Caribe, eu duvido que mudanças realmente expressivas ocorram. Espero estar enganado, mas quem aposta para ver?

Em 2010, quando o próprio Fidel Castro supostamente afirmou que o modelo cubano não funcionada "mais", escrevi um artigo sobre o assunto. Recomendo a leitura.

segunda-feira, março 19, 2012

The Pope's Cuba Gamble

By MARY ANASTASIA O'GRADY, WSJ

Ignoring those who have suffered for their faith may win some favor for the Church, but it risks alienating the island's faithful.

With only a week to go until Pope Benedict XVI is scheduled to make the second papal visit to Cuba in 14 years, joyful anticipation ought to be buoying the island's Christians. But for those brave soldiers of Christ who have stood up against political repression, the prevailing mood is deep frustration.

For 53 years, Cuba's totalitarian regime has made life hell for the population. But Castro also has spared no expense in running a clever international propaganda campaign. Regime survival has depended on East German-style repression covered over by a smiley face for international consumption. It has worked, and Cuban human-rights defenders have suffered their indignities with little moral support from the outside world.

Cuban dissidents had hoped the pope's visit would help them expose the twisted jailors who run the island prison. So what are we to make of the fact that the pontiff will not be meeting with any of the island's Christian human-rights advocates? These communicants have endured unspeakable acts of state terror to be witnesses to the faith. They have earned papal recognition. Disappointment doesn't begin to describe their dashed hopes.

It's not that they haven't asked. They've begged. From Havana, former Cuban political prisoner Angel Moya put the dissident concerns this way: "The Cuban regime will try to manipulate the pontiff's presence in Cuba," he told the website "Pieces of the Island." "We are calling on the support of the international community and of our exiled brothers, so we, the outcast, the persecuted, are able to meet with Pope Benedict XVI and tell him what is really happening here on the island . . ."

Berta Soler — Mr. Moya's wife and the spokeswoman for the Ladies in White, who since 2003 have withstood beatings, arrests and harassment by the regime to attend Mass as a group and protest political imprisonments—has gone even further. She delivered, through the papal nuncio in Havana, a formal request from the Ladies to see the pope, "even for one minute."

Numerous other Christians on the island have made similar requests. From the U.S., Yale Prof. Carlos Eire wrote a powerful plea on behalf of the Ladies for National Review Online on March 5: "Like the Canaanite woman who cried out to Jesus, 'Lord, help me!' or the woman who touched the hem of Jesus's robe in hope of a cure, they are reaching out, full of faith, begging against all odds. In an island where everyone has been turned into a beggar, they beg for the rarest and most precious gift of all: your presence." Cuban Cardinal Jaime Ortega's office told the Ladies in White that the pope's schedule is too tight.

Some dissidents wonder whose side the cardinal is on. In recent years he was instrumental in helping the regime deport scores of political prisoners who had become a liability for the regime's image. Though he recently offered a Mass for ailing Venezuelan dictator Hugo Chávez, Ms. Soler's request for a Mass for deceased dissidents has gone unanswered.

The cardinal has said that the purpose of the trip is "a new evangelization" and of course spreading the gospel is the Lord's work. But it is hard to see how converts will be won if the pope snubs the marginalized and schmoozes with the powerful.

On Thursday, 13 Christians holed up inside Our Lady of Charity of Cobre church in Havana to demand that the pope hear their grievances against the regime were forcibly removed by police, reportedly at the request of Cardinal Ortega. Then on Friday the Vatican announced that if Fidel Castro wants to meet, "the pope will be available."

In case all this is not enough to destroy Cuban confidence in the pope as an ally, the government newspaper Granma said this in an editorial last week: "We are sure that His Holiness will affectionately treasure the memory of this Caribbean Island, which values his visit as a manifestation of trust and a renewed expression of the excellent and uninterrupted relations between the Holy See and Cuba."

All Cubans know that the "revolution" persecuted the faithful. They were sent before firing squads or to the dungeons, Catholic schools and churches were shuttered, and the island was declared an atheist paradise.

But now Fidel is reminding Cubans that relations were never broken with Rome and he is claiming that all the while he has gotten on fabulously with the pope. Will Pope Benedict, who is by no means a Castro sympathizer, allow the regime to get away with this?

Unless he has something up his sleeve, the visit may turn out to be a gross miscalculation. Cubans know that they are hostages in their own country. If the pope is perceived as going along with this big lie, it will only heighten the sense of betrayal toward Cardinal Ortega and it will do nothing to strengthen the Church in Cuba.

domingo, fevereiro 12, 2012

Um sonho que acabou

FERREIRA GULLAR, FOLHA DE SP

É com enorme dificuldade que abordo este assunto: mais uma vez -a 19ª- o governo cubano nega permissão a que Yoani Sánchez saia do país. A dificuldade advém da relação afetiva e ideológica que me prende à Revolução Cubana, desde sua origem em 1959.

Para todos nós, então jovens e idealistas, convencidos de que o marxismo era o caminho para a sociedade fraterna e justa, a Revolução Cubana dava início a uma grande transformação social da América Latina. Essa certeza incendiava nossa imaginação e nos impelia ao trabalho revolucionário.

Nos primeiros dias de novo regime, muitos foram fuzilados no célebre "paredón", em Havana. Não nos perguntamos se eram inocentes, se haviam sido submetidos a um processo justo, com direito de defesa. Para nós, a justiça revolucionária não podia ser questionada: se os condenara, eles eram culpados.

E nossas certezas ganharam ainda maior consistência, em face das medidas que favoreciam aos mais pobres, dando-lhes enfim o direito a estudar, a se alimentar e a ter atendimento médico de qualidade. É verdade que muitos haviam fugido para Miami, mas era certamente gente reacionária, em geral cheia da grana, que não gozaria mais dos mesmos privilégios na nova Cuba revolucionária.

Sabíamos todos que, além do açúcar e do tabaco, o país não dispunha de muitos outros recursos para construir uma sociedade em que todos tivessem suas necessidades plenamente atendidas. Mas ali estava a União Soviética para ajudá-lo e isso nos parecia mais que natural, mesmo quando pôs na ilha foguetes capazes de portar bombas atômicas e jogá-las sobre Washington e Nova York. A crise provocada por esses foguetes pôs o mundo à beira de uma catástrofe nuclear.

Mas nós culpávamos os norte-americanos, porque eles encarnavam o Mal, e os soviéticos, o Bem. Só me dei conta de que havia algo de errado em tudo isso quando visitei Cuba, muitos anos depois, e levei um susto: Havana me pareceu decadente, com gente malvestida, ônibus e automóveis obsoletos.

Comentei isso com um companheiro que me respondeu, quase irritado: "O importante é que aqui ninguém passa fome e o índice de analfabetismo é zero". Claro, concordei eu, muito embora aquela imagem de país decadente não me saísse da cabeça.

Impressão semelhante -ainda que em menor grau- causaram-me alguns aspectos da vida soviética, durante o tempo que morei em Moscou. O alto progresso tecnológico militar contrastava com a má qualidade dos objetos de uso. O que importava era derrotar o capitalismo e não o bem-estar e o conforto das pessoas. Mas os dirigentes do partido usavam objetos importados e viam os filmes ocidentais a que o povo não tinha acesso.

Se a situação econômica de Cuba era precária, mesmo quando contava com a ajuda da URSS, muito pior ficou depois que o socialismo real desmoronou. É isso que explica as mudanças determinadas agora por Raúl Castro.

Mas, antes delas, já o regime permitira a entrada de capital norte-americano para construir hotéis, que hoje hospedam turistas ianques, outrora acusados de transformar o país num bordel. Agora, o governo estimula o surgimento de empresas capitalistas, como o faz a China. Está certo desde que permita preservar o que foi conquistado, já que a alternativa é o colapso econômico.

Tudo isso está à mostra para todo mundo ver, exceto alguns poucos sectários que se negam a admitir ter sido o comunismo um sonho que acabou. Mas há também os que se negam a admiti-lo por impostura ou conveniência política.

Do contrário, como entender a atitude da presidente Dilma Rousseff que, em recente visita a Cuba, forçada a pronunciar-se sobre a violação dos direitos humanos, preferiu criticar a manutenção pelos americanos de prisioneiros na base aérea de Guantánamo, o que me fez lembrar o seguinte: um norte-americano, em visita ao metrô de Moscou, que, segundo os soviéticos, não atrasava nunca nem um segundo sequer, observou que o trem estava atrasado mais de três minutos. O guia retrucou: "E vocês, que perseguem os negros!".

A verdade é que nem eu nem a Dilma nem nenhum defensor do regime cubano desejaria viver num país de onde não se pode sair sem a permissão do governo.

sábado, junho 18, 2011

Che, o deus dos idiotas úteis


Rodrigo Constantino

Quando escrevi o artigo para O GLOBO sobre o verdadeiro Che Guevara, aquele assassino porco que matava inocentes entre um banho espaçado e outro (o sujeito não era chegado num sabão), sabia que iria despertar a fúria dos perfeitos idiotas latino-americanos. Eu mexi com o "Maomé" dos comunas, o "deus" das viúvas de Stalin. Aquela turma que até hoje idolatra o mais antigo ditador do planeta, o senhor feudal da ilha caribenha chamada Cuba, um presídio de miseráveis. E eu não estava errado na previsão, naturalmente.

Eis que um tal de Lúcio Castro, comentador de esporte que eu jamais ouvi falar, resolveu me atacar no site da ESPN. E qual o seu grande trunfo para me atacar, exatamente? Algum argumento combatendo os dados que abordei no artigo? Alguma fonte histórica séria para defender Che como um grande homem, e não a fria máquina assassina que foi? Claro que não! Ele me atacou, ó céus!, por eu ser supostamente um "Zé Ninguém". Quem eu penso que sou para falar do "xerife" Che Guevara, aquele que mandou ao paredão milhares de pessoas inocentes?

É evidente que não valem os minutos perdidos para rebater um pobre coitado desses, comentarista de futebol. Mas por que eu resolvo fazê-lo então? Justamente porque creio ser sintomático da pobreza intelectual do país este caso. O tal de Lúcio Castro (quem?) serve como uma luva para mostrar justamente como idiotas úteis ainda pululam nesse país. E pior! Com espaço na imprensa!!! Brasileiros não gostam de debater argumentos e fatos, e sim pessoas. A fama passa a ser mais importante que o conteúdo. Quem disse é mais relevante do que o que foi dito. (Para socialistas, todos são iguais, mas uns mais iguais que os outros!)

O tal de Lúcio (quem?) diz, depois de enfadonhos parágrafos sobre Romário, que poderiam ser resumidos em poucas linhas (ele estava focando no que mais entende), que não vem ao caso falar de ideologia, defender ou não o regime Cubano. E para que? Para logo depois fazer exatamente isso. Defender da forma mais escancarada e patética a mais cruel, antiga e perversa DITADURA do continente! Isso mesmo. O comentador de futebol fez um texto enorme para dizer que Cuba é o máximo, e que um "Zé Ninguém" ousou falar o contrário, atacando o líder revolucionário Che Guevara. E não é que mesmo assim, SEM UM ÚNICO ARGUMENTO, o sujeito recebeu dezenas de mensagens favoráveis, como se ele tivesse detonado meus pontos?

Claro que ele apagou várias mensagens contrárias, direito dele (propriedade privada com liberdade de escolha é isso, um dia ele entende e passa a condenar Cuba). Mas a reação daqueles pobres coitados que devem perder muito tempo vendo o baixinho jogar e quase nenhum para ler sobre fatos históricos em Cuba (sem usar como fonte Fidel Castro, naturalmente), foi mesmo lamentável, ainda que previsível. A massa de inocentes úteis queria apenas isso: que alguém, ainda que um "Zé Ninguém" comentarista de esporte, aparecesse para atacar o autor do artigo que gerou tanto incômodo, mesmo que sem apresentar um argumento sólido contra os dados que abordei. Isso "lavou a alma" deles. Agora eles podem ir dormir mais tranquilos. Afinal, Che ainda é um santo! O tal de Lúcio Castro disse. TEM QUE SER VERDADE! Amém.

Que pobreza intelectual. Quanta podridão ideológica. E pensar que no Brasil a estupidez tem um passado glorioso e um futuro fantástico!!! Gente que consegue defender assassinos ainda recebe espaço na imprensa e aplausos dos incautos. Tragicômico.

PS: Um comentário no site da ESPN chamou minha atenção. O sujeito estava revoltado com minha "agressividade", por chamar de idiotas úteis os fãs do assassino Che Guevara. Vejam bem! Agressividade é isso, não o que o próprio Che fez, ao puxar o gatilho e mandar para o "além" centenas de pessoas cujo "crime" era ser "burguês" ou rejeitar o comunismo. Que coisa!

PS2: Alguns focaram no fato de que Cuba não era boa com Fulgêncio, o que é indiscutível. Mas dentro do contexto latino-americano, nem se saía tão mal assim. E Fidel, com ajuda de Che, conseguiu fazer com que favelas cariocas pareçam lugares decentes perto de Cuba. E esses são os facínoras idolatrados pelos idiotas úteis!