sexta-feira, setembro 29, 2006

Relativismo Cultural



Rodrigo Constantino

Uma das grandes pragas modernas é o relativismo cultural, a nebulosa visão de que é impossível julgarmos objetivamente as diferentes culturas, hierarquizando-as. A ditadura do politicamente correto acaba fazendo inúmeras vítimas, que sequer notam as claras contradições desta postura. Não há quem não julgue, no fundo, diferenças de valores. O perigo reside na hipocrisia de se afirmar que são apenas “diferenças”, em vez de emitir um parecer sincero sobre a superioridade de uns sobre os outros. Apelam para a máxima de que “somos todos iguais”, como se um Gandhi fosse realmente igual a um Fernandinho Beira-Mar. Colocar o joio e o trigo no mesmo saco é injusto. Misturar lama com sorvete estraga o sorvete, e não torna a lama apetitosa.

Uma cultura é, segundo a definição da Enciclopédia Britânica, um padrão integrado de conhecimento humano, crenças e comportamentos que são resultados da capacidade humana de aprendizagem e transmissão de conhecimento para as gerações seguintes. Cultura consiste então em língua, idéias, crenças, costumes, códigos de conduta, instituições, ferramentas, técnicas, rituais, arte, símbolos etc. A cultura de um povo pode evoluir com o tempo. Cultura se aprende. Os relativistas culturais tentam logo acusar de “nazistas” aqueles que conseguem enxergar objetivamente instituições e costumes superiores – ignorando que Hitler falava em superioridade racial dos arianos, algo que seria inato, não aprendido. O conceito de raça humana sequer faz sentido! Já estoque de conhecimento, instituições, valores e avanços não só existem e variam muito de cultura para cultura, como uns são bastante superiores a outros. Ou será que alguém realmente acredita que a cultura da Suíça é apenas “diferente” da do Zimbábue, e não melhor?

Algo inerente aos relativistas culturais, pelo fator contraditório de suas crenças, é o constante uso de dois pesos e duas medidas. Ao mesmo tempo em que relativizam todas as barbaridades provenientes da cultura atrasada que pretendem defender, esquecem o relativismo e partem para a objetividade de julgamento na hora de condenar as culturas que detestam – normalmente as mais avançadas e livres. Assim, cortar o clitóris passa a ser apenas uma “diferença cultural”, como colocar um brinco na filha. Mas o “consumismo” ocidental é algo podre, que deve ser combatido, e não apenas uma “diferença” de valores. Uma cultura que prega a morte de “infiéis” como finalidade máxima é apenas uma cultura “diferente”, enquanto se um país for se defender dessa ameaça, sua “cultura belicosa” passa a ser repugnante. Os relativistas fingem não perceber que se “tudo vale”, pois nenhuma cultura é superior a outra, então um povo pode alegar ter como valor supremo o extermínio de outras culturas. Com qual critério um relativista consegue julgar algo, se tudo não passa de “diferenças culturais”?

Outra falácia comum entre os relativistas é tirar as coisas do contexto, comparando alhos com bugalhos. Questionam a tal superioridade cultural do Ocidente citando o império espanhol, com Pizarro trucidando os incas no Peru, por exemplo. Mas ignoram dois pontos cruciais: em primeiro lugar, estão deixando o relativismo de lado e usando um critério objetivo para condenar esse passado negro, possível justamente pela evolução cultural do Ocidente; em segundo lugar, esquecem o fator cronológico e comparam as civilizações modernas com as antigas, sem levar em conta como era a vida naquele tempo, comparando alternativas. O Império Romano, por exemplo, parece atrasado ou mesmo bárbaro aos nossos olhos atuais. Mas quando comparamos o modus vivendi dos romanos com o dos hunos, governados por Átila, vemos que a civilização da época estava com os romanos, enquanto a barbárie estava nos hunos.

O mundo não tem absolutamente nada a ganhar com a névoa moral que impede uma análise honesta sobre as diferentes culturas. Isso nada tem a ver com eugenia ou nazismo, posto que cultura não é algo inato, dependente de uma raça. Valores culturais podem – e devem – ser ensinados, copiados, aprendidos. Valores como a liberdade individual, o direito à vida, o império de leis isonômicas, não são apenas uma questão de gosto do “freguês”, mas sim valores universais. Como podem os relativistas falarem em “diferenças culturais” sem grau de hierarquia ao mesmo tempo que pregam os tais “direitos universais”? Não notam a gritante contradição? Se notam – e um mínimo de inteligência permite isso – trata-se então de pura hipocrisia mesmo. Defendem de forma consciente algo errado, injusto e imoral, colocando o podre como equivalente ao sadio, o pérfido como igual ao virtuoso. Que tipo de gente faz isso? Não podem ser os virtuosos...

8 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns Rodrigo!!
Eu estou comecando a me aprofundar nesses assuntos e tenho escrevido em um blog particular. Vc näo sabe como já me estressei! Gente que vc nem conhece vem lá sem a menor educacäo falar asneiras. E a última discussäo foi justamente sobre essa relativizacäo täo freqüente entre as crias-comunistas. Como conseguem afirmar em sä-consciência que näo podem haver culturas mais avancadas, ou evoluídas que outras?! Por falar nisso, acreditas que a humanidade tem evoluído? Abraco

Anônimo disse...

Minha hipótese: ao longo do tempo, o marxismo teve de acolher uma série de manifestações culturais e políticas contraditórias entre si ou com o próprio marxismo, mais ou menos inconsistentes nelas mesmas, mas taticamente favoráveis aos interesses da luta política marxista.
O relativismo torna-se então necessário para acomodar "confortavelmente" todas essas teses, teorias e práticas que, de outro modo, seriam incompatíveis.
O relativismo é "saco" que acolhe todos os "gatos" - previamente, claro, sedados pela adesão prévia ao próprio relativismo.

Anônimo disse...

Perfeito. Mais ótimo artigo.

E foi opurtuno por que eu gostaria exatamente de comentar esse assunto.

é que eu entrei no site do instituto Von Mises e lá há uma forte critica contra Milton Friedman e a escola da Chicago por causa de seu relativismo moral.

É um assunto que divide até mesmo liberais. O que pensas sobre isso, Rodrigo? Von Mises está certo em suas criticas a Friedman? Friedman padece do mesmo mal que pensadores esquerdistas ou Mises exagera?

Anônimo disse...

soh comentando o q vc disse em outro artigo Constantino

com certeza vc n tem apenas 8 leitores, pois eu nunca postei antes (nem sabia dessa possibilidade :p) e sempre leio o blog

Anônimo disse...

O Fim supremo – 02 – 01 – 2004 — C. Mouro — (add 12-03-04)
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Existem perguntas sem resposta, tanto quanto “respostas” sem perguntas.
O problema é que muitas perguntas são formuladas sem que se deseje respostas, tanto quanto “respostas” são elaboradas sem responder pergunta alguma. Quem formula perguntas e “respostas” ora não quer saber a resposta, ora não quer saber a pergunta.
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Os fins justificam os meios?
Se fizermos esta pergunta é possível que a maioria diga que não, caso venha a desconfiar das consequências de uma resposta afirmativa. Contudo, a prática é apelar sempre para “objetivos supremos” a fim de tentar justificar meios racionalmente injustificáveis.
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Pare e pense sobre a porca realidade! A política e a moral não se realizam sempre sobre o argumento de se atingir um “fim supremo” ou um “objetivo consagrador”? não se construiu e constrói a moral e a política objetivando a “recompensa eterna” ou o falacioso “bem comum”, respectivamente? A idéia de ética não acaba sempre submetida à pretensões em vez submeter-se à lógica? ...é duro, mas vero!
...isso é não julgar os meios e sim os fins! E julgar mal, restringindo-se apenas na aparência ou apreensão fácil do que se ostenta discursivamente a seu respeito; sem o necessário aprofundamento na essência das proposições e questões. De modo que passa-se a arbitrar “meios ideais” de atingir fins idealizados e apregoados para platéias interesseiras e estúpidas. Pois que os tais meios só se confirmarão verdadeiros no momento do fim. Logo, a conveniência se vale da alegação de crença para reivindicar, no mínimo, a dúvida como uma hipótese a considerar, pelo menos sobre a sinceridade da crença: alivia-se a consciência reivindicando o benefício da dúvida e a realização da experiência para prova-lo, numa interminável questão. De onde proliferam intermináveis proposições de “receitas” para conduzir o rebanho humano a “salvação”, ao “fim supremo” e, quiçá, ao “sentido da vida”.
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ASSIM, PULULAM OS “FINS SUPREMOS” DEFENDIDOS POR AQUELES QUE VERDADEIRAMENTE DESEJAM OS MEIOS QUE ARBITRAM OU ADOTAM SOB PRETEXTO DE ALCANÇAR ESTES FINS. Desconsiderando-se, então, o julgamento dos meios como fatos isolados, mas apenas como “caminhos” para os mais delirantes “Paraísos” e “Utopias” aparentes, sempre jogados para um futuro incerto reivindicado como única prova válida da “teoria”, que ainda poupa o homem-massa* do penoso esforço de pensar e julgar.
(*: aquele que toma a forma que lhe dão: preferindo o mero seguir, em detrimento do trabalhoso ato de pensar e julgar ...aliás, julgar é coisa de “gente malvada”, basta ver como é comum as frases: “não que eu queira julgar alguém ...mas...”, “quem sou eu para julgar alguém!” e outras assemelhadas – dizem isso para exibirem-se aos demais segundo o modelo de “valor” pessoal difundido ...é patético! desanimador!)
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— A crença não faz o fato. Não basta crer para que exista; é preciso descobrir para crer; é preciso existir para ser descoberto, é preciso ser descoberto para que se saiba, é preciso saber para conseguir ... É preciso pensar e julgar!
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A idéia de mérito desde sempre foi dissimuladamente preconizada como uma mera “insensibilidade de pensadores egoístas”, e o justo apenas como a expressão do senso comum. A moral é percebida apenas como um meio para se atingir um objetivo, seja ele a deliciosa “vida eterna” ao lado do “todo poderoso”, a ordem social, a glória de uma “coletividade” (ou de um mito representativo qualquer) ou o “bem comum”. Assim, basta alardear ostensivamente os meios propostos como receita para atingir um “fim consagrador” e, logo, aqueles que se agradarem destes meios militarão na causa arrebanhando legiões que, como jumentos, correrão atrás da cenoura na ponta da vara amarrada a seus corpos. ...se não fosse tão trágico seria cômico!
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Se perguntarmos a alguém se concorda que a escravidão possa ser justa, certamente que a resposta unânime será “não”. Mas se perguntarmos o que o sujeito entende por escravidão, as respostas serão variadas. Dificilmente se tentará definir escravidão, mais se optando por descrições fatuais do que por uma definição precisa.
Por exemplo, se dirá que é o trabalho obrigatório ou não remunerado. E, então, perguntamos se alguém, sob ameaça, forçado por outro a realizar uma atividade por um bom salário é escravo ou não? ...haverá hesitações, dissimulações, respostas positivas e negativas.
Reforçando: podemos ainda perguntar sobre alguém submetido aos desejos sexuais de seu senhor, sem qualquer outra atividade, e até recebendo bom pagamento para tal, será escravo? ...o que se dirá? ...afinal, a imagem difundida da escravidão é alguém sendo obrigado a trabalhar sem nada ganhar (ou, ridículo que seja, ganhando pouco).
Pergunto: Será que escravidão tem haveres com imposição de vontade ou apenas com remuneração? ...Mas se ainda perguntamos se alguém forçado a continuamente dar parte daquilo que produz a um outro qualquer para não sofrer um dano maior, sem qq acordo prévio nesse sentido, será um escravo? ...hummm, a coisa vai começar a complicar. ...asserções arbitrárias, pigarros, vacilações e desvios de foco participarão da conversa ...humhummm!
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...Claro que vai complicar! ...afinal a escravidão não é um acordo entre partes que pretendem se beneficiar mutuamente fazendo CONTRATOS; mas sim a imposição da vontade daquele que, sendo capaz de IMPOR um dano maior contra o outro (poder destrutivo/coercitivo), e alterar sua situação para pior, exige continuamente deste outro um benefício, para não faze-lo: para não AGIR CONTRA ele; sem que tenha havido qualquer acordo prévio neste sentido. Ou seja, a escravidão é a inexistência de TROCAS ESPONTÂNEAS ou inércia mútua (não relacionamento). De forma que, na escaravidão, não há ausência de relação, e também não há trocas de benefícios, nem presumidos, mas sim a concessão de benefício para não sofrer o dano arbitrário (maior que o de conceder) que será IMPOSTO PELA AÇÃO daquele que tem o Poder de causa-lo (Poder destrutivo/domínio e não potência realizadora), alterando para pior a situação do desobediente; sem que este jamais tenha feito qualquer acordo neste sentido.
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Diante deste fato, não há dúvida: aquele que trabalha e produz, e é forçado a pagar tributos (impostos) dos quais discorda (sem que antes os tenha recebido, é claro!) É IRREMEDIÁVELMENTE UM ESCRAVO dos RECEBEDORES de IMPOSTOS. Logo, a escravidão tem atravessado milênios, e se mantém plena na atualidade, disfarçada por FINS embelezados. Assim, a exploração do homem pelo homem se realiza através do APARATO COERCITIVO estatal, quando uns EXTRAEM RENDA de outros ao ameaça-los de mal ainda maior: a escravidão pretensamente justificada pelas “boas intenções” pela “ordem e progresso”, pela moral do “bem comum”, civilização e toda sorte de coletivismo e “grandeza de espírito” invocados por candidatos a messias salvadores que se querem senhores e feitores...
...e não adianta enfiar a cara no buraco, como o avestruz, para não ver esta indignificante realidade. Ela se faz irrefutável: OS PAGADORES DE IMPOSTOS SÃO ESCRAVOS DOS RECEBEDORES DE IMPOSTOS. Numa real e efetiva exploração do homem que tem a força destrutiva (Poder), sobre o homem que tem a força produtiva (potência/trabalho), sempre a reboque de ideologias farisaicas que prometem consagradores “Paraísos” e “Utopias” mal analisadas, que se fazem acompanhar de ameaças de danação; também sempre no futuro incerto, para engabelar desesperados e imbecis, além de aliciar espertalhões e recalcados. TALVEZ ESTA FÓRMULA FUNESTA AINDA PERSISTA POR SÉCULOS, semeando o medo, a ambição messiânica, a cobiça, a discórdia, a inveja e o ciúme, como frutos da árvore da estupidez e vaidade humana.
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Ora, um escravo é aquele cujo o corpo não lhe pertence. Ou seja, ele não arbitra sobre o seu “próprio” corpo (próprio entre aspas, pois não será seu, apenas natural). Ora, propriedade é o direito do indivíduo de arbitrar sobre algo. Assim, se é proprietário de seu corpo, tem o direito de fazer com ele o que lhe apetecer. Ou seja, ninguém tem direito de impor sua vontade, lesar ou comandar o corpo alheio inocente. E a escravidão é exatamente a perda, pelo indivíduo, da propriedade do corpo que o contém (mente e corpo: indivíduo, ou indivisível). Passando este corpo a ficar sob o arbítrio de outro indivíduo. Ou seja, um escravo não possui o corpo que lhe permite existir, sendo este uma propriedade alheia (a individualidade lhe é negada pelos que possuem o Poder destrutivo). Logo, haverão indivíduos proprietários de mais de um corpo onde existir escravidão.
Um indivíduo solitário, sem contato com qualquer outro, será absolutamente livre. Pois será limitado apenas pela potência individual e pelo restante da natureza. Seria idiota dizer que um indivíduo é escravo de si mesmo ou escravo da natureza: UM INDIVÍDUO SÓ PODE SER ESCRAVO DE OUTRO OU OUTROS INDIVÍDUOS.
Assim definida, escravidão e opressão se confundem, cabendo então diferencia-las; definindo escravidão como a “apropriação positiva” do corpo alheio, e a opressão como uma “apropriação negativa” do corpo alheio. De forma que a opressão constitui-se não só num fim estéril, mas também em um meio (ameaça) para se atingir a escravidão como objetivo.
A escravidão é então a usurpação, por parte de um indivíduo, de outro corpo; com a finalidade de induzir sua atividade para satisfazer seus anseios e necessidades; determinando as ações e concessões que este outro corpo deverá realizar.
A opressão é então a usurpação, por parte de um indivíduo, de corpo alheio, com a finalidade de limitar a atividade deste sob o comando de seu proprietário natural, a mente. (não comanda, mas limita o comando alheio).
Ou seja, a opressão é meramente inibidora dos benefícios que o corpo alheio pode proporcionar a seu proprietário natural e a outros. Tirando deste o pleno domínio sobre seu corpo. Enquanto a escravidão é o uso do corpo alheio de forma a usufruir dos benefícios que este pode proporcionar.
Evidente que um indivíduo externo a um corpo não é capaz de comanda-lo senão através de seu proprietário natural, ou indivíduo natural, tentando induzi-lo ou força-lo a agir da forma desejada. .
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Assim, se o meio utilizado é material, concreto, será um escravo pelo domínio físico, e se o meio é através de artifícios intelectuais haverá um domínio mental. Contudo este domínio mental não se caracteriza propriamente como escravidão, já que é o próprio indivíduo que se deixa dominar mentalmente por vontade própria, agindo em função do próprio objetivo a que foi induzido, e não em função de outro objetivo (não há coação, ou ação forçada).
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Se indivíduos almejam forçar outros a fazerem algo, só o conseguirão através de ameaças reais ou imaginárias, bem como conseguirão ampliar sua potência destrutiva (diga-se coercitiva) aliciando e corrompendo parceiros, também com promessas imaginárias e reais.
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Quando desesperados, imbecis e recalcados se juntam sob o comando de espertalhões, não há razão que os possa demover de seus intentos. HÁ MILHARES DE ANOS ESTA FUNESTA REALIDADE SE FAZ PRESENTE. E só será possível combate-la combatendo os embustes e as aparências que saciam a vaidade, dissecando-as e expondo a sua falsidade.
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Obs.: a soberba simula o orgulho, mas é só um falso orgulho aparente, que se exibe para convencer os outros daquilo que se deseja convencer-se. QUANDO A OPINIÃO ALHEIA PERDER O VALOR, a HIPOCRISIA E A SOBERBA DEIXARÃO DE EXISTIR, pois o orgulho que alimentará a vaidade será apenas a opinião sincera, racional, do indivíduo sobre si. E não é possível enganar a si mesmo sem a colaboração da “consciência externa”, ou meio em que se está inserido (senso comum grupal), ficando o indivíduo DEPENDENTE APENAS DA PRÓPRIA CONSCIÊNCIA PARA AVALIAR OS ATOS QUE NÃO É CAPAZ DE ESCONDER DE SI MESMO, SENDO TESTEMUNHA INCONTESTÁVEL DESTES.
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Concluindo:
O grave é quando não há o "eu egoísta" ou capacidade de assumir-se segundo a própria percepção de si, demasiado dura para robôs sem referencia própria, que passam então a negar a si, ao "eu egoísta", privilegiando o "eu coletivo", que toma referencias alheias a si, já que não se vê único jamais, passando então a existir para valores alheios ou tentando simular em si o suposto bem estar de outros que, por vezes, assim afirmam para tentar uma "felicidade" valendo-se da idéia que em outros implantam a seu respeito. Desta forma um "eu outro" tem problemas para realizar-se e busca na demagogia, cada vez mais, a realização que não consegue encontrar, mas apenas fingir, entregando-se cada vez mais a "outros" que não a si, por não suportar-se, e por tal odeia o mundo e torna-se obscurantista, como forma de propor a outros o "seu nada" ou ergue-lo como um "nada-Rei". O fato é que o indivíduo está morto, é só um robô eterno, que eternamente estará a procura de referências e valores alheios para viver de imitação, perdido entre o "tudo" que procura através do "nada" que sempre encontra.
"Escravo" do "eu": sim! escravo de um "outro nada": Não!. Negar a si não rebaixa outros, tanto quanto negar a outros não eleva a si.
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Cordialmente
C. Mouro

Anônimo disse...

Primeiramente, gostaria de transmitir minha indignaçao em relaçao ao fato de vc desenvolver essa pseudoteoria estruturado num conceito de cultura da Enciclopédia Britânica. Essa publicaçao, nem de longe, é de caráter antropológico ou sociológico. Ela utiliza um conceito tecnicista, como a nossa sociedade possui para classificar o que é bom ou ruim, sobre cultura. Entretanto, eu imagino que você, UM ECONOMISTA, com vários livros publicados, o que deveria sugerir uma maior perspectiva dos fatos, tenha estudado a fundo o termo cultura. Em qualquer curso superior das ciências sociais, passa-se semanas estudando somente o que é cultura. E eu lhe asseguro que vai muito além de simples conhecimentos passados de pais para filhos. Além do que é extremamente impertinente uma comparaçao moralista entre Beira-mar e Gandhi, que de forma nenhuma é uma questao de estudo das ciencias sociais.
Além do que é muito leviano da sua parte nivelar todos os cientistas sociais por baixo, quando fala que estes só utilizam de objetividade e relativismo quando lhes é conveniente. Existem maus profissionais m todas as áreas, inclusive na Economia.
E só para concluir, me espanta que alguém "tao qualificado" possa pensar de maneira tao simplista, e ser prepotente a ponto de achar que tem propriedade pra discorrer sobre tal assunto, como se ele fosse óbvio. Esse tipo de discurso, repito, leviano, só pode acabar com sua credibilidade, pois os seus argumentos em ponto nenhum foram cientificos ou sociológicos, mas moralistas e frutos de um ridículo senso comum.

segue meu email para resposta, se desejar: vinikaue@hotmail.com

Anônimo disse...

então o senhor legitima as ações norte-americanas, que pautadas numa "nova cruzada" tentam levar a democracia à povos, independentemente se suas aprovações.

"Está aqui, a democracia"
"Não, mas nós não queremos"
"Claro que querem, é muito melhor".

Pensamentos assim têm causado graves crises humanitárias internacionais. Grupos intolerantes, cegos por um etnocentrismo ridículo, julgam-se superiores, julgam sua religião superior, seus valores, enfim e impõe isso aos outros.
Resultado: Índios são massacrados até os dias atuais;
Intolerância religiosa;
Facções terroristas em países africanos
...
poderia citar inúmeros exemplos, mas atenho-me apenas a esses.
É claro que a posição relativista pode supor ações nazistas. Mas a crítica de vcs não se desfazeria se Hitler tivesse conseguido influenciar o mundo? E se todos fossem fascitas? estaria certo, não?
Muito se falam nas pobres mulheres oprimidas por usarem a burca...mas pouco se sabe se elas realmente querem se desfazer de seus valores.
Isso é sim uma nova cruzada ocidental!

Nathan disse...

Deixa eu ve se entendi...

Zimbábue = lama?