terça-feira, junho 12, 2007

A Teoria da Exploração


Rodrigo Constantino

"O sistema econômico marxista, tão elogiado por hostes de pretensos intelectuais, não passa de um emaranhado confuso de afirmações arbitrárias e conflitantes." (Ludwig Von Mises)

Poucas teorias exerceram tanta influência como a teoria socialista de juro, ou mais conhecida como "teoria da exploração". De forma resumida, ela diz que todos os bens de valor são produtos do trabalho humano, mas que o trabalhador não recebe o produto integral do que produziu, pois os capitalistas tomam para si parte do produto dos trabalhadores. O juro do capital consistiria, pois, numa parte do produto de trabalho alheio que se obtém através da exploração da condição de oprimidos dos trabalhadores. Os dois grandes expoentes dessa teoria foram Rodbertus e Marx, e um dos primeiros economistas a apresentar uma sólida refutação dela foi o austríaco Eugen Von Böhm-Bawerk. Mises definiu a sua obra como "a mais poderosa arma intelectual que se tem para a grande batalha da vida ocidental contra o princípio destrutivo do barbarismo soviético". Segue um resumo dos principais pontos abordados por ele, com especial foco na teoria marxista.

Um dos primeiros pontos onde se pode atacar essa teoria é no que diz respeito à afirmação de que todos os bens, do ponto de vista econômico, são apenas produtos de trabalho. Se fosse verdade que um produto vale somente aquilo que custou de trabalho para produzi-lo, as pessoas não iriam atribuir um valor diferente a um magnífico barril de vinho de uma região nobre vis-à-vis o vinho de outra região pior. Uma fruta achada não teria valor algum também. Outro ponto importante é que a teoria comumente ignora a diferença entre valor presente e valor futuro, como se fosse indiferente consumir um bem agora ou daqui a dez anos. O trabalhador deveria receber, segundo os seguidores de Rodbertus, o valor total do produto. Mas eles esquecem que o produto pode levar tempo para ser produzido, e o salário de agora tem que refletir esse custo de espera, sendo, portanto, menor que o valor futuro do bem. Böhm-Bawerk diz sobre isso: "O que os socialistas desejam é, usando das palavras certas, que os trabalhadores recebam através do contrato de trabalho mais do que trabalharam, mais do que receberiam se fossem empresários, mais do que produzem para o empresário com quem firmaram contrato de trabalho".

Partindo mais especificamente para a teoria marxista, acredita-se que o valor de toda mercadoria depende unicamente da quantidade de trabalho empregada em sua produção. Marx dá mais ênfase a esse princípio do que Rodbertus. Marx vai direto ao ponto em sua obra O Capital: "Como valores, todas as mercadorias são apenas medidas de tempo de trabalho cristalizado". No limite, uma fábrica de gelo construída no Alaska teria o mesmo valor que uma fábrica de gelo construída no mesmo tempo e pela mesma quantidade de trabalho no deserto do Saara. A teoria marxista de valor ignora totalmente o fator de subjetividade e utilidade do lado da demanda. Ela não leva em conta que o fato de trabalho árduo ter sido empreendido não é garantia de que o resultado terá valor pela ótica do consumidor. Ou, ao contrário, ignora que muitas vezes pouco esforço ou trabalho pode gerar algo de muito valor para os outros, como no caso de uma idéia brilhante. Isso sem falar da diferença de produtividade entre as pessoas, pois é difícil imaginar quem diria que uma hora de trabalho de um grande artista é equivalente a uma hora de trabalho de um simples pintor de parede. Se fosse preciso a mesma quantidade de tempo para caçar um gambá fétido e um cervo, alguém diria que eles valem a mesma coisa?

Böhm-Bawerk demonstra os erros de metodologia de Marx em sua teoria. Na busca do fator "comum" que explicaria o valor de troca, Marx elimina todos os casos que não correspondem àquilo que ele pretende "provar". O objetivo, desde o começo, é só colocar na peneira aquelas coisas trocáveis que têm a característica que ele finalmente deseja extrair como sendo a "característica comum", deixando de fora todas as outras que não têm. Böhm-Bawerk diz que ele faz isso como alguém que, "desejando ardentemente tirar da urna uma bola branca, por precaução coloca na urna apenas bolas brancas". Excluir então os bens trocáveis que não sejam bens de trabalho seria um pecado mortal metodológico. Procedendo desta forma, ele poderia ter usado praticamente qualquer característica, concluindo talvez que o peso é o fator comum que explica o valor de troca. Böhm-Bawerk conclui: "Expresso minha admiração sincera pela habilidade com que Marx apresentou de maneira aceitável um processo tão errado, o que, sem dúvida, não o exime de ter sido inteiramente falso".

Para Marx, a "mais-valia" seria uma conseqüência do fato de o capitalista fazer o trabalhador trabalhar para ele sem pagar uma parte do trabalho. Na primeira parte do dia, o trabalhador estaria trabalhando para sua subsistência, e a partir disso haveria um "superávit de trabalho", onde ele seria explorado, trabalhando sem receber por isso. Marx diz então: "Toda a mais-valia, seja qual for a forma em que vá se cristalizar mais tarde – lucro, juro, renda etc. – é, substancialmente, materialização de trabalho não pago". Por esta estranha ótica marxista, um capitalista dono de uma barraca de pipoca que contrata um assistente é um explorador, enquanto um diretor assalariado contratado pelos acionistas de uma grande multinacional é um explorado. Böhm-Bawerk não duvidava de que Marx estivesse sinceramente convencido de sua tese. Mas os motivos de sua convicção seriam, segundo o austríaco, diferentes daqueles apresentados em seus sistemas. Marx, diz ele, "acreditava na sua tese como um fanático acredita num dogma". Jamais teria alimentado dúvida honesta pelo sistema, questionando de verdade a sua lógica e buscando contradições que derrubassem a teoria. Böhm-Bawerk diz: "Seu princípio tinha, para ele próprio, a solidez de um axioma".

Afinal, um pouco mais de bom senso e escrutínio não deixaria pedra sobre pedra da teoria marxista de valor. Em primeiro lugar, todos os bens "raros" são excluídos do princípio do trabalho. Nem mesmo um marxista tentaria defender que um quadro de Picasso vale somente o tempo de trabalho. Em segundo lugar, todos os bens que não se produzem por trabalho comum, mas qualificado, são considerados exceção também. Somente essa exceção já abrange quase todos os casos reais de trabalho, onde cada vez mais a divisão especializada leva ao aprimoramento do trabalho qualificado. No fundo, essas exceções "deixam para a lei do valor do trabalho apenas aqueles bens para cuja reprodução não há qualquer limite, e que nada exigem para sua criação além de trabalho". E mesmo nesse campo restrito existirão exceções! Logo, a tal "lei" marxista que tenta explicar o valor de troca de todos os bens não passa, na prática, de uma pequena exceção de alguma outra explicação qualquer. Essa "lei", não custa lembrar, é um dos mais importantes alicerces das teorias marxistas. Ainda assim, os marxistas ignoram as "exceções" da teoria e defendem sua universalidade, negando a resposta quando se trata de troca de mercadorias isoladas, justamente onde uma teoria de valor se faz necessária. Para tanto, abusam de inúmeras falácias conhecidas, já que quando os fatos contrariam a teoria, preferem mudar os fatos.

Não obstante as gritantes falhas do pensamento marxista e sua teoria de valor, nenhuma outra doutrina influenciou tanto o pensamento e as emoções de tantas pessoas. Uma multidão encara o lucro como exploração do trabalho, o juro como trabalho não pago pelo parasita rentier etc. Para Böhm-Bawerk, a teoria marxista sobre juros conta com erros graves como "presunção, leviandade, pressa, dialética falseada, contradição interna e cegueira diante dos fatos reais". A razão para que tanto absurdo tenha conquistado tanta gente está, segundo Böhm-Bawerk, no fato de acreditarmos com muita facilidade naquilo em que desejamos acreditar. Uma teoria que vende conforto e promete um caminho fácil para reduzir a miséria, fruto apenas dessa "exploração", conquista muitos adeptos. Segundo Böhm-Bawerk, "as massas não buscam a reflexão crítica: simplesmente, seguem suas próprias emoções". Acreditam na teoria porque a teoria lhes agrada. O economista conclui: "Acreditariam nela mesmo que sua fundamentação fosse ainda pior do que é".

15 comentários:

Anônimo disse...

Bom artigo.

Quanto mais ignorante a população, mais fácil é manipulá-la.

Mas os viéses cognitivos estão presentes em todos os seres humanos, até em (ou talvez principalmente) economistas profissionais, que frequentemente se esquecem de seus próprios deslizes "behavioralistas" para defender teses que lhes agradam emocionalmente ou politicamente, ignorando de forma conveniente evidencias contrárias.

Claudio

Anônimo disse...

Bem,
eu concordo que todo valor advém do trabalho. Contudo, os trabalhos não possuem o mesmo valor e tão pouco a quantidade* de trabalho tem relação com o valor.

Explico: um diamante achado no chão só tem valor se for retirado do chão e esta ação é trabalho, ínfimo, mas trabalho. Caso alguém discorde que abaixar-se para pegar uma pedra seja trabalho, terá de explicar então que se alguém contratar um sujeito para catar pedras no chão, este sujeito não estará trabalhando.

Assim, podemos perceber que o trabalho de pegar um cascalho e um diamante são exatamente iguais, porém o resultado de um é diferente do outro. Ou seja, o valor não é do trabalho ou da quantidade de trabalho, mas sim do resultado desse trabalho avaliado subjetivamente segundo preferencias particulares e situação particular.

De fato as pessoas querem crer naquilo que lhes agrada. E Marx atuou na vaidade, pois fosse verdade o que afirmou estupidamente, os assalariados se diriam injustiçados e mais meritórios que os empresários de sucesso, que seriam apenas ladrões auxiliados pela força do governo (tropas armadas). Como se o governo/Estado fosse formado por máquinas sem interesse próprio, que poderia então servir ao interesse dos assalariados... ...hehehe! eles querem crer nisso, e então são efetivamente explorados pelo Poder estatal (tropas armadas) que não realiza trocas espontaneas com a população mas sim a explora ao expropriar, através da ameaça de força, tudo quanto dela deseja para atender anseios e caprichos de sua hierarquia burocratica.
Marx faz muitas exceções e certamente isso é consequencia das "lógicas de classe", mais um recurso idiota que usou para dar uma falsa justificativa para seus absurdos; com um outro absurdo. Fato este que bem demonstra que nem Marx acreditava nas asneiras que concebia, pois mau passavam de jogo de palavras, sem um nexo que fizesse destas palavras a descrição de um raciocínio, pois que apenas usava as palavras como portadoras da verdade fatual e não como convenções para descrever fatos.

Enfim, Marx foi um deliberado embusteiro que fingia conceber raciocínios para permitir que os interessados fingissem que acreditavam que tal amontoado de asneiras sem nexo fossem raciocínios.

Quanto aos economistas e demais farsantes que fingem crer nas idiotices marxistas - quando a estupidez é demais, não é estupidez, é safadeza - assim o fazem por crerem ou saberem que não sofrerão as consequencias das lambanças que difundem e praticam:

Os politicos jamais são afetados pelas desgraças que causam. Pois vivem do Poder de expropriar (extorquir sob ameaça de violencia maior) e não pelo trabalho de criar e trocar. Sobretudo quando por toda vida vivem unicamente de politica.
Para corrigir isso, os politicos do legislativo deveriam poder elegerem-se apenas uma única vez na vida. Pois saberiam que sofreriam as consequencias de suas leis - e das que aprovam - também interessando-=se por fiscalizar e punir as canalhices dos demais poderes.
...mas como creem que jamais sofrerão as consequencias das desgraças que causam, não se importam em enganar os imbecis e recalcados para fazer desgraças. Corrompem oferecendo facilidades que sabem que não podem cumprir e que resultarão em mais dificuldades no mundo real. ...mas que importa? eles não sofrem as consequencias do que fazem

Abs
C. Mouro

Anônimo disse...

As palavras de Bohm-Bawerk são duras, e engraçadinho que a gente no curso de economia nem ouça falar nele. Só o que se houve são críticas de OUTROS esquerdistas e OUTRAS linhas teóricas neo-marxistas.

As críticas liberais e de direita são tratadas com descaso e ironia.

Patrick Gleber disse...

Rodrigo e demais leitores do blog,

Veja no meu blog a montagem que o governo boliviano fez com a imagem de um soldado brasileiro. É estarecedor. Aguardo sua opinião.

www.blogdopatrick.br21.com

Anônimo disse...

eh uma pena que seu comentario seja baseado em uma critica criada por alguem ja foi desprezado por muitos, mesmo aqueles que naum veem em marx um teorico economico. naum eh atoa que nosso querido Böhm-Bawerk naums seja apresentado nas poucas boas faculdades de economia.

Anônimo disse...

textos interessantes relacionados com o artigo, podem ser encontrados no site do OC, para quem ainda não leu e deseja enriquecer o conteúdo:
"A teoria da exploração do socialismo-comunismo"

http://www.olavodecarvalho.org/bbawerk/rosto_bohm.htm

Anônimo disse...

Não sei o porquê você insistem em bater em cachorro morto. Não creio que ainda haja marxistas no mundo... não creio...

Anônimo disse...

raphael

vá na comunidade do Orkut chamada Karl Marx Brasil. Lá há 40 mil nomes catalogados. Postei esse texto lá mas nao aguentei debater muito nao

Seria o mesmo q falar com homens das cavernas

Agora se vc quiser ver marxistas ao vivo e a cores vá numa universidade qualquer e frequente as aulas de sociologia, filosofia e afins

ps: procure as comunidades de Mises, Hayek,Friedman ou do Roberto Campos. Giram em torno de 200, 300 pessoas, a maior é a do Campo com quase 1000

A de Keynes nao procurei. Mas tem uma q debate Keynesianismo x Liberalismo (q pra mim seria o debate mais correto) tendo umas cento e poucas pessoas

a comunidade Socialismo tem 20 mil pessoas

tá explicado o nosso subdesenvolvimento?

Anônimo disse...

Gostaria de comentar alguns trechos do artigo:


Trecho 1:
“Partindo mais especificamente para a teoria marxista, acredita-se que o valor de toda mercadoria depende unicamente da quantidade de trabalho empregada em sua produção.”

Espero que esse “partindo mais especificamente para a teoria marxista”, não signifique “algo que é específico à teoria marxista”.Porque o conceito “o valor de toda mercadoria depende unicamente da quantidade de trabalho empregada em sua produção” NÃO TEM ORIGEM EM MARX:

“O valor de uma mercadoria, ou a quantidade de qualquer outra pela qual pode ser trocada depende da quantidade relativa de trabalho necessário para sua produção, e não da maior ou menor remuneração que é paga por esse trabalho”

Ricardo (1982).Princípios de Economia Política e Tributação, 3ª edição.Editora Abril Cultural.p.43.


“4.É a utilidade que determina a demanda de uma mercadoria, mas é o seu custo de produção que determina a magnitude dessa demanda.
(...)No nº4, Say sustenta, com pequenas diferenças, a concepção que mantenho em relação ao valor.”

Ricardo (1982).ibid, p.193,194.

“Num mesmo país, para a produção de uma dada quantidade de alimentos e de outros gêneros de primeira necessidade, pode ser exigido, em determinada época, o dobro de trabalho que seria preciso numa época anterior, podendo, entretanto, diminuir muito pouco a remuneração do trabalhador. Se, na época inicial, o salário do trabalhador se constituísse de certa quantidade de alimentos e de gêneros de primeira necessidade, caso esta quantidade se reduzisse o trabalhador possivelmente não pudesse subsistir. Nesse caso, os alimentos e os demais gêneros de primeira necessidade teriam sofrido um aumento no valor de 100%, se fossem avaliados pela quantidade de trabalho necessária a sua produção, enquanto o aumento de valor teria sido muito pequeno, se este se medisse pela quantidade de trabalho pelo qual poderiam ser trocados.” (RICARDO, D.Principles of Political Economy and Taxation.In Sraffa,P. (ed.) The Works and Correspondence of David Ricardo.v,I.)


Teoria do valor é uma coisa complexa.Muitos economistas influentes erraram até uma teoria minimamente satisfatória aparecesse.Uma citação de Achyles Barcelos da Costa do Departamento de Economia e do IEPE/UFRGS na paper Literatura Econômica [“Uma Nota Introdutória ao Artigo ‘A Teoria dos Preços e o Comportamento Empresarial de R.L. Hall e C.J. Hitch” 8(3) out 1986 mostra porque Marx, Ricardo, Jevons, Walras, etc. estão errados sobre a teoria do valor:

“Em 1890, Alfred Marshall publica os Principles of Economics(...)Ao contrário dos demais marginalistas, afirmava que não se poderia descartar os custos de produção como sendo um elemento importante na explicação do preço.Tanto o custo, como a utilidade teriam um papel a desempenhar.O primeiro na explicação da oferta e, a segunda, na explicação da demanda.Sobre isso afirmava: ‘Nós podemos estabelecer uma discussão razoável se é a lâmina superior ou inferior de uma tesoura que corta a folha de papel, assim como se o valor é determinado pela utilidade ou pelo custo de produção.’ ”

Trecho 2

“Isso sem falar da diferença de produtividade entre as pessoas, pois é difícil imaginar quem diria que uma hora de trabalho de um grande artista é equivalente a uma hora de trabalho de um simples pintor de parede.”

Assim como ocorria com os outros dois principais adeptos da teoria do valor-trabalho (Smith e Ricardo), Marx NÃO NEGLIGENCIA as diferentes qualidades de trabalho.O máximo que se poderia dizer é que ele foi pouco específico quando disse:

“Trabalho mais complexo vale apenas como trabalho simples potenciado ou, antes, multiplicado, de maneira que um pequeno quantum de trabalho complexo é igual a um grande quantum de trabalho simples.” (Marx, O Capital, Abril Cultural, p.51-Capítulo I-A Mercadoria)

Anônimo disse...

"Marx, Ricardo, Jevons, Walras, etc. estão errados sobre a teoria do valor:"

sim... Menger é q acertou...

Anônimo disse...

"não se poderia descartar os custos de produção como sendo um elemento importante na explicação do preço"

Perfeito, o custo de produção determina o preço viável. Ou seja, se um produto em determinada quantidade é valorizado abaixo do preço viável, isso significa que está havendo produção maior que a viável. Esse será um sinal de mercado para que se reduza a quantidade do produto até que se consiga diminuir os custos de produção.

Então, o que segue abaixo é pifio, pois não se pode confundir valor e preço, o preço não expressa o valor, mas apenas um valor relativo na "média das subjetividades".


Logo:
"o valor é determinado pela utilidade ou pelo custo de produção"

O valor é determinado por fatores subjetivos. O preço não chega a ser determinado pelo custo de produção, mas pela disponibilidade de produção. De forma que quando o preço de mercado é inferior ao preço viável, isso significa que a produção deve ser reduzida para adequar o preço de mercado ao preço viável: determinar a produção pela quantidade de pessoas dispostas a pagar o preço viável pelo produto. Porém, há produtos cujas margens são estratosféricas inicialmente, pelo fato do preço de mercado superar estrondosamente o preço viável. Assim, a margem elevaqda serve para acelerar os investimentos para ampliar a capacidade de produção; abastecendo o mercado e pressionando os preços para baixo a fim de atingir um número maior de adquirentes mantendo uma margem viável para o produto.

...hahaha! ...hohoho!
Excelente a postagem desta absoluta imbecilidade:

"“Trabalho mais complexo vale apenas como trabalho simples potenciado ou, antes, multiplicado, de maneira que um pequeno quantum de trabalho complexo é igual a um grande quantum de trabalho simples.” (Marx, O Capital)
.

....hohoho!
Qual o critério para essa medida? ...como o traste, tão preocupado em determinar critério para o valor, mediria essa proprição? ...ele arbitraria ou um burocrata seria inspirado pela verdade divina em tal relação?

....hahaha! K. Marx está cheio de idiotices, que aliás aqui mesmo já postei questões absurdas do politiqueiro.

O fato é que só há uma situação onde a regra marxista se faz possível, todo o resto são exceções ....hehehe!

Marx depois de falar a asneira de que o valor está na quantidade de tempo para produzir algo, acabou tendo que falar outra asneira para tentar consertar esta. Então disse que haveria um tempo socialmente necessário, ou seja um padrão de tempo para produzir cada produto ...quá quá quá! ...e como Marx chegaria ao "TEMPO PADRÃO"???? ...hohoho! nem é preciso questiona-lo com a dnamica na produtividade e na infinidade de modelos possíveis e etc.. Ademais é covardia questionar o rateio do investimento na composição do produto, pois que por Marx o bicho ia pegar... ...hohoho! teria que se prever até o tempo exato de vida produtiva do ciadadão ou se acabaria tendo a situação onde o homem exploa o homem ...hehehehe!

NADA É TÃO IMBECIL COMO A TEORIA MARXISTA!
MARX COM SUA TEORIA CONSEGUIU ALCANÇA O ABSOLUTO EM IMBECILIDADE, nem mesmo as mais estapafúrdias religiões conseguiram ser tão estupidas em seu besteirol ideológico.

Abraços
C. Mouro

Anônimo disse...

Você fere a instituição que lhe deu origem

Anônimo disse...

Resposta ao colega adepto do Marginalismo, que deu uns quotes na minha mensagem postada (C. Mouro):

“Perfeito, o custo de produção determina o preço viável. Ou seja, se um produto em determinada quantidade é valorizado abaixo do preço viável, isso significa que está havendo produção maior que a viável. Esse será um sinal de mercado para que se reduza a quantidade do produto até que se consiga diminuir os custos de produção.”

De uma perspectiva neoclássica, o objetivo de uma firma inserida num mercado perfeitamente competitivo é maximizar lucros.Ela faz isso quando produz na quantidade onde o preço de mercado (definida pela interseção das curvas de oferta e demanda) de sua mercadoria se iguala ao custo marginal da mesma. “Preço viável” seria o preço que garantisse pelo menos uma pequena taxa de lucro positiva, quando P=Cmg.Se o preço de mercado resultasse num prejuízo, não há evidência que ocorreria isso que você pôs aí.Custo de produção da mercadoria sendo reduzida por causa da menor quantidade ofertada?De onde você tirou isso?Como só vejo inspiração marginalista no seu post, imagino que isso se deva a crença na Lei dos Rendimentos Marginais Decrescentes (que postula que já a partir de níveis baixos da produção, à medida que se utilizam unidades adicionais de trabalho, mantendo-se constantes os fatores fixos, o produto marginal do trabalho tende a declinar).Se ela fosse válida, seu raciocínio seria válido.Mas não é. Não é certo dizer que se diminuirmos a produção, a produtividade marginal do trabalho necessariamente aumentará.Devido à importância do fenômeno dos retornos crescentes de escala, se você visse uma curva de custo total médio de uma firma no curto prazo microeconômico (esse termo descreve algo que ocorre numa economia em alguns anos: 10 anos, por exemplo*),saberia que uma redução significativa nos níveis de produção só irá provocar aumento nos custos totais médios.E para qualquer firma média e grande, uma redução nos níveis de produção mesmo no longo prazo microeconômico* não diminui em nada os custos totais médios.Para ver um gráfico mostrando isso didaticamente, basta ver:

Mankiw, N.G.(2001).Introdução à Economia.Editora Campus, p.283.

Estás usando uma teoria da firma (e também uma teoria do valor) do século retrasado totalmente ultrapassada, que reflete o pensamento sobre os custos das firmas daquela época.

Não me lembro muito das minhas aulas de História do Pensamento Econômico, mas percebi claramente a influência do Marginalismo no seu post, devido a um trecho da paper que citei:

“Nas palavras de Hawkins, comentando a análise de Jevons: ‘Apesar desta rejeição dos custos de produção e, em particular, das teorias do valor-trabalho, ele algumas vezes atribui-lhe um efeito indireto sobre o valor na medida em que ao afetarem a oferta do produto, levaria uma variação na utilidade.Não obstante, à utilidade foi dado o principal papel”.(Barcelos da Costa, 1982, ibid).


Quote:

“Então, o que segue abaixo é pifio, pois não se pode confundir valor e preço, o preço não expressa o valor, mas apenas um valor relativo na "média das subjetividades".


Logo:
‘o valor é determinado pela utilidade ou pelo custo de produção’

O valor é determinado por fatores subjetivos. O preço não chega a ser determinado pelo custo de produção, mas pela disponibilidade de produção.”

Marshall não está “confundindo valor com preço” coisíssima nenhuma.Quando economistas da Síntese Neoclássica se referem a “valor”, usualmente querem dizer “valor de troca”.Preço é apenas uma medida que expressa o valor de troca das mercadorias na teoria deles.O que preço não poderia ser confundido é com o valor-utilidade.Que aí sim esta depende de fatores totalmente subjetivos, mas ela só faz influenciar totalmente (ou quase totalmente) a curva de demanda.A curva de oferta de uma mercadoria depende do preço dos insumos, nível de tecnologia da firma que produz,etc. (Mankiw, 2001,ibid,p.77,78; Mansfield & Yohe,2005,p.426,427).Não há como concordar que preço expressa apenas “valor relativo na média das subjetividades”.

Quote:
“De forma que quando o preço de mercado é inferior ao preço viável, isso significa que a produção deve ser reduzida para adequar o preço de mercado ao preço viável: determinar a produção pela quantidade de pessoas dispostas a pagar o preço viável pelo produto.”

Essa idéia que o “preço de mercado” tende naturalmente a ser um “preço viável” não tem o menor fundamento, como já expliquei anteriormente.Todo esse seu raciocínio supõe uma curva de custo marginal ascendente desde os níveis mais baixos de produção de uma mercadoria.

Quote:
“Porém, há produtos cujas margens são estratosféricas inicialmente, pelo fato do preço de mercado superar estrondosamente o preço viável. Assim, a margem elevaqda serve para acelerar os investimentos para ampliar a capacidade de produção; abastecendo o mercado e pressionando os preços para baixo a fim de atingir um número maior de adquirentes mantendo uma margem viável para o produto.”.

Idem a resposta anterior.Para piorar, mesmo que você tivesse razão sobre isso, esse conceito “preço de mercado” só tem fundamento numa situação de concorrência perfeita.Para firmas que tem poder algum poder de monopólio (concorrência monopolística, monopólio puro, ou monopólio quase puro), cada firma tem sua própria curva de demanda e o seu próprio preço de equilíbrio (o preço praticado é superior ao custo marginal da sua mercadoria; quanto maior o poder de monopólio, maior o quociente entre o preço e o custo marginal).E essa situação não é exceção no capitalismo.Maiores informações:

Rossetti,J.P.(2003).Introdução à Economia - 20ª Edição, Editora Atlas.

Mansfield & Yohe.(2005). Microeconomia:Teoria e Aplicações ,11ª edição.Editora Saraiva.

Por isso Marshall e outros dos primeiros representantes da Síntese Neoclássica foram criticados (sobretudo por economistas como Piero Sraffa, Joan Robinson,E. Chamberlin) justamente não voltar a escrever a teoria do valor com base num conceito monopolista da firma.

*P.S.:*Estimativa cronológica do professor de Economia do MIT, Olivier Blanchard, diz que longo prazo microeconômico descreve o que ocorre na economia em meio século ou mais.Curto prazo microeconômico descreve o que ocorre em aproximadamente 10 anos ou menos.Não tenho acesso ao livro que meu professor de Macroeconomia indicou onde tem essa informação, mas é o “Macroeconomia, 3ª edição”, da Editora Pearson.

Anônimo disse...

Na minha longa mensagem de resposta ao C.Mouro, eu esqueci de falar sobre uma coisa importante.Veja que dizer que uma mercadoria encareceu por causa de um aumento nos custos de produção, não significa necessariamente dizer que ela encareceu por causa aumento de quantidade de trabalho necessária para produzi-la.Mas pode acontecer que uma alteração na quantidade de trabalho necessário para produzir uma mercadoria influir nos custos de produção.Então, está ERRADO dizer que os economistas neoclássicos afirmam que o valor pago por uma mercadoria é independente da quantidade de trabalho necessária para produzi-la.O cara do artigo abaixo (Lucas Mendes) comete esse erro e ainda comete outro ao dizer que adeptos do Marginalismo são economistas neoclássicos (Marshall é que inaugurou a Síntese Neoclássica e não Walras, Jevons e Menger; Síntese Neoclássica é uma fusão das teorias marginalistas com o pensamento da escola clássica inglesa, sobretudo no que se refere a teoria do valor):

http://www.midiasemmascara.com.br/print.php?id=2423

Porque eu digo que os neoclássicos não dizem o que esse Lucas Mendes postulou que eles dizem?Se vocês pegarem um livro de Macroeconomia (citando um: “Macroeconomia,2ª edição” de Olivier Blanchard, Editora Campus) haverá a possibilidade de ver que a equação de formação de preços no longo prazo é esta:

P= [(1+M)x W]/a

P=nível geral de preços
M=margem de lucro média
W=salário nominal médio
a= produtividade média do trabalho

Os preços são formados pelas empresas aplicando uma margem de lucro sobre os custos variáveis unitários de produção. Todos os demais custos decorrentes de insumos podem ser desconsiderados, já que se desdobram em lucros ou salários dos demais setores, ou preços e tarifas públicas; portanto, seus efeitos descritos no item margem de lucro.Usualmente considera-se que os custos tributários e de tarifas e preços públicos sejam exógenos, e suas mudanças podem ser interpretadas como parte da variação das margens de lucro.

Agora, voltemos ao que quero explicar.Digamos que em dado período (um prazo relativamente curto) em uma firma com um bom poder de monopólio, é necessária uma quantidade um pouco maior de trabalho para produzir uma mercadoria.Se isso implicar em aumento nos custos variáveis (devido ao aumento no valor da massa de salários pagos), então haverá um pequeno aumento nos preços.Isso porque, como essa firma do exemplo hipotético tem poder de monopólio, esse certo aumento de preço teria um impacto desprezível sobre a quantidade demandada, já que a curva de demanda da mercadoria da firma é relativamente inelástica.Ou seja, o preço de equilíbrio não se alterará (e se alterarasse, seria num valor ultradesprezível).Ou seja, verifica-se nesse exemplo que uma maior quantidade de trabalho necessário para produzir uma mercadoria alterou seu preço.Você poderia considerar também que alguma relação de preços relativos seria alterada, se durante este período, houvesse alguma firma de outro setor de produção tivesse mantido seus preços constantes.

Sagatti disse...

Só pra levantar uns pontos...

O problema da origem de valor surge quando Adam Smith, não conseguindo explicar o "paradoxo da agua e diamante", deixou uma pergunta em aberto para ser respondida por futuros economistas. A de ONDE surge o valor. Porque as pessoas pagam muito mais por um diamante que só serve de enfeite, enquanto a agua, que é essencial para a existência humana é tão barata?

Dai veio Jean Baptist Say de um lado, dizendo que o valor está na oferta, e iniciando uma teoria já com o valor subjetivo. E do outro, o brilhante e cabeça oca, David Ricardo, que fez notórias contribuições para a ciência da economia como o principio da vantagem comparativa, mas teve a infelicidade de dar inicio à teoria de que valor vem de trabalho humano. Ricardo, ainda defendendo que o estado só pioraria a situação e continuando sua postura liberal, também foi o primeiro a dar inicio à idéia do conflito de classes (capitalistas, donos de terra, e trabalhadores) pelos bens materiais.

Dai Marx, mala que só ele, ignorou tudo que o Say falou sobre valor, e pego do David Ricardo oque achava útil para seu trabalho, e fez essa monstruosidade retórica, mais conhecida como "Capital". Na minha opinião, seus erros foram ignorar o mundo real, e focar somente no "quadro negro" derivando complexas teorias e teorias vinda de uma simples má presunção de origem de valor.

Pois bem amigos, vocês estão cometendo o mesmo erro de Karl Marx e David Ricardo. Complicando DEMAIS algo tão simples como a origem do "valor" (claro que na ótica de hoje fica fácil fazer essa avaliação, já que o pensamento econômico evoluiu desde então).

Me inspirando em uma lição vinda de Marketing, em uma frase concluo:

"Valor está dentro da mente do observador"

;)

Muito Obrigado.

Edson Agatti