sexta-feira, março 22, 2013

Militância fascista


Rodrigo Constantino, para o Instituto Liberal

No caderno dos leitores no jornal O Globo de hoje, o leitor Jayme Ferrari foi direto ao ponto: “O pastor Feliciano foi eleito com 200 mil votos e escolhido para a presidência da Comissão de Direitos Humanos. Por que o escarcéu? Jamais votaria nele, mas me causa mais indignação os deputados João Paulo Cunha e José Genuíno, condenados a penas somadas de 17 anos de cadeia, integrarem a Comissão de Justiça (!) da Câmara. Cadê a militância barulhenta gritando contra esse absurdo? Cadê a UNE? E a turba “progressista”? Progressismo bom é dos amigos”.

Ninguém precisa ter um pingo de simpatia pelo pastor Feliciano (meu caso) para compreender o perigo que estamos vivendo. Há uma minoria, uma patota muito organizada, que pensa que pode mandar no grito! São fascistas em potencial ou já formados. Não aceitam as regras do jogo, não toleram a democracia. O jornalista Reinaldo Azevedo escreveu um importante artigo sobre o assunto, mostrando o desrespeito dessa gente ao Estado Democrático de Direito. São os “fascistas do bem”, e precisam ser contidos antes que seja tarde demais.

Não chama a atenção do prezado leitor o fato de que toda essa grita é voltada apenas para o pastor Feliciano, e não haja um único movimento organizado contra os petistas condenados no Congresso, ocupando comissões importantes como a de Justiça? Se o leitor assinou aquela petição contra Renan Calheiros pela Avaaz, saiba que essa ONG, liderada por um esquerdista convicto, não faz campanha contra um único petista! Onde estão as petições pela prisão de Dirceu, pela derrubada de Genoíno e Cunha? Ninguém sabe, ninguém viu.

Atentai para este fato, estimado leitor! O duplo padrão “moral” é evidente. Há um grupelho minoritário, porém muito bem orquestrado e barulhento, que pretende solapar as instituições democráticas e governar no grito. Onde foi que já vimos isso antes? Sim, naquele nefasto regime: o fascismo!


quinta-feira, março 21, 2013

O caso AdeS

É isso! Chega!!! Eu não aguento mais o PT no poder...
Rodrigo Constantino

Postei essa foto ontem no Facebook, ironizando o problema com o suco de maçã AdeS. Não sou de perder a piada. Dito isso, é preciso fazer alguns esclarecimentos.

Costumo dizer (e tenho artigos sobre isso) que a preocupação com o lucro do produtor e, portanto, com sua própria imagem, é a melhor garantia que os consumidores têm. Entramos no Wal-Mart ou no Carrefour e confiamos na qualidade dos produtos não por altruísmo dos vendedores, tampouco pela fiscalização dos burocratas, mas sim porque um erro pode custar caro a eles. 

Como vimos agora no caso da AdeS. Como custou caro um erro! Pois há accountability, acionistas privados que pagam a conta do erro, ao contrário do governo, que sempre joga a responsabilidade para ombros alheios de forma difusa. Confiamos nos produtos que compramos porque as empresas precisam sobreviver e, para tanto, precisam lucrar!

Claro que erros podem acontecer. No caso da Unilever, uma multinacional respeitável e dona de várias marcas de sucesso, o erro é chocante, e desperta até a suspeita de sabotagem industrial. Mas não precisamos ir longe na teoria conspiratória. Shit Happens. E com frequência infinitamente menor na gestão privada, justamente pelo mecanismo de incentivos mais adequado.

Estou seguro de que esse episódio será uma mancha negra (ou afrodescentente) na história da empresa, mas que ela dará a volta por cima. E fará isso porque precisa fazer isso, ou vai à bancarrota. Eu não confio nos burocratas do Procon ou da Anvisa. Nem confio na abnegação dos proprietários da Unilever. Felizmente, eu não preciso confiar nisso. Basta eu confiar na pressão que o livre mercado exerce nas empresas, sempre em busca do melhor atendimento possível aos consumidores e na qualidade de sua imagem, pois isso vale muito para eles.

terça-feira, março 19, 2013

Dez anos de Guerra do Iraque

Kofi Annan da ONU cumprimenta Saddam Hussein

Rodrigo Constantino

Dez anos de Guerra do Iraque. O que você "sabe" é que Bush mentiu para ir à guerra e terminar o serviço começado pelo pai, certo? O que você talvez não saiba é que Saddam Hussein ignorou o acordo de inspeção com a ONU após anos brincando de "gato e rato" com os inspetores; que Hans Blix foi feito de idiota e a ONU tinha a obrigação de agir para não ser desmoralizada; que Saddam abrigou o terrorista que atacou o WTC em 1993; que deu proteção a outros terroristas como Abu Abbas e Abu Nidal; que financiou ataques suicidas no Oriente Médio; que usou gás de mostarda contra população indefesa; que tinha esquema de corrupção com gente graúda da própria ONU (no programa “Oil for Food”); que o presidente Bill Clinton, antes de Bush, assinou a autorização para o país buscar remover Saddam do poder e substituí-lo por um regime democrático; que tal medida contou com aprovação maciça da maioria do Congresso, incluindo do Partido Democrata (157 a favor x 20 contra); que o governo Clinton efetivamente iniciou ação militar, ainda sob pressão pelo escândalo Monica Lewinsky, bombardeando intensamente por quatro dias instalações iraquianas na Operação Raposa do Deserto (na Wikipedia não aparece o nome do presidente Clinton!).

ISSO tudo você sabia? Mas a imagem que ficou foi a de um cowboy beligerante resolvendo issues familiares ou em busca do petróleo (e então, como anda a colonização no Iraque hoje?). Criticar a guerra é absolutamente legítimo. O que NÃO é legítimo é ignorar todo o contexto e acusar somente Bush sem entender o que estava em jogo. Vale notar que a reação estridente veio ANTES até da guerra do Afeganistão, essa sim, absolutamente justa pela ótica americana, quando lembramos que o Talibã dava guarida aos terroristas do ataque de 11 de setembro. Compare isso com a reação após Pearl Harbor em 1941! E entenda que a máquina de propaganda esquerdista tomou conta da América, em uma estranha e nefasta simbiose com os radicais islâmicos.

Leitura recomendada: Unholy Alliance: RadicalIslam And the American Left, de David Horowitz. 

De volta ao passado

Rodrigo Constantino, O GLOBO

´Aqueles que não conseguem se lembrar do passado estão condenados a repeti-lo." (George Santayana)

Acelerei a minha máquina do tempo DeLorean e regressei aos anos 80. Às vezes, precisamos mergulhar no passado para prever o futuro.

Um senhor bigodudo era o presidente. Vi na televisão o anúncio de um novo plano econômico, chamado "Cruzado". Entre as principais medidas, estava o congelamento de preços e da taxa de câmbio. Maria da Conceição Tavares, assessora do Ministério do Planejamento, chorou de emoção diante das câmeras da TV Globo. Literalmente.

A euforia era contagiante. Muitos pensavam que um novo Brasil estava sendo construído, mais justo e mais próspero. Mas a realidade... Essa ingrata não permite que as leis econômicas se submetam aos caprichos políticos. O congelamento de preços levou à escassez, e nas prateleiras começaram a faltar produtos. O que fazer?

Claro que a culpa só podia ser da ganância dos empresários, esses insensíveis que só querem lucrar. Mas o homem do bigode tinha a solução: caçar bois no pasto! Afinal de contas, não podemos deixar faltar carne no açougue. Há estabelecimentos desrespeitando o preço tabelado? Simples: fiscais do governo para controlar esses perversos!

Alguns economistas coçavam a cabeça, perplexos. Eles sabiam que nada daquilo funcionaria. Não se ignora as leis econômicas impunemente. Não eram os "desenvolvimentistas" da Unicamp, os mercantilistas ou os adeptos da "teoria da dependência". Esses tinham receitas parecidas, pensando que o governo é uma espécie de sábio clarividente que pode simplesmente decretar o progresso da nação.

Mas o importante é constatar que havia lucidez em meio a tanta euforia irracional. Infelizmente, tal como Cassandra, seus alertas eram ignorados. A turma estava empolgada demais com o futuro prometido, com a sensação de esperança. Apontar que o rei está nu é estragar a festa de muita gente míope e embriagada.

Após essa experiência nostálgica, retornei ao presente. Liguei a TV e vi que o bigodudo ainda estava lá, com tanto ou mais poder concentrado nele. Vi também que aquela mesma economista com sotaque de Portugal era extremamente respeitada e vista como uma mentora pela própria presidente. "Memória curta dessa gente", pensei.

Depois notei que nossa taxa de câmbio praticamente não oscila mais, e que a inflação fica acima da meta o tempo todo, mesmo com crescimento pífio da economia. Mas o Banco Central nada faz, preferindo manter a taxa de juros reduzida, claramente por razões eleitoreiras.

Em seguida, vi o ministro Guido Mantega avisando que iria fiscalizar se as desonerações fiscais eram mesmo repassadas para o preço final. Déjà Vu! Tive calafrios na espinha. Quer dizer que o próprio governo faz de tudo para despertar o dragão inflacionário, estimulando o crédito público, criando barreiras protecionistas, aumentando gastos, reduzindo artificialmente os juros, e depois pensa que vai segurar a inflação com fiscalização?

Qual será o próximo passo? Recriar a Sunab? Fazer uma campanha difamatória contra os empresários? Criar os "fiscais da Dilma", usando senhoras com tabelas nos mercados? Manipular os índices oficiais de inflação? É uma visão assustadora, um flashback de um filme de quinta categoria que já conhecemos e sabemos como termina.

Quem não tem idade suficiente ou não tem boa memória, basta olhar para o lado e ver o presente da Argentina. O novo Papa pode ser argentino, mas sem dúvida Deus não o é, caso contrário não permitira que o casal K ficasse tanto tempo no poder causando esse estrago todo.

Mas, pelo andar da carruagem, não poderemos zombar dos "hermanos" por muito mais tempo. O governo petista tem feito de tudo para alcançar as trapalhadas deles. E não adianta culpar fatores exógenos, pois dessa vez não vai colar. O Peru, a Colômbia e o Chile, com modelos diferentes e mais liberais, crescem muito mais com bem menos inflação. Nossos males são "made in Brazil", fruto da incompetência da equipe econômica e da própria presidente.

Finalmente, liguei o rádio e ouvi um ex-ministro tucano endossando a ideia de que era, sim, preciso fiscalizar os donos dos estabelecimentos, para não permitir aumentos de preços. Depois vi que o PSDB fazia uma campanha não pela privatização, mas pela "reestatização" da Petrobras, quase destruída pelo PT.

Quando lembrei que essa é a nossa "oposição" a este modelo terrível que está aí, peguei minha DeLorean e ajustei a data para 2030, na esperança de que lá teremos opções realmente liberais contra essa hegemonia de esquerda predominante no Brasil atual.

sexta-feira, março 15, 2013

Viciado não é vítima


Rodrigo Constantino

Não sei quanto a você, mas eu estou cansado de ver drogados sendo tratados como vítimas. Não é como se pegassem um vírus no ar, ou como se uma tsunami destruísse sua vida. Há o fator crucial envolvido: escolha!

Precisamos parar com essa vitimização e implicar mais o sujeito em seus atos. Responsabilidade individual: habilidade de resposta. Isso existe, ainda que dificultada em alguns casos. Sem essa premissa, aceitamos que somos apenas marionetes de forças maiores. Somos?

Fui criado à velha maneira: não ficar arrumando bodes expiatórios para justificar minhas atitudes. Aqui se faz, aqui se paga!

Mas a esquerda festiva não vive sem seus mascotes, sem as “minorias” que servem para aplacar sua culpa ou alimentar seu ego, sua ilusão de que seus membros são as melhores pessoas do mundo, preocupadas com os “fracos e oprimidos”. 

As minorias “protegidas”, hoje, já somam uns 80% da população. Só as mulheres já perfazem metade. Depois, acrescente os gays, os índios, os negros e pardos, os deficientes físicos, os viciados, os presidiários... A marcha dos oprimidos não tem fim!

Se você, leitor, é homem, branco, heterossexual, saudável, trabalhador, então pode estar certo de que paga a conta das benesses e privilégios das “minorias”, e que é visto como o grande culpado por todos os males.

Enquanto você trabalha duro para pagar as contas e ainda deixa quase a metade do que ganha em impostos, sem nenhum retorno do estado, saiba que é o marmanjo viciado em drogas que é visto como a grande “vítima”. Resta perguntar: vítima de quem, se não de si mesmo?

O Cazaquistão é aqui

A classe média do governo Dilma

Rodrigo Constantino, para o Instituto Liberal

“Brasil fica estagnado na 85ª posição do IDH”, diz a manchete do jornal O Globo. Todo indicador é imperfeito e limitado, especialmente um que leva em conta alguns conceitos menos objetivos. Ressalva feita, a constatação é clara, a despeito da pressão do governo pela mudança de cálculo: a qualidade média de vida no Brasil não melhora muito em termos relativos e continua lá atrás do ranking mundial. Estamos perto do Cazaquistão!

Também, pudera: possuímos uma das maiores cargas tributárias entre os países menos desenvolvidos, os serviços prestados pelo governo são precários, há muita corrupção e concentração de poder em Brasília, etc. A vida do pobre ou da classe média brasileira não é nada fácil. Transporte público caótico, péssima qualidade no ensino, hospitais públicos caindo aos pedaços, elevada criminalidade, e tudo isso mesmo depois de entregar “voluntariamente” quase 40% do que recebe de salário.

Dá para comemorar só porque o governo distribui esmola na medida certa para “reduzir” a miséria oficial? Dá para soltar fogos de artifício porque o crédito foi estimulado de forma irresponsável para criar a sensação de prosperidade, que é ilusória e insustentável? Como celebrar o modelo atual quando sabemos que a produtividade brasileira, fundamental para incrementar os salários de forma sustentável, simplesmente não cresce há anos?

Não sei quanto ao leitor, mas eu não me contento com tão pouco. Há quem tenha nascido para lagartixa, e jamais chegará a jacaré. Mas eu não posso vibrar com um IDH na 85ª posição, ao lado do Cazaquistão. Nem mesmo em uma sexta-feira!



segunda-feira, março 11, 2013

Entrevista para a Infomoney

Entrevista que dei para a revista Infomoney sobre privatização. Valor da Petrobras poderia triplicar se ela fosse privatizada!

sábado, março 09, 2013

Entrevista nas páginas amarelas da VEJA

A vida lhe dá o que você merece, não o que você precisa. Não é "Precise e colherás", mas sim "Plante e colherás". Se você realmente precisa colher, então realmente precisa plantar. (Jim Rohn)

É com muita satisfação que recebo essa publicação da entrevista que concedi às páginas amarelas da VEJA. Acredito que devemos focar sempre em nossas convicções, mantendo a honestidade intelectual e a integridade. O resultado, o sucesso, se segue disso. Se desejamos colher os frutos de um país melhor, mais próspero e mais livre, então precisamos plantar as sementes que levarão a isso. Espero estar fazendo bem minha parte. E obrigado a todos pelo fundamental apoio.





sexta-feira, março 08, 2013

EBXBras



Rodrigo Constantino, para o Instituto Liberal

Deu no jornal Valor hoje que Eike Batista teria buscado o apoio da Petrobras dessa vez, para possíveis negócios com seu grupo para aliviar o enxugamento do caixa. Eike está vivendo seu “inferno astral”, e as diferentes empresas de seu conglomerado despencaram em bolsa. O bilionário perdeu várias posições no ranking da Forbes. O acordo fechado com o BTG Pactual deu algum alento em bolsa, mas os problemas persistem.

O fato é que Eike Batista já é um felizardo no que diz respeito às benesses estatais. O BNDES já repassou vários bilhões ao grupo, com taxas subsidiadas. Ou seja, os brasileiros pagadores de impostos foram obrigados a transferir recursos para o ricaço da Forbes, e isso em um governo popular de esquerda. É justo isso? É justo agora a estatal, que por sua vez vive também seu “inferno astral” produzido pela péssima gestão, colocar mais recursos do povo nas empreitadas do excêntrico bilionário?

No fundo, esse modelo de forte simbiose entre estado e grandes empresários tem nome: chama-se capitalismo de estado, ou de compadres, e se assemelha muito ao fascismo. O governo não tem que escolher os “campeões nacionais”. O próprio BNDES já tem seu balanço ameaçado, e o senador Aloysio Nunes Ferreira tem razão quando demanda a abertura de debates na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). É uma situação preocupante criada pelo governo, que pode estourar logo ali na frente.

Capitalismo sem bancarrota é como Cristianismo sem inferno. O governo não deve selecionar vencedores para começo de conversa, tampouco salvar perdedores em seguida. Que o mercado avalie se os projetos de Eike fazem sentido e, se for o caso, coloque recursos neles. Caso contrário, só lamento. Faz parte do jogo do capitalismo de livre mercado. É assim que tem de ser. Infelizmente, no Brasil não é. Corremos o risco da criação de uma EBXBras!

terça-feira, março 05, 2013

A Rede da demagogia

Rodrigo Constantino, O GLOBO

Há mais um partido na praça. Trata-se da Rede, de Marina Silva, candidata que recebeu 20 milhões de votos nas últimas eleições presidenciais. Tem muita gente cansada da dicotomia entre PT e PSDB, em busca de alguma alternativa. Será que a Rede é a solução? 

Confesso ao leitor que ela não me convence. Para começo de conversa, o partido fez como o fisiológico PSD, de Kassab, e alegou não ser de esquerda nem de direita, pró-governo nem oposição. Contudo, quando vamos verificar quem são as pessoas por trás dele, só encontramos gente de esquerda, inclusive da ala mais radical, aquela que ainda sonha com o fracassado socialismo cubano. 

Um de seus gurus intelectuais é Leonardo Boff, da Teologia da Libertação, uma mistura tosca entre cristianismo e marxismo. Marina veste literalmente o boné dos invasores de terra do MST. Vários membros do PSOL pretendem migrar para a Rede. E por aí vai. 

Alguns ali abraçam a cruzada ecológica, mas tampouco me enganam. São "melancias": verdes por fora, mas vermelhos por dentro. Seu discurso transforma o meio ambiente em religião antiprogresso, e dá para notar claramente o viés anticapitalista. O planeta será salvo pelo resgate do "bom selvagem", de uma vida comunitária idealizada, como no filme "Avatar". Estou fora dessa seita romântica! 

Resta a importante questão ética. Uma vez mais, eu não fico tão convencido. Em primeiro lugar, é preciso lembrar que Marina teve quase três décadas de filiação ao PT. E não é novidade alguma o uso de práticas imorais do partido em sua busca implacável pelo poder. Elas chegaram ao auge do absurdo com o mensalão, mas não foram iniciadas ali. Relações com o jogo do bicho, parceria com ditadores comunistas, até mesmo afinidade e aproximação com os guerrilheiros das FARC representam o histórico do PT desde muito tempo. A bandeira da ética sempre foi hipócrita, e está totalmente esgarçada pelas traças do poder. 

Esse rompimento tardio de Marina, que foi ministra de Lula, remete ao caso do escritor Saramago, que rompeu com Fidel Castro após uma nova perseguição a três intelectuais cubanos, ignorando os milhares de cadáveres acumulados na mais longa ditadura da América Latina. 

Marina Silva resolveu sair do PT apenas quando seu espaço político estava prejudicado. Mas ela fez parte do governo, ainda que não tenha praticado atos ilegais. Quando abandonou o PT, disse que foi preciso coragem para sair de sua "casa política", à qual ainda nutria profundo respeito. Quem respeita tanto assim o PT perde o meu respeito. 

A Rede fez muito barulho com a bandeira ética, tal como o PT de ontem. Mas começou mal, ao recusar dinheiro de empresas de tabaco e cerveja, mas aceitar o de empreiteiras (eu inverteria). Aceitou ainda gente do PSOL envolvida no escândalo do bicheiro Cachoeira. Será que Marina concorda com José Dirceu, para quem a Lei da Ficha Limpa é absurda? Caiu na Rede é peixe? 

Em suma, por trás daquela fala mansa e da mensagem messiânica (o próprio Alfredo Sirkis afirmou que se trata mais de um "estado de espírito" do que de prática política), jaz o embrião de mais um partido populista e demagógico, uma espécie de PT revigorado e embalado em alface orgânico. Um projeto personalista da "salvadora da pátria". 

O Brasil, infelizmente, continua com uma hegemonia de esquerda na vida política. Todos os partidos relevantes rezam o mesmo credo socialista envergonhado: intervencionista na economia, coletivista e paternalista no social. Nenhum fala abertamente em privatização, em redução do papel do governo na economia e em nossas vidas. Todos querem assumir o papel de "pai do povo" e controlar 40% do PIB nacional. 

O grande nome "novo" é Eduardo Campos, neto de Miguel Arraes e líder de um partido que ainda se diz socialista. Do lado dos tucanos, temos Aécio Neves, que parece o melhor da turma. Mas algo ali não cheira bem. Falta disposição para assumir uma postura efetiva de oposição. 

Os milhões de brasileiros cansados da completa falta de ética na política, do viés estatizante de todos esses partidos, continuam órfãos políticos, sem representação partidária. Sei que há partidos demais (legendas, na verdade), mas precisamos de uma alternativa verdadeira, sem medo de assumir sua posição de direita liberal, a favor do livre mercado, da família e da propriedade. 

Um partido que não venda ilusões e milagres por meio da pesada mão do Estado, mas sim reformas que devolvam o poder a cada um de nós. Um partido que diga "Basta!" a todos esses privilégios e subsídios estatais. Precisamos de algo realmente NOVO!

segunda-feira, março 04, 2013

O Pesadelo


MP Advisors - Carta de Fevereiro

Dilma teve dificuldade para dormir nesta noite, o jantar ainda brigava com os sucos gástricos; os pensamentos ruins iam e vinham e nada do sono chegar.  Após muito rolar na cama, e com o auxílio de uma destas maravilhas capitalistas da indústria farmacêutica, ela finalmente pegou no sono. E logo começou a sonhar.

O sonho começou animador.  Uma linda moça, loura, elegante, ponderada e exalando sabedoria, a convidou para um passeio. Mentalmente, a presidente anotou que nunca havia visto a moça em nenhum congresso do PT.  O passeio seria pelo futuro próximo, algum lugar entre 2030 e 2040. 

O passeio começou fora do Brasil, pelos aliados bolivarianos.  A Venezuela era governada por Conchita Chávez III, neta de Hugo Chávez, que, embora vivo não governava e apenas enviava tweets do hospital.  O país virou um amontoado de miseráveis que agora importava petróleo, todos os que produziam ou tinham algum tipo de estudo agora estavam em Miami, que, com isso, viveu um novo boom econômico e já está entre as cinco maiores cidades americanas.  A próxima parada, rápida, foi a Bolívia que já não era mais um país e sim um campo de batalha de quadrilhas de cocaleros, sendo a mais poderosa aquela comandada pelo pessoal que soltou um sinalizador em um jogo de futebol há muito tempo atrás.  Estabeleceram-se na Bolívia.

Para encerrar o tour sul-americano, a linda moça levou Dilma para a Argentina.  A presidente achou que era uma peça de mau gosto que pregavam nela. Buenos Aires, tão linda, estava caquética e destruída como Havana.  Não havia mais produção rural; a carne era importada da Austrália (caríssima) e o tradicional doce de leite não existia mais.  A população fazia filas e mais filas atrás dos cupons de racionamento, que davam direito a uma porção diária de comida.  Já não havia mais moeda, corroída por uma inflação de quatro dígitos.  O escambo havia voltado e cada um se virava como podia.  O país era dirigido por uma neta do Maradona com um descendente de Perón, que tinha como plataforma de governo a recuperação das Ilhas Falklands, nesta altura já com um PIB superior ao da Argentina. 

Dilma começava a ficar zangada, achando que isso era uma pegadinha do Lobão ou do Mercadante. A moça então disse, "chega dos vizinhos, vamos ver o Brasil".  Dilma ficou feliz, "agora vamos ver a potência que eu e Lula criamos".  A visita começou por uma cidade do sul, onde tinha acabado de haver um incêndio em uma boate, ceifando a vida de 300 jovens.  Dilma ficou fula.  "Como? Nós baixamos 87 decretos e 234 artigos regulamentando a atividade de boates em 2013. Como pode?"

A próxima parada foi numa plataforma do pré-sal, da antiga Petrobrás.  A plataforma (como as outras) já não produzia mais nada há 20 anos.  Todas foram alugadas pela empresa de festas do Thor Batista e eram usadas para raves em alto mar. Tudo com open bar e passagem de helicóptero inclusos. Dilma ficou pensando no que poderia ter dado errado. Afinal, ela caprichou na proteção e no financiamento da indústria nacional.  Agora o Brasil importava petróleo dos Estados Unidos, que com sua tecnologia de extração do ouro negro do xisto betuminoso, se tornou o maior produtor mundial.

Ao passar pelas cidades Dilma levou um susto: o trânsito simplesmente parou (afinal o que esperar com quatro milhões de carros vendidos por ano e zero km de estradas construídas) e os carros estavam abandonados na rua, num grande nó.  As pessoas agora andavam a pé e as bicicletas do Itaú eram disputadas a tapas.

Ao procurar agências do Banco do Brasil e da Caixa Econômica, Dilma levou um susto ao não ver mais nenhuma.  A moça explicou que após a brutal expansão de crédito, seguiu-se uma onda de inadimplência que levou o governo a ter que fazer seguidas capitalizações nos dois bancos.  No final, o governo juntou os dois bancos num só, o Banco do Povo, que tinha no seu logo a figura do Che Guevara.  

Dilma perguntou para a sua anfitriã o que era aquela fila no centro do Rio de Janeiro.  A moça explicou que era a fila do bolsa-vela.  Afinal, o setor de energia elétrica foi dizimado em 2012 e não houve mais investimentos.  Hoje temos energia somente 4 horas por dia e a vela virou artigo caro e escasso.  O governo petista, sempre atento ao social, criou o programa de distribuição de velas para os mais desfavorecidos.

Dilma perguntou sobre os programas de cotas.  Ficou sabendo que apenas quatro cotistas conseguiram se formar verdadeiramente.  Os outros se formaram por liminar ou pelo novo sistema de cotas para aprovação automática.  Os erros de engenharia e de médicos se avolumavam, causando muitas mortes; o CREA estudava a polêmica medida de somente habilitar engenheiros paraguaios. Ela anotou de chamar o Mercadante para uma reunião.

Dilma já estava ficando realmente preocupada quando se lembrou de Brasília.  Pediu para ver a cidade do poder.  Poucas surpresas. O presidente era governado pela chapa Lindbergh Farias do PT tendo como vice o filho do Collor, do PMDB.  No Congresso, os netos de Sarney e Renan se revezavam na presidência do Senado e se divertiam fazendo fogueiras com os abaixo-assinados para que saíssem. 

A base aliada já contava com 364 partidos e a palavra oposição foi retirada do Aurélio, por falta de uso.  Naturalmente, para pagar a conta deste estado gigantesco, a carga tributária já estava em 70% do PIB.  Com isso a economia não conseguia crescer e o PIB per capita já era metade do anotado em 2013.  O governo Lindbergh estudava exportar metade da população para África, e com isso melhorar o indicador. O prédio do Banco Central virou um Fundo Imobiliário de um Shopping e agora a política monetária era decidida diretamente por Lindbergh e por Collorzinho no poker das segundas, após o expediente.  A inflação não se sabe se oscila nos dois ou nos três dígitos, tantas são as manobras e tablitas sobre o índice.  Para manter o povo feliz e o projeto político em funcionamento, os programas de transferência de renda já atingem 300 milhões de pessoas, embora a população tenha apenas 280 milhões. Um mistério.

Dilma perguntou para a moça (seria uma fada?), afinal o que tinha dado errado?  A diáfana e sábia criatura calmamente explicou; "Dilma, todos esses experimentos sociais fracassaram, um após o outro. Os seres humanos são diferentes, e tem diferentes capacidades e ambições. Quando compulsoriamente (veja bem, nada contra a caridade espontânea) os mais fortes e trabalhadores tem que sustentar os fracos e preguiçosos, a sociedade implode. Afinal, o açougueiro não sai da cama de manhã imbuído de doar a melhor carne para o seu cliente. Sua motivação é o lucro. O lucro não é feio, muito pelo contrário. A beleza do lucro é ser a expressão monetária do trabalho bem feito, da inventividade, do sacrifício de uma juventude de estudos, do risco, enfim, de trocar o prazer momentâneo por algo bem maior lá na frente. Se você monta uma estrutura social onde os empreendedores são punidos e os preguiçosos são favorecidos o que você acha que os primeiros fazem? Vão embora, é claro. E o que é uma sociedade formada por gente acomodada? O que você acha que acontece em uma economia sufocada por milhões de normas e decretos, onde é mais simples se cadastrar em alguma bolsa- qualquer-coisa do que produzir uma caneta? O que você acha de uma sociedade onde o empresário gasta mais tempo com o seu contador do que com o seu cliente? Dilma, minha querida. Não se extermina as galinhas dos ovos de ouro de um país impunemente.".

Dilma acordou sobressaltada, o dia já amanhecia em Brasília e ela anotou no post-it que deveria alterar as regras de privatização de infraestrutura. Enquanto se maquiava lembrou-se de deixar o Tombini fazer alguma coisa com a inflação, que já estava incomodando, e também de demitir o Mantega.  Mas como fazer isso sem dar o gostinho para aqueles jornalistas ingleses nojentos?  Mas a pergunta que oprimia o seu coração era; "será que vai dar tempo?".

A prova do BNDES


Rodrigo Constantino

A nova prova de seleção que o BNDES realizou conta com uma questão no mínimo polêmica. Um conhecido que fez a prova me mandou o conteúdo. Trata-se da questão de número 57:

Um banco central adota um regime monetário de metas de inflação a serem alcançadas não de imediato, mas a médio
prazo.
Esse banco central, pela utilização eficiente de seus instrumentos de política monetária,
(A) precisa manter constante a taxa percentual de expansão de um agregado monetário, escolhendo-o adequadamente.
(B) precisa manter constante a taxa de juros real da economia, estabilizando a demanda interna.
(C) precisa manter constante a taxa de câmbio real da economia, estabilizando a demanda externa.
(D) consegue atenuar as flutuações de curto prazo do produto real da economia, estabilizando o emprego.
(E) deve acelerar a taxa de crescimento do produto real da economia, incentivando os investimentos.

Segundo o Prêmio Nobel de Economia, Milton Friedman, o ideal seria ter uma espécie de robô no lugar do Banco Central, emitindo uma taxa constante de base monetária para garantir a estabilidade de preços no longo prazo. Uma de suas maiores queixas era justamente o excessivo ativismo monetário dos bancos centrais, que ele responsabilizava pelo Crash de 29. Portanto, para Friedman e boa parte da Escola de Chicago, a resposta (A) seria a mais adequada, creio eu. Afinal, a inflação é sempre um fenômeno monetário.

Para a Escola Austríaca nem se fala. O Banco Central sequer deveria existir. Mas, assumindo sua inevitabilidade, sem dúvida seu foco deveria ser no agregado monetário, pois a EA considera inflação justamente a expansão da moeda, e não seu efeito secundário, que é o aumento nos preços.

Mas o BNDES considerou correta a reposta (D), o que levanta várias questões. Em primeiro lugar, deposita nas autoridades monetárias um poder e uma sabedoria enormes, como se eles realmente fossem capazes de atenuar essas flutuações de curto prazo do produto. A crise de 2008 deveria ter colocado ao menos em xeque, se não enterrado de vez, essa prepotente e arrogante premissa.

Em segundo lugar, essa resposta claramente tenta relativizar a meta de inflação e colocá-la como secundária ao objetivo de preservar o emprego. Nos Estados Unidos, o Congresso definiu um mandato dual para o Banco Central, e ele deve, sim, atuar para conter a inflação e preservar o emprego. São duas metas para um instrumento. O que vimos desde 2008 é que esta estratégia vem falhando. O nível de desemprego continua elevado, distante da meta de “pleno emprego”, e a inflação já se encontra no topo da meta, sob risco de ruptura para cima, apesar da fraca atividade.

Mas no Brasil o mandato do Banco Central não é dual, e sim único: preservar o poder de compra da moeda. Portanto, essa resposta estaria claramente em conflito com este objetivo. Quem fez o gabarito da prova do BNDES? O Ministro Guido Mantega? O presidente do Banco Central Alexandre Tombini? É o que parece. Mas vale lembrar que essa postura míope, voltada para o curto prazo e para o emprego mais que para a inflação, tem sido justamente a responsável pela perda de credibilidade da instituição, vista cada vez mais como politizada e subserviente aos interesses eleitoreiros do governo.

É um absurdo o BNDES colocar como resposta certa aquela que está errada tanto pela teoria, como pela vasta experiência acumulada. Quando o Banco Central abandona seu foco objetivo no índice de preços com a desculpa de que está se adaptando às condições de “curto prazo” de modo a estabilizar o nível de emprego, ele está brincando com fogo e, possivelmente, soltando o dragão inflacionário.

É triste verificar que o BNDES endossa essa postura e seleciona seus funcionários já com base nesse alinhamento ideológico. Mas, como tudo ruim pode sempre piorar, em breve é possível que o banco considere como gabarito a resposta (E)!

Controle de Imprensa - Emir Sader e as Ilusões Garantidas

Milton Simon Pires


Ilusões Perdidas é uma das obras primas de Balzac. Romance que tem como personagem principal o jovem Lucien Chardon, é uma crônica social da França do século XIX no período da Restauração. Narra principalmente a decepção do jovem poeta interiorano que, em meio a hipocrisia de Paris e tendo falhado como escritor, procura no jornalismo o  caminho para o sucesso. Sem Lei de Imprensa ou Fórum Nacional para Democratização das Comunicações,  imagino que o sofrimento de Lucien ao enfrentar os interesses da mídia privada seria um prato cheio para o nosso Emir Sader quando  escreveu Imprensa livre é imprensa privada? (Emir Sader – Carta Maior – 28/10/2009). Ontem, dia primeiro de março, o Diretório Nacional do PT manifestou-se mais uma vez sobre o tema e, naquilo que se chama “aviso da história”, deixou  explícitas as suas intenções sobre o assunto. Para sabermos se existe ou não risco de censura no Brasil petista não é sobre a natureza da democracia nem sobre a função social da imprensa que devemos pensar. A relação entre sociedade livre e imprensa independente está suficiente estabelecida pela história. Na internet, a página da Embaixada Americana no Brasil deixa muito claro que Numa democracia, a imprensa não deve ser controlada pelo governo. Os governos democráticos não têm ministros da informação para decidir sobre o conteúdo dos jornais nem sobre as atividades dos jornalistas; não exigem que os jornalistas sejam investigados pelo Estado; nem obrigam os jornalistas a aderir a sindicatos controlados pelo governo. Nesse sentido, não é sobre Rosseau, Voltaire, ou Jeremy Bentham que vamos falar aqui para entender a questão da liberdade de imprensa do ponto de vista histórico e filosófico. Vamos, isto sim, recorrer a um filósofo contemporâneo chamado Isaiah  Berlin que,ao discorrer sobre liberdade, afirma que esta é basicamente o  “direito de ser deixado em paz”. Este conceito, na obra de Berlin, chama-se “liberdade negativa” em oposição à capacidade do sujeito, através das suas próprias ações, de exercer aquilo que pensa ser a sua liberdade – liberdade esta “positiva”.
Fiz esta breve introdução para dizer que é este, ao meu ver, o “armamento teórico” que alguém precisa portar se quiser enfrentar o Partido dos Trabalhadores no que se refere a questão do controle de imprensa. O que se impõem, para não ser enganado, é voltar no tempo e  compreender, em primeiro lugar a natureza totalitária de uma organização criminosa que, misturando marxismo com religião e o submundo do sindicalismo paulista, apresentou-se como partido político e agora governa o Brasil há 10 anos! Mesmo que quisesse (e não quer) o PT não pode permitir uma imprensa livre por que esta é incompatível com seu plano de poder e de controle da informação na sociedade. A imprensa, segundo a concepção petista, não tem função de informar ninguém. Seu objetivo único é servir como órgão de propaganda e, conforme escreveu Adolph Hitler em 1926,A propaganda política busca imbuir o povo, como um todo, com uma doutrina... A propaganda para o público em geral funciona a partir do ponto de vista de uma idéia, e o prepara para quando da vitória daquela opinião.  A estratégia para que se busque um consenso  a respeito da necessidade de um controle “social” sobre os órgãos de comunicação tem como fundamento o ensinamento de Lenin quando este sugere “acusar o inimigo de tentar fazer exatamente aquilo que VOCÊ quer fazer”. Assim quando Sader pergunta se uma imprensa privada é uma imprensa livre a resposta rápida deve ser uma só: existe apenas  um tipo de verdadeira imprensa – a privada ! A outra, e isso intelectual petista não diz, não é imprensa mas sim órgão de propaganda. Invocando os desmandos dos maus jornalistas, lembrando a imprensa comprada, citando os falsos escândalos, o que esse tipo de gente cria é, na verdade, um falso dilema e coloca o país inteiro, mais uma vez, sob risco de retorno da censura. São páginas e mais páginas escritas por militantes do PT que, disfarçados de jornalistas, propõem uma espécie de AI-13.
O que torna um governo verdadeiramente democrático, e isso o governo do PT nunca vai ser, não é a origem do seu poder mas sim os seus limites. Ou o Brasil inteiro compreende isto rapidamente ou alguém como Emir Sader vai ter  as suas ilusões, por muito tempo, garantidas.

sexta-feira, março 01, 2013

448 anos da Cidade Maravilhosa



Rodrigo Constantino, para o Instituto Liberal

O Rio faz aniversário hoje. É natural que o comentário do dia seja sobre a “minha” Cidade Maravilhosa. Carioca da gema, eu sou um “amante crítico” da cidade: existem várias coisas que admiro no Rio, e tantas outras que condeno. Falemos brevemente sobre isso então.

Primeiro, as qualidades. Falar da beleza natural é obviedade ululante. Já visitei vários países mundo afora, mas poucas vezes vi paisagens tão belas como as nossas. Especialmente essa combinação de mar com vegetação e morros, algo simplesmente lindo. Além disso, há o jeito descontraído dos cariocas, o estilo de vida mais descolado, mais informal, que faz quase qualquer um se sentir em casa. Pontos para o Rio.

Mas... tem o lado negativo disso. Carioca costuma se achar muito esperto. Há malandro demais para otário de menos. O “jeitinho” brasileiro encontrou no Rio seu ícone perfeito. Acostamento, jogar lixo na rua e na praia, parar em local proibido, assim são os costumes do carioca típico. Aquele cidadão seguidor das leis e da ordem, bem educado e respeitador da coisa pública, esse é espécie em extinção, mais do que a arara azul do filme Rio. Observar um pouco mais o que os suíços têm de bom e tentar copiá-los não faria mal aos cariocas...

Por fim, o Rio, por ter sido capital, ainda abriga enorme contingente de funcionários públicos que, em simbiose com os artistas e “intelectuais” da cidade, criam a fina flor da esquerda caviar. É aqui que surgem as piores ideias políticas, a mentalidade de que pobre é “puro” e que favelas são intocáveis pela polícia, que o governo deve ser o “pai do povo” etc. Talvez isso esteja melhorando um pouco nos últimos anos.

Aqueles que pensam como eu, seguem na luta por mais ordem e respeito, sem que a descontração carioca desapareça. Creio que é possível ter as duas coisas. Não precisamos jogar o bebê fora junto com a água suja. Relaxamento sim. Malandragem não. Enfim, parabéns Rio!