sexta-feira, abril 28, 2006

O Terceiro Setor

Rodrigo Constantino

O governo de Rosinha, mulher do ex-governador e pré-candidato a presidente Garotinho, doou R$ 254 milhões para ONGs. O grosso, cerca de 90%, foi sem licitação alguma. Uma delas recebeu sozinha mais de cem milhões. As ONGs não explicam como prestaram serviços ao Estado para tamanho recebimento de recursos. Há claramente o uso de laranjas no esquema. Algumas dessas ONGs foram doadoras para a pré-campanha presidencial de Garotinho. Fica a suspeita, bastante provável, da existência de um esquema triangular de repasse de recursos do povo para alguns poucos políticos e aliados.

A Justiça de São Paulo autorizou a quebra do sigilo bancário e fiscal de duas ONGs com estreitas ligações com a ex-prefeita Marta Suplicy, do PT. O Ministério Público suspeita que houve triangulações para o desvio de pelo menos R$ 4 milhões da prefeitura durante a gestão da petista.

Dois estados distintos, dois partidos diferentes, mas o mesmo problema. Onde estaria a causa dele? O que transforma o terceiro setor em um antro de para-estatais, vivendo como parasitas dos recursos públicos transferidos por políticos poderosos através de critérios mais que suspeitos? Alguns gostariam de pensar que o problema está apenas no governante em si, e bastaria votar em alguém honesto para sanar o problema. Com tal mentalidade, elegeram Lula, cujo governo pariu o “mensalão”, esquema mais nefasto de corrupção já visto no país.

Está mais que na hora dos eleitores entenderem que o modelo está completamente errado. Concentrar poder e recursos demais em poucos governantes é o caminho certo para o aumento da corrupção. A principal causa dessa festa com o dinheiro do “contribuinte”, ao lado da impunidade, é a hipertrofia estatal. Há que se reduzir urgentemente o tamanho do Estado.

3 comentários:

Anônimo disse...

A Veja foi arrogante. O Globo vingativo. A imparcialidade foi pra cucuia a muito tempo. E o Garotinho se não é um bom político, ou seja, um político igual a todos esses que estão aí posando de bonzinhos e corretos, pelo menos é macho. Acho difícil eu passar fome opcionalmente por alguma coisa nesse mundo. Não deve ser nada bom.

Ninguém nunca vai pegar o PSDB com caixa dois ou dinheiro suspeito de campanha. Ali no PSDB não entra nenhum bobo do PT.

Há muito hipocrisia no Brasil. Para melhorar a vida dos pobres a economia tem que crescer. Ótimo. Então até isso acontecer que se virem os pobres mesmo.

Anônimo disse...

"Concentrar poder e recursos demais em poucos governantes é o caminho certo para o aumento da corrupção."

O que tem de ser feito então para uma melhor gestão do dinheiro público? O que você sugere? Como tem de ser feita a divisão de poder sobre o dinheiro?

Muito bom seus artigos.
Aguardo resposta.
Abraços.

Rodrigo Constantino disse...

Sérgio, Garotinho não é "macho", mas sim um demagogo, populista, oportunista safado. Uma espécie de novo Brizola. O país não aguenta mais gente assim.

Alves, temos que adotar o federalismo, descentralizar o poder e reduzir bastante as funções do Estado, aumentando a liberdade individual.

Abraços,

Rodrigo