Rodrigo Constantino, para o Instituto Liberal
Encarregado de escrever este último “comentário do dia” pelo Instituto Liberal, optei por uma mensagem mais abrangente do que simplesmente analisar alguma notícia de hoje. Ano novo; vida nova: eis o que diz o ditado. Nesta época do ano, todos gostam de rever erros e acertos (mais acertos que erros) e, acima de tudo, planejar metas audaciosas para o novo ano, que infelizmente serão ignoradas na maioria dos casos. Assim é a “natureza humana”.
Do ponto de vista político-econômico, o ano que se encerra combina com o fim da Era Lula no governo. Qualquer liberal, naturalmente, só tem a celebrar este término de um governo incompetente e corrupto. A inflação representa uma ameaça crescente, e o inchaço da máquina pública é a grande “herança maldita” que Lula deixa a sua sucessora. Nenhuma reforma estrutural foi feita nos oito anos de gestão petista. Infelizmente, os liberais nada têm a comemorar neste sentido, pois o poder passa para Dilma Rousseff, cria de Lula e defensora de um Estado controlador ao extremo.
Resta, portanto, focar no âmbito individual. Que cada leitor e leitora possa realizar sonhos particulares em 2011, se os obstáculos naturais e aqueles artificialmente criados pelo governo permitirem. Os percalços no caminho fazem parte de qualquer conquista digna do nome. Em mar calmo todos são bons navegadores. E que os fracassos sirvam de lição, pois eles são inevitáveis. Nossa única certeza na vida é a morte e, como diria um psicanalista, toda busca por certezas acaba sendo um “desejo de morte”. Seitas fechadas, utopias, crenças dogmáticas, panacéias são coisas que trazem conforto – o mesmo conforto de uma pedra sem vida!
Aos homens foi negada a possibilidade de onisciência. Com base neste fato, os liberais reconhecem a relevância da humildade e da tolerância. Os tolos e fanáticos estão sempre “certos” de tudo, enquanto os mais sábios alimentam inúmeras dúvidas. Como disse Darwin, “a ignorância traz muito mais certezas que o conhecimento”. Saibamos, portanto, respeitar ao máximo possível as liberdades individuais, incluindo suas idiossincrasias. O desejo é individual, sempre. As paixões nos tornam humanos, assim como a razão. O difícil é achar o equilíbrio adequado entre ambas.
E que venha o ano novo, com suas surpresas e incertezas, pois a vida sem estas seria insuportável.
3 comentários:
Só nos resta torcer para que a Dilma tenha uma vida longa e saudavel. Até porque, se ela morrer, quem assume é o vice!
Belas palavras!
A forma como enxergamos os pontos positivos e negativos deste ano que finda vai determinar quão positivo ou negativo será o próximo ano.
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