Rodrigo Constantino
"Quando a cultura é vista como uma entidade com crenças e desejos, as crenças e desejos das pessoas reais não têm importância." (Steven Pinker)
É ou não possível para os homens definir objetivamente um padrão de valores éticos, ou seja, uma arte adequada de como viver? No mundo moderno, o relativismo ético, i.e., a crença de que não é viável a definição destes princípios éticos, tem dominado o debate intelectual. Inserido nesse ambiente hostil à idéia de que o homem pode determinar um padrão de valores, o neo-aristotélico Henry B. Veatch escreveu em 1962 seu excelente livro O Homem Racional, onde sustenta inequivocamente "que é possível para os homens saberem o que é certo e o que é errado". Aqui o foco será apenas refutar o relativismo ético, mostrando como esta é uma postura filosófica completamente inconsistente.
Em primeiro lugar, um dos pontos mais comuns que surge em defesa do relativismo ético diz respeito à quantidade de padrões morais observados na história humana. Se tantos padrões surgiram ao longo do tempo, como seria possível afirmar que há algum padrão correto? Mas, como Veatch lembra, "o mero fato da diversidade em padrões morais humanos não exclui a possibilidade de pelo menos alguns desses padrões serem corretos e outros incorretos". Ele faz uma analogia com a quantidade de visões diferentes sobre a astronomia, desde os antigos babilônios, passando pelos chineses da dinastia Ming, a era ptolomaica da Europa medieval e chegando à astronomia do universo einsteiniano dos dias atuais. Mesmo assim, ninguém concluiria que não há base factual para uma verdadeira ciência da física ou da astronomia.
Em resumo, "o mero fato da diversidade em opinião moral e ética não é suficiente para provar a impossibilidade em princípio de conhecimento moral e ético: o mundo inteiro poderia estar errado e um único indivíduo poderia estar certo". Para quem duvida disso, acostumado ao argumentum ad populum, poderia pensar num caso hipotético onde todos no mundo, menos um indivíduo, acham que um adulto sedento por sexo que resolve estuprar uma menina de tenra idade está agindo de forma ética. Não importa quantos loucos achem isso, a idéia é absurda e sempre será. Um mundo onde a maioria é formada por psicopatas é um mundo de psicopatas. A verdadeira justiça jamais dependeu da quantidade de adeptos, e quem acredita que a maioria de um povo é quem decide se algo é justo ou não precisa aceitar até o nazismo como potencialmente justo. Afinal, a maioria dos alemães daquela época desejava exterminar judeus. No entanto, parece evidente que o holocausto foi algo bizarro, injusto e completamente imoral. A questão não deve ser decidida pelo voto!
Voltando às conseqüências da destruição relativista da ética, deve-se ter em mente que se todas as normas e padrões de valor morais são relativos e, portanto, arbitrários, "segue-se que nenhum conjunto de valores é superior a nenhum outro: são todos igualmente bons, ou igualmente sem valor, como quer que se prefira expressá-lo". Visto por este prisma, tanto faz o vício ou a virtude, a honestidade ou a mentira, a embriaguez ou a sobriedade. Na verdade, nem mesmo faria sentido falar em virtude. Não haveria mais critério objetivo algum para julgar um comportamento qualquer. O ato de salvar uma criança em afogamento seria igual ao ato de afogar uma criança deliberadamente. Ambos seriam ações "apenas diferentes" para o relativista ético.
Veatch usa como exemplo para expor as inconsistências do relativismo o livro Patterns of Culture, da antropóloga americana Ruth Benedict. O livro é um apoio a uma tese de total relativismo ético, já que para a autora, diferentes culturas humanas, com seus padrões amplamente variados, devem ser encaradas como "viajando por estradas diferentes, em busca de fins diferentes, e esses fins e esses meios em uma sociedade não podem ser julgados em termos dos de uma outra sociedade, porque, essencialmente, eles são incomensuráveis". Mas logo de cara surge um problema insolúvel para a autora: com base em qual critério objetivo a relativista concluiu que a pluralidade de fins e meios, ausente de qualquer julgamento ético, é uma postura desejável? Se os valores são "apenas diferentes", então um povo poderia ter como valor supremo a conquista e o extermínio de outros povos, abominando a própria idéia de tolerância. Quando alguém diz que não devemos julgar as diferentes culturas, isso mesmo já não seria uma escolha ética? Claro que sim, mas tal contradição gritante parece nunca ter incomodado muito os relativistas.
O relativismo ético abre as porteiras para todo tipo de atrocidade. Um empolgado relativista foi Benito Mussolini, o líder fascista italiano. Em 1921, eis as palavras dele sobre o assunto: "Se relativismo significa desprezo por categorias fixas e homens que pretendem ser os portadores de uma verdade objetiva e imortal..., então não há nada mais relativista do que as atitudes e a atividade do fascismo... Do fato de que todas as ideologias são de igual valor, de que todas as ideologias são meras ficções, o relativista moderno infere que todos têm o direito de criar para si mesmos sua própria ideologia e tentar impô-la com toda a energia de que são capazes". Mussolini estava apenas sendo coerente com o relativismo, e todos os relativistas deveriam aceitar o que foi dito pelo ditador. Afinal, se não há padrão ético possível de se conhecer objetivamente, então qualquer coisa vale da mesma forma, até o fascismo ou comunismo. Não deixa de ser curioso ver os relativistas atacando sempre a cultura ocidental, especialmente os "egoístas" americanos. Ao partirem para esse julgamento de valor, estão automaticamente jogando seu próprio relativismo no lixo. Um relativista consciente de tais contradições é apenas um hipócrita.
Para cada indivíduo o relativismo ético poderá significar algo diferente, e todos teriam o mesmo valor. O libertino rebelde, o conservador, o conformado com as normas da própria sociedade, o que prega a maior tolerância com as diversidades ou aquele que deseja a mais implacável intolerância e a imposição arbitrária de sua vontade sobre os demais, seriam todos adeptos de comportamentos igualmente válidos para um relativista. Para a professora Benedict se manter coerente ao seu relativismo, ela não poderia defender a tolerância, que por si só já representa a escolha de um valor ético. Este valor seria estritamente relativo à formação cultural particular que foi a dela própria, e não deveria ser usado para avaliar outras culturas. Como já fica claro, "o relativismo ético em qualquer forma é uma posição radicalmente inconsistente e totalmente indefensável de se tentar manter em filosofia".
Agir é escolher, e escolher é manifestar alguma preferência, fazer algum juízo de valor a respeito de uma linha de ação ser melhor ou pior que outra. Escolher a inação ou passividade diante dos valores da comunidade também envolve essa mesma escolha de valores. O relativista cultural tolerante escolhe este valor como preferível à intolerância. O autoritário que deseja impor seus valores também escolhe esse curso como o melhor. O jovem libertino que abraça o relativismo para jogar fora todos os padrões morais e normas de conduta também faz a escolha desse valor. E mesmo o cético cínico, que resolve seguir a multidão e apenas obedecer aos padrões do grupo, como se qualquer um fosse igual, no fundo está escolhendo esse determinado valor em vez de outros. Veatch conclui que "o raciocínio do relativista resulta em não mais do que um gritante non sequitur: ‘Uma vez que nenhuma linha de ação é realmente melhor ou superior com relação a qualquer outra, concluo que a melhor linha de ação para eu seguir seria assim e assim’".
O objetivo aqui foi apenas deixar evidente que a postura filosófica do relativismo ético é incoerente e insustentável. Surge automaticamente a seguinte questão: qual deve ser então o critério para a escolha de padrões morais? Será o tema para outro artigo com base no livro de Veatch. Espero apenas ter deixado claro aqui que o relativismo ético deve ser descartado, não obstante a dificuldade de se chegar ao conhecimento de um padrão ético adequado, já que à natureza humana não foi fornecido o poder da onisciência. Mas não ter um conhecimento total não é o mesmo que não poder ter conhecimento algum. Até agora, o conhecimento objetivo a que chegamos pela lógica é que o relativismo ético é inconsistente.
35 comentários:
"Se relativismo significa desprezo por categorias fixas e homens que pretendem ser os portadores de uma verdade objetiva e imortal..., então não há nada mais relativista do que as atitudes e a atividade do fascismo..."
Seria legal chamar Mussolini de relativista pra reforçar a idéia. Bom uso da Lei de Godwin. Mas acho q essa definição de relativismo como "desprezo a..." não é mto correta. Relativismo não é desprezo a categorias fixas e homens q se julgam donos da verdade, mas é o RESPEITO a essas diferenças.
Concordo que respeitar o anti-semitismo de Hitler seria idiotice, mas não acho que ele e Mussolini sejam relativistas, pelo contrário: O total desrespeito pela cultura judaica mostra que Hitler estava longe de ser relativista, e se achava o dono da verdade em relação a que ética seguir, tanto que queria impor sua vontade sobre o mundo.
Portanto, relativismo ético é tão perigoso quanto "absolutismo" ético, este último podendo ser ainda mais perigoso quando o padrão moral a ser seguido é errado.
Constantino, seus artigos estão cada vez melhores! Tem um texto muito bom do Lysander Spooner que fala sobre a inconsistência do relativismo ético:
Direito Natural, ou A Ciência da Justiça - Lysander Spooner:
http://libertyzine.blogspot.com/2007/03/direito-natural-ou-cincia-da-justia.html
Parece-me que para se sair do dilema do relativismo ético só poderia haver dois caminhos:o idealista ou o prático.
Para o idealista,o fundamento da ética seria Deus ou algum princípio metafísico.Já para o enfoque prático,a mesma deve ser avaliada pelos seus resultados:a própria vida das pessoas em sociedade,ao longo da história,define qual é a melhor ética.
Relativismo ético: todo mundo tem suas regras de certo e errado, e por isso você não pode ter as suas.
Rodrigo, é fora do assunto, mas veja como os empresários brasileiros financiam a hegemonia petista:
A Folha assegura que o (des)governo paga a empresas 54 vezes o que doaram ao PT. (1)
É isso mesmo: 5.300 % de retorno para quem financia o Partido dos Trambiqueiros, a maior corja de ladrões que já assaltou o país.
E a ironia é que são os capitalistas que estão bancando - com retorno maior que o tráfico de drogas, diga-se - a hegemonia da escória comunista que promete implantar o socialismo na AL junto com Chavez...e liquidar o capitalismo.
Foi o que disse o índio de araque Evo Morales, membro da gangue do Foro de São Paulo em 14-05-08:
"O que Chávez faz publicamente, Lula também faz, mas em silêncio. Não há nenhuma diferença entre Lula e o companheiro Chávez", disse o líder boliviano em entrevista coletiva no Palácio Quemado de La Paz. (2)
Em 17-05-08, na Cúpula União Européia-América Latina, em Lima, o ladrão da Petrobrás que usa uma peruca do Zacarias avisou:
"Se queremos acabar com a pobreza, isso só acontecerá com o fim do sistema capitalista". (3)
É atualíssima a advertência de Groucho Marx a um milionário:
“Para sobreviver com a sua inteligência, só mesmo tendo muito dinheiro.”
Lenin dizia que, por um bom dinheiro, os capitalistas venderiam aos comunistas a corda com que seriam enforcados.
Ele estava certíssimo.
(1) http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u405387.shtml
(2) http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL469837-5602,00.html
(3) http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL472901-5602,00.html
"E a ironia é que são os capitalistas que estão bancando - com retorno maior que o tráfico de drogas, diga-se - a hegemonia da escória comunista que promete implantar o socialismo na AL junto com Chavez...e liquidar o capitalismo."
A ironia só não é perfeita porque será justamente nessa implantação que eles vão ganhar mais dinheiro. Socialismo é um sistema elitista.
E isso... "não é da benevolência do padeiro, do açougueiro ou do cervejeiro que eu espero que saia o meu jantar, mas sim do empenho deles em promover seu próprio 'auto-interesse'", não é relativismo puro? Do mesmo modo que "devemos confiar" (digamos assim) na "mão-invisível" do mercado também devemos “confiar” na relatividade ética absoluta. Ora, se o que move as pessoas é o egoísmo e as necessidades individuais de forma geral, nisso concordo totalmente com o pensamento "liberal puro", os valores também são totalmente individuais e interferir nisso é tão quanto ou mais ainda (no meu modo de ver mais ainda) autoritário que o dirigismo econômico de modos estatais como Cuba ou URSS, porque invadem a seara individual da pessoa, a vontade mais abstrata, o íntimo onde nem a razão, mas as pulsões inconscientes habitam. O que impede que algum “louco” se “sirva” sexualmente de uma garota são, sim, os costumes. Não foi em todas as épocas que isso era considerado “nojento” e asqueroso (que o diga os imperadores romanos...) e não estou falando que sinto vontade ou que admiro que o faz. Porém, o que quero dizer, é que o que controla e regula o movimento das éticas individuais: do ânimo impulsivo inconsciente freudiano à práxis externável são as próprias vontades que se contrastam, ou seja, e usando a mesma lógica liberal herdeira do legado de Adam Smith, é a liberdade de cada pessoa de modo individual, livre e sem coerção aceitar tal ou tal valor como justo. Do mesmo modo que é a liberdade de mercado expressa pela livre concorrência que leva invariavelmente ao equilíbrio, à distribuição de riqueza e ao progresso. E nisso que expus só há uma ressalva: enquanto que a liberdade econômica liberal, em maior ou menor grau, pode ser limitada total ou parcialmente, a liberdade ética sempre existiu e sempre existirá, pois, como foi muito bem falado neste post, oras, de alguma forma e durante algum tempo, o povo alemão quis o nazismo, do mesmo modo que o povo cubano quer o castrismo (seja lá o que esses dois termos signifiquem).
Constantino, impressão minha ou:
1-Você compara paradigmas morais com postulados científicos? (para você, um homem descobrir a existência de uma super-nova o habilita a dogmatizar o que é bom e o errado? A ciência nos submete desse modo?)
2- Você acha mesmo que não se trata de produção cultural, dependente de forças históricas, o que originou a prática clínica ocidental e determinou, em relação à cultura do seu tempo, o conceito de psicopatia? Você já ouviu esse termo em qualquer texto da Antiguidade, de Homero a seu citado Virgílio? Ou em qualquer outra cultura que não a neorológica, que tenha produzido essa classificação (para não dizer o próprio psicopata)?
3 - Você é ingênuo o bastante para afirmar que "a verdadeira justiça jamais dependeu da quantidade de adeptos" sem perceber que está, justamente aí, a eterna transitoriedade das formas culturais, que triunfam ou se esgotam a depender de seu contexto histórico, e a partir de percepções individuais? Não entende que "o sentimento da cultura" é móvel, e que o fato de estranhá-lo significa transição hstórica?
4- Não é também ingênuo demais por insinuar que o nazismo se trata de um regime cumpridor da vontade do seu povo, e não, pelo contrário, o desenvolvimento de um complexo aparalhamento totalitário de governo, sustentado por um ditador, que em nada abria brechas para sistema político verdadeiramente popular - ou seja: democrático? Ou para você nazismo é a mais esfuziante forma de democracia?
5 - Aliás, seria você um democrático, ao informar-nos que não acredita que "a maioria de um povo é quem decide se algo é justo ou não"? Ou, pior ainda, exclamar com convicção: "A questão não deve ser decidida pelo voto"!
Não estaria você aí, por ventura, mais perto justamente de um fascista (a face exacerbada do capitalismo)?
6- Dentro de sua perspectiva missionarária de "moralizador do mundo", você finge desconhecer que a idéia de relativismo só é válida a culturas estranhas entre si? Ou seja, no interior de cada uma delas há sempre a vigência de um código ético-moral, o que explicaria facilmente se, em cada uma delas, teu garoto afogado seria salvo ou não(e tenho pra mim que a resposta seria sim em todas elas, pois não há cultura que não se baseie no valor de sobrevivência dos seus).
7- Também não vê que "se os valores são 'apenas diferentes', então um povo poderia ter como valor supremo a conquista e o extermínio de outros povos, abominando a própria idéia de tolerância", traduz, exatamente a prática avessa à idéia de diversidade inerente ao relativismo, ou seja: à prática imperialista? Daí por que o pensamento imperialista (do qual você parece ser ferrenho partidário) é a única que alimenta xenofobias letais e se sustenta na indústria beligerante (da mais remota Antiguidade aos nossos dias). E é daí por que, dentro de cada nincho cultural, há de se estar preparado para defendê-lo com unhas e dentes se sob ataque de uma "missão imperial moralizadora". O que nada tem a ver com refutar trocas interculturais, acolher sua complexidade, mas trabalhá-las em seus interesses específicos, em condição de diálogo e tolerância.
8- Ao endossar a empulhação de Mussolini você finge não perceber que é o imperialista (como o foram os regimes fascistas, como já disse, exacerbações do capitalismo) que "infere que todos têm o direito de criar para si mesmos sua própria ideologia e tentar impô-la com toda a energia de que são capazes"? Que essa visão absolutista seria o exato oposto, em rigor etimológico, de uma noção relativista? Aliás, não seria você, com seu discurso a favor de uma Moral Absoluta, quem está mais próximo do pensamento de Mussolini?
9- E ainda quando diz "não deixa de ser curioso ver os relativistas atacando sempre a cultura ocidental, especialmente os 'egoístas americanos'. Ao partirem para esse julgamento de valor, estão automaticamente jogando seu próprio relativismo no lixo": não percebe, novamente, que é inerente ao relativismo cultural (uma vez que se trata da pluralidade de culturas) acatar ou rechaçar em seu seio determinadas práticas de outras culturas? Que o poder de escolha é próprio dessa visão? Escolha essa, no entanto, que se limita ao contexto de uma dada cultura, por isso mesmo relativa e não absoluta?
10- Você desconhece que, dentro de qualquer forma social, o relativismo ético se orienta por seu contexto cultural? Que a idéia de que em "cada indivíduo o relativismo ético poderá significar algo diferente, e todos teriam o mesmo valor" necessitará, desde sempre, ser validado pelo conjunto maior daquela cultura? E que a ética em questão é muito mais inerente a esse corpus cultural do que às práticas individuais? Não existe, aliás, relativismo individual, mas sim, e somente, cultural: isto é que traduz sua implicação política.
11- Não percebe que se uma comunidade é produtora de sua cultura (e toda ela o é) é impossível "escolher a inação ou passividade" diante dos seus valores? Cultura sempre será um fenômeno coletivo. E é ela quem regula a noção de ética, impossível de se processar num indivíduo de si para si. A ética é igualmente um parâmetro social. E seu relativismo, obviamente, só pode se dar entre uma forma cultural e outra.
No mais, e diante disso tudo, fica a curiosidade pelo seu prometido "critério para a escolha de padrões morais".
Só espero que não seja aquele que legitime as invasões belicistas dos EUA contra Estados soberanos que não o atacaram formalmente; tampouco aquele que insufla ratear, para usineiros, as faixas de território indígena em Raposa Serra do Sol. Nem mesmo o que endossa a política de Berlusconi a simplesmente enxotar, oficialmente, da Itália qualquer indivíduo de etnia cigana, não importa sua situal legal ou penal (o que, aliás, é só o começo de tempos sinistros).
Por fim, e talvez para começo de conversa, você não atentou para a única, e flagrante, contradição do relativismo ético: é que se trata de um valor absoluto. Mas não há aí qualquer diminuição de seu alcance. Trata-se de uma idéia, um conceito pelo qual se lute, pautado na solidariedade e amor pela experiência humana, e que tem no Brasil a sua mais plena expressão prática.
A capacidade brasileira de absoração e trocas culturais nos põe na vanguarda de atrasos sociólogicos como atualmente o da Comunidade Européia, que na contramão da democratização dos mais diversos meios de informação e saber, recrudesce suas barreiras emigratórias e alimenta racismos insustentáveis.
Toda cultura rege seu próprio destino, mas é com entusiasmo que medimos o alcance em termos de tolerância e liberdade produzido pela miscigenação brasileira, desde sempre "ágora" aberta aos mais diversos legados humanos, talvez por isso o menos provinciano e mais global dos países.
É assim que velhos modelos se esgotam e outros lideram os processos formativos.
É impressão minha ou você está ficando pra trás?
É impressão sua, Thiago. Aliás, seu show de horrores deu até preguiça para rebater...
Fascismo como capitalismo exacerbado?! hehe
Se vc realmente acha que rebateu os argumentos que refutam o relativismo ético, a coisa tá feia para seu lado! Ou seja, os valores valem entre-culturas, mas por algum motivo vc julga que o valor absoluto é respeitar essa diversidade, mesmo que entre os valores de outra cultura possam estar justamente a intolerância, como tantas culturas tiveram.
Não vou perder meu tempo com vc. Mas vc poderá ver mais argumentos no próximo artigo.
Em tempo:
"Por fim, e talvez para começo de conversa, você não atentou para a única, e flagrante, contradição do relativismo ético: é que se trata de um valor absoluto. Mas não há aí qualquer diminuição de seu alcance. Trata-se de uma idéia, um conceito pelo qual se lute, pautado na solidariedade e amor pela experiência humana, e que tem no Brasil a sua mais plena expressão prática."
Eu atentei para isso sim, e mais: o Brasil realmente é uma maravilha com sua diversidade cultural, não?! hehehe
Que país maravilhoso que o povo brasileiro construiu. Nem temos como traço cultural marcante o "jeitinho", o "romantismo infantil", o "patrimonialismo", a idolatria ao estado e o coletivismo, que vc tanto adora.
É triste...
Rodrigo
O Thiago, como os demais relativistas, defende a diversidade como um valor ABSOLUTO, mas ao mesmo tempo RELATIVO, pois nem TODA a diversidade o interessa. Notem que o capitalismo não é nada desejável para ele... hehehe
Arranhe um relativista desse tipo e veja um HIPÓCRITA sangrar...
Rodrigo
Hum...para um blogueiro que tanto chiou quando Ciro Gomes não lhe deu a palavra, você anda com um bocado de "preguiça para rebater" argumentos contrários aos seus. Isto é que é espírito de debate. E tome seriedade!
Felizmente, salvo você o apague, o comentário está aí de pé.
Em resumo, ele quer dizer o seguinte, Constantino: sua argumentação é imperialista.
É um perigo!
Truculenta inclusive de negar ao que se lhe contrapõe: você não percebe que é um anti-democrático de mão cheia. E falar de intolerância petista? E vem falar de Mussolini?
Eu só posso achar que é fingimento seu (ou seria apenas burrice lógica?) quando mostra não compreender que a intransigência invasiva de uma dada cultura sobre outra nada tem a ver com os interesses da diversidade cultural, e, pelo contrário: significa sua ameaça, o puro e absoluto imperialismo, do qual você parece coroado.
Tão coroado, que do alto do trono inalcansável de seu blog decreta: "não vou perder meu tempo com você". Ora, majestade, guardiã do bem, da moral e da literatura consevadora: não perca. Deixe o povo falar. Ou a internet é demais pra você?
Sobre o Brasil, esse sim o grande tema que você desconhece, mire-se lá fora: aqui não tem ministro italiano limpando com alcool banco de trem onde sentou emigrante não-comunitário (como seria o seu caso, se estivesse lá).Talvez você não compreenda o signficado da tolerância interacial, da solidariedade cultural - e não mesure sua importância. Seus valores possivelmente são outros. E estão seguramente, como essa mesma europa fissurada com a nova ordem global, envelhecidos.
Ah, filho, e vai sangrar outro com seu papinho de bem e de mal. A mim não.
Tem que ter paciência com um tipo feito o Thiago...
mas vamos lá!
Vc me xinga de imperialista, tudo que eu NÃO sou. Nem vou pedir para vc mostrar ONDE foi que eu defendi a IMPOSIÇÃO dos meus VALORES objetivos da liberdade individual, pois seria esfregar na sua cara suas mentiras. Vou apenas pedir para vc responder, com os SEUS critérios mesmo, POR QUE vc condena o imperialismo. Ou seja: com base em QUAL critério vc diz que a diversidade é desejável.
Agora, supondo que vc VAI responder essa questão, pergunto: o que vc acha do capitalismo?
Vc fala em democracia. Pergunto ainda: é um valor UNIVERSAL? Ou várias culturas diferentes ignoram tal valor? E como vc então, um relativista, defende este valor? Não estaria condenando a diversidade cultural, nesse aspecto?
Mais: o que vc entende por democracia? A simples escolha da maioria? Então dois lobos e uma ovelha votando o que ter para jantar seria JUSTO para vc?
Depois continuo, se vc ainda tiver a cara-de-pau...
Rodrigo
"Sobre o Brasil, esse sim o grande tema que você desconhece, mire-se lá fora: aqui não tem ministro italiano limpando com alcool banco de trem onde sentou emigrante não-comunitário (como seria o seu caso, se estivesse lá).Talvez você não compreenda o signficado da tolerância interacial, da solidariedade cultural - e não mesure sua importância. Seus valores possivelmente são outros. E estão seguramente, como essa mesma europa fissurada com a nova ordem global, envelhecidos."
Eu pensei que esse mesmo tipo tivesse ACABADO de defender a diversidade cultural, mas eis que ele vem meter o pau nas demais culturas, para defender a nossa, desse grande país... hehehe
Em tempo: os racistas querem destruir essa diversidade aqui, através das COTAS. O que vc acha disso?
"Ah, filho, e vai sangrar outro com seu papinho de bem e de mal. A mim não."
Como assim??? O bem e o mal não existem? não podemos saber o que são??? Então por que vc está tentando defender valores e atacar os meus? Com base em QUAL critério?
hehehe
O tipo nem consegue raciocinar sobre o que escreve, caindo em contradição a cada frase nova...
Assim como na economia de livre mercado atua como que uma "mão invisível" que a organiza e desenvolve,podemos imaginar que algo semelhante ocorre no campo da ética.
Assim sendo,não há uma ética absoluta,mas também não podemos simplesmente nivelá-las,do mesmo modo que há uma grande diferença entre uma carícia e uma chicotada.
Pera aí...
Se não há uma verdade a ser defendida, aqueles que defendem tal alegação - que implicitamente admitem não ser verdadeira - efetivamente estão defendendo o que?
Estãodefendendo apenas os próprios interesses contrários aos interesses de outros. Afinal, para tais tipos nãoexiste direito absoluto, já que tudo depende das preferências subjetivas. Assim sendo, qual a proposta para solucionar a questão?
Claro que sob tal ideia a questão só se solucionará pela imposição da forçamaior como critério de "justiça social". No sentido de que tal "justiça" só existirá como praxis social. Ou seja, caberá a cada um tentar impor sua subjetividade, como praxis, através da força. Tentando subjugar os divergentes para construir a praxis que lhe convém. Nesse ponto a idéia de democracia como vontade da maioria se faz absoluta. De modo que, por tal idéia, se a maioria morena almejar escravizar a minoria loira será algo plenamente democrático, sobretudo se permitido a minoria escrava votar e sempre perder as eleições. Certamente que durante a escravidão dos negros se fossem convocadas eleições a maioria branca elegeria a escravidão como "socialmente justa". Ou seja, estes farrapos verborrágicos, socialistas patéticos, anuem com a escravidão. Sobretudo porque sob sua porca idéia de ética destes socialistas demagogos não existe um absoluto ético a ser buscado como verdade da justiça. Afinal, na visão destes tipos tudo depende de "decisões sociais" ou "decisões culturais", não existindo um certo e um errado a ser encontrado através da análse doque é justoou não, do que é direito ou não. Logo, tudo vai ser o certo se imposto como praxis. Daí o discurso pleiteando determinado comportamento como o certo é mera retórica de embuste, que que "o certo" só o é para quem assim o reivindica, já que defendem que certo e errado dependem da cultura estabelecida, não existindo certo, errado, justo e injusto objetivos. Já que defendem que tudo é subjetivo, já que não há verdade na ética (no sentido de uma moral absoluta), tudodependendo doque se impõe "socialmente" como praxis.
Ocorre que há a ferramenta da lógica para se descobrir o que é falso:
v+v+v+v = V ; v+v+v+F = F e F+F+F+F = F
Perceber o falso é incontestável: onde há contradição não há verdade. Logo, percebe-se claramente que o relativismo ou subjetivismo é falso. É meramente canalhas ambicionando impor sua vontade a outros através de embustes sedutores.
Resultado é que o Estado (força organizada para a coerção e exploração de indivíduos) torna-se "a grande ficção através da qual todos ambicionam espoliar todos." ...e nisso , é lógico, só uma partealcançará seu intento safado.
...infelizmente essa é a praxis em todo lugar.
Abraços
C. Mouro
Os relativistas querem que a gente pense que, na verdade, não há verdade absoluta.
Pythonesco !
O problema é quem vai dizer o que é certo e o que é errado. Você foi pelo lado "teórico", digamos assim. Tudo bem. Entretanto, a igreja católica combate o relativismo, mas quer impor sua visão estreita aos demais. Não aceito o "certo e o errado" que eles definem.
Os fundamentalistas islâmicos também combatem o relativismo, mas "deus me livre" (mesmo sendo eu um ateu, me sai esta frase!!) viver sob a égide do Corão.
De igual forma, a esquerda é também intolerante com relação à tal diversidade. Se eles hoje defendem essa bandeira, é por oportunismo, não é porque são democraticos. Democracia sempre foi um meio para chegar ao autoritarismo (a tal ditadura do proletariado). Sempre foi um meio de camuflar a intenção de tornar todos os indivíduos iguais e suprimir direitos.
Portanto, concordo que a razão e o progresso científico poderiam gerar uma ética distinta, objetivamente fundamentada. Mas isso é assunto para os nossos tataranetos tratarem. Nos próximos 50, 70 ou 100 anos, ainda teremos muitos defensores da irracionalidade religiosa, teremos muito da inútil peleja conservadora e teremos muito palco para a esquerda estúpida.
Nesse meio termo, vivo a vida de acordo com meus princípios éticos.
ao "Tipo" do pensamento viciado, Constantino:
Antes de mais nada, você é preguiçoso, como bem confessou em sua primeira réplica. Ao invés de rebater ao menos UM dos tópicos que levantei desancando sua lógica boboca, prefere insistir em ignorá-las e, ignorando, martelar seu racioncínio viciado.
Mas que seja. O objetivo aqui é apenas mostrar as bsteiras que escreveu, ainda que besteiras perigosas. E portanto, como não sou preguiçoso, ao contrário de você, vou (na verdade, apenas me repetindo) às suas brilhantes elocuções:
1- "Nem vou pedir para vc mostrar ONDE foi que eu defendi a IMPOSIÇÃO dos meus VALORES". Nem precisa pedir. Se você gasta o artigo inteiro afrontando o direito à diversidade cultural, fica claro que, ao apoderar-se da idéia de que "é possível para os homens saberem o que é certo e o que é errado", está estabelecendo um valor absoluto, que suprime essa diversidade e que, portanto, só pode ser imposto.
2- "Vou apenas pedir para vc responder, com os SEUS critérios mesmo, POR QUE vc condena o imperialismo. Ou seja: com base em QUAL critério vc diz que a diversidade é desejável": Ora Constantino, mas o raciocínio é tão elementar: Com base no critério relativista, claro! Esqueceu (ou não leu?) que em meu primeiro post eu aponto essa contradição: trata-se de um valor absoluto, uma escolha, uma visão a ser defendida. E dentro dessa escolha, caso você não tenha lido os 11 tópicos em que a sinalizo, conclui-se que todo meio comunitário produz sua própria cultura, e que essa deve submter-se a transformações internas, jamais impostas por interesses específicos vindos de fora: e a isso se chama Imperialismo, caso não saiba. O Imperialismo é o foco antagônico da visão relativista. Cada cultura tem seu bem e seu mal (e reconhece numa outra algo de bom e de ruim), mas nenhuma pode autorizar-se a se impôr, como que num "projeto civilizatório", sobre uma outra que não a deseje. Muito menos se isso determina, à força, a supressão de seus traços culturais. Assim pensa o Valor relativista. Que é apenas um entre os muitos níveis de se pensar o agenciamento entre realidades culturais (você, com a idéia de um bem e mal que não se esgota na sua própria cultura, mas sim ultrapassa o direito das demais em serem como são, tem um modo de pensar Imperialista).
3-O que acho do capitalismo? Um contexto histórico que precisa ser superado, e está sendo, sobretudo após 11/09.
4-Democracia: meu valor supremo, ué! Está na base de um pensamento relativista o objeto democrático, que postula "um mundo no qual as diferenças possam expressar-se livremente sem contudo agredirem-se". Qualquer regime político, por menos democrático que seja, não abriria mão de tal postulado no plano de sua soberania. De modo que o pensamento relativista é potencialmente global: sem jamais ser imperialista.
5- A plena democracia consiste no acesso de todos aos meios de decisão (e, felizmente, estamos cada vez mais caminhando neste sentido). De modo que a sua ovelhinha seria salva (e já estaria há muito tempo na churrascaria do teu liberalismo).
6- Sobre o fato de eu "meter o pau nas demais culturas, para defender a nossa", espero que, ao menos agora, você tenha entendido (pois se tivesse lido meu primeiríssimo post já o teria): como parte de uma dada perspectiva cultural,eu, como livre indíviduo, faço minhas escolhas, decido o que é bom ou ruim (e essa prática italiana para mim é horrorosa!), mas jamais poderia pôr em xeque a autonomia dessa cultura de resolver-se internamente e em diálogos possíveis, democráticos, de mão dupla, com a minha e com as demais culturas. Esta é a margem de atuação do pensamento relativista. Clareou?
Como vê, sua lógica é de aluno de colégio de aplicação. Feita num rigor falso, e por que não dizer utópico. E estou sendo bonzinho com você. Pois você não é apenas um aluninho ingênuo. É perigoso. A um pé do fascismo. E se quiser saber como, (caso não o saiba)posso postar aqui.
Té já!
"Antes de mais nada, você é preguiçoso, como bem confessou em sua primeira réplica."
Não, eu não confessei que SOU preguiçoso, mas apenas que dá preguiça responder as SUAS besteiras.
Vc é MENTIROSO.
Rodrigo
"Nem precisa pedir. Se você gasta o artigo inteiro afrontando o direito à diversidade cultural, fica claro que, ao apoderar-se da idéia de que "é possível para os homens saberem o que é certo e o que é errado", está estabelecendo um valor absoluto, que suprime essa diversidade e que, portanto, só pode ser imposto. "
Falso. Vc MENTE novamente, ou é analfabeto funcional. O fato de eu mostrar a clara inconsistência dos relativistas e afirmar que é possível saber o que é certo e errado não diz absolutamente nada sobre uma defesa de IMPOR a ética correta.
Rodrigo
"O que acho do capitalismo? Um contexto histórico que precisa ser superado, e está sendo, sobretudo após 11/09."
hehehehehe
A máscara de um comuna caindo...
Bem, mas e a tal diversidade cultural? Por que vc deseja ABOLIR uma cultura como a capitalista? Por que SUPERAR essa cultura?
hehehehe
Esses tipinhos...
" A plena democracia consiste no acesso de todos aos meios de decisão (e, felizmente, estamos cada vez mais caminhando neste sentido). De modo que a sua ovelhinha seria salva (e já estaria há muito tempo na churrascaria do teu liberalismo)."
Não. Se cada um tem um voto, e existem mais lobos, a ovelha acaba morta no SEU modelo! Mas vc é tão limitado que nem nota isso...
Defensor da "democracia" chavista, deve ser... hehe
"Como vê, sua lógica é de aluno de colégio de aplicação."
Como vê, sua "lógica" é hipócrita, típica de gente que deseja apenas defender a escória humana.
Colégio de aplicação? Vc precisa evoluir MUITO para chegar lá... hehe
E agora vou te dar uma aula sobre DIREITO DE PROPRIEDADE, que vc está precisando. Este é o MEU blog. Eu adoro debates sérios. Vc diz muita besteira, mas isso eu tolero. O que eu não tolero, no MEU blog, é gente que tenta posar de sábio arrogante enquanto repete muita besteira, como seu caso. Ainda mais quando esse tipo agride sarcasticamente o dono do blog. Seu voto aqui não vale o mesmo que o meu, assim como se eu quiser ir na SUA casa te agredir, vc tem o direito de não permitir.
Mas como sou legal e adoro debates, até porque deixá-lo repetir suas besteiras é uma ótima arma contra o relativismo hipócrita, pode continuar comentando aqui. Mas sem agressões! Limite-se aos ARGUMENTOS. Vc consegue?
Rodrigo
Constantino,
Antes “agredir” sarcasticamente (que é um pressuposto dependente da sua percepção de atacado) do que fazer como você que, já em sua primeira réplica, usa termos psicóticos do tipo “fazer um hipócrita sangrar”, após declarar “ter preguiça” de rebater os argumentos contrários aos seus (e o hipócrita sou eu ao chamá-lo, com base no que você mesmo falou, de preguiçoso?).
Sublinha que “vai me dar uma aula” sobre direito de propriedade e chama a mim de arrogante? E é digno de alguém que se “limita aos argumentos” chamar o outro de “tipinho” e “analfabeto funcional”?
Bom, tudo começou com simples perguntas feitas a você. Quem partiu para o ataque pessoal não fui eu, mas como vê em meus posts, não desisto do debate: você, por sua vez, escapa de encará-lo, resvala num ponto ou outro para, em seguida, soltar novos cachorros. Falta-lhe classe, rapaz.
Ah, e o blog é seu, não precisa avisar em caixa alta feito um menino mimado. Como, entretanto, a internet é território livre (e seu blog diz “aceitar” comentários), eis aí uma boa chance para medir sua disposição democrática.
Té já!
Indo agora às únicas questões que você se propôs discutir:
1-Sua compreensão de democracia pelo sistema de votos está velha. Ela só se sustenta através da idéia de soberania e representatividade. No entanto, o mundo se orienta em direção ao acesso irrestrito aos meios de produção, cada vez menos dependentes de instituições consolidadas, estas, sim, em progressivo declínio. Assim é que, por exemplo, já grande parte dos debates e da produção da informação não mais se limita ao circuito da grande mídia, institucionalizada, mas sim aqui na internet (seu blog, por exemplo). O desenvolvimento de toda uma série de meios de comunicação permite que as pessoas cada vez mais falem e criem “por si mesmas”, alheias à idéia de representatividade. E olhe que estamos apenas no começo de um processo irrefreável. A crise da instituição política, em detrimento da expansão afirmativa dos mais diversos setores organizados da sociedade, reforça essa transição. E não precisamos nem falar que a idéia do Estado-Nação soberano encontra-se bastante abalada, haja vista o incrível e inédito trânsito global de cidadãos-do-mundo em potencial. Sem mencionar a necessidade dos Estados europeus de alinharem-se em bloco para, através da criação de um direito comum, poderem preservar sua parca idéia de um Estado Forte. Quando até mesmo o mais forte dos Estados, os EUA, ao ser atacado por um “inimigo invisível”, lança-se em guerra contra algo que não pode delimitar, deixa evidente suas insuficiências em representar seus cidadãos, esboroando seu discurso no vazio e tentando garanti-lo de um modo desconfortável e insustentável: a permanente “política de segurança”. A idéia de uma res-pública vai perdendo seu sentido num contexto mundial em que os limites desse lugar público vão desaparecendo. Como diz Michael Hardt, o mundo caminho em direção à produção da res-common, o “comum” articulado entre as práticas individuais, ao invés da demarcação do escopo público. A democracia que se constrói marcha nesse sentido: de produção de um “comum” global, como, aliás, o universo dos blogs já bem espelha.
2– Sobre sua pergunta quanto à minha descrença no capitalismo enquanto relativista: até me constrange ter de explicar mais uma vez: Esta é a minha escolha. Que no entanto não se investe do poder de se impor, unilateralmente, contra aqueles que defendem o capitalismo (o que pode ser percebido nesse meu diálogo com você). E o ponto não é se desejo abolir o capitalismo: ele é que está, comprovadamente, ficando para trás.
3- E por fim: só muita ingenuidade sua para não perceber que “demonstrando a inconsistência do relativismo cultural” e determinando o “que é certo ou errado”, você não está tratando de uma lógica impositiva. Ou então você não sabe do assunto que está tratando.
por enquanto (para que não diga que fico falando de você), fico por aqui.
Té já.
Rodrigo,
gosto do seu blog, acho interessante, venho aqui frequentemente e vou continuar vindo.
Porém, perguntar pro Thiago se ele consegue se ater a não te agredir, logo depois de vc agredir ele incontáveis vezes, foi demais.
"show de horrores deu até preguiça para rebater..."
"Tem que ter paciência com um tipo feito o Thiago"
"O tipo nem consegue raciocinar sobre o que escreve"
"Vc é MENTIROSO"
"Vc MENTE novamente, ou é analfabeto funcional"
"Colégio de aplicação? Vc precisa evoluir MUITO para chegar lá"
Enfim, no mínimo um comentário pejorativo por post. Pra mim isso é indicativo de quem não tem argumentos.
Tente convencer o thiago das suas idéias, e explicar porque as dele estao erradas (na sua opiniao), ao invés de fazer comentários sarcásticos e acabar nao respondendo nada.
Você é um cara inteligente, mas como todo radical (tanto pra esquerda quanto pra direita) se perde na emoção da discussão, e se preocupa tanto em estar e parecer certo que acaba apelando pra piadinhas e perdendo cada vez mais a credibilidade....
Releia o primeiro post do Thiago, e verá que ele me chama de "imperialista" e até "fascista". Conheço o tipo. Anti-capitalista, anti-liberal, e relativista somente para defender o que não presta. Relativismo seletivo, como todos. No meu dicionário, chama-se hipocrisia mesmo.
E quando o chamei de mentiroso, estava constatando um fato. Ele mentiu que eu defendo a imposição de alguma ética. Eu me limitei a afirmar que é possível separar o certo do errado, e que quem discorda cai em contradição (como ele, o tempo todo). Jamais defendi a imposição de uma cultura. Depois ele mentiu também falando que eu mesmo concordara ser preguiçoso, enquanto disse apenas que dava preguiça de responder certas besteiras. O sujeito vem ao meu blog me chamar de imperialista e fascista, enquanto defende um bando de besteiras, e vc quer minha educação em troca?
Rodrigo
Entendo Rodrigo, mas uma resposta educada e inteligente como a que voce me deu agora funciona muito melhor (na minha opiniao) contra alguem que tem opinioes contrarias �s suas, mesmo essa pessoa te chamando de fascista e imperialista no seu proprio blog.
E nao quero sua educa�o em troca, quero bons argumentos, coisa que voce tem de sobra. � s� respirar fundo e n�o querer retribuir uma alfinetada com outra, senao vira debate politico, um querendo desmoralizar o outro, e a discussao, o ponto que consideramos mais importante, e o que eu vim aqui pra ver, fica como pano de fundo pra um show de piadinhas, xingamentos e acusa�es exageradas.
Sobre chamar o Constantino de Imperialista, não é gesto de xingamento ou diminuição do seu caráter. Ao contrário: trata-se de apontar a exata medida do pensamento político subjacente em todo seu artigo. Imperialismo é antes de mais nada um conceito.
Eu, aliás, explico-o e cotejo com passagens do artigo e do pensamento de Constantino, para, aí sim, afirmá-lo partidário do conceito Imperialismo.
Basta checar os itens 7 e 8 do meu primeiro post, parte do meu segundo e os itens 2 e 4 do terceiro, onde trato diretamente do tema.
Quanto afirmar o autor do blog (sendo preciso) "a um pé do fascismo", também se trata de inferência direta às suas declarações. Comento-as nos meus posts, discuto-as. Não se tratam de pechas, rótulos. E posso, a propósito, acrescentar novos exemplos do que digo.
Ou não há semelhança fascista ao, diante da hipótese de tolerância intercultural, esbravejar:
"Sua 'lógica' é hipócrita, típica de gente que deseja apenas defender a escória humana"?
E que, no mais, responsabiliza a mesma pelo nosso "jeitinho e romantismo infantil", feito se tratasse (esta nossa diversidade e tolerância intercultural) de um valor de atraso e inconveniência na nossa sociedade?
E por aí vai...
Não esquecendo, por fim, que é de espantar que o criador de um blog de discussão filosófico-política arrogue-se, à primeira divergência, como seu sumo proprietário, comprometendo a - natural - expectativa democrática e de discussões de idéias que o veículo se propõe. Não é preciso "ser legal", como ele mesmo se diz, para assegurá-la. Mas sim coerente com o objetivo a que se lançou: exceto este espaço tratar-se na verdade de uma espécie de seita ou confraria exclusiva, o que diminuiria, e muito, os propósitos de seu autor.
"Não esquecendo, por fim, que é de espantar que o criador de um blog de discussão filosófico-política arrogue-se, à primeira divergência, como seu sumo proprietário, comprometendo a - natural - expectativa democrática e de discussões de idéias que o veículo se propõe. Não é preciso "ser legal", como ele mesmo se diz, para assegurá-la. Mas sim coerente com o objetivo a que se lançou: exceto este espaço tratar-se na verdade de uma espécie de seita ou confraria exclusiva, o que diminuiria, e muito, os propósitos de seu autor."
Lá vem a Deusa Democracia de novo...
Este blog é do Constantino e somente do Constantino. E como o dono não delegou a ninguém o poder de DITAR as regras deste blog, ele é o único DITADOR. Se você não gosta desta DITADURA, pode ir embora. Constantino não é da linha castrista.
Sem a diversidade, em qualquer campo, não há criatividade, apenas estagnação.
Aqui, neste post, as maiores atrocidades foram creditadas ao relativismo ético, mas creio que esta afirmação seja completamente enganosa.
Quando pensamos nas grandes tragédias humanas, seja o Holocausto, seja a Inquisição, não podemos deixar de considerar o motor que propeliu os atos cometidos nestes episódios: a intolerância. Motor este que sempre foi alimentado por interesses egoístas de visão restrita que almejavam poder sobre as demais pessoas de um contexto social.
Abolir o relativismo ético nos leva aonde? À intolerância. Intolerância às diferenças culturais, intolerância aos diferentes modos de vida e às diferentes visões de mundo.
A crença numa verdade absoluta levou à Inquisição na Idade Média. Segundo o pensamento vigente naquela ocasião, quem não se submetia à ética Católica, deveria ser um disseminador de mentiras e deveria ser eliminado.
Da mesma forma no Holocausto, a crença em uma verdade "natural" absoluta de superioridade racial levou ao extermínio de milhões de pessoas.
Acredito que exista uma crueldade intrínseca à intolerância, ou a proposição da abolição do relativismo ético, uma vez que não acredito que as pessoas são livres para escolher suas crenças éticas, pois estas são impostas pelas forças culturais da sociedade.
Ninguém escolhe nascer católico ou judeu, os bebês são batizados e circuncidados muito antes de poderem fazer tal julgamento.
Muito mais do que isso, não se pode culpar uma pessoa por defender ferrenhamente crenças como a de que a contraconcepção é um pecado, ou que atentados terroristas sejam algo legítimo, pois são pessoas que se sofrem fortes pressões ao longo de suas vidas para acreditar nisso.
Certo seria questionar os líderes de tais grupos, que clamam para si a posse da razão e de verdades, quanto àquilo que pregam e disseminam para seus seguidores.
Agora, uma abolição do relativismo ético só vai levar a perseguição daqueles que nasceram doutrinados e subjugados à realidade em que estão inseridos; à perseguição dos segmentos mais frágeis destes grupos. Como a intolerância é uma força altamente destrutível e insustentável para ser mantida por longos períodos de tempo, ao final de tal movimento teríamos o sofrimento de muitos inocentes sendo que aqueles que são responsáveis por suas diferenças, seus líderes religiosos e políticos, continuariam como estavam no princípio.
Talvez a única verdade ética absoluta seria a do respeito mútuo e da tolerância, baseada no respeito e no resguardo à vida e à existência humana, assim como a todas as formas de vida e à natureza, indispensável para o sustento da existência.
No teu post me chamou a atenção quanto ao uso da palavra "psicopatas". Psicopatas também são seres humanos, independente das atrocidades das quais são capazes. São seres que podem ser classificados como disfuncionais, em geral representam real perigo para os demais integrantes de uma sociedade mas, é preciso ter isso claro em mente, que suas patologias não os excluem do âmbito humano, nem da dignidade que deve ser reservada à vida humana.
Certamente que cabe à sociedade e aos mecanismos de coerção social impedirem que pessoas com potencial inato ou adquirido de causar danos aos integrantes pacíficos e funcionais da sociedade tenham oportunidade de causar tais danos.
Mas tal dever implica a necessidade de um poder para tanto, e tal poder precisa ser legítimo. Para que o poder das instituições sociais seja legítimo, estas devem seguir os preceitos de igualdade e de valorização da vida humana (de toda vida humana) nos quais se baseiam.
Existe uma justiça e existem forças para impor esta justiça, justamente para garantir, para assegurar, que aja um julgamento justo e imparcial, e para que a punição não se transforme em um espetáculo de crueldade e vilaneza, resguardando a dignidade da vida humana que estará submetida ao seu poder e, quando possível, visando a ressocialização.
Embora estes sejam preceitos assumidos, o que temos atualmente, ainda que se acredite numa relatividade ética, é justamente a crueldade. A mistura de uma relatividade ética falsa e de um falso respeito pela dignidade humana, à crueldade institucional, leva aos altos índices de reincidência criminal que temos.
Contudo, a ausência deste discurso levaria a danos ainda maiores.
Não me admira que a mídia de massa goste tanto de incitar o debate sobre o endurecimento das penas, ao invés de disseminar uma verdade ciência jurídica a muito tempo estabelecida: que quando se pensa em prevenção do crime, não importa o quanto uma pena seja dura, importa sim é a certeza de que a pena será aplicada.
Uma pena mais dura e mais cruel só aumenta a crueldade potencial daquele que irá cometer um crime, pois riscos maiores implicam em uma atitude mais extrema daqueles que resolver arcar com estes riscos.
Mas voltando aos méritos da abolição da relatividade ética, sabe você o quanto é difícil eliminar os vieses e as crenças às quais as pessoas se apegam?
O que fazer então, com todas as pessoas que não compactuassem com uma futura ética absoluta estabelecida conforme o que este teu artigo propõe? Eliminá-las? Ou forçá-las a se submeter a qualquer preço?
Eu, pessoalmente, acredito numa verdade científica, acredito em coisas que podem ser observadas, mensuradas, explicadas em linguagem clara e objetiva, que possam ser replicadas e questionadas nos mesmos parâmetros em que foram feitas suas afirmações. Não acredito em dogmas ou verdades que não possam ser contestadas.
E justamente por isso estou ciente de que a verdade científica tem sua limitação enquanto é um processo de construção de conhecimento. Desta maneira, ela não invalida muitas das crenças religiosas, apenas aquelas que já foram exaustivamente refutadas e que são evidentemente perniciosas, como aquelas que atentam contra a vida dos praticantes de uma dada religião ou de outras religiões.
Respeito as diferenças de opinião e de crença, conquanto tais diferenças não impliquem na violência e no desrespeito aos demais. Desrespeito este que inclui a imputação forçada de uma verdade.
Seja ela religiosa, política, filosófica ou científica.
Não vi em momento algum o dono deste blog fazer algo errado. Ele expôs suas ideias e foi abertamente agredido: basta ler os comentários para ver isso. E outra: ele não tem que aturar ofensas em seu blog pessoal e ainda fez muito de permitir manifestações de opinião tão impregnadas de ódio.
Não me consta que Rodrigo tenha obrigado alguém a vir até aqui ou que tenha dito que é o dono da verdade. Posso não concordar com tudo que ele escreveu, mas ele tem o direito de se manifestar.
Quem não concorda com ele, faça um blog e escreva ideias contrárias às dele, mas não precisa ofender.
É engraçado: quando uma pessoa se manifesta contrariamente ao que uma outra pensa, esta acha que tem o direito de impor sua vontade, dizendo que foi o primeiro quem quis impor... não entendo!
Ou será que só quem o ataca é democrático?
Para pensar... Tolerância, Permissividade, Relativismo ético. Todos estão em um, e um está em todos. E é por isso que estamos indo a passos largos para um caos social, se é que já não estamos, onde tudo é relativo, tudo se permite, e somos obrigados a tolerar tudo. Quero dizer no sentido figurado "somos", porque eu não.
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