terça-feira, agosto 09, 2011

O movimento Tea Party

Rodrigo Constantino, O GLOBO

“Somente no bizarro mundo de Washington a responsabilidade fiscal pode ser definida como terrorismo.” (Michele Bachmann)

A imagem do movimento Tea Party é bastante caricatural por aqui. Pinta-se um quadro de fanáticos reacionários que querem preservar o lucro dos milionários em detrimento do leite das crianças carentes e da aposentadoria dos pobres velhinhos. Pretendo apresentar uma visão diferente.
Comecemos pelo nome: ele se inspira na “Festa do Chá” em Boston, marco da Independência Americana. Os colonos, cansados de impostos arbitrários da Coroa inglesa, revoltaram-se. E quem pode negar que a Casa Branca hoje pratica exagerada intervenção na vida dos americanos? Vamos condenar o Tea Party por lutar por maior independência em relação a Washington?
Os “progressistas” gostam de monopolizar fins nobres: somente eles querem melhores condições de vida para os mais pobres. Mas o debate deve girar em torno dos melhores meios para tais fins. Foi justamente em períodos de reduzida intervenção estatal que houve mais prosperidade geral. Taxar os ricos e usar o governo para transferir renda pode conquistar votos, mas nunca ajudou os pobres de fato. Serviu apenas para afugentar investimentos e inchar governos corruptos.
O Tea Party carrega em seu DNA um viés libertário, que desconfia do governo “altruísta”. O discurso messiânico que elegeu Obama incomoda, e com razão: foram “messias salvadores” os que mais atrocidades praticaram em nome do “bem”. As medidas de Obama mostram sua visão ideológica. É clara a sua intenção de socializar setores importantes da economia e concentrar no governo mais poder ainda. O Tea Party veio dizer “basta”.
Há oportunistas e fundamentalistas malucos no Tea Party, sem dúvida. Mas reduzir o Tea Party a uma Sarah Palin é utilizar de má-fé. Vários aderiram ao movimento de forma consciente, cansados de um governo à beira da bancarrota, que acredita que a saída para todos os males é aumentar o gasto público e os impostos.
O Tea Party trouxe para o debate uma visão alternativa de sociedade. O que está em jogo é decidir se os Estados Unidos continuam no rumo atual, aquele adotado pelos países europeus que levou a um Estado social falido; ou se buscam resgatar o “sonho americano” original, que fez com que a nação se tornasse o colosso que é hoje. Os pilares deste modelo são: meritocracia, igualdade perante as leis, governo limitado e ampla liberdade individual.
Estes pilares estão fragilizados. Em cada nova crise, a “solução” foi aumentar os estímulos fiscais e monetários, criando novas bolhas insustentáveis. A conta precisa ser paga e os tentáculos do Leviatã estatal precisam ser reduzidos. O Tea Party chegou para mostrar esta realidade. Não é possível crescer de forma sustentável por meio de mais gastos públicos e crédito sem lastro. A despeito do que pensam os keynesianos como Paul Krugman, não se brinca impunemente com as leis econômicas.
O embate sobre o aumento do teto do endividamento expôs a polaridade: de um lado, aqueles que desejam um cheque em branco para o governo gastar à vontade; do outro, os que cansaram de viver uma ilusão e rejeitam o modelo europeu de sociedade. Não resta dúvida de que houve oportunismo político de ambos os lados. Mas erra quem acusa o Tea Party de irresponsável. O ápice da falta de responsabilidade é gastar mais do que arrecada indefinidamente.
Qual a função de um teto de endividamento que vive sendo elevado? Seria como uma meta de limite de peso que sempre acaba ignorada. Em vez de o sujeito entrar em dieta rigorosa ou praticar exercícios, ele apenas joga a meta para cima. Parece natural supor que o resultado desta postura negligente será a obesidade.
O governo americano está obeso. Ele possui US$ 14,3 trilhões em dívidas, quase 100% do PIB. E não está satisfeito! O Tea Party resolveu jogar duro para reverter este quadro. Pode-se acusar o movimento de intransigente, mas é preciso reconhecer que, não fosse isso, dificilmente o curso teria se alterado, ainda que timidamente. Foi uma conquista, apesar de insuficiente para evitar o rebaixamento do “rating” pela agência de risco Standard & Poor’s.
Uma ala minoritária, mesmo dentro dos republicanos, foi capaz de colocar em pauta o debate inadiável sobre a trajetória explosiva dos gastos públicos. Sua força obrigou o presidente Obama a recuar e abandonar parte de sua agenda socializante. É um começo, uma brisa que sopra na direção certa. Mérito do Tea Party, cujas qualidades deveriam servir de exemplo para a sonolenta oposição brasileira.

42 comentários:

Marco Balbi disse...

Parabéns! Didático! Todos podem entender! Não é preciso nem desenhar!

Wag_Vargas disse...

Perfeito, Constantino! Como sempre, você, quebrando o senso comum de forma objetiva e direta.Infelizmente, muitos no Brasil ainda se guiam por estas generalizações sobre o Tea Party,porém é evidente que estes não passam de desinformados.

Wagner Vargas
Abraços

Marcelo Delfino disse...

O Governo americano deveria reduzir a gastança, isso sim. Poderia começar acabando com a ocupação de tropas americanas em outros países (Iraque, Afeganistão, etc) e fechando todas as bases militares fora dos territórios americanos, inclusive as do Panamá e de Guantánamo. Mandem os militares americanos voltarem para a América.

George disse...

Muito bem. Poderíamos levantar a hipótese de que Bush não representa o Partido Republicano e muito menos o Tea Party. Mas, a dura verdade é que grande parte dos republicanos idolatram Ronald Reagan e são devotos da ‘Reaganomics’, da ‘Trickle-down theory’ ou ‘Voodoo Economics’. Reagan gerou um déficit. Ele abaixou os impostos para todos (para depois eliminar os descontos permitidos à classe média). Porém ele nunca abaixou os gastos do governo. Procure você mesmo a frase de Dick Cheeny onde ele fala que "Reagan proved deficits don't matter." Acho irônico você incluir Ronald Reagan como referência em seu blog sem ao menos estudar sobre esse assunto.

Veja, tudo que os republicanos defendem faz parte da Teoria Kenesyana (assim como os Democratas). A grande diferencia é que os Republicanos defendem que o déficit seja feito a favor dos mais ricos através de cortes em impostos e acreditando na ‘Trickle-down Theory.’

Em minha opinião, se for para escolher entre uma política Kenesyana e outra, escolho a que adote gastos no país de origem (com ‘social care’ e não guerras e corte de impostos para os mais ricos que gastam e investem em outros países) e impostos iguais para todos, desenvolvimento (e.g. embryonic stem cells research) e que defendam o direito dos indivíduos (same sex marriage, free religion, free press, etc.).

Pensei que a Escola Austríaca adotasse a mesma lógica. Mas aparentemente devo estar enganado. Para sua referência, os últimos presidentes americanos que adotaram políticas fiscais responsáveis foram os DEMOCRATAS. Clinton e não Reagan. É Obama, e não Bush, que está abaixando custos com ‘entitlements’ que sempre existiram. São os democratas, e não os republicanos, que estão oferecendo um equilíbrio fiscal ao aumentar os impostos e abaixar os gastos.

O presidente Obama, e os Democratas, defendem aumento em gastos sociais, mas eles também almejam um equilíbrio fiscal.

Repito, sou a favor de governo pequeno, mas abomino governo irresponsável. Os Republicanos foram os que aumentaram absurdamente as despesas e abaixaram as receitas.

Talvez se você fosse formado em administração e não economia, você compreenderia essa realidade.

*PS. Pare de ser absolutista! Recomendo como leitura o testo "A Tentação Totalitária" da Folha de S.Paulo.

Rodrigo Constantino disse...

"É Obama, e não Bush, que está abaixando custos com ‘entitlements’ que sempre existiram."

Como é que é?!?!?!?!?!

Rodrigo Constantino disse...

"Pare de ser absolutista!"

Como é que é?!?!?!?!

Luciano disse...

Enquanto isso em terras tupiniquins a população esta sendo bombardeada com desinformação sobre o Tea party" principalmente de "intelectuais" do naipe de Arnaldo Jabor, Clovis Rossi e tuti quanti...

Ivan disse...

Rodrigo essa confusão entre os papeis dos partidos nos eua é comum e o melhor exemplo está na revista veja da semana passada.
A revista se refere ao partido democrata como sendo Liberal, um grave erro de tradução, ou ignorância política mesmo. Em "O caminho da Servidão", Hayek já comenta o fato de os progressistas/socialistas americanos terem se apossado do temo "liberal" enquanto os verdadeiros liberais, defensores do livre mercado e da liberdade individual ficaram calados. Hoje nos EUA liberal é sinônimo de social-democrata, um falso cognato ridículo, que leva muitos liberais brasileiros a se identificarem com o Partido Democrata.
Em defesa da lógica acho que devemos continuar usando o termo liberal em português e que as traduções do inglês americano da palavra liberal sejam feitas para social-democrata.
Não vamos nós também nos render ao infantilizado termo "libertário", não vamos entregar aos defensores da economia planificada o orgulho de serem LIBERAIS. A liberdade é nossa!
Mas se até a veja escorrega numa dessas, fica difícil convencer os amigos numa mesa de bar de que o Obama não é liberal.

Anônimo disse...

Olha, o que vejo aqui Nos EUA é ao contrário do que George falou. Quem começou a fazer um equilibrio fiscal e foi interrompido foram os republicanos e a interrupção se deu ao fato de 11/09. Qdo então os EUA tiveram de agir contra o facto ocorrido ( atentado terrorista), o que acabou por interrompê-los na questão fiscal e pior faz~e-los gastar + com a repulsa dos terrorristas.

cessna disse...

Quando Reagan e Bush reduziram impostos eles não estavam preocupados com o déficit.
O Obama propôs uma prorrogação da redução do imposto sobre a folha de pagamentos (o que não beneficia os ricos) e os republicanos negaram. O GOP só tem um ideal: reduzir os impostos que incidem sobre os ricos. Se isso acarretar aumento da dívida, não importa. Eles conseguem argumentar que aumentar os gastos do governo não estimula a economia, mas reduzir os impostos dos ricos sim. Desde o 1º semestre de macroeconomia se sabe que o efeito multiplicador do gasto é maior que o do corte de imposto do rico.

cessna disse...

O Bush nunca começou a fazer equilibrio fiscal. O anônimo só pode estar doido. Ele recebeu o governo do CLinton com um baita superavit, tanto que falavam que os USA iam quitar TODA a dívida em poucos anos. O primeiro ato do Bush foi cortar impostos (principalmente dos ricos) e isso, somando à crise da quebra das .com iniciou o problema que existe hoje.

Marina disse...

Gostei, foi bom ver um ponto de vista diferente enquanto pesquisava sobre o Tea Party. Na verdade não sei muito sobre isso, mas sua postagem ajudou a clarear bastante. Bom artigo, parabéns!

João disse...

O governo Clinton pode ter acabado com superávit, mas já havia plantado o ovo da serpente (que Bush seguiu chocando) com as imposições aos fundos imobiliários Fannie Mae a Freddie Mac que deram origem à crise estourada em 2008.

alexandre disse...

Na folha de SP saiu a seguinte reportagem : "ícone da direita americana começou com o déficit". Sim, ele mesmo, Reagan. Superávit fiscal só com o Clinton. O Bush piorou as coisas. E no acordo entre Obama e os republicanos, o Obama cedeu e os republicanos estiveram intransigentes. E sobre os radicais do Tea Party, olha que saiu no blog da Miriam Leitão : "Dois pré-candidatos da ala radical do Partido Republicano às eleições do ano que vem — Michelle Bachmann e Rick Santorum — endossaram um documento em defesa do casamento que sustenta a aberração acima: “uma criança nascida na escravidão em 1860 tinha maior probabilidade de ser criada por seu pai e mãe do que uma criança afro-americana nascida depois da eleição do primeiro presidente afro-americano.” Com a má repercussão, eles fizeram um adendo para amenizar, mas nada salva uma coisa assim".
Espero que os EUA se livrem dessa ameaça no ano que vem. Bando de lunáticos

Rodrigo Constantino disse...

Alexandre, Bush foi péssimo. Esquece isso. Ninguém aqui está defendendo Bush. O Tea Party não gosta de Bush também. Mas Obama consegue ser pior! Seu Obamacare é de uma irresponsabilidade demagógica de assustar, digna de uma República das Bananas. E Clinton ajudou a plantar as sementes da crise. Leia mais sobre o assunto. Dica: não vai achar muito na imprensa nacional, tampouco com Miriam Leitão...

George disse...

O Rodrigo cortou 1/2 do meu comentário. O que o anônimo falou não condiz com a realidade. Ainda hoje conversei com um Hedge-Fund manager de EUA (que administra +$700m) que me confirmou que paga menos imposto que sua secretária. Semana passada Warren Buffett fez uma entrevista e disse que paga menos impostos que o garçom que o atende. Procurem vcs mesmos essa entrevista na Bloomberg. G.E., uma das maiores empresas dos EUA, pagou NENHUM imposto federal em 2010. Mesmo tendo lucros.

Rodrigo Constantino disse...

Ah sim, eu te dou um dado oficial do governo, mas vc duvida porque conversou com um gestor de fundo...

Ele pode estar falando de UM imposto específico. Existem outros, lá também.

O dado é esse: a minoria minúscula dos 1% mais ricos paga mais de 30% do TOTAL de impostos arrecadados pelo governo.

Rodrigo Constantino disse...

Buffett, por exemplo, paga bem mais impostos que a secretária, pois paga nas suas empresas, nos dividendos (há dupla taxação lá, um absurdo!), no que consome, no que investe...

George disse...

Sim Bush foi péssimo. Parabéns Rodrigo por apontar isso. Obacamere é uma droga. Correto. Mas é você, e não nós, que está idolatrando o Tea Party. Repito, deixe de ser absolutista! Quem incluiu em seu texto uma frase de Michele Bachamann foi você. Pesquise por si mesmo sobre essa pessoa que crítica o governo federal, mas recebe subsídios federais.

Rodrigo Constantino disse...

Idolatrando é por sua conta. Estou elogiando as coisas boas, e existem.

Quanto à Michele, eu usei sua frase, que é PERFEITA! O resto fica por sua conta também.

Veja, até idiotas podem dizer coisas certas! Nem estou dizendo que é o caso dela, pois acho que não. Mas pode acontecer. O Obama pode dizer uma coisa certa!!! Talvez até o Lula...

George disse...

Sobre impostos: Meu caro Rodrigo. Extrema ingenuidade sua. Óbvio que ao fazer a entrevista Buffett considerou essa relatividade (de dupla taxação). Óbvio que meu amigo que administra um Hedge Fund de $700m considerou também! Não moro nos EUA e não sou extremamente rico, mas pesquiso, estudo e levo em consideração a opinião de outros. Como disse, não sou absolutista. Deixe de ser ingênuo e pesquise por si mesmo.

Paula disse...

Muito bom, Rodrigo! E bom saber que tem brasileiro de bom senso. Keep up the good work!

Paula disse...

 Parabéns, Rodrigo, muito bom saber que ainda existe brasileiro de bom senso e que nao odeia os USA. Tea Party e exatamente o que você explicou.

Pra galera que chama os Tea Party de terroristas, espero que eles estejam assistindo as "riots" na INGLATERRA... Isso sim e terrorizar pra querer mostrar um ponto de vista... O que os conservadores republicanos e os Tea Party fizeram pacificamente foi querer parar o governo federal de gastos monstruosos e por isso foram chamados de Jihad/ terroristas pelos democratas... E, mole? Só rindo!

Paula disse...

Rodrigo, você esta certíssimo no assunto dos impostos, eu moro aqui e a nossa renda anual e de $150,000 e eu pago quase a metade em impostos!!!!! E o Obama quer que eu pague mais ainda pra ele redistribuir? Que palhacada!!!!! O pobre nao fica mais pobre porque o rico fica mais rico!!!!! Em vez de pedir que eu de mais do meu dinheiro do meu trabalho pro governo, porque os Dems nao cortam gastos? Essa ideologia de social justice nao da certo por aqui, USA e um pais capitalista e o objetivo do OBAMA e um só: transformar em um pais socialista e falido como a nossa querida EUROPA de hoje em dia...

Anônimo disse...

Milton Friedman dizia que o melhor dos mundos é um presidente democrata com um congresso republicano. Aparentemente essa mistura resultou sempre na menor quantidade de gastos.

Ivan disse...

Impostos para ricos = Impostos para pobres! Não faz diferença de quem se cobra os impostos, no fim todos pagam.

Usar a justificativa de déficit elevado para aumentar os impostos é baboseira. É dar mais dinheiro para os incompetentes gastarem. A filosofia do Reagan era simples cortar os impostos: sem ter dinheiro para esbanjar o governo teria que forçosamente cortar os gastos para não se endividar. Quem quiser distribuição de renda que distribua o seu dinheiro e não o dos outros.

Se alguém acha que primeiro se aumenta os impostos e se "paga" a dívida para depois cortar os impostos, deve discutir política econômica com o coelho da Páscoa.

samuel disse...

Rodrigo, quem é esse "George said"
O cara é o maximo da DESINFORMAÇÃO. Deve trabalhar para a KGB DEMOCRATA. A unica coisa a reclamar de Bush é que não teve "colhão" para desfazer o que Clinton e o plantador de amendoim da Georgia fizeram: A BOLHA IMOBILIÁRIA E EM CONSEQËNCIA A CRISE DE 2008 QUE AINDA NÃO FOI RESOLVIDA.
Somente Obama aumentou 10 trilhões na dívida americana, é mole?
Os aumentos de Reagan foram pequenos ajustes se comparados.
Francamente, dispenso a contribuição de "George said" ao seu Blog. AQUI VENHO PROCURAR ESCLARECIMENTO E NÃO SECTARISMOS.

samuel disse...

Rodrigo, não invejo seu trabalho de incutir LÓGICA ECONôMICA na cabeça dos brasileiros. Veja o que diz o "cessna said... O Bush nunca começou a fazer equilíbrio fiscal. O anônimo só pode estar doido. Ele recebeu o governo do CLinton com um baita superavit,..." O QUE CLINTON DEIXOU FOI UM BAITA DE UM ZABRA PARA O SUCESSOR... FAZER DESENVOLVIMENTO COM FINANCIAMENTOS AOS NINJAS=no imcome no assets (essa a origem do superávit e também da crise que estamos enfrentando agora). A reprimenda que faço ao Bush é que não teve colhão para cancelar a loucura econômica do Clinton (responsável também pela facilitação do trabalho da AL QUEDA).

Anônimo disse...

A origem do Tea Party é muito semelhante a origem da Revolução Farroupilha: Altos Impostos!


De toda essa conversa, só me surge uma idéia na cabeça: Fundar um Tea Party Brasileiro!

alexandre disse...

O problema do Tea Party não é o corte de impostos. Eles são atacados pelo fundamentalismo cristão de suas teses. E pelo racismo de seus membros.

Paula disse...

Ivan esta certissimo!!!!!!!

Leonel disse...

Lá vem o ethos futebolístico do brasileiro: escolhe um time (Rep. ou Dem.) sem saber bem o porquê e o defende até o fim...

Aos comentaristas pró-GOP: Reagan apenas diminuiu a alíquota do imposto de renda mas, no geral, aumentou a arrecadação e os gastos do governo absurdamente. Um falastrão! Só tinha retórica de livre-mercado, mas na prática... Sobre Bush então, não há o que falar.

A falsa polaridade entre Republicanos e Democratas é similar à entre tucanos e petralhas: na verdade são todos salafrários gastões, estatistas, e estão no mesmo saco!

O que Rodrigo apontou é que há bastante gente fiscalmente responsável no Tea Party, cansada de ser espoliada por Washington e fazendo valer sua opinião por meio de pressão 100% democrática. Só que a mídia ridícula do oitavo mundo compra o discurso dos comunas do NYT, CNN, etc. e os picha sem dó!

Se os tea partiers estão ligados ao GOP por qualquer motivo, vá entender, mas não fazem mais do que a obrigação de qualquer pagador de impostos em exigir que seus representantes tomem uma posição frente ao esbulho. E eles têm razão, independente do partido que pressionem!

Mas tem quem goste de ver farra com dinheiro alheio, ainda mais se for feita com "justiça social". E ainda vem falar sobre efeito multiplicador dos gastos do governo... haja Plasil!

Paula disse...

Tea PARTY nao e racista! Se fosse, nao elegeria congressman West da FLORIDA, por ser African-American, ou seja, negro! Apelacao de critica por raça e religião e nao ter mais nenhum argumento... Herman McCain outro negro que e adorado pela galera do TEA PARTY. Comentários sem nenhum fato e ignorante por partes de uns...

Ivan disse...

Paula Obrigado por concordar,

O argumento dos estatistas (chamá-los de democratas é uma ofensa a democracia) é simples:
Se não tem nada de bom pra falar do Obama vamos malhar o Bush.
Malhar o Bush não resolve mais, vamos malhar o Tea Party, opa o Tea Party está com a razão, e quer diminuir a farra em Washington, vamos chamá-los de racistas e fundamentalistas. Simples, ao invés de explicar de forma direta e honesta os seus objetivos (socialismo) eles criticam os outros. Como faltam argumentos concretos é fácil chamar alguém de preconceituoso, o próximo argumento vai ser dizer que o Tea Party torce pra Argentina.

George disse...

Estou de volta! Samuel, Obama aumentou a divida em 10 tri, e eu que estou desinformado?! Rodrigo, não vi que vc escreveu que os 1% pagam 30%. Gostaria que vc me indicasse a localização desses dados para me informar melhor. Confesso que poderia muito bem estar errado sobre os dados de impostos e suas discriminações. Mas não menti sobre meus relatos e principalmente sobre Buffett e o gestor que me passou essa informação (depois lhe apresento o gestor que pode muito bem apresentar a posição de Buffett). Meu entendimento é que eles estavam se referindo a qto pagam vis-a-vis a renda pessoal e não qto seus impostos representam do total dos impostos. Tbm confesso que sou a favor da eliminação dos gastos sociais incluindos os subsídios e benefícios fiscais à todas companhias mesma às que a Tea Party chama de "job creators". Tbm sou contra os subsídios às empresas bélicas e petrolíferas e os votos comprados na guerra do Iraq ( 'American Pride' em época de guerra todos votam no presidente vigente - uma compra de votos tipo bolsa família ). Porém gostaria de conversar sobre Brasil, país aonde moro e trabalho e aonde pagamos extraordinariamente mais impostos [meu e-mail é georgekaram51@hotmail.com]

Julek disse...

Parabéns pelo artigo didático, Rodrigo.

Enquanto os EUA decide ou não seguir o destino de uma república de bananas, ou, para dar um clima europeu do sul, de azeite de oliva, por aqui estamos bem perdidos no meio do bananal.

Uma presidente-banana plantada, sem visão, que não consegue controlar a corrupção e se recusa a aceitar limitação de gastos, e está para passar uma lei que vai aposentar como donas-de-casa milhões de brasileiras que nunca contribuiram ao esquema de Ponzi da previdência e não se qualificam pelos critérios de pobreza do LOAS. Onde é que está a repercussão dos movimentos pela austeridade no Brasil.

Onde está a oposição, que aparentemente quer gastar ainda mais que o atual governo. Vamos ter que quebrar de novo, repetir os anos 80 para esse os iludidos sem-memória relembrem como era divertido ver os preços aumentando 30% em um mês. Uma verdadeira gincana popular : prateleiras vazias, fazer o rancho no dia de pagamento...

Marie disse...

Que eu saiba a tradução correta para Tea party não é "Festa do Chá" é sim "Partido do Chá"

Anônimo disse...

Quando você diz 'oposição brasileira' está sendo irônico, não?

José Pires disse...

O artigo não se sustenta a partir de um número: Bush recebeu o governo de Clinton com um superávit de US$ 300 bilhões e entregou o governo a Obama com um déficit de US$ 1,3 trilhão.

A crise foi criada pelos companheiros do Tea Party.

Rogério disse...

Ok, Rodrigo. Tudo que você escreveu faz muito sentido. Não gastar mais do que se arrecada, diminuir impostos, perfeito. Mas o que fazer então? Estas medidas de "independência" pregadas pelo Tea Party, sozinhas, evitariam que as pessoas passassem por dificuldades ainda maiores?

Razumikhin disse...

Na época do Bush (filho), o senador Obama era contra o aumento do teto da dívida. Agora, presidente, é a favor.
Já vi esse filme antes, num cinema poeira de Brasília.

Marcelo Delfino disse...

Não precisa fundar um Tea Party brasileiro, porque ele JÁ existe: é o Partido da Cachaça. E ele é lulo-dilmista.