terça-feira, junho 07, 2011

Portugal tenta enfrentar a dura realidade

Deu no Valor:

Novo premiê português promete privatização imediata

O futuro primeiro-ministro de Portugal, Pedro Passos Coelho, disse ontem estar "totalmente" comprometido com os termos da ajuda econômica de € 78 milhões do FMI e da União Europeia. Ele prometeu cortar gastos públicos e vender empresas estatais imediatamente. "Não queremos ser um peso para os nossos parceiros, nem mais um dia, nem mais um segundo. Portugal precisar voltar a criar uma onda de confiança nos mercados", afirmou.

Passos Coelho, do Partido Social Democrata, de centro-direita, deve assumir com um novo gabinete até o fim do mês, substituindo o governo de minoria liderado pelo socialista José Sócrates, que caiu após o Parlamento vetar um plano de corte de gastos públicos. Passos Coelho afirmou que buscará uma ampla coalizão "em tempo recorde" com o direitista Centro Democrático Popular-Partido Popular (CDS-PP). Juntos, o PSD e o CDS-PP controlarão 129 das 230 cadeiras do Parlamento. Com apenas 29% dos votos, os socialistas conquistaram somente 73 assentos - perdendo 24 representantes na casa.

O novo premiê afirmou que Portugal "aquilo que for necessário, durante o tempo que for necessário, para as medidas mais importantes poderem ser tomadas de modo a que todos os prazos previstos no acordo com a UE e o FMI possam ser respeitados".

No entanto, Passos Coelho, 46, reconheceu que será preciso fazer mais do que cortes e privatizações, condicionando a recuperação da credibilidade do país à capacidade "de ir além disso para dar uma perspectiva de crescimento e criação de empregos para a economia portuguesa".

O pacote de ajuda do FMI e da União Europeia pede cortes equivalentes a 3,5% do produto interno bruto do país para 2012 e 2013. O governo terá que congelar os salários dos funcionários públicos até 2013, além de cortar aposentadorias superiores a € 1.500 mensais.

A dívida pública do país no ano passado atingiu 93% do PIB. A Comissão Europeia prevê que a dívida atingirá 101,7% neste ano e 107,4% em 2012, antes de começar a cair. O atual governo prevê um encolhimento do PIB de 2% em 2011 e também em 2012. Atualmente, o índice de desemprego está em 12,4%.

Comentário: É louvável a tentativa do primeiro-ministro eleito de enfrentar os fatos brutais da realidade de seu país. Portugal está quebrado! A gastança governamental é a grande responsável. A esquerda gosta de sonhar que é possível ter e comer o bolo ao mesmo tempo, viver com mais do que se tem, mas as leis econômicas são inexoráveis. Um dia chega a fatura, com juros e correção monetária. Espero que o novo governo português consiga passar pelos obstáculos políticos e fazer as reformas liberais. No começo de julho pretendo ver in loco as mudanças em Lisboa...

Um comentário:

Leonardo Rocha disse...

Rodrigo, perfeita sua constatação de que a gastança governamental é a principal responsável pelos problemas atuais enfrentados por Portugal. Assisti ao debate entre o já ex-primeiro ministro José Sócrates, que acabara de renunciar e líder do PSD Pedro Passos Coelho, no qual este foi claro em apontar as falhas do governo socialista. Para não fugir do mesmo discurso de sempre, Sócrates culpou as grandes empresas e a ganância do capitalismo. Desta vez os eleitores não engoliram mais essa; à exemplo de praticamante todos os países que passaram pela crise, a Situação foi substituída por um modelo mais livre, de governo menor.
Será que o Brasil algum dia acorda para essa realidade?