terça-feira, novembro 13, 2012

A ideologia de Obama


Rodrigo Constantino, O GLOBO

Será que um marido em busca de uma “transformação fundamental” de sua esposa lhe tem amor sincero? Parece estranho alguém que ama tentar mudar a essência do ser amado. Mas esta tem sido justamente a promessa de Obama: “transformar fundamentalmente” a América.
A imprensa pinta um Obama pragmático e moderado, enquanto os republicanos são atacados de forma caricatural, como um bando de ultraconservadores reacionários. Obama estaria acima das ideologias, enquanto os republicanos seriam dogmáticos. Será que esta imagem corresponde à realidade?
Se o marxismo foi sempre uma desgraça em seus resultados, parece inegável seu sucesso na propaganda. Em parte, isso se deve ao verniz científico que esta religião secular conseguiu criar. Os marxistas não eram crentes, mas donos da razão. Aquilo não era uma profecia calcada na fé, e sim uma certeza científica.
Os “progressistas” são os herdeiros intelectuais desta farsa. Escondem sua ideologia sob o manto da ciência — pseudociência, na verdade.
Em cada frase proferida por Obama e seus acólitos, há a crença de que o Estado é a grande locomotiva do progresso. Os empresários são tratados com desconfiança, o mercado é perigoso e aumentar impostos é sempre desejável. Obama chegou a afirmar que defenderia impostos maiores sobre ganhos de capital, mesmo sabendo que isso não levaria a uma arrecadação maior. Era uma questão de “justiça” para ele.
Suas medidas na área econômica têm se mostrado ineficientes, com resultado medíocre. Não importa: a esquerda sempre pode argumentar que sem elas a coisa estaria ainda pior. Culpam o antecessor, que deixou uma “herança maldita”. Reagan também assumiu uma economia em frangalhos, mas conseguiu resultados bem melhores. Ele acreditava no mercado, não na clarividência estatal.
Obama é elogiado pela coragem de seus gastos bilionários para estimular a economia, além do resgate das montadoras. Não é fácil entender que coragem é essa em torrar o dinheiro dos pagadores de impostos ou salvar empresas ineficientes, favorecendo os ricos de Wall Street e os sindicalistas, enquanto o déficit fiscal explode. O futuro foi hipotecado para não haver sofrimento hoje. Isso é um ato de coragem?
Com retórica de luta de classes, Obama expandiu o assistencialismo, e nunca houve tanto americano dependendo de esmolas estatais. A meritocracia cedeu espaço para o coletivismo. O sonho americano parece cada vez mais distante.
Outro grande troféu de Obama foi seu programa de saúde, o Obamacare. Trata-se de uma espécie de SUS americano. Ninguém quer debater sobre seus resultados práticos. Basta o monopólio dos fins nobres: só um insensível pode ser contra este programa. Será? Os esquerdistas nunca pensam nas conseqüências não intencionais de suas medidas. Mas elas existem, e temos vários exemplos. O próprio SUS...
Quando se trata do clima, Obama novamente demonstra sua ideologia: abraçou com vontade o alarmismo. Antes, o ecoterrorismo era feito em nome do “aquecimento global”, e agora se fala em “mudanças climáticas”, termo mais vago. A seita verde busca uma capa científica, mas há vários furos nas previsões catastróficas de seus profetas.
Mas a solução para o problema está dada: mais poder e recursos concentrados no Estado! Pouco importa se, na prática, esta mentalidade pariu fracassos gritantes como o da Solyndra, empresa que recebeu milhões do governo Obama e foi à falência. Vale mais a retórica messiânica. Obama se colocou como um deus capaz de “salvar o planeta”. Mas são os outros que acabam acusados de arrogantes!
Nas liberdades civis, quando Bush aprovou o Patriot Act foi um escândalo, mas quando Obama expandiu seus poderes arbitrários, constrangedor silêncio. Vários outros exemplos ilustram o claro viés ideológico de Obama e da imprensa.
Não há nada errado, a princípio, em ter uma ideologia. Todos têm uma (algumas mais embasadas que outras). O problema é a desonestidade de se vender como moderado e pragmático (o pragmatismo é uma ideologia!), quando se carrega uma profunda crença ideológica escondida.
Obama não é, definitivamente, um moderado; ele tem uma visão de mundo para a América, e ela difere bastante daquela dos “pais fundadores”, que criou a nação mais próspera e livre do mundo. Seus principais gurus eram todos esquerdistas radicais. Ele adoraria ver seu país cada vez mais parecido com a França “progressista”, cujo presidente socialista acaba de aprovar imposto de 75% para os mais ricos. Resta só alguém avisar a Obama que este modelo de bem-estar social está totalmente falido...

8 comentários:

blupt disse...

Como eu queria encontrar um pacote de opiniões que pudesse endossar por completo. É chato ter que pensar às vezes. Economicamente você tá certo, mas quando fala de aquecimento global sempre pisa na bola.

Lembrando Bertrand Russell:
"The scepticism that I advocate amounts only to this: (1) that when the experts are agreed, the opposite opinion cannot be held to be certain; (2) that when they are not agreed, no opinion can be regarded as certain by a non-expert; and (3) that when they all hold that no sufficient grounds for a positive opinion exist, the ordinary man would do well to suspend his judgment."

Rodrigo disse...

Criticar Obama hoje é um ato de coragem. Triste quando política vira seita. Parabéns, Rodrigo.

samuel disse...

OBAMA está a provar que não é preciso ser ignorante ou faltar hum dedo para descartar a racionalidade. BASTA NÃO TER CARÁTER, SER MENTIROSO, TRAIÇOEIRO e outras qualidades... cinismo, desfaçatez. Ladrão.
Ladrão é talvez a única qualidade socialista que hesito em atribuir a OBAMA.
Para mim ele mais parece um clérigo muçulmano.
I think even we have to forgive OBAMA due his weak performance in the debate Romney X Obama. He is a foreigner. English is not his mother tongue. Additionally, he has no ambition for the post. Progressives Democrats are the ones who want him there. He wants to get out. HE IS ONLY AN EMPTY SHELL.
Não é de a toa que ele saudou LULA como “O CARA” em reuniões internacionais. 47% dos americanos foram convertidos em dependentes do estado sob várias formas de “bolsas”.
As Milton Friedman understood and OBAMA do not, is that an economy cannot spend or tax itself into prosperity.
In the debate Mitt X Obama this option for taxing became clear for Obama when he faced Mitt with the alternative: Raise tax against the middle class or raise tax against the rich. In his head there is not a third option.
THE ONLY ACTION AMERICAN VOTERS CAN EXPECT FROM HIM IF OBAMA WINS IS TO RAISE TAX ”against the rich”

Isayas disse...

ESTADOS UNIDOS SOCIALISTAS DA AMÉRICA?
Acho que os americanos preferiram o Aiatollah marxizado Obama – também ótimo ator como Lula – prá continuar governando os Estados Unidos (Socialistas) da América, após mais 4 anos será um país tão diferente do anterior, derrotados pelo Marxismo Cultural dos socialistas que vem sendo sutilmente implantado no país desde os hippies nos anos 80, seus primeiros doutrinados a espalharem a ideologia e, com entrada e reeleição do Aiatollah marxizado Obama, completará o serviço em prol dessa ideologia socialista.
Os americanos primeiros descendentes de ingleses, irlandeses e europeus doravante serão reféns do neo colonizadores dos EUA: latinos gerais, asiáticos, mulheres e jovens mesmo daqueles mas ideologizados no Marxismo cultural, todos reféns dos comunistas.
Obama, um “homem simples” como retratam as imagens bem montadas dos laboratorios de engenharia social marxistas prá convencer os trouxas, porém por detrás as garras afiadas de inimigo radical de Cristo-Igreja católica e algo do cristianismo paralelo; ele implantou o aborto, o gayzismo e anexos em cultura judaico-cristã, o ateísmo, devendo transformar noutro país após a nova (indi)gestão; há a hipótese de que estaria a serviço da NWO.
Quando o chicote vergastar os dorsos dos eleitores não acusem a ninguém: a si mesmos de idiotas!
Pior: esses dificilmente atribuirão qualquer culpa a si, ao máximo considerando-se como vítimas de traição…
Já o partidão deles, o novo "democrata", similar ao do PT, a culpa é disso ou daquilo; jamais nada assumem ou qualquer erro sob hipótese alguma.
Há horas que vejo o sorriso do Aiatollah Obama e penso: será que não está rindo dos panacas, de como os passou para trás e nada perceberam?
É o famoso canto da sereia: atrai e devora.
Azar de pessoas e povo que confiarem mais em aparencias, ideologias ateias e niilistas que em Deus.

André disse...

Nos EUA resta ao menos o console que praticamente metade da população entende o problema e votou contra Obama.

No Brasil, essa ideologia parece estar ainda mais encravada, e em todas as camadas da sociedade: seja porque o sujeito é diretamente beneficiado com o assistencialismo, seja porque o sujeito é um pequeno (ou grande) empresário que vive de contratos com o Estado. Aliás, me assusta o número de empresas, principalmente micro e pequenas, que têm praticamente 100% de sua receita vinculada a alguma tido de prestação estatal terceirizada.

Se Você é contra a ideia, logo te taxam de "elitista" e vem o mesmo papo "é fácil para você que não precisa...". Por conta disso, a oposição a esse tipo de pensamento, acaba sendo marginalizada.

Anônimo disse...

Independentemente da ideologia de cada um e de cada país do Mundo, um colapso dos Estados Unidos da América espalhar-se-á como uma peste, destruindo irremediavelmente a economia mundial.
Assim, nem às viúvas do comunismo, que vivem a desejar mazelas à Grande nação Americana , interessa essa hecatombe.
A maioria dos brasileiros, que sequer enxerga seus próprios problemas, apoia Obama, seja pelo que significou na quebra de preconceitos, seja porque nossa velada inveja nos mande sempre criticar a pujança americana , que gostamos de negar ,mas que adoramos imitar( no que é ruim).
Assim, foi com grande satisfação que li o artigo de Rodrigo Constantino, “A ideologia de Obama”,no qual o autor expõe com precisão uma realidade que só não vê quem não quer ou é acometido de miopia ideológica: a América não se tornou a potência que é e da qual dependem as economias do Mundo, praticando assistencialismos demagógicos e descambando para o perigoso lado da interferência do Estado na vida de uma nação.

rodolfo disse...

O texto poderia ter sido interessante, se não fosse marcado por clichês e a insistência de polarizar ainda mais as questões, irônicamente sendo isso feito com excessivo zelo pela direita.

Dos dados apresentando no texto, o que posso dizer?

Reagan assumiu um governo tendo no seu colo a pior crise financeira desde 1929?
Reagan teve como legado duas guerras e teve de lidar com as consequências de uma política externa fracassada?
Reagan teve a seu dispor uma banda democrata no congresso e na camâra como teve obama com os republicanos?

Enfim, são apenas algumas questões para refletir.

Ah, sim, não me iludo com sua decência, provalmente serei censurado.

É assim que funciona em democracias de mão única.

samuel disse...

Algumas das consequencias:
- Todos os tiranetes lograrão manter-se no poder através de pantomimas eleitorais, como ocorreu agora há pouco na Venezuela.
- Na Colômbia, sucederá Manuel Santos, um dos líderes do grupo narco-comunista-terrorista FARC, que será eleito com folgada margem de votos e amplo apoio popular.
- Todas as drogas serão liberadas em todo o Ocidente.
- As maternidade terão duas alas. Uma para nascimento e outra para o aborto.
- Israel será destruído não pelas bombas atômicas do Irã, mas corroído por dentro pelos judeus traidores que, como boa parte dos judeus americanos, conspira contra seu próprio país.