Rodrigo Constantino
O Brasil é mesmo o país do “jeitinho”, das regras que são criadas para não pegar, da mentalidade de que o governo é pai do povo. A carteira de estudante, que concede desconto de até 50% em inúmeros eventos ligados ao lazer, esporte e cultura, é um filhote disso. Com uma boa intenção – incentivar os jovens na busca por cultura, e um péssimo meio – o governo, o resultado acaba sendo apenas mais do mesmo: esquemas vantajosos para os “espertos” e a conta nas costas dos “otários”.
Comprei logo no primeiro dia disponível dois ingressos para o show do The Police, que será realizado no Maracanã, aqui no Rio. O mais barato que tinha, no gramado, saía por R$ 190, com mais 20% de acréscimo pela entrega em domicílio pelo www.ingresso.com.br. Como adquiri dois ingressos, gastei a “bagatela” de R$ 456 para poder ir ao show. Em Nova York, no famoso Madison Square Garden, os ingressos mais baratos custam $ 55, ou seja, algo próximo de R$ 100. Em outras palavras: os “ricos” brasileiros acabam tendo que pagar praticamente o dobro do que pagam os “pobres” americanos da Big Apple para ir ao mesmo evento. Blame it on UNE!
Sempre que comento com amigos minha revolta com essa carteira de estudante, invariavelmente um deles pergunta se eu tenho interesse em fazer uma. Não sou mais estudante! Não importa. Parece que é a coisa mais fácil do mundo conseguir uma. Faz sentido. Poder demais – o poder de pagar a metade por muitas coisas – em poucas mãos, de burocratas de sindicatos, do local que pariu vários da raça esquerdista que hoje está no poder. E como todos sabem – ou deveriam saber – nada como esquerda e burocracia, burocracia e corrupção. Tudo isso se retro-alimenta numa simbiose incrível. O único problema é que os artistas, sempre favorecidos pelas gordas verbas estatais – e por isso esquerdistas até a alma, acabam rompendo o elo perfeito, pois sofrem na parte mais sensível do corpo deles, o bolso. Sim, os “altruístas” que pregam o socialismo também são filhos de Deus, e adoram aquilo que somente o capitalismo pode oferecer: demanda dos consumidores e seus dólares. Como uma multidão paga apenas meia-entrada, os artistas são penalizados, e o esquerdismo fica num impasse, com o racha entre diferentes privilegiados. Mas nada que as infindáveis tetas estatais não possam resolver, com mais um pouco de verba pública para filmes que ninguém deseja ver.
Claro que o fato de muitos pagarem metade do preço faz com que o preço cheio seja bem maior do que seria. Os organizadores dos eventos fazem suas contas com base em faturamento total, não na “função social” dos eventos. Para uma legião de malandros, tem que existir sempre a turma dos “otários”, que não aceitam participar do esquema e acabam pagando a conta. O governo, evidentemente, não produz riqueza, e todo privilégio que ele garante sai de algum lugar, de algum desfavorecido. Se há entrada “grátis” no ônibus, por exemplo, alguém paga por ela. Não existe almoço grátis, já dizia o bom velhinho de Chicago. No fundo, o governo vai apenas criando privilégios e jogando a conta para os outros, mais dispersos. Ganha votos assim. É o meio político. É podre mesmo, não tem jeito.
E eis que os jovens – e muitos “coroas” também – poderão alimentar bastante sua cultura nesse grande evento cultural: o show de uma banda de rock. Sim, o leitor não achou que o resultado prático desse privilégio fosse o aumento de jovens estudantes nos teatros, achou? Seria ingenuidade demais, esperada somente daqueles que ainda acreditam em Lula. E esses não existem mais. Logo, é óbvio que todos iriam usar a vantagem concedida para pegar um cineminha básico, talvez para ver Harry Porter, muito útil para a formação dos nossos jovens. Ou então para ir ao show do The Police, fazendo com que eu, um dos “otários” que não tem a carteirinha, pagasse o dobro do que os nova-iorquinos pagam. Mas sempre pode ser pior. Os jovens poderiam estar indo assistir filmes como Olga ou Diários de Motocicleta, que fazem propaganda comunista com o nosso dinheiro. De fato, o show do The Police chega a parecer uma peça de Shakespeare em termos culturais se comparado a isso...
O leitor pode então questionar: “Você defende a extinção da carteira de estudante?”. Ora, para que pensar tão pequeno?! Sim, eu defendo a extinção deste privilégio indevido, assim como defendo a extinção do próprio Ministério da Cultura e do MEC. O povo não precisa deles, e Gilberto Gil faz um estrago bem menor apenas cantando.
O Brasil é mesmo o país do “jeitinho”, das regras que são criadas para não pegar, da mentalidade de que o governo é pai do povo. A carteira de estudante, que concede desconto de até 50% em inúmeros eventos ligados ao lazer, esporte e cultura, é um filhote disso. Com uma boa intenção – incentivar os jovens na busca por cultura, e um péssimo meio – o governo, o resultado acaba sendo apenas mais do mesmo: esquemas vantajosos para os “espertos” e a conta nas costas dos “otários”.
Comprei logo no primeiro dia disponível dois ingressos para o show do The Police, que será realizado no Maracanã, aqui no Rio. O mais barato que tinha, no gramado, saía por R$ 190, com mais 20% de acréscimo pela entrega em domicílio pelo www.ingresso.com.br. Como adquiri dois ingressos, gastei a “bagatela” de R$ 456 para poder ir ao show. Em Nova York, no famoso Madison Square Garden, os ingressos mais baratos custam $ 55, ou seja, algo próximo de R$ 100. Em outras palavras: os “ricos” brasileiros acabam tendo que pagar praticamente o dobro do que pagam os “pobres” americanos da Big Apple para ir ao mesmo evento. Blame it on UNE!
Sempre que comento com amigos minha revolta com essa carteira de estudante, invariavelmente um deles pergunta se eu tenho interesse em fazer uma. Não sou mais estudante! Não importa. Parece que é a coisa mais fácil do mundo conseguir uma. Faz sentido. Poder demais – o poder de pagar a metade por muitas coisas – em poucas mãos, de burocratas de sindicatos, do local que pariu vários da raça esquerdista que hoje está no poder. E como todos sabem – ou deveriam saber – nada como esquerda e burocracia, burocracia e corrupção. Tudo isso se retro-alimenta numa simbiose incrível. O único problema é que os artistas, sempre favorecidos pelas gordas verbas estatais – e por isso esquerdistas até a alma, acabam rompendo o elo perfeito, pois sofrem na parte mais sensível do corpo deles, o bolso. Sim, os “altruístas” que pregam o socialismo também são filhos de Deus, e adoram aquilo que somente o capitalismo pode oferecer: demanda dos consumidores e seus dólares. Como uma multidão paga apenas meia-entrada, os artistas são penalizados, e o esquerdismo fica num impasse, com o racha entre diferentes privilegiados. Mas nada que as infindáveis tetas estatais não possam resolver, com mais um pouco de verba pública para filmes que ninguém deseja ver.
Claro que o fato de muitos pagarem metade do preço faz com que o preço cheio seja bem maior do que seria. Os organizadores dos eventos fazem suas contas com base em faturamento total, não na “função social” dos eventos. Para uma legião de malandros, tem que existir sempre a turma dos “otários”, que não aceitam participar do esquema e acabam pagando a conta. O governo, evidentemente, não produz riqueza, e todo privilégio que ele garante sai de algum lugar, de algum desfavorecido. Se há entrada “grátis” no ônibus, por exemplo, alguém paga por ela. Não existe almoço grátis, já dizia o bom velhinho de Chicago. No fundo, o governo vai apenas criando privilégios e jogando a conta para os outros, mais dispersos. Ganha votos assim. É o meio político. É podre mesmo, não tem jeito.
E eis que os jovens – e muitos “coroas” também – poderão alimentar bastante sua cultura nesse grande evento cultural: o show de uma banda de rock. Sim, o leitor não achou que o resultado prático desse privilégio fosse o aumento de jovens estudantes nos teatros, achou? Seria ingenuidade demais, esperada somente daqueles que ainda acreditam em Lula. E esses não existem mais. Logo, é óbvio que todos iriam usar a vantagem concedida para pegar um cineminha básico, talvez para ver Harry Porter, muito útil para a formação dos nossos jovens. Ou então para ir ao show do The Police, fazendo com que eu, um dos “otários” que não tem a carteirinha, pagasse o dobro do que os nova-iorquinos pagam. Mas sempre pode ser pior. Os jovens poderiam estar indo assistir filmes como Olga ou Diários de Motocicleta, que fazem propaganda comunista com o nosso dinheiro. De fato, o show do The Police chega a parecer uma peça de Shakespeare em termos culturais se comparado a isso...
O leitor pode então questionar: “Você defende a extinção da carteira de estudante?”. Ora, para que pensar tão pequeno?! Sim, eu defendo a extinção deste privilégio indevido, assim como defendo a extinção do próprio Ministério da Cultura e do MEC. O povo não precisa deles, e Gilberto Gil faz um estrago bem menor apenas cantando.
12 comentários:
É fato que carteirinha de estudante só serve pra ter desconto em shows, mesmo porque eu mesmo tenho uma.Livros que nada...Proletário vai em show do The Police?Nem Fudendo!
Mas eu não defendo a extinção não, mas realmente certo privilégios deveriam ser cortados, e quanto aos empresários eu não acredito muito neles.
Bem se você quer saber um pouco mais do que ocorre nas universidades, leia meu ultimo post em meu blog e talvez te ajude a compreender um pouco mais essa "esquerdização nas universidades públicas".
Qualquer coisas é só adicionar no msn, que a gente conversa mais sobre isso.
Até=)
Eh claro que eu defendo a extinçao dessa coisa que soh poderia ter nascido de uma sociedade baseada nos privilegios, que nao vive sem privilegios. Eu realmente nao sei dizer se o povo daqui gosta mais de privilegios ou dinheiro, é claro que os dois estao intrinsicamente ligados, e hoje dificilmente se tem um sem o outro.
Essa historia de dar desconto pra estudante é muito interessante, voce citou os descontos em shows e eventos "culturais", mas como voce mesmo disse, isso acaba ficando uma briga entre privilegiados, ja que a massa gosta mesmo é de novela e programa evangelico.Voce deveria ter falado sobre os descontos em onibus tambem, dai sim, a conta é diluida de maneira justa, ja que por questoes de monopolio propagados por concessoes do estado, o privilegio de oferecer serviço de transporte rodoviario no Brasil ficam nas maos de algumas empresas que cobram tao caro, que acho muito dificil uma pessoa menos abastada ter dinheiro pra pagar uma passagem.
Eu tambem sou estudante, mas mesmo assim nao concordo com a carteirinha de estudante.
OBS: eu tambem odeio esses vagabundos de agremiaçoes estudantis, nos dias de hoje quem tem tempo pra participar de algo assim so pode ser na melhor das hipoteses um vagabundo.
Queria sugerir que voce falasse sobre os monipolios no pais. Eu sempre vejo nos jornais os "horrores" praticados por pessoas inescrupulosas que decidem, por exemplo, comprar um automovel e transportar pessoas, e acabam por interferir nos ganhos justos e suados de empresas de onibus. É interessante pensar que qualquer um que decida abrir um negócio esteja sujeito as leis de mercado, correr riscos, terem ganhos pequenos ou ter que supotar por um bom tempo a falta de lucro, mas saber que existem pessoas escolhidas por Deus (ou sera escolhidas pelo Rei) que tem o direito de terem seus ganhos e sucesso assegurados pelo estado.
Rodrigo, eu também sou um dos trouxas que bancaram entrada pra estudantes folgados. Fazer o que? Aqui impera a cultura da malandragem. É carteira de estudante, cota para negros, liminar que obriga o SUS a bancar cirurgia pra mudança de sexo,e por aí vai.
O esquerdista Caetano Veloso disse que nunca mais faria um show aqui em Salvador devido ao "derrame" de carteiras de estudantes falsas, e realmente, há mais de 10 anos, ele não faz um show (privado) aqui . Na qualidade de socialista, a Carmem Miranda de Santo Amaro deveria socializar suas expectativas de ganho. Mas qual nada,ele gosta mesmo é de manter o padrão de vida do Leblon, no Rio, e da Vitoria, aqui em Salvador. Mas Caê não deveria ficar chateado, pois no revellion de 2000/2001, a prefeitura de Salvador deu-lhe 200 mil reais para tocar e outros 20 mil a sua irmã, Betania (corrija para valores de hoje). Como todo bom comunista, caê gosta mesmo é do capital, de preferencia, em especie.
A UNE virou uma piada. Aliás, sempre foi. Não devemos acabar com o Minc e o MEC, mas fazê-los funcionar.
Espere até o 3 mandato chegar...
omo é difícil explicar para um brasileiro: quando alguém ganha algo do governo alguém está pagando.
Ps. na hora do governo pronunciar que vai dar bolsa- família por exemplo, ele deveria falar que o povo que está dando essa bolsa- família, o mais leigo acha mesmo que é o governo.
Tem duas maneiras que o governo pode dar algo para alguém:
tanto do seu salário ou com uma administração boa, portanto pagando tudo que a população quer como uma boa saúde, etc. O que sobrou dessa boa administração dai ele pode falar que vai dar algo para população que ele fez esforço de cortarem gastos, ou seja vez uma boa adm. mas não é isso que acontece. Quando ela vai dar algo ele sempre aumenta imposto para os otários pagar.
So para complementar o assunto:
as incrições dos vestibulares são carissimas em torno de 90,00 reais.
Se o camarada vai prestar vestibular pra varias universidades, vai torrar uma grana...
Enquanto isso, milhares de estudantes que se dizem pobres conseguem isenção de 50% a l00% ou seja alguns nao pagam nada enquanto varios pagam 90,00 reais.
Porque nao se pulveriza os custos cobrando de todo mundo?
Assim sairia mais em conta no preço e todos pagariam pra fazer a prova o que é o correto.
De estudante, vamos agora passar para os velhotes gagás como eu. Não sei com base em quê em algumas cidades (Curitiba, por exemplo) quem tem 65 anos ou mais paga meia entrada no cinema e NÃO PAGA transporte coletivo. Como eu já tinha cara de mais de 65 anos na tenra idade de 58, paguei num cinema meia entrada. Como eu nunca mais fui ao cinema, que aposentado só sai de casa pra receber a minguada pensão, não sei como anda essa demagogia toda que joga na vala comum tanto pré-adolescentes como velhotes que já dobraram o cabo-da-boa-esperança.
Não sei, tampouco, porque velho tem de ser isento de passagem em coletivo e ainda tem direito a cadeiras cativas, marcadas como "assento destinado a gestantes, idosos, deficientes físicos e mentais". A par dessa demagogia toda pra cima dos velhos, corre um certo pendor de motoristas e cobradores de coletivos de judiar de pessoas de idade avançada, fazendo o veículo frear com violência, arrancar antes de o idoso ter totalmente embarcado ou desembarcado etc. etc. etc.
Zé Munguba
Cotas demandam uma fiscalização impeditiva.
É evidente que o alto preço cobrado nos eventos culturais decorre de um privilégio sem nenhum fundamento. Não é justo que as pessoas paguem mais caro para sustentar estudantes (reais e falsificados) e, conseqüentemente, se vejam obrigadas a arcar com o preço irreal da entrada inteira. A cultura é universal e deve estar acessível a toda a população, sem discriminação de nenhum tipo.
As falsificações são inevitáveis. A corrupção no tocante à execução das cotas, idem. Por que continuar com um "direito" que privilegia uns e exclui outros? Abaixo a meia entrada e abaixo as cotas. Por uma entrada inteira, universal e mais barata!
em que sentidoa se afirma que a consepção de felicidade de Epicuro contrapõe-se à de Aristoteles e, especialmente à de Platão? alguem pode me responder?
POR FAVOR!!!
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