segunda-feira, janeiro 30, 2012

A mulher, o bebê e o intelectual

Luiz Felipe Pondé, Folha de SP

As pessoas não gostam de vagabundos, ladrões e drogados travestidos de revolucionários

Os comunistas mataram muito mais gente no século 20 do que o nazismo, o que é óbvio para qualquer pessoa minimamente alfabetizada em história contemporânea.

Disse isso recentemente num programa de televisão. Alguns telespectadores indignados (hoje em dia ficar indignado facilmente é quase índice de mau-caratismo) se revoltaram contra o que eu disse.

Claro, a maior parte dos intelectuais de esquerda mente sobre isso para continuar sua pregação evangélica (no mau sentido) e fazer a cabeça dos coitados dos alunos. Junto com eles, também estão os partidos políticos como os que se aproveitam, por exemplo, do caso Pinheirinho para "armar" a população.

O desespero da esquerda no Brasil se dá pelo fato de que, depois da melhoria econômica do país, fica ainda mais claro que as pessoas não gostam de vagabundos, ladrões e drogados travestidos de revolucionários. Bandido bom é bandido preso. A esquerda torce para o mundo dar errado e assim poder exercer seu terror de sempre.

Mas voltemos ao fato histórico sobre o qual os intelectuais de esquerda mentem: os comunistas (Stálin, Lênin, Trótski, Mao Tse-tung, Pol Pot e caterva) mataram mais do que Hitler e em nome das mesmas coisas que nossos intelectuais/políticos radicais de esquerda hoje pregam.

Caro leitor, peço licença para pedir a você que leia com atenção o trecho abaixo e depois explico o que é. Peço principalmente para as meninas que respirem fundo.

"(...) um novo interrogador, um que eu não tinha visto antes, descia a alameda das árvores segurando uma faca longa e afiada. Eu não conseguia ouvir suas palavras, mas ele falava com uma mulher grávida e ela respondia pra ele. O que aconteceu em seguida me dá náuseas só em pensar. (...): Ele tira as roupas dela, abre seu estômago, e arranca o bebê. Eu fugi, mas era impossível escapar do som de sua agonia, os gritos que lentamente deram lugar a gemidos e depois caíram no piedoso silêncio da morte. O assassino passou por mim calmamente segurando o feto pelo pescoço. Quando ele chegou à prisão, (...), amarrou um cordão ao redor do feto e o pendurou junto com outros, que estavam secos e negros e encolhidos."

Este trecho é citado pelo psiquiatra inglês Theodore Dalrymple em seu livro "Anything Goes - The Death of Honesty", Londres, Monday Books, 2011. Trata-se de um relato contido na coletânea organizada pelo "scholar" Paul Hollander, "From Gulag to the Killing Fields", que trata dos massacres cometidos pela esquerda na União Soviética, Leste Europeu, China, Vietnã, Camboja (este relato citado está na parte dedicada a este país), Cuba e Etiópia.

Dalrymple devia ser leitura obrigatória para todo mundo que tem um professor ou segue um guru de esquerda que fala como o mundo é mau e que devemos transformá-lo a todo custo. Ou que a sociedade devia ser "gerida" por filósofos e cientistas sociais.

Pol Pot, o assassino de esquerda e líder responsável por este interrogador descrito no trecho ao lado, estudou na França com filósofos e cientistas sociais (que fizeram sua cabeça) antes de fazer sua revolução, e provavelmente tinha como professor um desses intelectuais (do tipo Alain Badiou e Slavoj Zizek) que tomam vinho chique num ambiente burguês seguro, mas que falam para seus alunos e seguidores que devem "mudar o mundo".

De início, se mostram amantes da "democracia e da liberdade", mas logo, quando podem, revelam que sua democracia ("real", como dizem) não passa de matar quem não concorda com eles ou destruir toda oposição a sua utopia. O século 20 é a prova cabal deste fato.

Escondem isso dos jovens a fim de não ter que enfrentar sua ascendência histórica criminosa, como qualquer idiota nazista careca racista tem que enfrentar seu parentesco com Auschwitz.

Proponho uma "comissão da verdade" para todas as escolas e universidades (trata-se apenas de uma ironia de minha parte), onde se mente dizendo que Stálin foi um louco raro na horda de revolucionários da esquerda no século 20. Não, ele foi a regra.

Com a crise do euro e a Primavera Árabe, o "coro das utopias" está de volta.

10 comentários:

Anônimo disse...

Eu ja li o livro "Anything goes - the death of honesty" realmente é muito bom, ótima citação.

Parabéns adorei o blog

Criação de Sites

Carlos Magno disse...

Esse Pondé é mesmo uma figura. Vamos aos argumentos:

´´Os comunistas mataram muito mais gente no século 20 do que o nazismo, o que é óbvio para qualquer pessoa minimamente alfabetizada em história contemporânea.``

Realmente, muitos comunistas mataram, porém, muitos outros não mataram nem apoiaram a violência para chegar ao poder, vide Gramsci, Paulo Freire, Edward Thompson, Erich Fromm, etc. E é também válido ressaltar que os comunistas do séc.XXI nada tem com as atrocidades do regime stalinista. Daqui a pouco ele vai querer acusar o povo do PSTU e do PSOL pelos crimes de Stálin, Mao e cia.

´´Claro, a maior parte dos intelectuais de esquerda mente sobre isso para continuar sua pregação evangélica (no mau sentido) e fazer a cabeça dos coitados dos alunos. Junto com eles, também estão os partidos políticos como os que se aproveitam, por exemplo, do caso Pinheirinho para "armar" a população.``

NUNCA tive um professor comunista ou de esquerda de qualquer área ( Geo, His, Socio, Port, Lit, etc ) que tenha agido de tal forma. Muito pelo contrário, TODOS os professores esquerdistas que tive SEMPRE condenaram o stalinismo, maoísmo, etc. Esse senhor chega as vias da desonestidade intelectual para atacar a esquerda. Ele deve seguir o ditado de Lênin: Acuse os outros de uma coisa que você é. Além do mais, não foram os partidos que ´´armaram`` a população, as pessoas simplesmente assistiram pela tv e se indignaram com a violência da polícia, que não faz o mesmo com os bandidos do colarinho branco. Quanto aos moradores do Pinheirinho, o risco de desocupação já circulava a meses, não precisa ser nenhum intelectual pra saber o que significa isso.

´´O desespero da esquerda no Brasil se dá pelo fato de que, depois da melhoria econômica do país, fica ainda mais claro que as pessoas não gostam de vagabundos, ladrões e drogados travestidos de revolucionários. Bandido bom é bandido preso. A esquerda torce para o mundo dar errado e assim poder exercer seu terror de sempre.``

Ele deveria especificar melhor sobre qual esquerda fala. Muitos, nem todo mundo, consideram o PT esquerda e muitas melhorias econômicas ( fruto da conjuntura internacional e a continuação de algumas políticas de FHC, além de algumas medidas próprias ) ocorreram durante tal governo.
Eu também fico indignado com vagabundos, ladrões e drogados que se fingem de revolucionários. O caso na USP é o exemplo mais recente desses farsantes.
Também concordo que bandido bom é bandido preso, mas, não somente os bandidos esfarrapados, sujos e fedidos, também os de Armani, limpinhos e cheirando a perfume francês.
Eu torço para o mundo dar certo, só que a vida não é feita só do bônus do sistema financeiro, é feita também do ônus. Se queremos defender uma sociedade o mais injusta( socialmente falando) possível, devemos estar preparados para as consequências, sem ficar de mimimi com a esquerda.
Crianças de rua aprendem a usar drogas, roubar ou/e traficar por si mesmas, não são os esquerdistas que levam O Capital, o diário do Che ou A Microfísica do Poder para essas crianças lerem.

´´Mas voltemos ao fato histórico sobre o qual os intelectuais de esquerda mentem: os comunistas (Stálin, Lênin, Trótski, Mao Tse-tung, Pol Pot e caterva) mataram mais do que Hitler e em nome das mesmas coisas que nossos intelectuais/políticos radicais de esquerda hoje pregam.``

Novamente ele faz uma salada mista e esquece a diversidade da esquerda. Até os radicais são diversos uns dos outros. Pergunte a um militante do PSTU a opinião dele sobre o PT.

Carlos Magno disse...

´´Pol Pot, o assassino de esquerda e líder responsável por este interrogador descrito no trecho ao lado, estudou na França com filósofos e cientistas sociais (que fizeram sua cabeça) antes de fazer sua revolução, e provavelmente tinha como professor um desses intelectuais (do tipo Alain Badiou e Slavoj Zizek) que tomam vinho chique num ambiente burguês seguro, mas que falam para seus alunos e seguidores que devem "mudar o mundo".``

De novo, nenhum professor meu defende esse tipo de atrocidade. Ele deveria dar nomes aos bois e falar explicitamente (frente a frente, na lata mesmo) qual intelectual/professor brasileiro vivo defende esse tipo de crime. A maneira como ele ataca os intelectuais esquerdistas brasileiros é ridícula e covarde. Taxa todos, mas, não nomeia ninguém diretamente. Deve ter medo que a justiça lhe coloque uma focinheira, visto que pode ser acusado de calúnia e difamação.

´´De início, se mostram amantes da "democracia e da liberdade", mas logo, quando podem, revelam que sua democracia ("real", como dizem) não passa de matar quem não concorda com eles ou destruir toda oposição a sua utopia. O século 20 é a prova cabal deste fato.``

Agora ele me lembrou os liberais a lá Pinochet e os conservadores a lá Bush. E volta a querer usar os regimes do séc.XX pra atacar os comunistas(os poucos que ainda existem) hoje.

´´Escondem isso dos jovens a fim de não ter que enfrentar sua ascendência histórica criminosa, como qualquer idiota nazista careca racista tem que enfrentar seu parentesco com Auschwitz.``

Mais dos mesmos erros anteriores. Esse senhor, que despreza tanto as Ciências Sociais, deveria estudar um pouco de Teoria e Metodologia da História e Introdução a Sociologia pra evitar esses anacronismos todos. E deveria aprender a não generalizar tanto. Além é claro, de parar com essa tentativa de terror psicológico que ele pratica, apesar de acusar a esquerda de tal prática.
O outro erro que ele comete: Eu também desprezo o Nazismo e posso achar um nazista um completo idiota, porém, não posso acusar um nazista de 22 anos pelos crimes cometidos em Auschiwitz. Como posso acusar alguém de um crime se essa pessoa sequer existia quando ocorreu tal crime? A ironia é que os nazistas utilizaram esse mesmo argumento para perseguir os judeus. E eu já conheci evangélicos e católicos ( que de maneira conveniente se esquecem de seu próprio passado ) que responsabilizam os judeus pelo Holocausto, já que seus antepassados teriam entregue Jesus aos romanos.

´´Proponho uma "comissão da verdade" para todas as escolas e universidades (trata-se apenas de uma ironia de minha parte), onde se mente dizendo que Stálin foi um louco raro na horda de revolucionários da esquerda no século 20. Não, ele foi a regra.``

Se todos os revolucionários da esquerda fossem psicopatas ou tivessem matado tanto quanto Stálin, não existiria nem humanidade pra fazer essa comissão. Muitos cometeram atrocidades, porém, muitos não cometeram esses crimes bárbaros. Só lembrar de Stálin, Mao, Fidel e cia é manipular a História.

´´Com a crise do euro e a Primavera Árabe, o "coro das utopias" está de volta.``

Fazer o que né? É o bônus e o ônus...

Anônimo disse...

"Realmente, muitos comunistas mataram, porém, muitos outros não mataram nem apoiaram a violência para chegar ao poder, vide Gramsci, Paulo Freire, Edward Thompson, Erich Fromm, etc."

NÃO MATARAM PORQUE ALGUNS DESSES NÃO ERAM POLÍTICOS E O QUE ERA (GRAMSCI) NÃO CHEGOU AO PODER TOTAL.

É cada idiotice desses deslumbrados de esquerda que a gente tem de ler e ouvir!!!

Haja paciência!!!

Anônimo disse...

E Gramsci e Paulo Freire (gramsciano) apoiavam a violência revolucionária, sim. Após a guerra de posição (de valores culturais) por eles preconizada, se bem sucedida (com a conquista da hegemonia cultural e política), se seguiria a guerra de movimento (violenta), para a tomada do poder do Estado, se preciso fosse. Apenas achavam que nas democracias ocidentais o processo revolucionário deveria ser iniciado pela modificação das super-estruturas.

Ou o esquerdista Carlos Magno é ignorante ou está de má-fé.

Anônimo disse...

'De novo, nenhum professor meu'

que maravilha, descobrimos o centro do universo, tudo que gira em torno desse cara aí é o que deve ser o padrão pro resto do mundo inteiro

Daniel disse...

Ha... Esse Carlos Magno eh um figura mesmo... Cada besteira que rebater os comentários nem vale a pena, sendo que a ma fe ou a ignorancia (cego do tipo que nao quer ver) esta obvia nos comentarios...

Ricardo Froes disse...

“Só lembrar de Stálin, Mao, Fidel e cia é manipular a História.”

E não chega?

Ainda ontem, ao ouvir uma declaração de Helio Bicudo criticando Dilma e dizendo que Cuba “hoje é uma ditadura” eu me perguntei quanto tempo ele levou para descobrir isso. Sim, porque quando ele fundou o PT em 1980, Fidel completava 21 anos no poder e o partido apoiava seu governo e quando ele saiu do PT, em 2005, Fidel fazia 46 anos de despotismo e o PT continuava – e continua – apoiando.

Quer dizer que Bicudo “só” demorou 46 anos para notar que Cuba é uma ditadura, e é isso que ocorre com os “intelequituais” da esquerda: conhecer eles conhecem todas as ditaduras até porque não são burros de todo, mas reconhecê-las como tais é que são elas.

Aprendiz disse...

Esse Carlos Magno é um idiota. Levar décadas para "perceber" os crimes é uma maneira de sempre cometer crimes novos. Só serão "percebidos" daqui a décadas mesmo...

Mas a verdadeira face da esquerda "lobazinha" fica bem clara em muitos exemplos atuais. Foi unânime (ou quase, o que dá no mesmo) o "cala-a-boca" que os esquerdistas davam em qualquer um que denunciasse o massacre de cristãos e animistas do sul do Sudão pelos mulçumanos do norte. Daqui a algumas décadas, os esquerditas de então poderão dizer que "perceberam" os inúmeros crismes de hoje. Mas "não terão nada a ver com isso" e terão licensa para cometer seus próprios crimes.

Carlos Magno cita Gransci e Paulo Freire, como se não soubesse de duas coisas:

1. Uma função não anula a outra. Enquanto uns esquerditas matam e torturam, outros intimidam e caluniam, outros desconversam, outros controlam, outros enganam, outros criam mitos e lendas. O pensamento dos "esquerdistas pacíficos" nunca foi algo em oposição à violência esquerdista, mas apenas um outro meio usado, quando a situação é mais propícia a isso.

2. Mesmo que os "bonzinhos" fossem oposição aos explícitamente violentos, a própria idéia de criar um mundo onde todo pensamento seja tributário do Partido é ultrajante e violencia inaudita, em si. Muitas pessoas, saídas da URSS, diziam "você não sabe o que é não ter liberdade para pensar". Porque não ter liberdade para expressar grande parte do que se pensa (e, conforme pretendem que aconteça no futuro, não ter nem vocabulário para expressar muita idéias) é algo tão terrivel quanto ser torturado.

Anônimo disse...

Comunismo, o Maior Assassino do mundo e na história da humanidade! Por isso que foi derubado em 1989 no Leste Europeu e Ceausescu na Romênia foi fuzilado como um cachorro doido!
Morte ao comunismo! Nicolau da Romênia.