Rodrigo Constantino
“Enxergar o problema como um todo, e não em fragmentos: esse é o objetivo da ciência econômica.” (Henry Hazlitt)
Se alguém quisesse ler apenas um livro para entender os conceitos básicos de economia, ainda que ignorados por muitos economistas famosos, esse livro deveria ser Economics in One Lesson, de Henry Hazlitt. O autor, que ajudou a divulgar os pensamentos da Escola Austríaca, escreveu o excelente livro com base principalmente nas idéias de Bastiat, Wicksteed e Mises. O livro é uma análise objetiva das falácias que dominam boa parte do pensamento econômico. Pela sua simplicidade, sem que perca valor por isso, Hayek afirmou não conhecer nenhum outro livro “moderno” (foi publicado em 1946 originalmente) pelo qual um leigo inteligente possa aprender tanto sobre as verdades básicas da economia em tão pouco tempo.
A grande lição econômica, que irá acompanhar a análise dos diferentes exemplos citados no livro, é fruto basicamente do que Bastiat já havia descoberto: a diferença entre aquilo que vemos e aquilo que não vemos. Há uma tendência persistente das pessoas focarem somente nos efeitos imediatos de uma determinada política, ou então em seus efeitos somente num determinado grupo específico, ignorando as conseqüências no longo prazo e os efeitos gerais da medida. Trata-se da falácia de esquecer as conseqüências secundárias. Para Hazlitt, eis a diferença entre um economista bom e um ruim: este enxerga apenas o que imediatamente chega aos olhos, enquanto o outro também enxerga além. Muito daquilo que parece óbvio no campo individual é ignorado no campo da economia pública, já que muitos passam a considerar uma abstração coletivista qualquer esquecendo os indivíduos que a formam. Hazlitt chega então à sua lição básica: “A arte da economia consiste em olhar não meramente o imediato, mas para os efeitos mais longos de qualquer ato ou política; consiste em traçar as conseqüências da política não meramente para um grupo, mas para todos os grupos”. Parece simples e óbvio demais, e de fato é. Mas chega a ser espantosa a quantidade de gente que ignora esta lição elementar, mesmo entre os economistas.
Considerar todos os efeitos de uma medida costuma demandar uma cadeia de raciocínio mais longa e complicada. Boa parte do público pode achar difícil ou tedioso seguir todos os passos necessários, e pode acabar vítima dos sofistas. A falácia mais freqüente que costuma surgir em todos os debates sobre economia é justamente concentrar a visão nos efeitos de curto prazo e nos grupos específicos. São inúmeros os casos para exemplificar isso. Um dos economistas mais famosos de todos os tempos, cujos seguidores são justamente grandes defensores desta falácia, já dizia que “no longo prazo estaremos todos mortos”. Infelizmente, o longo prazo chega algum dia, pois as medidas insensatas do passado cobram seu elevado preço depois. A seguir, veremos alguns exemplos onde fica evidente a presença desta falácia.
O primeiro exemplo seria aquele usado por Bastiat mesmo, da janela quebrada. Algum vândalo joga uma pedra que estilhaça a janela de uma loja. Em seguida, algumas pessoas tentam consolar o dono da loja alegando que ao menos ele estará gerando emprego ao consertar a janela. Afinal, se janelas nunca fossem quebradas, de que iriam viver os reparadores de janelas? Esta linha de raciocínio cai justamente na falácia acima citada, pois ignora aquilo que não se vê de imediato. Sim, o conserto da janela iria propiciar um ganho para o vidraceiro. Mas o que seria feito desse dinheiro gasto caso a janela não tivesse sido quebrada? Eis a pergunta que nem todos fazem, porém crucial para o entendimento da economia. Existem várias alternativas que o dono da loja poderia dar ao dinheiro. Ele poderia investi-lo para aumentar a produtividade, poderia poupá-lo ou poderia gastar com qualquer outra coisa. Supondo que ele gastasse a mesma quantia na compra de um terno, o alfaiate teria sido beneficiado, mas agora que o dinheiro foi usado para consertar a janela, esse terno deixou de ser vendido. Isso é aquilo que não se vê, ao menos de imediato. O alfaiate do exemplo é ignorado, é o homem esquecido na análise superficial da coisa. Parece ridículo de tão óbvio este caso, mas o leigo ficaria chocado em como os demais casos são apenas variações dessa mesma falácia. E nunca é demais lembrar que ainda existem pessoas que acreditam que guerras geram riqueza, pois faz necessária a reconstrução de muitos ativos.
Como exemplo, basta mencionar que muitos ainda encaram os gastos públicos como uma panacéia para os males econômicos, especialmente o desemprego. Esquecem que não existe almoço grátis, e que todos os gastos do governo devem ser pagos eventualmente por impostos, incluindo a inflação, o mais perverso tipo de imposto, que ataca com violência especialmente os mais pobres. Todo emprego criado pelo gasto público inventado com este objetivo é um emprego destruído em algum outro lugar. A riqueza que é extraída dos pagadores de impostos seria utilizada de alguma forma qualquer pelo setor privado, e esta alternativa é o que não se vê de imediato. Focando apenas nos efeitos de curto prazo e nos grupos particulares beneficiados pelo gasto público, muitos advogam que essa é uma medida fantástica para se gerar empregos. Argumentam que manter burocratas inúteis tem utilidade por conta do seu poder de compra, esquecendo que pela mesma “lógica” os ladrões que roubam acabam consumindo depois, e nem por isso a sociedade fica melhor. Apelando para o reductio ad absurdum, poderíamos concluir que haveria pleno emprego se o governo contratasse metade da população para cavar buracos e a outra metade para fechá-los! Acaba ignorado, na análise das vantagens dos gastos públicos, tudo aquilo que representa seqüelas de longo prazo e incide sobre o restante da população.
Hazlitt segue estudando vários outros casos. O crédito fornecido pelo governo é um deles. Todo crédito pressupõe um débito, e propostas de aumento do crédito público são sinônimo de propostas para aumento do débito público. Quando o governo empresta dinheiro, ele está antes tirando do setor privado, que usaria este dinheiro de alguma outra forma, normalmente ignorada pelos analistas. Fora isso, os critérios de julgamento do setor público são bem diferentes daqueles do setor privado, que arrisca os próprios fundos quando empresta capital. O governo acaba emprestando para aqueles que o setor privado considera mais arriscados, sem falar do perigo de favoritismo por critérios políticos. A inadimplência tenderá, portanto, a ser maior no empréstimo público. O resultado, então, é negativo não apenas pelo uso alternativo que este dinheiro teria se fosse mantido no setor privado, como também pela ineficiência maior de seu uso público. O efeito líquido de longo prazo é a destruição de riqueza geral, efeito esse ignorado quando focam apenas no crescimento de riqueza imediato pelos agraciados com o crédito público. A mesma lógica se aplica na questão dos subsídios.
A intervenção estatal que objetiva interromper ou atrasar um avanço tecnológico é outro caso típico da falácia citada. O exemplo dos ludistas, que chegaram a destruir máquinas que “roubavam” seus empregos, vai à mesma linha. O argumento de que avanços da técnica destroem empregos é falacioso pelo mesmo motivo que os demais já estudados. Observa-se o efeito imediato daquele emprego específico que perde sua razão de ser, mas se ignora o efeito positivo de forma geral para a sociedade ao longo do tempo, já que a maior produtividade permite maiores salários e maior conforto material. Será que alguém consegue mesmo acreditar que o mundo estaria melhor se o emprego dos fabricantes de vela tivesse sido mantido na marra pelo governo quando a luz elétrica surgiu? Ou então o emprego dos fabricantes de carroças, quando Ford lançou seu Modelo T? Schumpeter falara da “destruição criativa”, e é justamente o que ocorre com o progresso tecnológico. Alguns grupos específicos são prejudicados no primeiro momento, mas o resultado líquido é altamente positivo de forma geral. Não há limites para esse processo contínuo de criação e inovação.
Os demais exemplos citados por Hazlitt passam pela tentativa do governo de controlar preços, incluindo aqui aluguel, juros, câmbio e salários. De forma geral, quem acaba sendo o personagem esquecido em todas essas políticas é o consumidor, assim como o pagador de impostos. Uma tarifa de importação que protege a indústria nacional está na verdade beneficiando um grupo específico no curto prazo, mas penalizando a sociedade no longo prazo. Um preço de algum produto determinado arbitrariamente acima daquele de mercado, onde a oferta se iguala a demanda, irá inevitavelmente gerar escassez, prejudicando o próprio consumidor. Um preço determinado abaixo do de mercado também irá gerar escassez ou mercado negro. O caso do salário, que muitos esquecem ser também um preço, é idêntico. O salário mínimo colocado acima daquele que equilibra a oferta e a demanda costuma gerar apenas desemprego ou informalidade. Aumento no salário real é reflexo de maior produtividade, não de decretos estatais. E a maior produtividade vem pelo acúmulo de capital. Não há forma mais certa de reduzir os salários que diminuir os incentivos dos empresários a investir em máquinas e equipamentos.
Hazlitt trata desses casos e de outros no detalhe. A conclusão é sempre a mesma, obtida pela dedução lógica da teoria econômica básica: muitas dessas medidas acabam sendo defendidas pela miopia das pessoas, que focam nas vantagens imediatas e ignoram os efeitos de longo prazo na sociedade como um todo. O fato de o benefício do privilégio ser concentrado e o custo disperso não ajuda nada. Os lobistas dos grupos interessados se organizam mais que os consumidores e pagadores de impostos que assumem o fardo, muitas vezes sem nem se dar conta. Justamente por isso é fundamental que as pessoas passem a julgar as políticas públicas sob esta ótica correta, buscando contrabalançar as vantagens que logo aparecem para determinados grupos com as inúmeras desvantagens que surgem ao longo do tempo para os indivíduos em geral. Se feito isso, ficará bem mais claro que não existe almoço grátis, e que na maioria dos casos o governo é demandado para solucionar problemas que surgiram justamente por sua causa.
“Enxergar o problema como um todo, e não em fragmentos: esse é o objetivo da ciência econômica.” (Henry Hazlitt)
Se alguém quisesse ler apenas um livro para entender os conceitos básicos de economia, ainda que ignorados por muitos economistas famosos, esse livro deveria ser Economics in One Lesson, de Henry Hazlitt. O autor, que ajudou a divulgar os pensamentos da Escola Austríaca, escreveu o excelente livro com base principalmente nas idéias de Bastiat, Wicksteed e Mises. O livro é uma análise objetiva das falácias que dominam boa parte do pensamento econômico. Pela sua simplicidade, sem que perca valor por isso, Hayek afirmou não conhecer nenhum outro livro “moderno” (foi publicado em 1946 originalmente) pelo qual um leigo inteligente possa aprender tanto sobre as verdades básicas da economia em tão pouco tempo.
A grande lição econômica, que irá acompanhar a análise dos diferentes exemplos citados no livro, é fruto basicamente do que Bastiat já havia descoberto: a diferença entre aquilo que vemos e aquilo que não vemos. Há uma tendência persistente das pessoas focarem somente nos efeitos imediatos de uma determinada política, ou então em seus efeitos somente num determinado grupo específico, ignorando as conseqüências no longo prazo e os efeitos gerais da medida. Trata-se da falácia de esquecer as conseqüências secundárias. Para Hazlitt, eis a diferença entre um economista bom e um ruim: este enxerga apenas o que imediatamente chega aos olhos, enquanto o outro também enxerga além. Muito daquilo que parece óbvio no campo individual é ignorado no campo da economia pública, já que muitos passam a considerar uma abstração coletivista qualquer esquecendo os indivíduos que a formam. Hazlitt chega então à sua lição básica: “A arte da economia consiste em olhar não meramente o imediato, mas para os efeitos mais longos de qualquer ato ou política; consiste em traçar as conseqüências da política não meramente para um grupo, mas para todos os grupos”. Parece simples e óbvio demais, e de fato é. Mas chega a ser espantosa a quantidade de gente que ignora esta lição elementar, mesmo entre os economistas.
Considerar todos os efeitos de uma medida costuma demandar uma cadeia de raciocínio mais longa e complicada. Boa parte do público pode achar difícil ou tedioso seguir todos os passos necessários, e pode acabar vítima dos sofistas. A falácia mais freqüente que costuma surgir em todos os debates sobre economia é justamente concentrar a visão nos efeitos de curto prazo e nos grupos específicos. São inúmeros os casos para exemplificar isso. Um dos economistas mais famosos de todos os tempos, cujos seguidores são justamente grandes defensores desta falácia, já dizia que “no longo prazo estaremos todos mortos”. Infelizmente, o longo prazo chega algum dia, pois as medidas insensatas do passado cobram seu elevado preço depois. A seguir, veremos alguns exemplos onde fica evidente a presença desta falácia.
O primeiro exemplo seria aquele usado por Bastiat mesmo, da janela quebrada. Algum vândalo joga uma pedra que estilhaça a janela de uma loja. Em seguida, algumas pessoas tentam consolar o dono da loja alegando que ao menos ele estará gerando emprego ao consertar a janela. Afinal, se janelas nunca fossem quebradas, de que iriam viver os reparadores de janelas? Esta linha de raciocínio cai justamente na falácia acima citada, pois ignora aquilo que não se vê de imediato. Sim, o conserto da janela iria propiciar um ganho para o vidraceiro. Mas o que seria feito desse dinheiro gasto caso a janela não tivesse sido quebrada? Eis a pergunta que nem todos fazem, porém crucial para o entendimento da economia. Existem várias alternativas que o dono da loja poderia dar ao dinheiro. Ele poderia investi-lo para aumentar a produtividade, poderia poupá-lo ou poderia gastar com qualquer outra coisa. Supondo que ele gastasse a mesma quantia na compra de um terno, o alfaiate teria sido beneficiado, mas agora que o dinheiro foi usado para consertar a janela, esse terno deixou de ser vendido. Isso é aquilo que não se vê, ao menos de imediato. O alfaiate do exemplo é ignorado, é o homem esquecido na análise superficial da coisa. Parece ridículo de tão óbvio este caso, mas o leigo ficaria chocado em como os demais casos são apenas variações dessa mesma falácia. E nunca é demais lembrar que ainda existem pessoas que acreditam que guerras geram riqueza, pois faz necessária a reconstrução de muitos ativos.
Como exemplo, basta mencionar que muitos ainda encaram os gastos públicos como uma panacéia para os males econômicos, especialmente o desemprego. Esquecem que não existe almoço grátis, e que todos os gastos do governo devem ser pagos eventualmente por impostos, incluindo a inflação, o mais perverso tipo de imposto, que ataca com violência especialmente os mais pobres. Todo emprego criado pelo gasto público inventado com este objetivo é um emprego destruído em algum outro lugar. A riqueza que é extraída dos pagadores de impostos seria utilizada de alguma forma qualquer pelo setor privado, e esta alternativa é o que não se vê de imediato. Focando apenas nos efeitos de curto prazo e nos grupos particulares beneficiados pelo gasto público, muitos advogam que essa é uma medida fantástica para se gerar empregos. Argumentam que manter burocratas inúteis tem utilidade por conta do seu poder de compra, esquecendo que pela mesma “lógica” os ladrões que roubam acabam consumindo depois, e nem por isso a sociedade fica melhor. Apelando para o reductio ad absurdum, poderíamos concluir que haveria pleno emprego se o governo contratasse metade da população para cavar buracos e a outra metade para fechá-los! Acaba ignorado, na análise das vantagens dos gastos públicos, tudo aquilo que representa seqüelas de longo prazo e incide sobre o restante da população.
Hazlitt segue estudando vários outros casos. O crédito fornecido pelo governo é um deles. Todo crédito pressupõe um débito, e propostas de aumento do crédito público são sinônimo de propostas para aumento do débito público. Quando o governo empresta dinheiro, ele está antes tirando do setor privado, que usaria este dinheiro de alguma outra forma, normalmente ignorada pelos analistas. Fora isso, os critérios de julgamento do setor público são bem diferentes daqueles do setor privado, que arrisca os próprios fundos quando empresta capital. O governo acaba emprestando para aqueles que o setor privado considera mais arriscados, sem falar do perigo de favoritismo por critérios políticos. A inadimplência tenderá, portanto, a ser maior no empréstimo público. O resultado, então, é negativo não apenas pelo uso alternativo que este dinheiro teria se fosse mantido no setor privado, como também pela ineficiência maior de seu uso público. O efeito líquido de longo prazo é a destruição de riqueza geral, efeito esse ignorado quando focam apenas no crescimento de riqueza imediato pelos agraciados com o crédito público. A mesma lógica se aplica na questão dos subsídios.
A intervenção estatal que objetiva interromper ou atrasar um avanço tecnológico é outro caso típico da falácia citada. O exemplo dos ludistas, que chegaram a destruir máquinas que “roubavam” seus empregos, vai à mesma linha. O argumento de que avanços da técnica destroem empregos é falacioso pelo mesmo motivo que os demais já estudados. Observa-se o efeito imediato daquele emprego específico que perde sua razão de ser, mas se ignora o efeito positivo de forma geral para a sociedade ao longo do tempo, já que a maior produtividade permite maiores salários e maior conforto material. Será que alguém consegue mesmo acreditar que o mundo estaria melhor se o emprego dos fabricantes de vela tivesse sido mantido na marra pelo governo quando a luz elétrica surgiu? Ou então o emprego dos fabricantes de carroças, quando Ford lançou seu Modelo T? Schumpeter falara da “destruição criativa”, e é justamente o que ocorre com o progresso tecnológico. Alguns grupos específicos são prejudicados no primeiro momento, mas o resultado líquido é altamente positivo de forma geral. Não há limites para esse processo contínuo de criação e inovação.
Os demais exemplos citados por Hazlitt passam pela tentativa do governo de controlar preços, incluindo aqui aluguel, juros, câmbio e salários. De forma geral, quem acaba sendo o personagem esquecido em todas essas políticas é o consumidor, assim como o pagador de impostos. Uma tarifa de importação que protege a indústria nacional está na verdade beneficiando um grupo específico no curto prazo, mas penalizando a sociedade no longo prazo. Um preço de algum produto determinado arbitrariamente acima daquele de mercado, onde a oferta se iguala a demanda, irá inevitavelmente gerar escassez, prejudicando o próprio consumidor. Um preço determinado abaixo do de mercado também irá gerar escassez ou mercado negro. O caso do salário, que muitos esquecem ser também um preço, é idêntico. O salário mínimo colocado acima daquele que equilibra a oferta e a demanda costuma gerar apenas desemprego ou informalidade. Aumento no salário real é reflexo de maior produtividade, não de decretos estatais. E a maior produtividade vem pelo acúmulo de capital. Não há forma mais certa de reduzir os salários que diminuir os incentivos dos empresários a investir em máquinas e equipamentos.
Hazlitt trata desses casos e de outros no detalhe. A conclusão é sempre a mesma, obtida pela dedução lógica da teoria econômica básica: muitas dessas medidas acabam sendo defendidas pela miopia das pessoas, que focam nas vantagens imediatas e ignoram os efeitos de longo prazo na sociedade como um todo. O fato de o benefício do privilégio ser concentrado e o custo disperso não ajuda nada. Os lobistas dos grupos interessados se organizam mais que os consumidores e pagadores de impostos que assumem o fardo, muitas vezes sem nem se dar conta. Justamente por isso é fundamental que as pessoas passem a julgar as políticas públicas sob esta ótica correta, buscando contrabalançar as vantagens que logo aparecem para determinados grupos com as inúmeras desvantagens que surgem ao longo do tempo para os indivíduos em geral. Se feito isso, ficará bem mais claro que não existe almoço grátis, e que na maioria dos casos o governo é demandado para solucionar problemas que surgiram justamente por sua causa.
6 comentários:
Este livro é fantástico. Tudo o que um leigo, como eu, precisa saber de economia. Quem lê em inglês, baixa de graça na internet.
Há tradução pro portuguÊs?
Rodrigo, muitas das idéias desse texto não são do Henry Hazlitt, e sim do Milton Friedman, sobretudo Liberdade de Escolher. "Não existe almoço grátis" é uma frase muito conhecida dele, acho que daquele livro, ou bíblia, dos monetaristas que explica a inflação pela monetização da economia. Aquilo que você fala sobre o governo contratar pessoas para cavar buracos e logo após tampá-los, encontra-se no livro Liberdade de Escolher, na parte em que ele(Friedman) trata do protecionismo como prejudicial para o consumidor, que paga pelas barreiras impostas ao livre mercado.
Sim, assim como você nao escreve o nome de Keynes, mas coloca sua frase entre aspas, deveria fazer o mesmo com o glorioso e magnífico Milton Friedman.
Muitos pensadores acham que criar uma idéia ou um produto novo no mercado vai tirar empregos de outros. Mas a vida funciona assim.
É a mesma coisa é questão do meio ambiente, que alguns tipos de animais estão em extinção! Daqui alguns anos não vai haver aquela espécie. Isso faz parte da vida animal. Os dinossauros não tiveram sua época? Como a rádio teve a sua época, a carta teve a sua época e assim vai...
Senhorita Ana, você confundiu tudo. Não é a mesma coisa do meio ambiente, o meio ambiente é regido por uma lógica que não é a mesma que a nossa, a lógica do meio ambiente é a lógica das coisas, enquanto a nossa lógica é a da razão, do indeterminado. O que acontece no mundo animal é via devastação humana e seleção natural, o fato de algumas inovações técnicas substituirem alguns trabalhos, ou funções de pessoas, não é por seleção natural, ou algo do tipo, o que acontece no mundo dos homens, é uma simples evolução da técnica, a qual a Escola de Frankfurt já alertara que o homem está dependente.
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