quarta-feira, abril 14, 2010

As Barreiras do Sindicalismo

Rodrigo Constantino, O GLOBO

“O poder sindical é essencialmente o poder de privar alguém de trabalhar aos salários que estaria disposto a aceitar.” (Hayek)

A economia de mercado pode ser descrita também como a democracia dos consumidores. Os empresários não determinam o que deve ser produzido independente da demanda; eles estão sujeitos à soberania dos clientes. São esses que, em última instância, decidem quais produtos serão os vencedores.
A suposta frieza da busca pelo lucro no livre mercado costuma incomodar muitas pessoas. Mas o que se ignora é que justamente isso garante a supremacia dos consumidores. Os empresários são forçados a oferecer os melhores produtos pelos menores preços. Por isso eles são levados a pagar o salário de mercado, ou seja, aquele sujeito às leis da oferta e procura. Se uma empresa é forçada a reduzir a jornada de trabalho sem reduzir os salários, com uma produtividade constante, ela perderá competitividade e poderá ir à falência.
Os consumidores não estão dispostos a pagar mais pelo mesmo produto, só porque alguns sindicalistas desejam mais tempo livre. Os próprios sindicalistas nunca aceitariam o mesmo argumento na compra dos produtos que consomem. O sindicalista enquanto consumidor não questiona se o item demandado foi produzido por empregados que trabalham 40 ou 45 horas semanais. Ele quer o melhor produto pelo menor preço. E, quando ele exerce essa escolha, ele está definindo como o empregador deve agir, sempre mantendo o menor custo possível.
Uma característica comum à mentalidade sindicalista é o foco no curto prazo: há um lucro que poderia ser dividido de forma mais igualitária. A função do empresário é vista como sem valor, uma exploração. O sindicalista ignora completamente o fato de que as condições de mercado estão sempre mudando, e que decisões fundamentais, que podem selar o destino da empresa, precisam ser tomadas diariamente. Trata-se de uma visão estacionária: ignora os problemas essenciais do empreendedorismo sob um processo dinâmico que é o mercado.
A essência das políticas sindicais é sempre garantir privilégios para um grupo minoritário à custa da maioria. O resultado acaba sendo a redução do bem-estar geral. Os sindicatos tentam criar barreiras contra a competição entre trabalhadores, garantindo vantagens para aqueles já empregados e filiados aos poderosos sindicatos. Quando obstáculos são erguidos, como o salário mínimo ou as restrições de horas trabalhadas, o que os sindicatos fazem é dificultar a entrada de novos trabalhadores no mercado. O resultado prático é mais desemprego e informalidade, assim como preços maiores para os consumidores.
A melhor garantia que os trabalhadores têm para mudar de vida está no livre mercado. Com o foco nos consumidores, os empresários terão que investir em tecnologias que aumentam a produtividade do trabalho, permitindo maiores salários. Por isso os trabalhadores de países mais livres, com maior flexibilidade trabalhista e menores encargos, desfrutam de condições bem melhores que aquelas encontradas em países mais intervencionistas. Basta comparar Austrália, Estados Unidos e Dinamarca com o próprio Brasil, ou então a Inglaterra antes e depois de Thatcher que, corajosamente, enfrentou a máfia sindical.
Não adianta achar que imposições legais vão melhorar a vida dos trabalhadores. A solução não está no decreto estatal ou na pressão sindical, mas sim no próprio progresso capitalista. Foi ele que permitiu o acesso dos trabalhadores a maiores salários e diversos produtos que aumentaram o conforto de maneira impensável no passado.

39 comentários:

Anônimo disse...

Os sindicatos não surgiram legitimamente? O erro, a ingenuidade, é achar que as pessoas não se unirão, não formaram grupos que objetivam algo que não formar uma empresa.

O cenário de surgimento dos sindicatos foram jornadas inumanas, trabalho semi-escravo, como crianças de 7 anos trabalhando até 14 horas direto.

Se não há pressão, uma força oposta, sozinho é que alguém não cortará na própria carne.

Pode-se discutir que a coisa se desvirtuou em pontos, mas não se pode diminuir ou achar que não foi/é importante.

Rodrigo Constantino disse...

Bruno,

Vc já se perguntou como era a vida ANTES da revolução industrial? Ou durante ela, em países mais distantes desta dura realidade? Ah, era MUITO pior! Em outras palavras, as condições eram terríveis, mas ainda assim um avanço. E o ENORME avanço que veio depois nada teve a ver com pressões sindicais, e sim com o progresso capitalista. Tanto é verdade, que em países mais longe do capitalismo, mesmo com fortes sindicatos, as condições são precárias.

Rodrigo Constantino disse...

Em tempo: se unir para negociar melhor é legítimo SIM! Mas veja, greves que AMEAÇAM propriedade privada ou que impedem OUTROS trabalhadores de trabalhar, não é legítimo! Cobrar "imposto sindical" tampouco é algo legítimo. Em suma, os sindicatos atualmente são como MÁFIAS, não associações voluntárias de trabalhadores.

Anônimo disse...

Por que países como a França, Noruega e Itália apresentam indicadores sociais melhores que países mais liberais como Inglaterra e a Nova Zelândia???

Anônimo disse...

Decisão que interfere na administração interna das empresas.
http://www.conjur.com.br/2010-abr-14/lojas-terao-estabelecer-menor-percurso-compra-produtos
Vão acabar definindo a cor das paredes.

teodorico disse...

Todos sabemos que o sindicalistas passam 365 dias do ano sem fazer absolutamente nada a não ser mamar nas tetas do governo e dos trabalhadores. É verdade que eles lembram dos trabalhadores, mas só no dia da Contribuição Sindical.

É comum chegar em um sindicato e ver aquele monte de vagabundos jogando "paciência" ou "campo minado" no computador e com um atendimento pronto e eficaz.

Semana passada, a Microsoft demitiu 5 mil funcionários. Como solução para a crise e atacando um nicho específico, o dos cupins vermelhos, a Microsoft poderia desenvolver mais jogos que deixariam os vermelhos ainda mais felizes e assim alavancaria as vendas do seu novo sistema operacional.

Assim, após uma enquete realizada nos principais sindicatos vermelhos, chegamos aos finalistas preferidos:

Novos jogos do Windows 7 !!!

a) Rouba Monte (Um nome bem sugestivo aliás...)

b) Buraco (Outro nome bem sugestivo na situação do Brasil atual ...)

c) Burro (ou também conhecido como "porco", outro nome bem sugestivo, ainda mais que o Sindicato é um ninho de burros e porcos)

d) Truco (considerando que é um jogo de blefe, de enganação, o que os sindicalistas sabem fazer muito bem ...)

e) Todas as alternativas anteriores.

Qual jogo seria o maior sucesso nos sindicatos e partidos de esquerda?

fejuncor disse...

Americanos e europeus podem escolher se contribuem ou não com sindicatos; aqui você tem o "democrático" direito de obrigatoriamente pagar a contribuição sindical, sendo filiado ou não.

Anônimo disse...

Camponês sempre se ferrou e já foi muito pior, é fato. Não sei se sempre, em todos os casos e épocas, foi muito pior antes da revolução industrial. Talvez alguns problemas só fossem diferentes.

Foi a partir da revolução industrial e através do capitalismo, que foi se refinando e equilibrando, como tem de ser, que o cidadão médio em muitos países conseguiram ter mais conforto e bem estar do que muitos reis antigos. Não discuto isso.

O que discuto é que, apesar dos sindicatos serem antros políticos invariavelmente vermelhos, isso não diminui sua importancia na história da relação com o sistema.

Muitos dos valores que cultivamos, que estão acima de maniqueísmos falaciosos de "capitalismo x comunismo", foram atingidos mais rapidamentes com pressões conseguidas pela união de grupos de profissionais.

Nos anos 30, 40, por exemplo, quem se preocupasse em proteger com EPIs a vida de um peão da construção civil era motivo de chacota. "Para que gastar dinhero protegendo a vida do peão? Se ele cair e se esborrachar no chão amanhã tem 10 para o lugar dele". Se formos pensar só pelas moedas acumuladas, era mais jogo mesmo. Acontece que isso começou a pegar muito mal e se hoje em dia uma empresa tenta esconder que coloca pessoas "gratuitamente" em risco e um sindicato a denuncia, a empresa se queima com os consumidores e até outras empresas que não querem se queimar junto.

Veja bem, não estou defendendo os sindicatos incondicionalmente e muito menos atacando as "empresas capitalistas". Só acho que devemos exercitar os olhares longe desta posição maniqueísta e procurar os méritos e deméritos de cada força, de cada união formada legitimamente.

Anônimo disse...

“Democracia dos consumidores”?
“Soberania dos clientes”?
Complicado, não?!?!
Uma população sabotada em sua educação e moldada pela mídia é soberana em quê?
“Democracia”?
Conversa pra boi dormir!
Democracia seria possível, se é que é possível, com um povo com um mínimo de educação, cultura, enfim, discernimento.
Se vendem a Dilma e/ou o José Serra, vendem qualquer coisa...
Viva o BBB!
“Os empresários são forçados a oferecer os melhores produtos pelos menores preços.”
Sem falar dos impostos, o lucro “embutido” no preço final do produto garante o iate no final de semana para muito “empresário forçado”...
Mas, oras bolas, esse é o objetivo do jogo!
Máfia por máfia, escolha o setor que quiser nesta nossa sociedade.
Eles estão lá, enraigados como um câncer.

ntsr disse...

Cerveja com truco, televisao é uma coisa q vc so liga se quiser.

Lucio disse...

Não vou mais contribuir ao sindicato da minha profissão, qual retaliação eles podem cometer contra mim?
Eu não suporto mais fazer coisas das quais discordo, eu e um amigo simplesmente vamos parar de contribuir ao nosso sindictao corrupto e lulista,«.

Anônimo disse...

"A solução não está no decreto estatal ou na pressão sindical, mas sim no próprio progresso capitalista."

Concordo, mas como lembrou o colega Bruno S mais acima, a criação das leis trabalhistas e a organização dos sindicatos foi uma resposta ao capitalismo SELVAGEM que surgiu no século XIX, onde a mão de obra era cruelmente explorada pelos donos dos meios de produção.
Mas também é fato que em alguns aspectos a política partidária contaminou a política sindical do Brasil e também do mundo.

João disse...

Pra complementar, o fim da escravidão deu-se pelo capital. Deixou de ser economicamente viável ter e cuidar de escravos. No Brasil demorou mais principalmente por sermos avessos ao comércio.

fejuncor disse...

Vou tentar transmitir a você minha impressão, LUCIO. Se eles tiverem você como um simples anônimo que resolveu debandar e não pagar as contribuições, eles nem vão encher o saco e você vai passar a ser aquela fração evadida que um dia vai merecer uma tentativa de reaproximação, um otário em potencial. Mas se eles suspeitarem que você está formando um movimento dissidente, uma ação de não pagamento da grana com a qual eles vivem, então você estará correndo riscos. Eles atiram mesmo. Matam. Já mataram e vão matar de novo.

Se você não pretende fazer disso uma dissidência, um movimento, então pare de pagar porque assim eles até vão vir perguntar o porquê. E vão puxar o saco e bajular pra você voltar a pagar.

Mas acredite: se for fazer um movimento, arranje uma arma e ande com ela ao alcance da mão. Porque é bandidagem.

Alphapollo disse...

Não existe mais anarcossindicalismo no Brasil

Coelho disse...

Lucio,

Sinto lhe dizer que vc não pode escolher se paga ou não o imposto sindical. As empresas são obrigadas a descontar do seu salário o equivalente a um dia de trabalho e repassar para o sindicato.

fejuncor disse...

O Sindicato não pode adotar nenhuma medida de retaliação ao profissional que não contribui com o sindicato, LUCIO. Anualmente já é descontada uma contribuição de seu salário e juridicamente não podem fazer nada.

ALPHAPOLLO, só existiu anAlcoolsindicalismo. Nos anos 80 quando a Empresas se viram arrochadas pelos Sindicatos no grande ABC, trataram de se mandar dali. Foram para outros estados e os sindicalistas ficaram a ver navios. Arregimentaram-se outra vez, e sabemos que mesmo para pactuar o lider tem que ter "postura", usar muito óleo de peroba, fazer capacitação de gestão saber acompanhar companheiros que levam dólares na cueca, aprender a negar sempre... quer mais anarquia que isso!

OJ disse...

O que vejo de nefasto é a infiltração ou a ligação dos sindicatos com partidos políticos.
A associação sindical , livre e espontânea é saudável como forma de equilíbrio entre trabalho e capital.
O absurdo é esse imposto sindical.
Hoje a maioria absoluta deixaria de pagar esse imposto se pudesse porque perceberam que a maioria dos sindicatos nada faz e os dirigentes sindicais só almejam usar o sindicato como degrau para a política.
Nos EUA muitas vezes os sindicatos se unem aos patrões para pressionar o governo por menos impostos e mais benefícios.
Durante a crise da indústria automobilística americana com a invasão dos asiáticos os sindicatos propuseram uma redução dos salários para evitar demissões e permitir a concorrência com os importados asiáticos.

Leo SKHM disse...

A Thatcher teve a coragem de enfrentar a máfia sindical na Inglaterra. E aqui no Brasil que político teria essa coragem?

ntsr disse...

Essa é a diferença entre um povo que sabe que nada cai do céu, que sabe que o salário dele n vem da bondade do empresário ou da canetada do governo forçando o empresário a aumentar mas sim dos consumidores comprando o que eles fazem
Agora compara com o lixo daqui...70% das empresas que nascem n conseguem sobreviver 3 anos mas mesmo assim ainda tem essa mentalidade lunática de empresário com lancha

davidbor disse...

Rodrigo:muito obrigado pelo livro!
A palestra no Millenium em que pese o escasso tempo foi 10, e ainda hoje, vendo a decisão do governo de MANTER o desconto de IPI para móveis, vemos que quanto menos governo melhor para todos, indústria, comércio e consumidores.
A exposição do Friedman me lembrou o Atlas Shrugs quando Galt e outros se refugiam...Não pensou nisso?
Forte abraço. David B.

Rodrigo Constantino disse...

David,

Eu escrevi num pedaço de papel: "Rancho do Galt" e mostrei para meu amigo ao lado. É isso mesmo!

Abraços

lingvo-shatanto disse...

"OpenID Bruno S said...

Os sindicatos não surgiram legitimamente? O erro, a ingenuidade, é achar que as pessoas não se unirão, não formaram grupos que objetivam algo que não formar uma empresa.

O cenário de surgimento dos sindicatos foram jornadas inumanas, trabalho semi-escravo, como crianças de 7 anos trabalhando até 14 horas direto.

Se não há pressão, uma força oposta, sozinho é que alguém não cortará na própria carne.

Pode-se discutir que a coisa se desvirtuou em pontos, mas não se pode diminuir ou achar que não foi/é importante."

É Bruno, os extremos sempre se aproximam. O pessoal (neo)liberal, como seus antíteses, os comunistas, parece sempre apagar os dados históricos que não dão suporte a suas teses.

Para refrescar a memória deles, bom seria uma leitura de tradução do valioso artigo do grande historiador americano historiisto Howard Zinn, publicado no Le Monde Diplomatique sob o título sob o título (em francês)"Au temps des « barons voleurs" (Nos tempos dos barões ladrões). Parte desse artigo, sob o subtítulo, "Como nasceu o primeiro de maio" )Ver a página: http://eo.mondediplo.com/article2.html), certamente ajudará a refrescar a memória fraca de alguns, ou preencher parte do lapso em sua formação intelectual.

É, o artigo é em francês, mas como não encontrei a versão original, acredito que isso não causará a menor dificuldade para os monoglotas, que podem se valer de uma das traduções eletrônica à disposição de todos na rede. É, meio truncada mesmo, mas o que fazer? No mundo há mais de 6.000 línguas, e a maioria do que nelas é publicado normalmente não é vertida para outros idiomas, apesar de não ser bem o caso presente.

ntsr disse...

'capitalismo selvagem'... mas naquele tempo tudo era selvagem, na idade média a vida era muito mais dura e incerta, a expectativa de vida era de trinta anos e olhe lá

OJ disse...

Crystal Lee Sutton vivida por Sally Field como Norma Rae mostra a necessidade da associação sindical.

ntsr disse...

'No mundo há mais de 6.000 línguas, e a maioria do que nelas é publicado normalmente não é vertida para outros idiomas'

Pq não tem necessidade, a maioria é desprezível mesmo, só encheção de linguiça repetindo o que já foi dito um milhão de vezes com outras palavras,isso inclusive até do lado da esquerda
Agora tudo que é essencial pra qualquer área, medicina, engenharia, física... tudo tem uma versão em inglês
Eu particularmente n gosto nem de ouvir nada em francês.É uma lingua tão mole,tão cheia de frufru, quem fala parece que está se derrentendo.
Fora que o povo francês tb são uns palermas, socialistas até a alma, botam o mérito no governo mas sobrevivem por causa do marketing do glamour (que nenhum outro país do mundo tem), odeiam ( ou será inveja? ) a inglaterra e os eua mas se n fossem esses aí pra salvá-los, eles franceses estariam falando heil hitler até hoje.

fejuncor disse...

O capitalismo não inventou a injustiça, BRUNO. E o Rodrigo tem razão, o capitalismo durante a Revolução Industrial tirou da pobreza nove de cada dez miseráveis da Europa.

Anônimo disse...

.
"...televisao é uma coisa q vc so liga se quiser."
.
Concordo plenamente!
Mas deveríamos dizer isso aos eleitores do Lula, digo, da Dilma.
Tá feia a coisa, não?
.

lingvo-shatanto disse...

Blogger ntsr said...

"Pq não tem necessidade, a maioria é desprezível mesmo, só encheção de linguiça repetindo o que já foi dito um milhão de vezes com outras palavras,isso inclusive até do lado da esquerda
Agora tudo que é essencial pra qualquer área, medicina, engenharia, física... tudo tem uma versão em inglês
Eu particularmente n gosto nem de ouvir nada em francês.É uma lingua tão mole,tão cheia de frufru, quem fala parece que está se derrentendo.
Fora que o povo francês tb são uns palermas, socialistas até a alma, botam o mérito no governo mas sobrevivem por causa do marketing do glamour (que nenhum outro país do mundo tem), odeiam ( ou será inveja? ) a inglaterra e os eua mas se n fossem esses aí pra salvá-los, eles franceses estariam falando heil hitler até hoje."

Meu Deus, e disseram que os comunistas é que faziam lavagem cerebral.

NTSR fala (e pensa) como qualquer americano ou inglês médio, para não dizer "medíocre".

Tudo é uma questão de ponto de vista, ou melhor, de atitude preconcebida, mas no fundo equivocada, típica de quem adora o "livre-mercado" que vem "trazendo" a democracia ao terceiro-mundo há séculos, mas esses ignorantes não conseguem aprender a lição. Os ignorantes são os bilhões que nao compartilham das benesses do sistema. Mas não são eles os maiores ignorantes.

É está tudo vertido para o inglês, mas eu não sei porque é que aqui no Brasil quando esses livros não estão traduzidos para o português, a imensa maioria dos estudiosos de nível superior nessas áreas se safam mesmo com as versões em espanhol. Ou estão usando os tradutores eletrônicos pela Internet? Ah, não dá, pois o material tem os direitos autorais protegidos, e os autores nem principalmente as editoras são bobas de botar esse material livre na internet. Afinal o livre mercado não é tão livre assim.

Anônimo disse...

Onde eu disse que capitalismo inventou injustiça e onde eu não reconheci seus méritos óbvios?

Acho q tem gente com dificuldades de interpretação de texto...

Aprendiz disse...

Estranho dizerem que a Inglatetta é liberal. Foran décadas de economia keynesiana que destruíram sua economia. Não fosse pelo pouco de liberalismo trazido por MT, teria ido à falência.

De qualquer forma, da Europa fica uma lição: Os altos impostos cobrados nos países social-democratas do norte (acompanhados, no mais das vezes, de bastante liberdade econômica) causam menos mal que o engessamento keynesiano. E o Japão que o diga.

ntsr disse...

'quando esses livros não estão traduzidos para o português, a imensa maioria dos estudiosos de nível superior nessas áreas se safam mesmo com as versões em espanhol.'

É isso aí, o velho ambiente universitário brazuca, cheio de antiamericanismos e de intelectuais adoradores de cuba que nunca fazem o favor de ir morar lá

lingvo-shatanto disse...

"Blogger ntsr said...

'quando esses livros não estão traduzidos para o português, a imensa maioria dos estudiosos de nível superior nessas áreas se safam mesmo com as versões em espanhol.'

É isso aí, o velho ambiente universitário brazuca, cheio de antiamericanismos e de intelectuais adoradores de cuba que nunca fazem o favor de ir morar lá"

NTSR,

Vc. vai e volta sempre repetindo a mesma coisa?

Parece que vc. não sabe que o espanhol é a língua de Cuba desde a chegada de Colombo lá e continuou a sê-lo desde que os Estados Unidos assumiram o lugar da Espanha e instituiram o protetorado descarado sobre aquela ilha apoiando todos os ditadorzinhos safados que lá houve até o Fulgêncio Batista, como fez na Nicarágua com Somoza, com o Vietnam do Sul com Ngo Dim Diem, como fez com Stroesner no Paraguai, Pinochet no Chile, os Militares no Brasil, na Argentina, no Uruguai, na Bolívia, o Fujimori no Peru, Franco e Salazar na Espanha e Portugal, como faz com as oligarquias árabes nos países que lhe são caudatários, como fez com Ferdinando Marcos nas Filipinas e outros antes deste?

A lista é longa e quem tem a capacidade e a felicidade de não rezar numa cartilha só, sabe que isto é verdade. VC. também, faz que não, mas sabe.

Além disso, o espanhol, se vc. não sabe, é a segunda língua mais falada nos Estados Unidos e está praticamente pau a pau com o inglês em número de falantes nativos no mundo, sendo a língua de importantes países como a Espanha e de praticamente toda a América do Sul e Central, sendo por isso mesmo uma das mais estudadas em todo o mundo.

Mas para quem só quer ver o que tem diante do nariz, e deixou-se lavar cerebralmente e se deixa ser tutelado pelos sofismas bem montados e construídos para justificar os absurdos que o sistema econômico internacional tem submetido principalmente os países economicamente mais fracos, é absolutamente natural sua reaçao emocional.

Essa reação foi muito bem explicada por Pavlov, que com suas experiências demonstrou que um cão cobaia que antes de ser alimentado ouvia o toque de uma sineta, depois, mesmo que não lhe fosse dada alimentação, começava a babar sómente ouvindo o toque da sineta. Acho que chamam isso de reflexo condicionado.

O homem, por mais inteligente que pareça, se não se cuidar adquire um bocado desses reflexos que só depõem contra sua inteligência. Deus nos deu cabeça para pensar, não para balançar.

lingvo-shatanto disse...

Blogger ntsr said...

'quando esses livros não estão traduzidos para o português, a imensa maioria dos estudiosos de nível superior nessas áreas se safam mesmo com as versões em espanhol.'

" É isso aí, o velho ambiente universitário brazuca, cheio de antiamericanismos e de intelectuais adoradores de cuba que nunca fazem o favor de ir morar lá"

Não é porisso, não, meu caro, é porque a imensa maioria, apesar de alardearem que sabem inglês, no final, se viram mesmo é em espanhol, mesmo depois de terem estudado o inglês durante anos, nas melhoras escolas especializadas do país. O inglês deles, não é para inglês ver. :-)

OJ disse...

Concordo com o Lingvo.
Por incrível que pareça, fora de alguns círculos profissionais onde ou se sabe Inglês ou não se emprega, o conhecimento de Inglês é muito pobre, assim como o Espanhol que acaba em um Portunhol ridículo, mas é mais fácil para a grande maioria do que a lingua de Shakespeare.

lingvo-shatanto disse...

Blogger Aprendiz said...

" Estranho dizerem que a Inglatetta é liberal. Foran décadas de economia keynesiana que destruíram sua economia. Não fosse pelo pouco de liberalismo trazido por MT, teria ido à falência.

De qualquer forma, da Europa fica uma lição: Os altos impostos cobrados nos países social-democratas do norte (acompanhados, no mais das vezes, de bastante liberdade econômica) causam menos mal que o engessamento keynesiano. E o Japão que o diga."

Oh, aprendiz, Adam Smith era inglês e descreveu em sua teoria o sistema econômico capitalista liberal vigorante em sua terra. As conclusões de Adam Smith, que era inglês, casam-se como uma luva como tudo aquilo que era praticado na Inglaterra pelo patriciado daquele país. Depois Hayek, em suas pegadas, veio tentar legitimar o modelo econômico liderado pelos Estados Unidos, nas pegadas da metropole, após a 1a. Grande Guerra.

Além disso, quem levou a Inglaterra à falência foi exatamente a grande depressão da economia mundial que começou com a depressão americana, logo após o Craque da NYS, em 1929, pois a essa altura do campeonato encalacrada igualzinho Alemanha e Áustria que perderam a Guerra e, a essa altura, dependente com seus domínios do Capital Americano, tendo à frente J.P.Morgan que intermediou o levantamento de todos os empréstimos necessários à recuperação econômica das nações européias e seus satélites, cuja economia ficara arrasada. Não esquecer que a debacle inglesa se acentuou por insistirem, com o Banco da Inglaterra, a manterem o padrão-ouro, a não seguirem as recomendações de Keynes de intervenção imediata do Estado na Economia, que ficou limitada a um assistencialismo meio bolsa-alimentação de FHC, e seguirem as recomendações de Hayek para que a Coroa não interferisse na economia, deixando a poeira assentar, inclusive dos cadáveres dos operários ingleses mortos por inanição, deixando comprometida a saúde de toda uma geração de britânicos que ficaram entregues ao Deus dará.

Pensadores de outros países, por exemplo, a França, chegaram a conclusões diametralmente opostas, com os primeiros socialistas, posteriormente denominados de utópicos, de cujas idéias brotaram o marxismo, o positivismo e a social-democracia, com posturas diametralmente opostas quanto à relação capital/trabalho, sendo que o modelo propugnado pela última tendência e cristalizado na Constituição do México de 1917 e na Constituição do Weimar em 1919, esta última por força dos comandos contidos no Tratado de Versalhes, que impuseram às nações derrotadas a obrigatoriedade de assegurar aos operários liberdade sindical e direitos mínimos como a jornada semanal de 8 horas, férias, salário-mínimo, previdência social, etc, dando surgimento ao estado do Bem-Estar Social, já em parte seguido pela Inglaterra e França, e posteriormente adotado por praticamente todas as nações industrializadas, à exceção dos chamados tigres asiáticos e China, que promovem seu recente boom econômico às custas da saúde e sanidade social de seus operários, completamente dessastidios dessas benesses.

lingvo-shatanto disse...

"É isso aí, o velho ambiente universitário brazuca, cheio de antiamericanismos e de intelectuais adoradores de cuba que nunca fazem o favor de ir morar lá

By Blogger ntsr, At 5:28 PM"

Meu Deus! Como esse pessoal se parece com os comunistas, sempre repetindo os mesmos chavões. São iguais, ainda que às avessas, aos fundamentalistas islâmicos, aqueles da Argélia, do Bin Laden, do Muhamad Kadaf, do Hamas, do Hesbolah e de outros menos cotados.

Porque vc. não vai a Cuba para derrubar o regime de lá? Quem sabe lá vc. se tornaria rapidamente herói, se tiver coragem de fazer uma greve de fome, como aquele pobre coitado de lá.

Mas essa pergunta é totalmente descabida. Melhor seria pergurar, NTSR, vc. que gosta tanto de americano, porque não se muda logo para os States? Quem sabe, se vc. ainda tiver idade, vc. poderá engajar no exército americano e ir para o Iraque ou o Afeganistão defender a ideologia do seu país de adoção, enfrentando os homens-bomba de lá, para alegria e felicidade de alguma família latina ou afro-americana que poupou seu filho de se desgraçar por lá.

Em compensação, seu retorno poderá ser triunfal, já pensou, descendo as escadas do avião, dentro de um esquife, coberto pela bandeira listrada e estrelada, transportado galhardamente por aqueles cadetes americanos de West Point, em passo cadenciado, orgulhosos de sepultar no solo pátrio mais um herói que sacrificou sua vida para garantir a supremacia americana no mundo e seu especial "way of life", obviamente que este somente para os privilegiados detentores da maior parte da riqueza daquele país, cuja concentração de riqueza não tem lugar no mundo, às custas de milhões de trabalhadores americanos, especialmente os latinos e afro-americanos que vêm suportando o tranco depois que cessou a imigração européia, levando milhões de esfaimados poloneses, irlandeses, alemães, italianos, portugueses para viverem não o sonho, mas o pesadelo americano das classes inferiores.

lingvo-shatanto disse...

Blogger OJ said...

" Concordo com o Lingvo.
Por incrível que pareça, fora de alguns círculos profissionais onde ou se sabe Inglês ou não se emprega, o conhecimento de Inglês é muito pobre, assim como o Espanhol que acaba em um Portunhol ridículo, mas é mais fácil para a grande maioria do que a lingua de Shakespeare."

E fora desses círculos profissionais, o grande filão mesmo são as escolas de línguas que atendem à demanda infinita de estudantes de inglês, que, em sua maioria, ficam no curso no máximo um ano ou dois, e nos demais anos só restam alguns gatos pingados dedicados, que querem aprender com seriedade o idioma, não por moda como os demais. Para os professores de inglês é o maior filão, mas o salário, ó, sempre falta no fim do mês, assim como para os demais proletários do ensino, enquanto a conta bancária do empresário dono de escola, só engorda, assim como o próprio.

Mesmo assim, esse filão começa a ficar ameaçado com a nova onda dos professores nativos, que estão entrando na concorrência, para valer e têm melhor know-how, se bem que conhecimentos didáticos para a tarefa, dificilmente existem, mas mesmo assim afastam os professores nacionais, mesmo aqueles com estágio no exterior.

Se aprender inglês é chic, imagina aprender com professor nativo, é a maior onda?!

Não sei se outra onde já começou a quebrar aqui no Brasil, mas nos países europeus em que não se fala, a nova onda é recrutar falantes nativos do inglês, para posições chaves em empresas internacionais e em funções nas organizações transgovernamentais vinculadas à União Européia. Os falantes de inglês, nativos de outros idiomas, estão sendo postos para escanteio, enchendo a bola dos nativos de língua inglesa. Para os nativos das demais línguas parece que estão reservando só um chute nas bolas.

Mas é isso aí, quem mandou ter complexo de vira-latas? Na Europa esse complexo é maior ainda.

lingvo-shatanto disse...

"Não é porisso, não, meu caro, é porque a imensa maioria, apesar de alardearem que sabem inglês, no final, se viram mesmo é em espanhol, mesmo depois de terem estudado o inglês durante anos, nas melhoras escolas especializadas do país. O inglês deles, não é para inglês ver. :-)"

E não é por culpa deles, não. As escolas ensinam mal, mesmo as especializadas, limitam-se a ensinar alguns diálogos, esquecem de desenvolver técnicas para expansão do vocabulário, não só do dia, mas aqueles afetos à área profissional a que o estudante pretende se dedicar, e, principalmente, não conscientizam o estudante de que o aprendizado de uma língua estrangeira é um processo contínuo e que exige anos de estudo (dizem os entendidos que no mínimo 10.000 horas aulas, para um conhecimento no mínimo razoável de um idioma estrangeiro), além do que o aprendizado do idioma falado sem um processo de imersão de pelo menos dois anos, de preferência em um país onde se fale o idioma pretendido, faz muita gente apanhar quando chega lá fora e tem de dizer mais algum coisa do que aqueles diálogos banais decorados até a exaustão, sem falar nas dificuldades de pronúncia, mesmo de idiomas tão próximos ao nosso como o francês, o italiano e o espanhol.

Além disso, a par de todas as dificuldades da morfologia, da sintaxe e da pronúncia dos idiomas estrangeiros, falar e escrever com um mínimo de correção aceitável, exige um bom treino de gramática, especialmente a morfologia e sintaxe, em umas línguas mais ou menos de cada uma, sem se falar em novos alfabetos, como a maioria dos idiomas eslavos e asiáticos, com uma dificuldade particular no chinês e japonês que têm escrita ideográfica, o primeiro, e silábica o segundo, sem considerar que este também usa correntemente muitos ideogramas chineses, sendo indispensável aprendê-los.

A coisa, como se vê, está ficando russa, ou melhor, chinesa, pois o chinês está despontando como a língua de maior demanda nos próximos 10 e 20 anos e quem quizer fazer negócios com maior potência econômica do mundo nos próximos anos, vai ter que se virar em chinês (o dialeto pequinês falado na maior parte do país, sem contar idiomas menores falados por mais de 40 milhões de pessoas, como o cantonês) e o mandarim que é a forma escrita corrente usada naquele país, com os famosos ideogramas, cujo aprendizado pressupõe o domínio de mais de 3000 ideogramas e suas composições, na formação de novas palavras, além da pronúncia tonal de cada som, com 4 tons cada um, que resulta naquele tchin tchon tchun melódico do idioma chinês. Ainda bem que não estão exigindo (ainda) filiação ao PCC e se exigirem os CEOs das grandes corporações, para não perderem as oportunidades de negócio, além de se filiarem ao Partido, ainda vão requerer naturalização para ter a mesma oportunidade dos nacionais. Bom vai ser para os cirurgiões plásticos, porque vai entrar na moda ter olhinho apertado, né (como dizem os japoneses)? Vai virar moda! :-)

Se os prognósticos econômicos se realizarem e os países do BRIC conseguirem os resultados econômicos que estão antevistos, a gente no Brasil, pelo menos, só vai ter que estudar três idiomas
novos, todos com escritas diferentes, com a vantagem de já sabermos o quarto, que ainda bem será o português nosso de cada dia.

E não adiante dizer-se que na Índia a gente pode se virar em inglês, porque o inglês de lá, dizem é falado como o idioma dos ventrículos, usando basicamente o diafragma, tanto que dizem que falam com o estômago e é terrível de ser entendido por nós pobres mortais que crescemos no mundo das línguas neo-latinas.