Rodrigo Constantino
“A essência da vida é infinita e misteriosamente multiforme, e, portanto, ela não pode ser contida ou planejada, em sua completude e variabilidade, por qualquer inteligência central.” (Vaclev Havel)
O editor e economista-chefe do Financial Times, Martin Wolf, escreveu um ótimo livro sobre a globalização: Why Globalization Works. O valor do livro está na combinação de inúmeros dados importantes com uma objetividade incrível ao tratar do assunto. Em um dos capítulos, The ‘Magic’ of the Market, Wolf faz um bom resumo da teoria do funcionamento da economia de mercado. Veremos os principais pontos do autor, já que a globalização é apenas a extensão desse funcionamento para além das fronteiras nacionais.
A busca pelo lucro nos negócios é a força ativa que leva à transformação econômica, através das escolhas de investimentos e das inovações tecnológicas. A economia de mercado, como resultado disso, é a única instituição humana que gera uma ‘revolução permanente’. O exemplo citado por Wolf é o da revolução industrial, que pode ser mais bem entendida como uma revolução no uso da energia, saindo do uso da força animal para a energia inanimada: vento, água e combustíveis fósseis. A expectativa de vida na Inglaterra era de 24 anos entre 1300 e 1425, provavelmente muito próxima daquela no Império Romano. Entre 1801 e 1826, o nível já havia saltado para 41 anos, e em 1999 tinha atingido 77 anos. Entre 1820 e 1998, a população mundial se multiplicou por quase seis, e o PIB por quase 50, fazendo a renda per capita saltar quase nove vezes. Muitos encaram estes fatos como uma coisa natural, ignorando o quão extraordinária foi tal conquista. E o mais espantoso é que não havia ninguém no comando. Wolf abraça a metáfora da “mão invisível”, de Adam Smith. O auto-interesse, coordenado através do mercado, motiva as pessoas a inventar, produzir e vender todo tipo de bens, serviços e ativos.
Mas o funcionamento do mercado não ocorre sem certas características. Para um funcionamento sofisticado, é preciso resolver alguns problemas antes, como: o fluxo de informação, que deve ser livre para dar confiança naquilo que se compra; as promessas, que devem ser cumpridas, mesmo que num longo espaço de tempo; a competição, que não deve ser impedida; e os direitos de propriedade, que devem ser protegidos. Em resumo, a confiança é peça fundamental para um bom funcionamento do mercado. Se a trapaça e o roubo são encarados como normais, a sociedade não terá nada além de um tímido e subdesenvolvido mercado. Se o governo pode, de forma arbitrária, alterar as regras no meio do jogo, o mesmo problema surge.
Wolf entende que as companhias são as servas das forças do mercado, não suas mestres. Se as empresas não atendem as demandas no mercado competitivo, elas desaparecem. Logo, são os próprios consumidores que ditam as regras, que definem o que as empresas deverão fazer para sobreviver. Wolf compreende também a crucial relevância dos mercados financeiros para o bom funcionamento do mercado como um todo. São os agentes do mercado financeiro que levam os recursos daqueles que não precisam deles para aqueles que necessitam ou podem usá-los melhor. A ligação causal entre um funcionamento eficiente do sistema financeiro e o crescimento econômico, a estabilidade macroeconômica e a redução da miséria fazem com que devamos sempre buscar a manutenção do primeiro.
O tema da desigualdade não foi ignorado pelo autor. Wolf lembra que as sociedades mais desiguais foram as socialistas, incluindo a nacional-socialista na Alemanha de Hitler. A ironia, segundo ele, é que tais tiranias desiguais foram justificadas pelos horrores alegados da desigualdade capitalista. Para eliminar estas desigualdades, todo poder foi concentrado nas mãos do Estado, que inevitavelmente gerou desigualdades maiores para o benefício daqueles que o controlavam. Wolf lembra ainda que, no passado, os mais poderosos detinham um poder incrível, enquanto por mais bilhões que Gates ou Buffett tenham, eles são apenas cidadãos, empreendedores, investidores e filantropos. O mercado competitivo não elimina necessariamente a desigualdade, mas reduz seu poder. Hitler, Stalin, Fidel, Mao e Pol-Pot detinham um poder que os bilionários americanos jamais sonhariam em ter.
Por fim, uma sociedade mais rica, possível através de uma economia de mercado, permite que os indivíduos possam ser menos guiados por objetivos materiais, ao contrário do que muitos socialistas afirmam, já que isso é impossível em uma sociedade onde a maioria das pessoas vive num estado de subsistência. O maior conforto fornecido pelo capitalismo liberal pode despertar outros interesses não necessariamente motivados pelo material, diferente do que ocorre em sociedades miseráveis. Um dos maiores motivadores pela revolta irracional com a economia de mercado é a comparação de uma realidade complexa com uma sociedade de santos que jamais existiu ou existirá. A “imoralidade” atacada no capitalismo é contraposta a uma utopia, onde seres humanos abnegados se sacrificam somente em prol dos outros. Quando deixamos essa comparação de lado, pois absurda, vemos que o capitalismo liberal é não só o meio mais eficiente de se criar riqueza, como também o mais justo e moral. Devemos deixar o mercado realizar sua “mágica” em paz, sem tanta intervenção do governo.
“A essência da vida é infinita e misteriosamente multiforme, e, portanto, ela não pode ser contida ou planejada, em sua completude e variabilidade, por qualquer inteligência central.” (Vaclev Havel)
O editor e economista-chefe do Financial Times, Martin Wolf, escreveu um ótimo livro sobre a globalização: Why Globalization Works. O valor do livro está na combinação de inúmeros dados importantes com uma objetividade incrível ao tratar do assunto. Em um dos capítulos, The ‘Magic’ of the Market, Wolf faz um bom resumo da teoria do funcionamento da economia de mercado. Veremos os principais pontos do autor, já que a globalização é apenas a extensão desse funcionamento para além das fronteiras nacionais.
A busca pelo lucro nos negócios é a força ativa que leva à transformação econômica, através das escolhas de investimentos e das inovações tecnológicas. A economia de mercado, como resultado disso, é a única instituição humana que gera uma ‘revolução permanente’. O exemplo citado por Wolf é o da revolução industrial, que pode ser mais bem entendida como uma revolução no uso da energia, saindo do uso da força animal para a energia inanimada: vento, água e combustíveis fósseis. A expectativa de vida na Inglaterra era de 24 anos entre 1300 e 1425, provavelmente muito próxima daquela no Império Romano. Entre 1801 e 1826, o nível já havia saltado para 41 anos, e em 1999 tinha atingido 77 anos. Entre 1820 e 1998, a população mundial se multiplicou por quase seis, e o PIB por quase 50, fazendo a renda per capita saltar quase nove vezes. Muitos encaram estes fatos como uma coisa natural, ignorando o quão extraordinária foi tal conquista. E o mais espantoso é que não havia ninguém no comando. Wolf abraça a metáfora da “mão invisível”, de Adam Smith. O auto-interesse, coordenado através do mercado, motiva as pessoas a inventar, produzir e vender todo tipo de bens, serviços e ativos.
Mas o funcionamento do mercado não ocorre sem certas características. Para um funcionamento sofisticado, é preciso resolver alguns problemas antes, como: o fluxo de informação, que deve ser livre para dar confiança naquilo que se compra; as promessas, que devem ser cumpridas, mesmo que num longo espaço de tempo; a competição, que não deve ser impedida; e os direitos de propriedade, que devem ser protegidos. Em resumo, a confiança é peça fundamental para um bom funcionamento do mercado. Se a trapaça e o roubo são encarados como normais, a sociedade não terá nada além de um tímido e subdesenvolvido mercado. Se o governo pode, de forma arbitrária, alterar as regras no meio do jogo, o mesmo problema surge.
Wolf entende que as companhias são as servas das forças do mercado, não suas mestres. Se as empresas não atendem as demandas no mercado competitivo, elas desaparecem. Logo, são os próprios consumidores que ditam as regras, que definem o que as empresas deverão fazer para sobreviver. Wolf compreende também a crucial relevância dos mercados financeiros para o bom funcionamento do mercado como um todo. São os agentes do mercado financeiro que levam os recursos daqueles que não precisam deles para aqueles que necessitam ou podem usá-los melhor. A ligação causal entre um funcionamento eficiente do sistema financeiro e o crescimento econômico, a estabilidade macroeconômica e a redução da miséria fazem com que devamos sempre buscar a manutenção do primeiro.
O tema da desigualdade não foi ignorado pelo autor. Wolf lembra que as sociedades mais desiguais foram as socialistas, incluindo a nacional-socialista na Alemanha de Hitler. A ironia, segundo ele, é que tais tiranias desiguais foram justificadas pelos horrores alegados da desigualdade capitalista. Para eliminar estas desigualdades, todo poder foi concentrado nas mãos do Estado, que inevitavelmente gerou desigualdades maiores para o benefício daqueles que o controlavam. Wolf lembra ainda que, no passado, os mais poderosos detinham um poder incrível, enquanto por mais bilhões que Gates ou Buffett tenham, eles são apenas cidadãos, empreendedores, investidores e filantropos. O mercado competitivo não elimina necessariamente a desigualdade, mas reduz seu poder. Hitler, Stalin, Fidel, Mao e Pol-Pot detinham um poder que os bilionários americanos jamais sonhariam em ter.
Por fim, uma sociedade mais rica, possível através de uma economia de mercado, permite que os indivíduos possam ser menos guiados por objetivos materiais, ao contrário do que muitos socialistas afirmam, já que isso é impossível em uma sociedade onde a maioria das pessoas vive num estado de subsistência. O maior conforto fornecido pelo capitalismo liberal pode despertar outros interesses não necessariamente motivados pelo material, diferente do que ocorre em sociedades miseráveis. Um dos maiores motivadores pela revolta irracional com a economia de mercado é a comparação de uma realidade complexa com uma sociedade de santos que jamais existiu ou existirá. A “imoralidade” atacada no capitalismo é contraposta a uma utopia, onde seres humanos abnegados se sacrificam somente em prol dos outros. Quando deixamos essa comparação de lado, pois absurda, vemos que o capitalismo liberal é não só o meio mais eficiente de se criar riqueza, como também o mais justo e moral. Devemos deixar o mercado realizar sua “mágica” em paz, sem tanta intervenção do governo.
32 comentários:
Rodrigo, estou curioso para saber qual seria seu comentário sobre a bolsa de US1200 por casal mais U$300 por filho que o governo americano vai dar para a população americana e sobre a nacionalização do Northern Rock na Inglaterra.
Também gostaria de saber qual sua opinião sobre o fato de que a automação dos meios de produção faz com que cada vez menos HH sejam necessárias para uma mesma produção. Como o liberalismo garantiria empregos em uma economia perfeitamente automatizada (o que pode se tornar uma realidade no futuro)? Quanto menos empregos, menos consumidores haverão no mercado, concorda? Os empregados de uma empresa também são consumidores de todas as outras, se muitas empresas adotarem uma política de minimização de quadro de funcionários visando um lucro próprio maior, a quantidade de consumidores na economia como um todo vai reduzir, levando-a a uma recessão e diminuindo o lucro médio das empresas, que serão vítimas de uma "tragédia dos comuns". Do que vai adiantar então as empresas terem produtividade se houverem poucas pessoas com emprego e consequentemente menos pessoas com poder de comprar os produtos?
Veja bem, não sou socialista nem capitalista, acho que tanto um quanto o outro tem vantagens e desvantagens e o ideal seria um ponto ótimo no meio termo entre os dois. Agora, o liberalismo puro e simples de Adam Smith está obsoleto, ele é tão utópico quanto o socialismo perfeito, e tende a se tornar mais obsoleto com o avanço da automação.
Anonimo, o que esta obsoleto é seu raciocinio.
"Como o liberalismo garantiria empregos em uma economia perfeitamente automatizada (o que pode se tornar uma realidade no futuro)? "
A economia mais avançada do planeta, gera a maior parte de seus empregos atraves do setor de serviços. A automação da produção, é algo tão antigo quanto o proprio capitalismo. Deste o inicio, diziam que a maquina acabaria com o emprego do homem. Trabalhadores se uniam p/ destruir maquinas. Antes eram as maquinas de tecer, hoje querem destruir computadores. É pura ignorancia sobre o comportamento humano, sobre a criatividade do homem, sobre o entendimento da economia como um todo.
O processo de destruição criativa é constante. Perdem-se empregos em setores que se tornam obsoletos, mas cria-se em novos setores mais demandados. O fabricante de toca-fitas com certeza deve ter ficado chateado. As fabricas de maquinas de escrever, maquinas fotograficas antigas etc. Estes setores se tornam desnessarios a medida em que novos produtos fazem o mesmo serviço com mais qualidade, transferindo os empregos agora, para o setor mais avançado.
Setores especificos perdem, mas a sociedade ganha com produtos melhores e mais baratos. recursos dispendidos com equipamentos antigos, serão economizados com a adoção de equipamentos mais modernos; A fabrica que demite operarios e põe maquinas para produzir, fará isso somente quando isto for lucrativo. No curto prazo seu lucro se eleva, mas a longo prazo este lucro atrai novos produtores e reduz o preço dos produtos ainda mais. O dinheiro que o consumidor economiza ao comprar agora produtos mais baratos, sera gasto em outros setores, gerando empregos neles. A mecanização ocorre a tanto tempo que se tivesse um pingo de verdade que ela traria desemprego, os indices em todo mundo estariam mais altos e numa tendencia inversa do que tem se verificado historicamente.
Maquinas tiram empregos = Falacia economica.
As maquinas nunca estiveram tão presentes e ao mesmo tempo o desemprego no mundo inteiro tem caido.
"A economia mais avançada do planeta, gera a maior parte de seus empregos atraves do setor de serviços."
É, realmente estamos vendo o resultado da economia americana baseada no setor de serviços, o governo americano está preparando um "bolsa família" (já mencionado no comentário anterior) para tentar evitar a recessão.
O setor de serviços simplesmente não é capaz de gerar empregos para todos.
"O processo de destruição criativa é constante. Perdem-se empregos em setores que se tornam obsoletos, mas cria-se em novos setores mais demandados."
Criam-se empregos para mão de obra qualificada mas são menos empregos. O trabalho que era feito por dez peões hoje pode ser feito por um ou dois técnicos.
"Setores especificos perdem, mas a sociedade ganha com produtos melhores e mais baratos."
Isso sim é uma falácia, a concorrência perfeita. Ao contrário do que Adam Smith teorizou, o preço nunca é por quanto se pode vender, mas sim quanto o consumidor pode pagar, por mais empresas que hajam no mercado, sempre há os cartéis e as estratégias de marketing que exploram a ingenuidade do consumidor. Como você explica um preço de $99,99? A concorrência perfeita sempre resulta em preços com os últimos dígitos 9?
"A mecanização ocorre a tanto tempo que se tivesse um pingo de verdade que ela traria desemprego, os indices em todo mundo estariam mais altos e numa tendencia inversa do que tem se verificado historicamente"
O desemprego americano tem aumentado persistentemente nos últimos anos, e o desemprego no Brasil aumentou até 2002, quando a partir de 2003 começou a cair. A renda média brasileira fez o inverso, caiu até 2002 e começou a subir a partir de 2003.
Obs: Isso são dados reais.
O primeiro anônimo é um LUDISTA e fala de Adam Smith obsoleto! hehehe
Meu caro, tecnologia não gera desemprego. Como diria Bastiat, há aquilo que se vê e aquilo que não se vê. Os empregos são criados em outras áreas, de maior valor agregado. O desemprego nos EUA é 5%. Sua mentalidade é obsoleta demais. Por vc, teríamos carroças, pois os carros tiram emprego dos que usam carroças. Teríamos velas, pois a luz elétrica mata o emprego dos fabricantes de velas. E por aí vai. Vai odiar o progresso assim em Cuba!
Ah, sobre não ser socialista, e aparecer com o papo de que tanto o socialismo como o capitalismo têm vantagens e desvantagens, isso é papo de socialista envergonhado. Não há NADA de bom no socialismo! NADA!
Rodrigo
Calma, pessoal. O anônimo provavelmente é só um sujeito que não entende nada de economia. Não parece ser um filho da puta.
Vamos manter o bom nivel.
Sou o anonimo que fez a primeira resposta.
Segue a segunda:
"É, realmente estamos vendo o resultado da economia americana baseada no setor de serviços, o governo americano está preparando um "bolsa família" (já mencionado no comentário anterior) para tentar evitar a recessão.
O setor de serviços simplesmente não é capaz de gerar empregos para todos."
Agora voce comente uma desonestidade intelectual. Sim, a economia americana hoje atravessa a crise do subprime, que se extende por outros setores, mas é algo que NADA tem haver com a mecanização na produção.
A renda per capita dos americanos equivalia a 89,18% da renda do Reino Unido, em 1900! Hoje sua RPC chega a $41,890 e seu desemprego permanece baixo, 5.1%.
Ora, que sentido faz em falar em desemprego criado pela mecanização, como os fatos demonstram justamente o contrario?
Tentar justificar sua tese, se agarrando a uma crise ultramoderna, desculpe mas é ridiculo e desonesto.
"Criam-se empregos para mão de obra qualificada mas são menos empregos. O trabalho que era feito por dez peões hoje pode ser feito por um ou dois técnicos."
Nao é bem assim. Isso não é um padrão. A economia é muita mais complexa do que isso. Vamos inverter isto então. Vamos supor que as maquinas sejam impedidas de sustituir homens. Teremos mais empregos? Nao necessariamente. Produzir se tornará pouco a pouco mais caro, pois uma população crescente precisa de uma produção mais eficiente. A longo prazo teremos produtos mais caros, e empregos sendo perdidos em setores menos demandados.
Ja que voce gosta de dados: Arkwright inventou em 1976 sua maquina de tecer algodão. Haviam na Inglaterra nesse periodo,5.200 fiandeiros e 2.00 teceloes. Ao todo, 7900 pessoas participavam da fabricação de tecidos de algodão. assim como voce, diziam que sua maquina detruiria empregos. em 1787 o parlamento demonstrou que o numero de pessoas trabalhando em fiaçao e tecelagem saltou de 7.900 para 320.000, um aumento de 4.400%.
"Isso sim é uma falácia, a concorrência perfeita. Ao contrário do que Adam Smith teorizou, o preço nunca é por quanto se pode vender, mas sim quanto o consumidor pode pagar, por mais empresas que hajam no mercado, Vamos manter o bom nivel.
Sou o anonimo que fez a primeira resposta ao anonimo que critica a mecanização..
Segue a segunda:
"É, realmente estamos vendo o resultado da economia americana baseada
no setor de serviços, o governo americano está preparando um "bolsa
família" (já mencionado no comentário anterior) para tentar evitar a
recessão.
O setor de serviços simplesmente não é capaz de gerar empregos para
todos."
Agora voce comente uma desonestidade intelectual. Sim, a economia
americana hoje atravessa a crise do subprime, que se extende por outros
setores, mas é algo que NADA tem haver com a mecanização na produção.
A renda per capita dos americanos equivalia a 89,18% da renda do Reino
Unido, em 1900! Hoje sua RPC chega a $41,890 e seu desemprego permanece
baixo, 5.1%.
Ora, que sentido faz em falar em desemprego criado pela mecanização,
como os fatos demonstram justamente o contrario?
Tentar justificar sua tese, se agarrando a uma crise ultramoderna,
desculpe mas é ridiculo e desonesto.
"Criam-se empregos para mão de obra qualificada mas são menos empregos.
O trabalho que era feito por dez peões hoje pode ser feito por um ou
dois técnicos."
Nao é bem assim. Isso não é um padrão. A economia é muita mais complexa
do que isso. Vamos inverter isto então. Vamos supor que as maquinas
sejam impedidas de sustituir homens. Teremos mais empregos? Nao
necessariamente. Produzir se tornará pouco a pouco mais caro, pois uma
população crescente precisa de uma produção mais eficiente. A longo
prazo teremos produtos mais caros, e empregos sendo perdidos em setores
menos demandados.
Ja que voce gosta de dados: Arkwright inventou em 1976 sua maquina de
tecer algodão. Haviam na Inglaterra nesse periodo,5.200 fiandeiros e
2.00 teceloes. Ao todo, 7900 pessoas participavam da fabricação de
tecidos de algodão. assim como voce, diziam que sua maquina detruiria
empregos. em 1787 o parlamento demonstrou que o numero de pessoas
trabalhando em fiaçao e tecelagem saltou de 7.900 para 320.000, um
aumento de 4.400%.
"Isso sim é uma falácia, a concorrência perfeita. Ao contrário do que
Adam Smith teorizou, o preço nunca é por quanto se pode vender, mas sim
quanto o consumidor pode pagar, por mais empresas que hajam no mercado,
sempre há os cartéis e as estratégias de marketing que exploram a
ingenuidade do consumidor. Como você explica um preço de $99,99? A
concorrência perfeita sempre resulta em preços com os últimos dígitos "
A concorrencia perfeita é uma ilução no mundo real, que vive em
constante modificação. Preços de 99,99 são ESTRATEGIAS DE PRECIFICAÇÃO
e marketing. Pesquise por isso.
A sociedade se torna mais rica quando mas produtos podem ser produzidos
de maneira mais barata. O lucro do curto prazo atrai empresas que fazem
a longo prazo os preços cairem. Eu poderia dizer ainda que "caem ate
igualar o custo marginal de produção"... mas não. Esta tendencia nunca
chega. Antes de atingir o mercado ja foi novamente desequilibrado.
"O desemprego americano tem aumentado persistentemente nos últimos
anos, "
Hoje esta em 5,1%. Um dos menores indices dos ultimos 20 anos.
"e o desemprego no Brasil aumentou até 2002, quando a partir de 2003
começou a cair."
Voce nao pode ignorar nosso ambiente microeconomico ruim, nossa
politica macro inflacionaria que so foi a pouco tempo contida. E veja
so, bastou adotar algumas receitas "neoliberais", e o desemprego vem
caindo e a renda aumentando.
"A renda média brasileira fez o inverso, caiu até 2002 e começou a
subir a partir de 2003.
Obs: Isso são dados reais."
Nao nego seus dados. Mas nao concordo com seu raciocinio. O caso brasileiro exige muito cuidado devido a sua historia de hiperinflação, choques externos, ambiente microeconomico etc. E uma renda que caiu antes e se eleva hoje so demontra quão errado esta seu raciocinio.
O que permitiu Os preços dos alimentos cairem em média, 75% na segunda metade do século 20, foi a mecanização. O que o trabalhador faz com a renda economizada graças ao constante ganho de produtividade no campo?
É este um daqueles assunto que já perderam a graça de serem discutidos, de tão refutados que ja foram.
correção: onde escrevi " Arkwright inventou em 1976 sua maquina de tecer algodão."
O correto é 1760!
Nussa... Gente criticando mecanização da produção em pleno século 21?
Anônimo, você está uns 70 anos atrasado. O mundo acabou nos idos de 1930, 20 anos após Henry Ford estrear a linha de produção. As máquinas se tornaram tão inteligentes quanto os humanos e nos dominaram. Na batalha com elas, lançamos gases negros na atmosfera pra tentar bloquear a luz solar, que até então era o principal combustível das máquinas. Mas elas conseguiram nos vencer, e hoje vivemos num mundo de realidade virtual simulada por um grande computador, enquanto a energia liberada pelos nossos corpos é utilizada como combustível pelas máquinas.
Imagino que vc tomou a pílula azul... Tsc, tsc, tsc.
Em 1970, a Coréia do Sul tinha uma renda per capita equivalente à metade da do Brasil.
Hoje esta em $22,029 e a do Brasil em $8,402 per capita.
Desemprego
Brasil 9.8%
Coreia do Sul; 3.7%
Qual se mecanizou mais? O desemprego esta mais ligado ao ambiente e fatores microeconomicos que os macroeconomistas e insistem em ignorar.
Rodrigo,
Seus comentários sobre economia são apreciados pelos que entendem Economia e TAMBÉM pelos que não entendem.
Já seus comentários sobre religião arrebatam os que NÃO entendem,mas, para aqueles que à VIVENCIAM, é como ouvir um cego discorrer sobre Rembrandt.
Daí que o "ganho"(em economia)é sobejamente suplantado pela perda(em religião)
A propósito,já ví vários comentários de sua parte contra os que crêem em Deus. Sem contar suas objeções e ironias a respeito da inteligência dos crentes. Agora eu lhe pergunto:
Daqueles 75 autores("grandes pensadores") resenhados no seu novo livro "Uma luz na escuridão",QUANTOS CRÊEM EM DEUS?
Leo
Leo, só pra saber, vc é católico?
Cristão evangélico,Daniel
(leia-se CRÊEM OU CRIAM)
Eu sou a anônimo da primeira mensagem.
Se vocês acharam que eu sou contra a automação, eu peço desculpas por que eu não me expressei perfeitamente.
Não sou contra a automação, a automação é boa porque faz com que a produção seja realizada sem que seja necessário tanto esforço de trabalhadores por tantas horas. Nas próximas décadas, a automação pode permitir que a jornada de trabalho seja reduzida, melhorando a qualidade de vida da população. Mas o que eu estou observando é que, em uma economia totalmente liberal, a automação causa um efeito colateral crônico, onde poucas pessoas possuem bons empregos qualificados e tem que trabalhar dobrado para não perder o emprego para multidões de desempregados.
O caos social das multidões de excluídos que se revoltam e partem para o crime é um dos reflexos desse efeito, e tende a piorar. Quem não tem emprego não tem qualidade de vida porque não tem poder aquisitivo, e quem tem emprego não tem qualidade de vida porque tem medo de quem não tem emprego. Eu tenho visto liberalistas falarem de um futuro onde a tecnologia fará do mercado de trabalho uma verdadeira selva onde muito poucas pessoas terão empregos mas terão que se matar de trabalhar para não serem substituídas. Não precisa ser assim. A população pode e merece ter uma qualidade de vida melhor.
Para que a automação possa efetivamente exercer seu potencial de melhorar a qualidade de vida da população, são necessárias leis trabalhistas e um planejamento macroeconômico. Para que, ao reduzir o HH necessário para a produção, a automação diminua as horas e não os homens.
Se vocês não concordam e acham que eu sou um idiota, sintam-se livres para dar chiliques.
Anônimo, eu tô realmente começando a achar que você viveu numa caverna nos útlimos 50 anos...
Olhe pro mundo ao seu redor. Pegue as estatísticas de desemprego de países que tem uma legislação trabalhista mais rígida, que tenta "melhorar" a qualidade de vida dos trabalhadores, e compare com a de países mais liberais. Não custa nada, os dados tão aí disponíveis na internet inteira.
Um bom exemplo são França e EUA.
No mais, teus questionamentos tão atrasados pelo menos um século. Você parece aqueles profetas da computação, que há algumas décadas diziam que no futuro os computadores seriam tão grandes e tão caros que apenas os países mais ricos do mundo poderiam tê-los xD~
A diferença é que eles faziam essas previsões quando os computadores ainda eram grandes e caros... xD~
@leo
Hmm... certo, isso explica o seu comentário :)
Na pré história, o homem mais forte comia mais e melhor, também procriava mais podendo tomar as melhores femeas. Os mais fracos eram escravizados ou serviam de pasto para dinossauro.
Anos de civilização nada mudaram,as pessoas estudam fazem doutorado e escrevem livros dizendo que o capitalismo liberal é o melhor sistema para criar riquezas e progresso.
Eu o povo e as pedras da rua sempre soubemos que o mais forte, rico e com mais recursos sempre consegue mais do muito que tem, ou seja tudo!
A LUTA CONTINUA....
"Criam-se empregos para mão de obra qualificada mas são menos empregos. O trabalho que era feito por dez peões hoje pode ser feito por um ou dois técnicos."
Tenho que rir disso, segundo a afirmação supra citada, quando a "revolução tecnológica" tende ao infinito a taxa de desemprego tende a zero, é não ter idéia do estudo da economia.
Faça um gráfico, utilizando a afirmação que você criou, utilizando cálculo matemático,e vai descobrir, através da interpretação do mesmo, que este não corresponde aos fatos, até por que não tem como existir coerência, pois não existe revolucção tecnológica sem mão-de-obra, ou melhor, não existe sem mão-de-obra qualificada.
Pela logica do Ze povo, não existe talento individual, esforço..todo rico é um trapaceiro. Ronaldinho e Kaka deveriam ganhar o mesmo que um jogador de terceira divisão do campeonato do Amapá, pois todos são iguais. Se não fosse o capitalsimo, voce não teria acesso sequer ao computador no qual escreve suas besteiras. Estariamos andando de charrete, pois a maquina a vapor, e depois,a montagem em serie de automoveis são frutos do capitalismo.Compare as Coreias do Sul e do Norte e veja qual é a desenvolvida e qual é o lixo. Com certeza, você, seu Zé Povo, deve ser fã de Dirceu, de Waldomiro Diniz, de Delúbio Soares, de Lullinha Telemar, de Silvinho Land Rover, de Genuíno Dolár na Cueca, de Matilde Cartão e e outros "socialistas" que lutam por um Brasil melhor, mais igual.
Quem é contra a automação deve defender a ideia de que as empresas sejam obrigadas a contratar funcionarios para cavar buracos e outro grupo de funcionarios para tapar os buracos cavados. È contra a automação? monte uma empresa (eu disse empresa, não vale ONG) e contrate funcionarios por caridade, mas não queira obrigar os outros a fazer caridade empregatícia. Cabe a quem foi demitido pela automação procurar se recolocar, se especializar, mostrar talento (por que a automação não demitiu funcionarios como Jack Welch?, emfim arregaçar as mangas e ir à luta.
O tal do Zé Povo é um imbecil cronológico. De tanto assistir desenhos animados dos Flinstones ele acha que os homens coexistiram com os dinossauros na Terra.
Típica imbecilidade histórica, reproduzida por muitos crentes por aí.
Pergunta: O que você me diz da entrada da China na economia mundial? A China deve ser considerada ou não uma economia de mercado?
A China, com certeza, NÃO É uma economia de mercado. É uma economia em direção a isso. Hoje é bem mais livre do que já foi, mas ainda falta muito, um longo caminho.
Rodrigo
Se o que escrevi for lido sem preconceito pode ser melhor percebido.
Eu não fiz elogio ao socialismo nem critica ao capitalismo.
Eu critiquei o cinismo dos sábios que tentam explicar a existência dos ricos e pobres com teorias mil. Eu disse que o mais forte vence e ponto final. No mundo em que vivemos o mais forte é o mais rico. Pronto!
Quanto à alegoria dos fracos servirem de pasto para dinossauro é uma licença bem aceita no sentido que usei. Mas o preconceito social quer me pintar de ignorante apenas pela minha opção política!
E o desenho dos Flinstones, tem muita crítica social, mas poucos percebem...
"Eu disse que o mais forte vence e ponto final. No mundo em que vivemos o mais forte é o mais rico. Pronto!"
Desde quando? Khodorkovsky, o sujeito mais rico do mundo emergente, com US$ 11 bi de fortuna, foi esmagado em semanas por Putin.
Isso é MARXISMO!
No mais, Darwin falava no mais ADAPTÁVEL, não no mais forte. Sua teoria é completamente furada. Não explica QUEM fica mais rico, nem porque.
E sobre vc ver dinheiro em tudo, veja:
"He that is of the opinion money will do everything may well be suspected of doing everything for money." (Benjamin Franklin)
Rodrigo
"A China, com certeza, NÃO É uma economia de mercado. É uma economia em direção a isso. Hoje é bem mais livre do que já foi, mas ainda falta muito, um longo caminho."
O fato da China ainda não ser uma economia de mercado e ser o país que mais cresce no mundo reforça o meu argumento de que o ideal não é nem uma economia totalmente liberal nem totalmente socialista, mas um ponto ótimo no meio termo. A China pode estar próxima desse ponto ótimo teórico, assim como a Rússia. Claro que isso é raciocínio simplificado, o espectro de possibilidades entre liberalismo e socialismo não é unidimensional, existem diversos setores que podem ser privatizados ou estatizados independentemente de outros, e várias possibilidades de leis e rugulações, mas a idéia principal é que nenhum dos extremos é bom.
Rodrigo, gostaria de saber sua opinião sobre uma assunto. Tenho ouvido muitos americanos e europeus criticando o movimento que defende a teoria do aquecimento global antropogênico por ser, supostamente, uma tentativa de criar um argumento a favor de uma política mais socialista e uma justificativa para criar novos impostos "ambientais".
Por outro lado, tenho ouvido pessoas de outros países, principalmente da opep acusando a teoria do AGW de ser um pretexto para criar tarifas protecionistas, aliás, seria por isso que a europa e os EUA ainda se recusam a importar álcool brasileiro.
Como um neo-liberal fervoroso, qual é sua opinião sobre isso?
"O fato da China ainda não ser uma economia de mercado e ser o país que mais cresce no mundo reforça o meu argumento de que o ideal não é nem uma economia totalmente liberal nem totalmente socialista, mas um ponto ótimo no meio termo. A China pode estar próxima desse ponto ótimo teórico, assim como a Rússia."
Totalmente nonsense. A China cresce mais porque sai de uma base muito baixa, por conta do excesso de governo. A China está LONGE de ser o ótimo teórico. Pelo contrário: há MUITA ineficência, POR CAUSA do governo ainda interventor demais, principalmente no setor financeiro. Temos o joio e o trigo. Sempre que os países escolhem ficar mais perto do trigo (liberalismo), "milagres" ocorrem. Mas muitos insistem em dar o crédito ao joio! Não dá para entender...
O caminho é o LIBERALISMO!
Rodrigo
"Como um neo-liberal fervoroso, qual é sua opinião sobre isso?"
O que é um "neo-liberal"?
Minha opinião sobre o aquecimento está exposta num artigo grande, na Revista Banco de Idéias, do Instituto Liberal.
Rodrigo
"A China está LONGE de ser o ótimo teórico. Pelo contrário: há MUITA ineficência, POR CAUSA do governo ainda interventor demais, principalmente no setor financeiro. Temos o joio e o trigo. Sempre que os países escolhem ficar mais perto do trigo (liberalismo), "milagres" ocorrem. Mas muitos insistem em dar o crédito ao joio! Não dá para entender..."
Quer dizer então que se a China abandonasse qualquer controle macroeconômico pelo governo, ela cresceria algo em torno dos 300% ao ano?
O que me diz então da Rússia? Quando tentaram tornar a russía um capitalismo totalmete liberal, o país entrou em crise e beirou a recessão, só voltou a crescer depois do Putin, que voltou a intervir na economia.
Quanto ao "neo"liberal, eu gosto de usar esse prefixo simplesmente porque deixa claro que estou falando de liberal no sentido de ideologia econômica. A palavra liberal pode ser interpretada de várias maneiras.
Outra coisa, eu não vou comprar a revista.
Só mais uma observação sobre o assunto liberal vs neo-liberal. Nos Estados Unidos, os liberais são a esquerda.
"O que me diz então da Rússia? Quando tentaram tornar a russía um capitalismo totalmete liberal, o país entrou em crise e beirou a recessão, só voltou a crescer depois do Putin, que voltou a intervir na economia."
Quanta ignorância! A Rússia jamais foi capitalista liberal. Conheço o caso russo de perto, trabalhei com o mercado financeiro local. Vc diz muita besteira. Entendo o anonimato...
"Outra coisa, eu não vou comprar a revista."
Não está à venda.
"Só mais uma observação sobre o assunto liberal vs neo-liberal. Nos Estados Unidos, os liberais são a esquerda."
É o contrário: nos EUA, a esquerda usurpou o termo liberal. Os democratas não são liberais.
Rodrigo
"É o contrário: nos EUA, a esquerda usurpou o termo liberal. Os democratas não são liberais."
Taí, isso me faz ficar curioso sobre outro assunto. Quem você apoia nos EUA? A política americana é dividida entra os "LIEberals" de esquerda do partido democrata, e a "religious right" do partido republicano. Você já disse que não gosta dos democratas porque eles são a esquerda americana e não são verdadeiros liberais (no sentido econômico). Por outro lado, a maior parte do partido republicano é cristã, conservadora e nacionalista, e você é um ateu convicto que defende a globalização.
Se fosse americano, em quem votaria.
No libertário Ron Paul.
Conheço muito pouco o Ron Paul. Mas sei que ele não é muito simpático à China no que tange as relações comerciais EUA-China.
O livre comércio entre uma nação mais próxima do liberalismo com uma nação mais próxima do totalitarismo é aceitável? Por quê?
Postar um comentário