sexta-feira, junho 19, 2009

A Cultura do Diploma



Rodrigo Constantino, para o Instituto Liberal

A decisão do STF de acabar com a obrigatoriedade de diploma para exercer a função de jornalista gerou muita polêmica. Muitos jornalistas estão questionando porque cursaram seus anos de faculdade, se agora qualquer um poderá ser um jornalista, com ou sem diploma. Ora, o simples questionamento demonstra como vivemos na “cultura do diploma”, contrária à cultura da meritocracia. Quer dizer então que aqueles anos na faculdade tinham como meta somente o diploma, e não um aprendizado efetivo e útil?

A obrigatoriedade de diplomas não passa de uma reserva de mercado, típica de países corporativistas. O que importa é a qualidade do serviço prestado, a capacidade do profissional, e não o fato de ele ter ou não algum diploma. Ele poderia ser um brilhante autodidata. Se o investimento de tempo na universidade for rentável, ou seja, se o diploma realmente agregar valor, então ele continuará sendo demandado. Mas não há motivo algum para que o governo torne obrigatória a existência de um diploma. Isso apenas reduz a competição no setor, afastando possíveis profissionais competentes.

A prática pode ser uma escola mais eficiente que a universidade. Vamos deixar os consumidores decidirem. Quem teme a competição? Nos Estados Unidos e na Inglaterra não se obriga diploma para jornalistas, e creio que ninguém diria que o jornalismo nesses países é precário e incompetente. Além disso, resta perguntar: se para um poderoso Presidente da República não é exigido diploma algum no Brasil, por que deveríamos cobrar um para jornalistas?

2 comentários:

Antonio Álvaro disse...

Alguém conhece algum curso de música ruim? E de pedagogia ou direito? Esta é diferença entre profissões regulamentas ou não.

Luiz Mário Brotherhood disse...

Nossa Rodrigo...

Esses argumentos são fulminantes!