sábado, maio 24, 2008

O Conceito de Coerção


Rodrigo Constantino

“O direito nunca é infringido a não ser quando alguém se encontra destituído de uma parte daquilo que apropriadamente lhe pertença, ou de sua liberdade pessoal, sem o seu consentimento ou contra a sua vontade.” (Humboldt)

O pilar básico do discurso libertário é a defesa de que as trocas entre indivíduos devem ser sempre voluntárias, i.e., ausentes de coerção. Logo, se faz necessário uma definição bem clara e objetiva do que se entende por coerção, já que muitas vezes o uso de um conceito diferente gera bastante confusão. Dentro da Escola Austríaca, por exemplo, encontram-se diferentes usos para o termo, com Hayek utilizando um conceito mais abrangente, enquanto Rothbard se agarra ao conceito mais direto que existe. O presente texto tem como objetivo abordar tais diferenças, com base nos livros The Constitution of Liberty, de Hayek, e The Ethics of Liberty, de Rothbard.

Para Rothbard, coerção deve ser compreendida como qualquer invasão ou ameaça de invasão à uma propriedade privada justa. Isso quer dizer que o uso de violência física ou ameaça dela, em relação a alguma propriedade privada obtida de forma justa, ou seja, sem o uso desta mesma coerção, estaria em contradição ao direito natural de liberdade individual. A ressalva de que a propriedade deve ser justa é fundamental para distinguir do uso de força como legítima defesa, ou seja, recuperar uma propriedade roubada. Se alguém usou de violência para roubar meu relógio, estou no meu direito de usar agressão para recuperá-lo.

Já pra Hayek, o conceito de coerção se estende, de forma mais confusa, para o controle das circunstâncias de uma pessoa por outra, de forma a levar esta pessoa a agir não de acordo com seu próprio plano coerente, mas servindo aos fins do outro, de forma a evitar uma escolha ainda pior. A coerção, para Hayek, ocorre quando as ações de um homem são “forçadas” na direção dos desejos de outro homem, não dos seus próprios. Desta forma, o conceito de Hayek inclui o uso de violência física, mas também inclui o uso de outros meios de não-agressão. Essa diferença abre uma brecha que pode causar enormes rachaduras nos pilares de sua filosofia política, segundo Rothbard.

Um exemplo para ilustrar as distinções entre ambos os conceitos seria o caso de uma esposa que atormenta até os limites do insuportável a vida de seu marido, de forma a levá-lo a fazer algo que ela deseja. Para o conceito mais vago de Hayek, poderia ser o caso de uso de coerção, mas para Rothbard não pode haver coerção se não há agressão física ou sua ameaça envolvida. O marido, afinal de contas, está no casamento voluntariamente, e assume por conta própria os riscos deste. Além disso, ele pode simplesmente ir embora quando quiser. Ele é livre para tanto, no sentido de que não há uma força física humana que o impede de tal ato. Logo, ele permanece casado apenas se escolher esta alternativa, mesmo que ela signifique aturar a esposa chata. A atitude desta pode ser vista como imoral, mas não deveria, pela ótica libertária de Rothbard, ser ilegal. A confusão entre imoralidade e ilegalidade é muito comum e aumenta absurdamente os riscos para a liberdade individual. Nem tudo aquilo que é imoral deve ser também ilegal.

Outro caso que pode ser analisado é o de alguém que é dono de um oásis no meio do deserto, exemplo usado pelo próprio Hayek. Para ele, se o dono é um monopolista de algo indispensável, ele está em condições de usar coerção. Mas para Rothbard, se esta propriedade foi obtida de forma legítima, ou seja, por trocas voluntárias ou através da descoberta e uso de uma terra virgem, não faz sentido falar em coerção se este proprietário cobrar o que quiser pela água no deserto. Ninguém é obrigado a pagar seu preço, mesmo que o consumo da água possa ser vital. O dono do oásis não pode ser responsável pela vida dos outros, legalmente falando. Novamente, podemos condená-lo moralmente caso ele resolva estipular um preço elevado demais ou se recusar a vender a água, mas ele estaria agindo dentro do seu direito legal.

Quem não concorda, poderia refletir sobre um caso diferente, mas que evidencia o mesmo princípio: vamos supor que alguém está doente, e que somente uma pessoa dispõe da habilidade necessária para curá-la; quem diria que a necessidade do doente justifica, legalmente falando, a obrigação do curandeiro de curá-lo, sob risco de ser preso caso contrário? Afirmar que o curandeiro, por ter esta capacidade de cura, está usando coerção se pedir algo em troca do doente, é dizer que o doente não estaria usando coerção se forçasse o curandeiro a curá-lo. Em outras palavras, a escravidão do curandeiro seria justificada em nome da não-coerção. Uma postura claramente contraditória.

Se a vida de alguém depende de algo que somente eu sei fazer ou tenho, eu posso até ser moralmente impelido a salvá-lo, mas de forma alguma seria correto falar em obrigação legal nesse caso. Pois se fosse, seria legítimo eu extrair o rim de um inocente, à força, para salvar minha vida. O uso da coerção, como fica bem claro, seria meu, e não daquele que teve seu direito de escolher ignorado. O dono do rim que pode salvar minha vida tem o direito de recusar qualquer troca comigo, ou de aceitar a troca somente mediante alguma condição qualquer, que eu posso ou não aceitar. Ou seja, ambos devemos ter a liberdade de escolher participar ou não da troca, independente das condições assimétricas na qual nos encontramos. Negar isto seria o mesmo que conceder a mim o direito de escravizar alguém em nome da liberdade, algo completamente bizarro.

O meu direito à vida não pode ser o dever de outro satisfazer minhas necessidades. Na verdade, o que eu tenho é um direito natural e inalienável de buscar atender as necessidades para me manter vivo, contanto que não invada o mesmo direito dos demais. Trata-se do conceito de “liberdade negativa”, usado por Isaiah Berlin. A alternativa é um conceito de “liberdade positiva”, ou liberdade para alguma coisa, que invariavelmente terá que invadir a liberdade de alguém. Se eu devo não apenas ser livre para não sofrer coerção humana ao buscar atender minhas necessidades e demandas, mas também possuo o “direito” de ter tais demandas satisfeitas por terceiros, isso implica no dever de alguém atender minhas necessidades. Em resumo, se eu tenho o direito à moradia, isso significa que alguém tem o dever de construir uma casa para mim. Não haveria mais somente trocas voluntárias entre indivíduos, e sim um modelo de semi-escravidão. Em nome do meu direito positivo, eu poderia usar coerção para obter o que desejo. Meu “direito” à alimentação seria o dever do pescador trabalhar como escravo para mim.

Justiça seja feita, Hayek aceitava concessões em seu conceito de coerção somente em casos muito extremos. Para ele, mesmo sob a ameaça de fome, aceitar um emprego com baixo salário não pode ser visto como coerção. O próprio Hayek entendia que ser ou não o próprio mestre na escolha das ações é algo totalmente separado da questão sobre a quantidade de possibilidades disponíveis para a escolha ser pequena ou grande. Para Hayek, ser livre significa ser livre para passar fome, cometer graves erros ou correr riscos mortais. Mas se alguém fosse capaz de manipular as condições de forma a levar o outro a escolher de acordo com suas escolhas, e não as dele próprio, isso seria coerção para Hayek, mas não para Rothbard.

Com isso chegamos à conclusão de que o conceito de coerção mais adequado para uma sociedade libertária, i.e., que preserva a liberdade individual, está na definição bastante objetiva de Rothbard. O livro de Hayek é magnífico, e trata-se sem dúvida de um grande pensador, amigo da liberdade. É um debate entre gigantes intelectuais! Mas na necessidade de tomar um partido, lembrando que mesmo dentro da Escola Austríaca há diferenças importantes, fico com o conceito de coerção de Rothbard. Coerção significa o uso de agressão física ou sua ameaça para invadir uma propriedade privada legítima. E isso deve ser sempre condenado, em prol da liberdade.

31 comentários:

Anônimo disse...

Coerção é quando um indivíduo tem suas opções limitadas por outros indivíduos. De forma que estes outro(s) ao limitar(em) as opções de alguém almejem que a opção menos pior dentre as que permitem, seja aquela em que alguém lhes proporcione os objetivos almenjados.

O que soluciona a questão em Hayek é o fato da LIMITAÇÃO DAS OPÇÕES DISPONÍVEIS ARTIFICIALMENTE.

Sob a corretíssima idéia de Hayek, seria dizer que coerção existe quando as opções são limitadas artificialmente por outro(s) de forma a levar esta pessoa a agir não de acordo com seu próprio plano coerente, mas servindo aos fins do outro, de forma a evitar uma escolha ainda pior. A coerção, para Hayek, ocorre quando as ações de um homem são “forçadas” na direção dos desejos de outro homem, não dos seus próprios.


Ou seja Hayek disse-o perfeitamente com a afirmação "para o controle das circunstâncias de uma pessoa por outra", que nada é senão a limitação artificial das opções. Está perfeito!

Assim, a esposa não controla TODAS as opções: o marido pode separar-se dela. Trata-se de pressão apenas, não de coerção. Além da opção de atende-la ou ser torturado por ela eternamente, o marido pode larga-la. E não se pode dizer que neste caso ele perderia o "beneficio" da companhia. Afinal ele não pode reivindicar controlar a esposa, coagi-la, para dela usufruir sem uma parte natural dela. Ou seja, ela não o tenta forçar a ficar com ela sob ameaça de mal ainda maior. E neste ponto é justo que ela pressione sem limitar artificialemnte as opções. Ela não limita nada, as OPÇÕES NATURAIS estão TODAS disponiveis para o marido, podendo ele RECUSAR O "NEGÓCIO", recusar a troca, rescindir o contrato de casamento ou de convivência.

Enfim, Hayek está correto, não percebo confusão, controlar circunstancia é limitar artificalmente as opões.

Sempre optaremos, dentre as opções disponíveis, pelo bem maior ou pelo mal menor. Assim, a idéia de COAGIR visa controlar as opções artificialmente. Por exemplo o assaltante: " a bolsa ou a vida", ele está limitando artificialmente as opções, impedindo que a vitima opte por continuar seu rumo natural sem atender escolher qualquer das opções oferecidas pelo assaltante.

Abraços
C. Mouro

Anônimo disse...

O art 135 do Código penal prevê o crime de omissão de socorro, cominando pena de detenção para quem não socorre outrem em risco de vida. Logo, pelas leis brasileiras, o dono do oasis que se recusasse a ceder a agua no deserto, seria criminoso. Já fui obrigado pela policia a colocar no interior do meu carro e socorrer um individuo todo ensanguentado, desmaiado, que havia se envolvido numa briga, pois, caso contrario, seria preso. È a lei.
Da mesma forma, hospitais particulares não podem se recusar a atender ninguem, mesmo quem o paciente não possua dinheiro para pagar a UTI. Nesse caso, ele dá um cheque caução e etc, mas tem que ser atendido.
Caso você Rodrigo, algum dia estivesse no velorio de um filho que deixou de ser socorrido em nome da "liberdade" plena, iria pensar duas vezes.

Anônimo disse...

Sobre o oásis ou qualquer propriedade legitima, efetivamente não há coerção. Afinal, o necessitado pode seguir seu rumo natural livremente. O legitimo dono do oásis não controla TODAS as opções, há a opção natural disponível, de continuar como se não houvesse oásis algum.

Quanto a lei disso e daquilo, não significa nada nem é pertinente a questão de moral. Lei é simplesmente a vontade do mais forte. Ou seja, o fato de ser legal não significa ser legitimo.

As leis nazistas eram leis. Não é por que eram leis que eram expressão da verdade. Ser lei não garante objetividade alguma.

Imagine-se:
A lei (mais das vezes mera ordem dada aos governados depois de um acordo entre governantes) tem o objetivo de COAGIR o individuo a prestar socorro mesmo que sem qualquer envolvimeto na questão.

Um sujeito rebelde recusa-se a faze-lo, não aceita ser forçado a salvar a vida de outro.

A lei ordena que seja preso e sofra a privação da liberdade física como castigo por desobedecer as deliberações dos legisladores sob argumento de salvar a vida de alguém.

O rebelde recusa-se a se entregar e prefere morrer a sofrer tal injustiça.

A lei ordena o uso da violência para ser cumprida.

O individuo rebelde morre ao resistir legitimamente a prisão.

Moral da estoria: a lei que "belamente" tenta justificar-se no "belo fim" de salvar vidas, considera justificável matar inocentes (que não causaram dano algum a quem quer que seja). Ou seja, justifica matar inocentes sob o argumento de salvar vidas.

A questão é o que é direito natural. Se há obrigação por lei de salvar vidas alheias, então alguém necessitado de um órgão tem direito de exigi-lo de um doador habil.
Afinal, se um barqueiro é obrigado por lei a salvar um nadador se afogando, então um barqueiro necessitado de um rim deveria obrigar o "nadador adequado" a conceder-lhe o rim desejado.


Muitos precisam de sangue para viver. Sob a idéia de tal lei seria obrigação de todos doarem sangfue para salvar vidas.
Isso é absurdo.

LEI NÃO CRIA DIREITO.
LEI É A EXPRESSÃO DA VONTADE DO MAIS FORTE E NÃO É NECESSÁRIAMENTE JUSTA.

OS NAZISTAS AGIRAM DENTRO DA LEI, OS LENINISTAS, STALINISTAS, EM CUBA E ETC. ...Todos arbitravam suas leis e agiam sob elas.
A INQUISIÇÃO EXERCEU-SE DENTRO DA LEI.

PORRA! A ESCRAVIDÃO TAMBÉM ERA LEGALIZADA; dentro da lei os donos prerseguiam os escravos fugitivos.

PORTANTO, LEI NÃO É COISA QUE SE INVOQUE EM DISCUSÕES SÉRIA SOBRE JUSTIÇA.

Abraço final
C. Mouro

Anônimo disse...

A maior desgraça é a confusão entre o que é legal e o que é legitimo.
Direito legitimo nem sempre coincide com direito legal.

...é desanimador mesmo.
Mais uma vez:
Ser legal não é o mesmo que ser legitimo.

Lei é arbitrada por quem tem o Poder de impo-la. É mero acordo entre a hierarquia governante. Nada prende a lei a idéia de justiça. É a mera vontade da hierarquia governante.

C. Mouro

Anônimo disse...

Anonimo disse:

"Já fui obrigado pela policia a colocar no interior do meu carro e socorrer um individuo todo ensanguentado, desmaiado, que havia se envolvido numa briga, pois, caso contrario, seria preso. È a lei."

Sem esta lei, voce não o teria ajudado? Caso voce tivesse observado o ocorrido a uma distancia segura, e pudesse desviar, não o teria feito? Ou voce voluntariamente, estragaria o seu dia e colocaria no seu carro um ensanguentado vitima de uma briga?

É justo voce ter sua liberdade violada devido a irresponsabilidade de terceiros em cuidar da sua propria vida?

Se formos levar estes raciocinio ao pé da letra, entende que parte da humanidade seria sempre sacrificada em prol de uma outra parte que tenderia sempre a ser mais irresponsavel?



"Da mesma forma, hospitais particulares não podem se recusar a atender ninguem, mesmo quem o paciente não possua dinheiro para pagar a UTI. Nesse caso, ele dá um cheque caução e etc, mas tem que ser atendido.
Caso você Rodrigo, algum dia estivesse no velorio de um filho que deixou de ser socorrido em nome da "liberdade" plena, iria pensar duas vezes."

Já ajudei muitos desconhecidos. Em nenhum momento fui obrigado por lei a isso. Mas apartir do momento que uma lei te transforma em criminoso por não ajudar, a tendencia é que os potenciais ajudantes voluntarios fiquem impedidos de agir.

Anônimo disse...

É dificil resistir e ficar quieto...
Se não estou enganado, A. Lincoln afirmou estar o desejo de escravizar incutido no homem (ser).

Vejamos, ninguém pensa em obrigar um ator a representar gratuitamente para divertir alguém. Nem se pensa obrigar um cantor a catar para alguém; nem um malabarista. Embora tais usufruam de privilégios em nome da tal "cultura" dita importantíssima.

Apenas os úteis não têm direito. Quanto mais útil for o indivíduo aos demais, mais estes tentarão tolher-lhe a liberdade.
Um médico é obrigado a cuidar de quem não pode pagar, uma clínica e etc.. Aliás, se um médico cobra caro é condenado pr "fazer da medicina um comércio" - como se comércio fosse um mal(os comerciantes expulsos do templo). Contudo, um artista, em nome da "cultura", usufrui de regalias fiscais e verbas em sua atividade e cobra fortunas por tal. Uma TV privilegiada fiscalmente pode pagar até mais de milhão para um artista ...MAS LABORATÓRIOS QUE FAZEM REMÉDIOS SÃO ACUSADOS DE GANÂNCIA E PIRATEADOS LEGALMENTE - mesmo que paguem pesquisas durante anos, décadas, para descobrir remédios - ainda pagam mais impostos que empresas "artisticas" bilionárias.

Ou seja, quem faz cosas muito úteis passa a não ter direito de cobrar muito ou enriquecer. Já os inúteis, ou dispensáveis são ainda privilegiados e podem enriquecer em alto estilo.

Ou seja, o gov obriga uma clinica a atender "de gratis" em nome da "bela causa" mas o gov que recebe para prestar serviços de saude - e recebe muiiito bem, é caríssimo - nem mesmo obriga-se a prestar os serviços pelos quais COBRA CARÍSSIMO, cobra mais caro do que um particular ganacioso, e não cumpre sequer o contratado, mas com apoio de safadpos e imbecis parasitas tem a ambição safada de, ATRAVÉS DA ameaça de mal ainda maior, FORÇA, OBRIGAR, COAGIR indivíduos a SERVIREM a outros. Ou seja, coloca indivíduos a serviço de outros sob ameaça de CAUSAR COM SUA AÇÃO UM MAL AINDA MAIOR DO QUE AQUELE QUE EXIGE EM BENEFICIO PRÓPRIO OU ALHEIO.

...Lincoln estava certíssimo. A escravidão ainda existe e recebe apoio ostensivo sob o manto hipócrita das "belas intenções".
...São os "belos fins" servido de pretexto para uso de quaisquer meios: inventa-se comoventes fins que passasm a ser invocados como justificativa para os mais repugnantes meios como a própria escravidão de uns a outros.

..Certíssimo: "A escravidão nunca acabará, é inerente ao homem o desejo de escravizar".

Apenas se maquia aquilo que repugna, mas a essencia permanece.
Aliás, na época da dita dura, as proibições eram censura. Agora, as proibições persistem contra a liberdade até de se expressar opiniões, mas já não é chamada censura e sim "justiça", pois se usa as leis para censurar em nome de "nobres sentimento",. Antes era censura porque não havia propaganda de tal "nobreza".

IPMF surgiu como imposto e imposto é. Depois mudou para a palavra contribuição ou CPMF e assim pode ser IMPOSTA "dentro da lei" ...sssssscarrrrrooooottttt ...CUISP!

Abs
C. Mouro

Recorte Gutural disse...

Primeiro de tudo, concordo mais com a definição de Hayek do que a de Rothbard. Agressão física (ou ameaça) ativa é um conceito muito limitado para descrever coerção. Existem formas não-físicas e passivas de limitar a liberdade de outros.


Walter Block, na Mises U. do ano passado, deu a palestra mais controversa do curso, usando o conceito de não-agressão para dizer que não apoia o aborto (agressão ao feto) mas apoia a decisão de uma mãe de abandonar o filho à morte, caso ela nao tenha vontade de cuidar dele. A decisão dessa mãe, segundo ele, pode ser imoral, mas não pode ser ilegal. E nesse caso, a mãe pode até não estar ativamente manipulando o ambiente. O filho recem-nascido não tem capacidade de se alimentar, e mesmo que tenha toda a liberdade do mundo e ausencia de coerção, nao vai conseguir se alimentar e morrerá de fome. Entao, tanto pela definição de Hayek quanto pela de Rothbard, um bebê pode ser abandonado para morrer de fome, e isso não será coerção, nem agressão, nem ameaça, nem invasão de nada. O bebê está "completamente" livre para buscar comida. O que o limita é a sua própria falta de capacidade. E isso não é influenciado por ninguém. Tudo isso está completamente de acordo com a teoria austríaca, mas não de acordo com a idéia de uma sociedade agradável de se viver.

É completamente coerente definir coerção como Hayek o fez, e inferir daí tudo que foi concluído quanto a liberdade, direitos e deveres de cada um. Porém, por mais que ninguém seja obrigado a nada, é necessário que alguns abram mão de algumas liberdades para o convívio em sociedade. Fica implícito que, se uma mãe não abrir mão da liberdade que tem de deixar seus filhos morrerem de fome, ela provavelmente seria marginalizada pelas pessoas com que convive, e isso é o que faria com que a sociedade não se tornasse um antro de mães "assassinas" e outros tipos repugnantes.

É isso que nenhum "austríaco" fala (por mais que possa concordar), e esse é um dos fatores que faz com que esta escola seja marginalizada pela opinião geral, que ao achar absurda a idéia de uma mãe não alimentando o filho, automaticamente acha absurda a teoria austríaca também. O julgamento de valor se transfere para qe a teoria de Rothbard, Mises e Hayek seja rejeitada também.

Resumindo: para deixar a escola austríaca e o liberalismo mais aceitável pelo público, não basta falar sobre fundamentos teóricos. É necessário avisar que, não é só Ron Paul chegar à presidência que mães pelos EUA inteiro abandonariam seus filhos para morrerem de fome. Por incrível que pareça, isso não é óbvio.

Anônimo disse...

...lamentavelmente:

"Por incrível que pareça, isso não é óbvio."

Na verdade é óbvio sim. Ocorre que os safados fingem não perceberem isso para tentarem defender a sua idéia porca de coerção e totalitarismo estatal.

Aliás, até F. Bastiat cometou algo assim como

"se falamos que a caridade não deve ser obrigatória, os socialistas afirmam que somos contra a caridade".

Ou seja, esse "não entendimento" é uma estratégia para a exibiçãode repulsa moral. Eles fingem não estarem entendendo o mais que óbvio para conseguirem defender sua canalhice; assim fingem tantao que são imbecis que acabam conseguindo se-lo sem não precisar mais fingir.
Ou seja, os defensores do arbítrio estatal se imbecilizam por conta da ideologia imbecilzante. Ficando a dúvida; é a ideologia para os fins que almejam que os imbeciliza ou eles mesmo se imbecilizam para conseguirem aceitar a ideologia.

Quanto a mãe, o filho não pediu para nascer. Portanto, se gerou uma criança DEVE RESPONSABILIZAR-SE POR ELA ATÉ QUE ELA NÃO SEJA MAIS DEPENDENTE. Contudo, a dependencia da criança a deixa sob a tutela dos pais e por tal devendo-lhes obediência até que não sejam mais dependentes.

Ou seja, a idéia de justiça, liberdade e direito não anui com uma mãe que abandona seu filho dependente. Não é justo que o faça, pois que é responsável pela vida que gera. da mesma forma que um sujeito que coloca um explosivosensivel no eio de sua loja é responsável pelos danos que tal negligência produzir.

Enfim: LIBERDADE GERA RESPONSABILIDADE.

...Por isso os animais domésticos com aparência humana não ostam da liberdade e anseiam por "tratadores bonzinhos", que lhes façam algumas vontades. Contudo aceitam qualquer dono que os custeie em relativa igualdade com aqueles a quem invejam, pois que a liberdade destes os magoa por mostrar a eles quem eles são e faze-los temerem que todos os outros também o percebam. Daí abominam a liberdade que os torna responsaveis por si mesmos, aceitando mesmo arrebanharem-se sob criadores e vaqueiros como Fidel e seus burocratas safados.

Por isso fingem que não entendem até que nada mais consigam entender mesmo, tornando-se meros papagaios desconexos a repetir refrões, slogans patéticos, gritos de guerra e tudo quanto é bobagem que possa parecer argumento ou pelo menos crítica, vivem de aparências forjadas para suportarem seu desejo de submissão a lideranças que os criem como animais domesticos.

...claro que também apreciam argumentos do tipo bandeiras abanadas estupidamente em meio a uma histeria verborrágica estafúrdia, repleta de asneiras que simulam contestação e argumentos mormente amparados ruminantemente no desentendimento das questões.

...Daí são penosas as discussões onde se tem que explicar até as palavras e refutar com minúcias óbvias as "contestações" impensadas de papagaios e aspirantes.

Abraços
C. Mouro

Anônimo disse...

Melhorando um trecho:

Dai que abominam a liberdade que os torna responsáveis por si mesmos , aceitando mesmo arrebanharem-se sob criadores e vaqueiros de REBANHOS HUMANOS como Fidel e seus burocratas safados.

Recorte Gutural disse...

Aí que tá: liberdade gera responsabilidade. E as discussões nunca pegam esse lado. Eu achava que discordava de Hayek e Rothbard mas não: concordo com o ideal de liberdade, mas discordo do ponto de colocar a liberdade acima de ABSOLUTAMENTE TUDO.

E isso realmente não é óbvio, pelo menos para a sociedade em geral, para a "mediocracia". O modo como a discussão se dá implica a escolha do tudo ou nada; liberdade incondicional ou intervencionismo desmedido. A liberdade de deixar seus filhos morrerem de inanição, ou não ter qualquer liberdade no trato deles.

A exposição desses dois pontos (as consequências benéficas da liberdade, e as responsabilidades que limitam as possíveis consequências prejudiciais do excesso da mesma) deve ser colocada bem claramente, de modo a repelir uma visão maniqueísta das que vemos por aí: libertários irresponsáveis de um lado, socialistas ignorantes de outro...

Anônimo disse...

Vou insistir que liberdade é um conceito negativo, é não estar sob opressão ou coerção.

Partindo-se do principio axiomático de que o homem só no mundo é absolutamente livre por ser limitado apenas por seus LIMITES NATURAIS; ao colocarmos outro indivíduo no mundo haverá interseção nas areas de influencia destes. Assim, tal interseção se resolve peloa idéia do direito.

Rapidamente, a idéia do direito depende da idéia de propriedade, que começa na propriedade do corpo por parte do indivíduo. Ou seja, é do pleno direito do indivíduo o seu corpo, seu próprio corpo. Assim, como o direito de um a algo proibe o direito dos demais a esse algo, o direito natural de propriedade do individuo sobre seu corpo (axioma) proibe os demais a qualquer ambição sobre co corpo alheio.

Direito de propriedade é o reconhecimento do justo arbítrio que alguem tem sobre algo. Assim, o indivíduo pode legitimamente conceder ou trocar aquilo que é de seu direito, firmando acordos livres onde então se obriga a realizar algo(só o proprio indivíduo pode legitimamente se obrigar a algo, masi ninguém: a mente e corpo e tudo que deles decorre é propriedade do conjunto inseparável mente-corpo).

POu seja o indivíduo assume livremente obrigações que então deverá cumprir ou se sujeitar as consequencias da violação do acordo livre e de pleno direito alheio sobre o acordado.

Enfim, proibir alguém de matar outro não é limitar-lhe a liberdade, pois LIBERDADE EM SENTIDO NEGATIVO É O EXERCICIO DO DIREITO DO INDIVÍDUO. Assim, limita-se a liberdade de alguém violando o seu direito.

A ninguém cabe pleitear "liberdade para matar inocentes" , nem coagir ou qualquer violação do direito natural do individuo. Ou seja, não existe "liberdade" para violar o direito alheio. Tal PROIBIÇÃO NÃO É LIMITAR A LIBERDADE DE UM E SIM GARANTIR O DIREITO DO OUTRO.

Foi rapidamente mas dá para perceber que a idéia de LIBERDADE como conceito de negação não se faz possivel sem a idéia de justiça e direito, bem como de propriedade. Ou seja, liberdade, justiça, direito e propriedade são inseparáveis. A liberdade é um direito por ser justa, e só há liberdade onde o indivíduo é legitimo proprietário de seu corpo, sendo então proprietário legitimo de tudo que sua mente e corpo produzirem.

Abs finais def
C. Mouro

Anônimo disse...

Se eu estivesse num deserto e alguem me recusasse agua em nome da sua "propriedade privada" eu ia fazer o que fosse necessário para consegui-la. Até matar. A opção seria morrer.

Essa visão extrema da propriedade privada é perigosa e leva ao enfraquecimento do conceito justo da propriedade privada. o socialismo e outras drogas só "pegam" em paises miseráveis, com grande disparidade de renda. A propriedade privada só existe diante de um consenso social. Por exemplo, o oásis não vai se mover pra expulsar o invasor, dizendo "você não é meu dono". Quando se abusa de um direito, ele tende a perder o valor aos olhos da sociedade.

Prefiro a visão do Hayek.

Anônimo disse...

O Gerson está dizendo que as necessidades devem ser exigidas até como direito arbitrado segundo a subjetividade.
Talvez alguém muito "necessitado" de sexo use o argumento do Gerson para justificar o estupro. Vejamos, um sujeito na "secura", louco de tesão, observa uma bela loira, maravilhosa, na praia. Ele espreita e a estupra sob o mesmo argumento do Gerson. Afinal, se ele estava necessitado ou desesperado por algo e o proprietário (a loira é proprietária do seu corpo) não concede o desfrute, então, pela mesma ótica do Gerson é váldo violar o direito ou mesmo nega-lo a outro.

Hitler também pensava como o Gerson e exigia que a necessidade de terras justificava a violação do direito alheio. Ou seja, pela idéia do gerson a necessidade ou cria direito ou nega direito alheio a algo. ...muito bom, vejo que gerson concorda com Hitler e mais todos os socialstas que também usam argumentos patéticos para justificarem seu desejo de violaçãodo direito alheio.

Assim, cabe ao legitimo proprietário estar bem armado para legitimamaente "passar o rodo" nos "Gersons" e noutros que também pensam que sua necessidade ou vontade são argumentos para matar.
Os socialstas têm defendido estes "Gersons", dizem que eles são causados pela "sociedade capitalista" e assim os justificam e eles prosperam amparados moralmente e por ONGs e advogados criminalistas.

Necessidade não é direito. Portanto, sob a minha idéia a loira estaria segura, já sob a idéia do Gerson ela dependeria do arbítrio subjetivo dos "Gersons" para ter seu direito reconhecido e respeitado.
Aliás, pela idéia do Gerson, um sujeito faminto justifica que mate outro para conseguir alimentar-se e não morrer de fome.

Bem, quando eu era adolescente li no jornal um caso de um carregador de caminhão que morreu no primeiro dia de trabalho por ter desmaiado na carroceria e foi soterrado pelas pedras do basculhabnte quando descarregou. Ele há dias não comia e naquela manhã o ovo que o vizinho lhe deu ele deu para os filhos.
...Jamais esquecerei esta noticia de um grande, um gigantesco Homem, com dignidade absoluta um admirável Homem, a quem aqui aproveito para homenagear mais uma vez reciso ter dignidade, orgulho e respeito irrestrito por si para ser como este ajudante de caminhão, um orgulho para a espécie humana. ...mas em compensação...

...Se ele tivesse pedido um lanche ao motorista ou a um comerciante conhecido, para ir trabalhar, certamente não teria morrido. Afinal um sujeito de tão admirável dignidade deveria ser percebido em sua grandiosidade humana.

Abs
C. Mouro
...cuisp!

Anônimo disse...

"O rebelde recusa-se a se entregar e prefere morrer a sofrer tal injustiça.

A lei ordena o uso da violência para ser cumprida.

O individuo rebelde morre ao resistir legitimamente a prisão."

Não entendi seu exemplo, Mouro. Como assim o cara morre ? Se mata ? É executado ?

Anônimo disse...

Há dois erros na argumentação que o C. Mouro usou às 4:19AM.

1º- O direito da loura ao proprio corpo é incontestável. O corpo de cada ser humano lhe pertence. O oásis, diferente do corpo da loura, não reconhece seu dono. Não expulsaria um invasor. O corpo da loura, se esta pudesse (sabendo lutar, estando armada etc) resistiria a um estuprador. Propriedade é um conceito social.

2º-Necessidade de sexo não é necessidade vital, como a de água num deserto. E poderia até ser resolvida com uma masturbação básica.

Não vou entrar na análise de situações extremas, como a de duas pessoas lutando por um para-quedas que pertence a uma delas num avião prestes a cair. Mas acho que muita gente pensaria primeiro em se salvar e não na propriedade privada do outro. Ou do canibalismo, ai sim um caso extremo em que a vida de um depende do corpo do outro. Ai não sei o que seria moralmente o correto. Mas sei o que ocorre historicamente. Não há muito respeito por propriedade, é um pega-pra-capar danado.

Mas no caso de haver um oásis com muita água que fosse negada por ambição ou capricho, eu sei o que faria. 0 que a maioria das pessoas faz, na verdade, em situações de vida ou morte. E não me sentiria mal por razões morais.

E acho que ele não entendeu que minha posição é a de evitar o socialismo, que só prospera quando se abusa do direito à propriedade privada. Ai a maioria excluida tende a sentir a propriedade privada como algo injusto. Isso é uma ameaça real ao liberalismo.

Quanto a minha comparação com Hitler... você conhece a Lei de Godwin?

Anônimo disse...

Uma sugestão: Vamos parar de fazer analogias com o diabo do Hitler, quando alguem aqui emitir uma opinião com qual não concordamos.

"hitler tambem pensava assim.."

"os nazistas usavam isso para tal fim.."

Vamos discordar sem precisar fazer estas analogias toscas e desnecessarias, para não espantar as pessoas que vem aqui com boa vontade debater.

Anônimo disse...

Palmas para o Jonas ...ÊÊÊÊÊ^ que bonito! Mas devia prestar mais atenção aos fatos em vez de ostentar bom mocismo.

Eu falei de Hitler não por acaso ou nosentido de fazer uma associação leviana. Ou seja, pelo menos quem conhece o restatudo de fundação do NSDAP sabe do que eu falei. Hitler entende necessidade como direito, onde um belo fim justifica qualquer meio, é a essência da ideologia.

Vamos parar de ostentar "bom mocismo" e vamos denabarter em sem fazer disso uma exibição do quanto "somos maravilhosos" em nosso "bom mocismo" Chinfrim.

Analogias não provam coisa alguma, mas facilitam o entendimento. Para isso servem. "Bons moços" deviam exibir sua vaidade chinfrim nos programas de TV.

Daqui pouco uma dessas "pessoas maravilhosas e politicamente corretas" vai exibir-se "grandiosa": "vamos parar de discordar e ficar discutindo nos debates, vamos nos amar e perdoarmos uns aos outros. Porque só o amor constrói genteiii!"
Bah!
Abraços
C. Mouro

Anônimo disse...

Um oasis foi só um exemplo para verificação de rigidez de PRINCIPIO. Poderia se ter exemplificado com apenas um poço cavado pelo esforço de alguém, e certamente o gerson daria a mesma resposta: ele mataria quem não cedesse para salva-lo. Essa foi a questão, como ele deixou bem claro.

Agora sua justificativa é é pífia, já que uma casa, um vaso de barro ou artefato qualquer também não reconhecemseu dono nemexpulsam niguém.

Em nenhum momento o Gersons questionou a legitimidade da propriedade. Que aliás não cabia.
Ou seja, o Gerson relativisou o direito de propriedade baseado meramente no seu achismo conveniente.
Assim, o gerson ACHA que o dono da agua deveria cede-la tal qual um faminto também acha que se deveria atender sua necessidade, tal e qual qualquer um também pode ACHAR "N" coisas sobre qualquer coisa.

A pretensa justificativa pós fato do Gerson anula qualquer direito de propriedade, reconhecendo apenas a propriedade do corpo. ...Mas se gerson precisasse, ou seu filho, de um órgão e o doador ideal não o cedesse? ...Há quem justifique a obrigação de o doador doar, seja sangue ou um orgão. Colocando tudo sob o achismo, essa foi a questão.

Qualquer socialista também relativisa o direito com base no próprio achismo. Sobretudo a justificativa da propriedade do corpo prova que apenas foi uma apelação pífia pós fato. Péssima, ressalte-se.

Muitos são o que dizem: "pela minha vida ou pela vida de um filho eu até mato", e acham isso lindo.
Um socialsta também acha que se seu povo precisa de terras tem direito de EXIGIR TERRAS PARA SEU POVO (***!). Afinal uma terra não reconhece seu dono nem expulsa ninguém. ...credo! que desculpa....

Gerson não questionou a legitimidade da propriedade e sim o direito de propriedade em si, relativisando segundo o próprio achismo, coo qualquer um pode justificar qualquer coisa em sua própria subjetividade. ...Essa foi a questão!

Abraços
C. Mouro

Anônimo disse...

C. Mouro.

Achei que tinha deixado claro que o corpo da pessoa lhe pertence num sentido diferente de uma propriedade privada. Logo sua ideia de que eu poderia achar obrigatório que alguem doasse um órgão não cabe. Até porque a pessoa sofreria lesão ou morte com isso. Outra vez você extrapola o que eu disse para "se ele questiona tal direito questiona todo o direito".

Eu acho o direito de propriedade algo bom, mas ele não existe em si. Só existe como um conceito humano. Tem que ser concebido e elaborado. E mantido seguindo regras. Numa sociedade desenvolvida essas regras são colocadas em leis.

Quando os detentores de propriedades abusam de seu direito, os não-detentores passam a achar que as leis são injustas. Dai todo o conceito de propriedade é ameaçado. Assim como quando os nobres abusavam antes da revolução Francesa e o povo questionou o direito da nobreza e como tantos chefes, reis e imperadores abusaram do seu poder e foram destronados. Para que a propriedade seja garantida, a maioria da sociedade tem que achar que o direito à propriedade é algo bom. Isso sempre ocorreu.

Nessas horas acho que os liberais ferrenhos se aproximam dos socialistas. O Liberalismo segue mais a natureza humana, enquanto o Socialismo é uma ideia que se tenta implantar de cima para baixo. Mas quando o Liberalismo se torna uma doutrina periga enrijecer a cabeça das pessoas, cegando-as para a infinita complexidade das situações e para a natureza humana. Assim como os socialistas esperam que as pessoas sigam suas regrinhas absolutas como peças de uma máquina, certos liberais parecem achar que o conceito de propriedade é absoluto como uma lei natural e todas as pessoas o respeitarão por si só. Não é, é só um conceito. Se não for compartilhado pela maioria perde sua força. Por isso tem que ser bem utilizado.

Anônimo disse...

Gerson, eu não afirmei que você concordaria com isso por si. Eu afirmei que o argumento subjetivo serve a todos. Ou seja, você acha que o corpo é um direito inviolável, outros podem achar que não. Assim, pelo arumento subjetivo (achismo) qualquer um pode achar qualquer coisa.

Pelo que você disse só o corpo é propriedade inviolável.

A realidade está de acordo com o que você disse,o comportamento majoritário é como descreveste. Porém, o fato de ser majoritário não confere objetividade a uma opinião.

Uns acham uma coisa outros acham outra, fica a apalvra de uns contra a de outros, e o mais forte impõe sua vontade através da ameaça de um mal ainda maior. Ou seja, as questões nãose resolvem objetivamete.

A propriedade da terra é um assunto complicado que demanda uma longa discussão porque se mstura com a "realidade do legal". Contudo aquilo que decorre da ação legitima é propriedade legitima. Quem sobe no coqueiro oferecido pela natureza e colhe um coco, tem a legitima propriedade do côco. E ninguém tem a "obrigaçaonatural" de atender necessidades de ninguém, embora seja atitude salutar.

repito, o fato de ser lei não confere legitimdade: a escravidão foi legal e nem por tal argumento legitima.

A unaniidade confere legitimidade, uma vez que é acordo aceito por todos. Mas se um só discordar, o resto não tem direito de impor sua vonade ao discordante. Sob o que pareces dizer, tudo que for estabelecido, digamos, "como praxis democrática" se faz legitimo. Eu discordo disso: a maioria não faz do certo o errado enm do errado o certo.

Abraços
C. Mouro

Anônimo disse...

Meramente arbitrar o que pode ser ou não propriedade - tipo pontualmente - é o arbítrio absoluto, desvinculado de principios da idéia de justiça. Do eito que colocas a idéia de justiça será também subjetiva. Claroque isso resultará em disputas de força, de forma independente de qualquer principio de legitimidade. Assim, a obrigatoriaedade de ajudar outros poderá dizer-se legitima apenas baseada nem argumentos emocionais. Dai uns pleitearem fazer da sua sunbjetividade a objetividade, como se o abitrio fosse defensável. mas aí cada um defende seu arbítrio caso a caso.

emfim,

Um abraço
C. Mouro

Anônimo disse...

Você escreve:

"Quando os detentores de propriedades abusam de seu direito, os não-detentores passam a achar que as leis são injustas."

Um "eu acho" não confere objetividade. O que é do direito jamais será abuso, independentemente se alguns interessados acham ou "desacham" lá o que for. Esse argumento é falacioso (strictu sensu). É querer que algo seja verdadeiro ou falso por provocar "desassossego" nos interessados.
Tipo: "...ah se for assim dará em guerra, então não é assim."
Presuma-se guerra ou não, o que é É e o que não é NÃO É, seja lá no que resultar a verdade ela será verdadeira.

"O fato de ser venturoso não cria verdade" da mesma forma o fato de algo ser funesto não o faz falso. Tudo é aquilo que é.

Abração
C. Mouro

Anônimo disse...

Escreves:

"Nessas horas acho que os liberais ferrenhos se aproximam dos socialistas."

Isso você diz que ACHA.

E com isso você está dizendo que alguém que defenda uma verdade, tipo a terra é redonda, com radicalismo, é igual a quem defende que a terra é plana.

Ou melhor, segundo o que afirmas:

"Quem defende ferrenhamente que a Terra é redonda se aproxima, em qualdade, de quem defende que a Terra é plana.

...Pô! isso não tem cabimeto, mera retórica pífia.

Abraços
C. Muro

Anônimo disse...

Saco, C. Mouro. Você tem a mania de extrapolar e distorcer o que eu escrevi.

Eu disse que os liberais ferrenhos se aproximam dos socialistas quanto a um aspecto, o da rigidez mental. Não em todos. A qualidade geral deles continua superior à dos socialistas. E o proprio liberalismo é autocorretivo. Numa sociedade liberal um liberal ferrenho não acumularia tanto poder quanto um socialista pode acumular pra fazer besteiras.

Mas foi interessante você citar o exemplo da Terra redonda. Porque embora quem diga que a Terra é chata esteja claramente errado, quem disser ferrenhamente que ela é redonda tambem estará, embora seu modelo esteja muito mais próximo da verdade. Porque a Terra não é redonda e sim arredondada. É um geoide. Não é uma esfera perfeita, como alguns poderiam pensar. Isso quase nunca tem relevância prática mas em outras ciências pode sim ter importância.

O apego a modelos teóricos ideais pode atrapalhar a compreensão de um objeto de estudo, como quando os astrônomos não conseguiam entender as órbitas dos planêtas porque achavam que elas deveriam ser esféricas(são elípticas). O mundo real não cabe na cabeça de ninguem, e dificilmente é explicado por uma só teoria, ainda mais quando se estuda algo tão complexo como as sociedades.

E "alguém que defenda uma verdade, tipo a terra é redonda, com radicalismo" pode ser perigoso. Porque o radicalismo impede a visão clara. Ele pode estar certo numa disputa com os terraplanistas mas sua atitude pode influenciar outras crenças, estas sim erradas. Mas ele acha que tem "a Verdade" e não vai aceitar evidências que contestem suas crenças.

Anônimo disse...

Gerson, você defende o seu achismo arbitrário de forma ferrenha, ficas parecendo um socialista. ...hehehe!

Certamente irás dizer que a defesa radical da honestidade, por exemplo, também faz o sujeito parecer um socialista, no radicalismo. Gerson defende que nada deve ser extremado ...hummmm! e já demonstra isso claramente.

Estás na verdade defendendo o "meio termo" porque achas que lhe será mais conveniente, pois o arbitrio "achista" que defendes tão ferrenhamente e até falaciosamente, te é conveniente. Afinal disseste que matarias um inocente dono da agua que não a cedesse para matar tua sede. E ainda afirmaste que não teria qualquer critica moral a tal atitude. Para isso serve teu achismo arbitrário, para a conveniência. Da mesma forma qualquer um pode achar qualquer coisa com base no próprio achismo ou em alegados fins compensadores.

No mais finges que não entendes, pis já demonstrou que entende. E isso faz sentido...

Estás muito radical na defesa do achismo conveniente, e usas de artificios pífios tal qual os socialstas. Pareces um socialsta!

Abs
C. Mouro

Anônimo disse...

Gerson, defendes com muito radicalismo o arbítrio achista!

escreves:

"E "alguém que defenda uma verdade, tipo a terra é redonda, com radicalismo" pode ser perigoso. Porque o radicalismo impede a visão clara. Ele pode estar certo numa disputa com os terraplanistas mas sua atitude pode influenciar outras crenças, estas sim erradas."

Teu radicalismo impede que tenhas uma visão clara das coisas. E ainda podes influenciar outras crenças achistas com teu erro e deliberadas falacias.
Fins apregoados não justificam meios ambicionados.
Pareces mesmo um socialsta.

Abs
C. Mouro

Anônimo disse...

Alem de me comparar a Hitler você várias vezes diz que pareço um socialista. Porque afirmei que é perigoso se deixar dominar por uma visão extremada e simplista do mundo.


Bem, não acho que teclar em casa num blog seja ser ferrenho. Minha crítica se dirigia aos que buscam impor suas ideias ou que buscam o poder. Não se dirigia nem mesmo a você, que me ataca várias vezes. Defender meus pontos de vista numa discussão pela Internet não é ser ferrenho.

E não defendo o meio-têrmo. Acho que há ocasiões em que alguem está de um lado certo e que se deve lutar por ideias sim. Mas devemos ser cuidadosos, apenas isso.

Quanto ao inocente dono da agua, eu procurei especificar a situação: "Mas no caso de haver um oásis com muita água que fosse negada por ambição ou capricho..."

Se alguem morre de sede num deserto, vê um oásis e outra pessoa tenta impedi-la de beber nas circunstâncias relatadas isso seria o equivalente a um assassinato. Não consideraria isso um ato inocente. Não é à toa que povos do deserto mantem tradições de atendimento a outras em necessidade, quando possível. Até porque essa tradição pode ser vital para eles no futuro. Pelo mesmo motivo, donos de barco são obrigados a prestar socorro no mar. Há normas e códigos nos quais o direito à propriedade é limitado para a proteção da vida. Em determinadas situações eu concordo com eles, embora haja problemas como os relatados no post que originou esta discussão.

Anônimo disse...

Só isso queescreveste já demonstra a tua baixa qualidade moral:

"Alem de me comparar a Hitler você várias vezes diz que pareço um socialista. Porque afirmei que é perigoso se deixar dominar por uma visão extremada e simplista do mundo."

primeiro eu não comparei você a Hitler e sim disse que Hitler também concordava que a necessidade é um direito e que considerava até matar em nome de necessidades, ou seja: se preciso e o outro não cede, então matar é a solução, como disseste.


Segundo, eu comparei você aos socialistas porque tal qual eles és um "achista" e também safado, como vejo agora. Comparei porque a qualidade de tua argumentação não difere da de um socialista.

Enfim, sem outra alternativa, um desavergonhado faz exatamente o que fizesteao afirmar que comparei você a Hitler e aos socialistas porque afirmaste perigoso se deixar dominar por visão extrema e simplista.

Onde está a visão simplista? Afinal simplistab é meramente fundar-se no próprio achismo, e em apelos a falacias como a de que o rigor no direito provocaria conflito com os que achassem injusto.

Ou seja, és mesmo de qualidade igual ados socialstas, um desavergonhado mentiroso.
A qualidade dos teus argumentos é também a mesma dos socialistas: mero achismo de embusteiros que querem fazer da propria subjetividade conveniente uma verdade, valendo-se de molecagens como essa que acabaste de fazer.

No mais, jáque Hitler voltou ao assunto, ele era subjetivista também. Também achava que o direito individual é relativo e também aconselhava safadeza como estratégia.

Abs
C. Mouro

Anônimo disse...

C. Mouro.

Eu pensei ter deixado claro que acho que o direito à propriedade é relativo, separando-o do direito à vida e ao proprio corpo. Parece que não fui o suficiente. E não vejo aonde "aconselhei safadeza".


Você foi de insultos velados aos abertos. Em respeito ao Rodrigo Constantino e ao nível deste blog prefiro parar esta discussão por aqui. E rejeito teus "abraços". Não é isso que faz alguem ser educado.

Anônimo disse...

Teórico demais, meu caro. O exemplo do oásis é pueril e irreal. Talvez válido em um debate acadêmico.

Já que estamos no campo da teoria e dos exemplos extremos... Estou seguríssimo que você diante de um oásis, cujo dono se recusa a vender água, e vendo sua família morrer de sede, não se limitaria a respeitar o tal direito legítimo de propriedade. Se o fizesse, seria um banana, um covarde, pois subjugar sua vida e de sua família ao tal direito abstrato é em si um contrasenso absurdo.

É por isso que exemplos como esse dão uma boa discussão de boteco, mas são inúteis na prática. Enfim, essa é a tua viagem. Que fazer, né??

Anônimo disse...

...hehehe! anonymous....

Ou seja, sob esse ponto de vista, onde para salvar a própria vida é válido matar, tirar a vida alheia, um desempregado que não consegue emprego, pelatua visão de legitimidade pelapraxis, estaria justificado ao matar inocentes que não lhe atendessem as necessidades.

A idéia realçada e que "havendo muita agua nãocustaria nada doar aos necessitados", essa é a idéia de fato defendida. Assim, um ricaço que não pagasse remédios parasalvar a vida de um doente poderia ser morto, segundo tua idéia "justopraxeológica".

Assim, milhares de crianças morrem na Africa, de fome e doentes, e os defensores da praxis como moral válida fundada em achismos sentimentais nada fazem por elas, mesmo podendo. Ou seja, pela voz dos "moralpraxeológicos", são "assassinos" que deviam ser mortos se tal atendesse aos necessitados.

Enfim, se um país repleto de miseráveis inicia uma guerra para obter a solução para suas necessidades, tais tipos sentimental-praxeológicos-morais dão sua aprovação ...hehehe!

...quais mesmo pensavam exatamente assim?

Todo bandido pensa assim: os outros possuem sobrando o que eu desejo e até preciso mas meu único meio de conseguir é pelaforça, já que não me atendem.

Mas vejamos:

um sujeito fica tetraplegico. Ele agora não consegue sobreviver autonomamente.
Isso dá a ele o direito de escravizar outros a fim de manter a própria vida?

Se ninguém quisesse custear ou cuidar da manutenção de incapazes (doentes/deficientes), teriam eles "legitimidade prática" (...hehehe!) para pleitear a escravização de pessoas para cuidar deles sob ameaçade malainda maior?

Há muitas questões que nãose resolverão de forma tão emocionalmente consagradora quanto a do oasis.

Se ninguém quiser cuidar de doentes/deficientes ...poderiam eles egigir que se forçasse pessoas a tal?
Poderiam eles exigir que se roubasse, até matando, os que os pudesse custear para comprarem cuidados?

Porexemplo, se um sujeito cava um poço em local desertico e acha agua, faz dali sua legitima propriedade e nega-se a dar agua a um sedento, invocando seu legitimo direito de propriedade. Seria válido o dono da agua ter seu direito de viver (propriedade de seu corpo) violado, apenas por ser "malvado"?

O rico que não paga remédios para um doente que morrerá, poderia ser assassinado em nome da "moral patético praxelógica" ?

Os milhares de africanos que morrem de fome e doentes, mesmo havendo milhõesde pessoas que podem ajuda-los e não o fazem, teriam legitimidade para matar a todos? A Coréia do Norte terá bomba atomica, então os "práticos-moais" aprovam que ela use tal arma para atender as necessidades vitais de seu povo?

Mas nem esses defensores do direito de matar inocentes para viverem vão lá dar sua ajuda aos famintos africanos e norte coreanos (socialistas também). Nada disso, esses comoventes bondosos ACHISTAS compram um carro novo para próprio deleite. Deveriam então, pelo que afirmam, serem roubados e até assassinados, para com os recursos se adquirir remédios e comida para os vitalmente necessitados.
...meramente cretinos em seus achismos ARBITRARIOS fundados apenas nospróprios interesses para falarem suas baboseiras emocionalmente consagradoras, patéticas e idiotas.

Há muitas questões complexas que encontrarão dificuldade para ostentar opiniões achistas convenientes.

Abraços
C. Mouro