terça-feira, março 04, 2008

A Mentalidade Anticapitalista


Rodrigo Constantino

“Todos gostam do sucesso, mas detestam as pessoas bem-sucedidas.” (John McEnroe)

Que o capitalismo é um sistema que permitiu uma vida mais confortável para milhões de seres humanos é um fato que uma simples observação honesta pode constatar. Que milhões, graças ao capitalismo, puderam sair da miséria predominante no mundo por milênios é algo evidente. Que a alternativa ao capitalismo, o socialismo, trouxe apenas miséria, terror, escravidão e morte é outra verdade irrefutável. Não obstante tudo isso, várias pessoas, especialmente os que atendem por “intelectuais”, demonstram uma mentalidade totalmente anticapitalista. O que pode explicar este fenômeno aparentemente estranho? O grande economista austríaco Ludwig Von Mises escreveu um livro tentando responder exatamente esta questão. Veremos a seguir os principais pontos do autor em seu excelente The Anti-Capitalistic Mentality, publicado em 1956, numa época em que o socialismo conquistava adeptos a cada dia.

Mises começa o livro lembrando que as nações mais prósperas foram as que menos tentaram colocar obstáculos no caminho da livre empresa e iniciativa privada. A característica do capitalismo moderno é a produção em massa de bens destinados ao consumo das massas. O resultado disso é uma tendência em direção a uma contínua melhoria no padrão médio de vida. A riqueza no capitalismo liberal pode ser obtida somente servindo aos consumidores. Os capitalistas perdem seus fundos se falharem ao investir naquilo que não satisfaz melhor a demanda do público. Sob o capitalismo, o homem comum pode desfrutar de coisas inimagináveis e inacessíveis mesmo para os mais ricos do passado. A característica marcante do homem é ele não parar de mirar no avanço de seu bem-estar através de atividades com este propósito. Outros animais podem se satisfazer com as demandas mais básicas para a sobrevivência, mas não o animal racional homem. Este deseja mais. E através do acúmulo de capital, ou seja, poupando parte da produção atual, ele é capaz de incrementar suas condições materiais. Isso é justamente o que o capitalismo, movido pelo sistema do lucro, fez pela humanidade.

A diferença deste modelo para o feudalismo é total. O senhor feudal não precisava servir aos consumidores e estava imune em relação à insatisfação do povo. Os empresários e capitalistas devem suas riquezas, em contrapartida, aos consumidores que escolhem seus produtos voluntariamente. Eles podem perder esta riqueza assim que outros empreendedores oferecerem melhores produtos, de acordo com as preferências dos próprios consumidores. No modelo de livre concorrência, qualquer um pode suplantar métodos ou produtos com novas opções mais baratas ou atraentes, e o que determina este resultado é o julgamento que o público faz. No capitalismo, cada um é julgado financeiramente de acordo com sua contribuição ao bem-estar alheio, segundo os próprios interessados. E eis justamente onde surge o principal aspecto que motiva uma postura anticapitalista: o sucesso ou o fracasso, do ponto de vista financeiro, depende de cada um, e não mais do título hereditário em uma sociedade sem mobilidade.

Se a condição de cada um na sociedade é dada, independente dos esforços e do resultado gerado do ponto de vista dos outros, aqueles em posição inferior aceitam o quadro, pois não se sentem responsáveis por ele. Mas quando indivíduos podem, mesmo do nada, atingir o topo da pirâmide, então o fracasso individual passa a ter um único grande culpado: o próprio indivíduo. Aquele que não é bem-sucedido se sente humilhado e insultado. O ódio contra aqueles que obtiveram sucesso acaba sendo o resultado. Em busca de consolo, estes homens desejam algum bode expiatório. Claro que o sistema é a melhor opção. Estas pessoas passam a crer que no capitalismo, somente os desonestos e egoístas podem enriquecer. Acusam os ricos de exploradores dos pobres, como se a riqueza fosse um jogo de soma zero, um bolo fixo. Seu fracasso é explicado através de sua honestidade, pois ele não aceitou jogar o jogo sujo do capitalismo, em busca do insensível lucro. Ele é melhor que isso. É um altruísta em prol da igualdade geral. Se todos fossem iguais, sua situação inferior não lhe incomodaria mais.

A comparação com os vizinhos pode ser insuportável. Se, sob o feudalismo, nenhum servo tinha a chance de mudar de padrão, no capitalismo isso não é mais verdade. A observação de que vizinhos cresceram profissionalmente e tiveram sucesso financeiro é dolorosa. A raiva é transformada em filosofia, a filosofia anticapitalista. O fanatismo na crítica ao capitalismo é precisamente fruto do fato de que estão lutando contra sua própria consciência de falsidade. A utopia conquista estas pessoas, que passam a sonhar com um mundo “justo” onde serão tratados de acordo com seu “real” valor. As fantasias são o refúgio daqueles revoltados com a própria falha. Eles odeiam o capitalismo porque ele possibilitou que outros homens chegassem onde eles gostariam de estar. Este é exatamente o caso de vários que são chamados de “intelectuais”. Sua aversão passional ao capitalismo é um ódio cego por alguns “colegas” que tiveram maior sucesso. A imensa maioria que acaba aderindo ao ódio capitalista é vítima da ignorância e movida pela poderosa paixão humana: a inveja. Não se sentem compelidos a estudar a fundo a economia, para entender os mecanismos do mercado e as incríveis vantagens do capitalismo. Basta repetir que o rico é rico porque o pobre é pobre. São guiados por paixões, não pela razão.

Uma postura elitista também pode gerar emoções anticapitalistas. Muitos observam as preferências populares com desdém, culpando o capitalismo por isso. Mas o que caracteriza o capitalismo não é o mau gosto das multidões, e sim que estas multidões podem agora consumir literatura e outros serviços que eram privilégio da aristocracia no passado. Claro que as massas podem escolher Paulo Coelho em vez de Dostoievsky, mas antes nem era possível qualquer leitura para elas. Escutar Mozart era um privilégio para pouquíssimos, enquanto hoje qualquer um pode comprar um CD por uma ninharia. Se muitos escolhem um grupo de funk, isso não é culpa do capitalismo. Este simplesmente abre inúmeras possibilidades, ofertando aquilo que a demanda decide. Além disso, os ricos são como cobaias para as massas, e o luxo de hoje é a necessidade de amanhã. Assim ocorreu com automóveis, rádios, televisões, telefones, celulares, computadores etc. A massificação da produção favorece muito os mais pobres. Somente a inveja explica a revolta com a diferença no consumo dos mais ricos, já que tais produtos serão os bens populares de amanhã, gerando mais conforto para as massas.

O capitalismo, em resumo, beneficia os mais pobres, que podem viver melhor pegando carona nas conquistas alheias. Qualquer um que usufrui dos produtos da Microsoft ou da Google deveria agradecer ao capitalismo e ao egoísmo dos capitalistas em busca de lucro. Todos que consomem remédios deveriam louvar o capitalismo pelo grande avanço na área medicinal. As pessoas vivem mais, as crianças morrem em quantidade bem menor, a qualidade de vida para a maioria é infinitamente melhor que no passado ou que no presente de países não-capitalistas. Ainda assim, o que vemos é o contrário: muitas pessoas condenando o capitalismo pelos males do mundo. Somente uma mistura de ignorância com inveja pode explicar isso, como Mises já havia notado meio século atrás.

20 comentários:

Morgana disse...

Parabéns,ótimo post.

Anônimo disse...

"A imensa maioria que acaba aderindo ao ódio capitalista é vítima da ignorância e movida pela poderosa paixão humana: a inveja."

Esquerdismo = recalque

É por isso que há tanta incoerência e tanto dois pesos e duas medidas. É cada coisa. Dia desses, um sujeito me falou que Che Guevara usava um Rolex. Achei que era alguma estória que havia sido aumentada. Que Che devia ter um Rolex antes de ser "revolucionário". Mas descobri que ele morreu com um Rolex no pulso. O cara combatia o capitalismo de Rolex ! Como negar que um sujeito desses era doente ?

Fênix Felipe disse...

excelente artigo...

Blogildo disse...

Esse é o seu melhor lado, Rodrigo. Capitalismo. Também vejo claramente que não há alternativa a esse sistema.

Mas tenho algumas observações: Você citou a Microsoft no final e eu lembrei daquele "rolo" Internet Explorer versus Netscape Navigator. Lembra? A Microsoft usou o peso que tinha para esmagar uma empresa que tinha um bom produto concorrente.
Como fica o modelo de livre concorrência numa situação dessa?

Anônimo disse...

Como explicar a existência de socialistas ricos e bem-sucedidos como Oscar Niemeyer, Chico Buarque e tantos outros?

Anônimo disse...

Na hora de cobrar o Niemayer e o Chico são bem capitalistas...

Anônimo disse...

É simples: no socialismo, todos são iguais, mas há uns mais iguais que outros. Ou seja, é a arte de transformar idiotas impressionáveis em criaturas mais idiotas ainda.

Nesse passo em que vamos, alguém na América Latina vai acabar premiado com o Nobel em Genética por criar, fora de um laboratório, o idiota absoluto, sem célula-tronco, embrionária ou não.

Anônimo disse...

Não sei se o socialismo é possível, mas com toda certeza o lucro do empresário vem do suor do trabalhador. Não há inveja nisto, os operários só querem viver. Se não fossem pelas lutas operárias crianças ainda estariam trabalhando 14 horas por dia numa fábrica poerenta e sem qualquer tipo de proteção no serviço. Por maiores que sejam os malabarismos retóricos do Constantino, há que se reconhecer que a economia é limitada, finita, não sendo eticamente aceitável que toda riqueza fique concentrada na mãos de uns poucos. Querer o próprio pão, levadado de suor, não é inveja, mas justiça.

Anônimo disse...

A nata do pensamento liberal: Como é feito o cálculo do salário.

“Nos países onde a propriedade está suficientemente protegida, seria mais fácil viver sem o dinheiro do que sem pobres; quem de fato teria o trabalho (...) Se é preciso evitar que os operários morram de fome, é importante não lhes dar muito no que economizar. Se uma vez ou outra o indivíduo, à custa de trabalhos e privações, eleva-se acima da situação onde apareceu, ninguém deve impedi-lo disso. Toda pessoa, toda família, age com sabiamente praticando a frugalidade. Mas é interessa das nações ricas que os pobres não permaneçam desocupados, mas dependendo sempre o seu ganho... Aqueles que ganham pelo trabalho cotidiano não se tornam subordinados senão por que suas necessidades aí o colocam; é pois sábio aliviar-lhes as necessidades, mas seria loucura anulá-las. A única coisa que pode tornar um trabalho laborioso é um salário moderado. Segundo seu temperamento, o trabalhado se desespera ou se desencoraja quando seu salário é muito baixo, mas torna-se insolente e preguiçoso quando seu salário é muito elevado. (...) Numa nação livre, em que a escravatura é proibida, a mais segura riqueza consiste na multidão de pobres trabalhadores. Esse pobres constituem uma fonte inesgotável para o recrutamento de sua frota e de seu exército.; sem eles não haveria possibilidades de produzir riquezas, e não se poderia utilizar a produção de qualquer país. Para que a “sociedade”(isto é, naturalmente os não-trabalhadores) seja feliz, para que o povo permaneça contente mesmo numa situação miserável, é preciso que a maioria permaneça pobre e ignorante. O saber aumenta e multiplica nossos desejos, e quanto menos o homem deseja, tanto mais fácil se torna satisfazer suas necessidades.”

Bertrand de Mendeville – séc. XVIII

De onde o Rodrigo tirou que no capitalismo as pessoas tiveram oportunidades iguais?

Bruno disse...

Blogildo, hj a Microsoft já não exerce tanta influência como antigamente. O bom da livre concorrência é isso: se vacilar, dança. E outra, o próprio cliente faz juízo das ações de uma empresa. O Firefox cresce a cada ano. hj vc tem varias opções de sistemas operacionais. Ou seja, a Microsoft gerou sua propria "crise existencial" com sua arrogancia.
Excelente post Rodrigo, parabéns.

Anônimo disse...

Rodrigo:

Você já deve ter notado que, apesar dos veementes pedidos para que só fale sobre economia e política, seus posts “bombam” muito mais quando o assunto é a religião. Só como ilustração:

A Mentalidade Anticapitalista: 11 comentários;
Manga com Leite (superstições): 78;
Quanto Vale o Blastocisto?: 87;
A Ditadura e o Vaticano (uma simples foto, sem texto): 34;
O Combate ao Trabalho Infantil: 14;
A “Mágica” do Mercado: 32.

E por aí afora. Resultado:
Economia e política: 57 comentários (média de 19);
Religião e afins: 199 comentários (média de 66).

Interessante notar também que quem mais pede por economia é quem mais discute sobre religião.

Foi só uma curiosidade...

Bruno disse...

Alexandre,
O ser humano é explorado pq quer... Se o cara fica 14 hs numa fabrica poeirenta é culpa dele, pede as contas e vai se profissionalizar em outra coisa. No capitalismo, a ação do individuo é colocada a prova toda hora, vagabundo não tem vez. Todos tem oportunidades sim, só que uns ficam esperando e nunca chega o dia, os outros (bem sucedidos) correm atrás. Só é pobre quem quer.

Anônimo disse...

Parabéns!
Artigo "reto e direto".
Estou aguardando a sua participação no Fórum da Liberdade aqui em Porto Alegre.

Anderson Mahler

Anônimo disse...

É verdade Ricchus.

E esse Bloguildo ruim da cabeça 'Esse é o seu melhor lado, Rodrigo. Capitalismo.'

Anônimo disse...

Bruno, o que você acha deste argumento do Benjamin Tucker ?

This is no wild assertion, but a sober statement of fact, as I will explain. It is not enough, however true, to say that, "if a man has labor to sell, he must find some one with money to buy it"; it is necessary to add the much more important truth that, if a man has labor to sell, he has a right to a free market in which to sell it, - a market in which no one shall be prevented by restrictive laws from honestly obtaining the money to buy it. If the man with labor to sell has not this free market, then his liberty is violated and his property virtually taken from him. Now, such a market has constantly been denied, not only to the laborers at Homestead, but to the laborers of the entire civilized world. And the men who have denied it are the Andrew Carnegies. Capitalists of whom this Pittsburgh forge-master is a typical representative have placed and kept upon the statute-books all sorts of prohibitions and taxes (of which the customs tariff is among the least harmful) designed to limit and effective in limiting the number of bidders for the labor of those who have labor to sell. If there were no tariffs on imported goods; if titles to unoccupied land were not recognized by the State; above all, if the right to issue money were not vested in a monopoly, - bidders for the labor of Carnegie's employees would become so numerous that the offer would soon equal the laborer's product. Now, to Solemnly tell these men who are thus prevented by law from getting the wages which their labor would command in a free market that they have a right to reject any price that may be offered for their labor is undoubtedly to speak a formal truth, but it is also to utter a rotten commonplace and a cruel impertinence. Rather tell the capitalists that the laborer is entitled to a free market, and that they, in denying it to him, are guilty of criminal invasion. This would be not only a formal truth, but an opportune application of a vital principle.

Fontes:
http://mutualist.blogspot.com/2005/02/contract-feudalism.html
http://flag.blackened.net/daver/anarchism/tucker/tucker36.html

Eu adiciono que muitas vezes as pessoas são reduzidas à condição de proletário não pelo mérito de suas escolhas, mas por medidas políticas: inflação, impostos, e até a desapropriação explícita de seus meios de produção.

E sobre o aparato político que faz esta "proletarização", eu não posso deixar de considerar esta hipótese: que ele esteja sob a influência, talvez até sob o controle total, dos capitalistas que se beneficiam das consequências de suas ações.

Unknown disse...

Caro Bruno,

Alexandre,
O ser humano é explorado pq quer...
No artigo Rodrigo diz que milhões de pessoas se aproveitam do capitalismo...Realmente. contra bilhões que não aproveitam, excluindo os paises chamados "socialistas" pelos apologistas, mas o capitalismo é assim mesmo... muitos se aproveitam da miséria de vários ...
Se o cara fica 14 hs numa fabrica poeirenta é culpa dele, ( realmente é culpa dele não buscar algo melhor) pede as contas e vai se profissionalizar em outra coisa (se no pais houver disponibilidade para a educação, ou ele vai se profissionalizar via internet?!). No capitalismo, a ação do individuo é colocada a prova toda hora, vagabundo não tem vez ( interessante argumento, será que são vagabundos os executivos que vivem tirando férias em ilhas paradisíacas?!). Todos tem oportunidades sim, só que uns ficam esperando (esperando o que?!, vc já ficou desempregado?! já ficou procurando emprego e não conseguiu?! por quanto tempo!?) e nunca chega o dia, os outros (bem sucedidos) correm atrás (é bom de mais, já está bem sucedido e correr atrás de mais sucesso... muito fácil não?!). Só é pobre quem quer ( que argumento falasioso...todo economista sabe que o capitalismo não pode empregar todo mundo, e que sempre deve existir uma parcela da população sem emprego para concorrer com outros e diminuir o salário...se houver empregos para todos não haverá lucro para o capitalista..., o capitalismo tem elementos contradiitórios, antagônicos que seus apologistas não querem, ou não podem, enxergar...)

Abraços

Kelvin

Philos & Sophos disse...

Caro Rodrigo,

Se o capitalismo é essa maravilha que tanto se fala, por que então é necessário desprender tanta energia em defendê-lo?...Lamento, mas a história do homem não será congelada pelo socialismo, nem pelo comunismo e muito menos pelo capitalismo. Esses sistemas que provocam tantas reações acaloradas não passam de "produtos humanos", e como tais, possuem todas as nossas características, cuja mais notória, mais visível e porque não dizer, a mais indubitável de todas, a imperfeição. O capitalismo jamais será perfeito, assim como o socialismo, o comunismo, o liberalismo, o comunitarismo ou outro existente, ou outro que ainda venha a existir. Acredito que o ponto de partida para que tenhamos um sistema realmente justo, ou seja, o mais próximo da perfeição, é, primeiramente, colocarmos um fim em nossa arrogância em não querer aceitar que somos seres com falhas e defeitos, principalmente quando analisamos um sistema falho como o nosso, baseado na competição, na acumulação e no egoísmo cuja característica marcante e fundamental é que existam perdedores, essenciais para a existência e continuidade desse sistema. Competição é a palavra chave usada pelos defensores do capitalismo, no entanto, é ingenuidade pensar que a competição em um sistema capitalista dá-se de forma igualitária; como por exemplo, em uma corrida de maratona em que todos os competidores tiveram as mesmas oportunidades de treino, de alimentação, de orientação e outros. Para confirmar esta afirmação basta um simples olhar a nossa volta. O defensor do capitalismo tem os olhos fechados para o mundo real, e o pior do que isso, ele acredita que todos a sua volta sofrem desse mal. Num sistema capitalista quase sempre o ganhador tem como prêmio o conforto material, mas por outro lado perde o conforto espiritual e moral. Do outro lado da moeda, temos o perdedor que recebe como “prêmio”, quase sempre, unicamente o conforto espiritual e moral sem uma contrapartida material necessária a uma vida digna ou até mesmo à sobrevivência. Assim como é possível falar em justiça em um sistema que tem como característica principal a existência de ganhadores e perdedores, ou como alguns, menos esclarecidos, teimam em rotular de malditos “invejosos”.

Cordias saudações
Philos&sophos

MARCO disse...

Resposta à "Philos &amp"

Você se esquece de um 'pequeno' e decisivo detalhe: Os seres humanos não nascem iguais e se tornam menos iguais ainda ao longo do processo da vida. Só isso derruba todo o seu argumento contra o capitalismo apesar de você tentar demonstrar que é isento.

Gunnar disse...

"Não sei se o socialismo é possível, mas com toda certeza o lucro do empresário vem do suor do trabalhador."

Pô, a petralhada não aprende mesmo, né? Vai estudar economia, amigo. Sério.

Anônimo disse...

O comentário do Alexandre é típico do esquerdista que não sabe nada sobre economia e nem se interessa em saber.

São os salários que são deduzidos dos lucros, e não o oposto. São os inovadores que criam novos empregos e novas funções. Quem produziria carros se Henry Ford não o tivesse inventado? Quem produziria softwares caso o computador não tivesse sido inventado? Quem venderia livros se a prensa gráfica não tivesse sido inventada?

Cada novo empreendimento é criado por um empresário buscando o lucro. Primeiro um restaurante tem de ser aberto, depois contratam-se garçons e cozinheiros. Primeiro abre-se uma empresa de software, depois contratam-se programadores. Primeiro abre-se uma escola, depois contratam-se os professores

Todos os custos de produção são pagos pelo empreendedor, sendo o próprio salário um desses custos. Em um supermercado, alguém tem que pagar pelos produtos das prateleiras. Em um restaurante, alguém tem que pagar pela comida que vai ser servida. Em uma fábrica de móveis, alguém tem que pagar pela madeira, verniz, tinta... Esse alguém é o empresário. Para ele, se o custo de produção é de R$2.000,00, não faz a menor diferença se ele vai gastar isto em matéria-prima ou em salários, e é o único que será afetado por lucros ou prejuízos. Os empregados têm seus contra-cheques garantidos no final do mês e estão completamente alienados deste processo. O empregador não tem salário: sua renda é totalmente condicionada aos lucros. O lucro nada mais é que uma recompensa por satisfazer uma necessidade de seus consumidores, seja esta necessidade algo básico ou supérfluo. É também a prova de que ele foi eficiente e organizado o suficiente para produzir mais do que consumiu.

Se tivéssemos esses conceitos ensinados desde cedo nas escolas, talvez tivéssemos um pouco menos de analfabetismo econômico e menos estatismo.